Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 13
Goodbye Forever…


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Mais um capítulo.
Espero que gostem.

Boa Leitura!!!



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P.O.V Rosalya Price

Monique e eu estávamos no Show de Rock esperando a apresentação da banda dos meninos, Winged Skull. Havia muita gente ao nosso redor, e eu não faço ideia de como ela e eu havíamos conseguido nos enfiar bem na frente.

Era a céu aberto, havia um palco para os que se apresentam e os jurados ficavam em outro lugar que eu não sabia onde ficava, afinal, estava impossível de encontrar as coisas. Só dava de ver as pessoas e o palco.

— Eles são os próximos!!!! – Grita animada a loira e eu rio.

— Respira flor! Ou você vai ter um desmaio pró pártico. – Falo e ela arqueia uma sobrancelha confusa.

— WTF?! – Exclama e eu rio.

Pártico de parto. – Explico a fazendo rir ao mesmo tempo que cobria com uma mão a sua cara.

— Só você, Rosa.

— Eu sei. Sou incrível! – Digo convencida e ela ri mais ainda.

Antes que a loira pudesse falar algo, a apresentadora interrompe.

— A próxima apresentação da noite é a banda Winged Skull! – Fala no microfone, logo Mo e eu gritamos loucamente e eufóricas.

Os meninos entram e se apresentam. Castiel manda um beijo para Monique, mas vejo que muitas outras garotas começam a gritar achando ter sido para elas, Mona e eu só rimos disso. Os meninos estavam um arraso com os modelitos que eu havia criado, com a ajuda do meu namorado, justamente para o show.

— Olá, pessoal! Nós somos a banda Winged Skull. – Diz Lysandre e Castiel faz um mini solo de guitarra que faz todo mundo se arrepiar.

— Nossa música de escolha é Drown de BMTH. – Fala o ruivo e logo eles começam a tocar. Todos tocavam muito bem e a voz do irmão do meu namorado é realmente muito linda.

Who will fix me now?
Who will fix me now?
Who will fix me now?
Dive in when I'm down?
Save me from myself
Don't let me drown

Quando estava no refrão final, todos começam a cantar, o que faz soar um coro incrivelmente lindo. A música se encerra com vários aplausos e gritos. Realmente todos haviam gostado da apresentação deles.

— Obrigado. – Agradece Lysandre.

Todos da banda se curvam e depois saem do palco, dando espaço para a próxima banda entrar.

~~~~~*~~~~~

— Eu ainda não acredito que vocês ficaram em segundo lugar! – Diz Monique que aparentava estar bêbada. Eu disse aparentava? Ela E-S-T-Á bêbada.

Depois do show, fomos numa lanchonete que estava lotada, então ninguém que trabalha nela se deu ao luxo de olhar as carteiras de identidade para ver se éramos maiores de idade.

— Os que ganharam eram bons. – Diz DC e os meninos concordam.

— Mas vocês eram melhores! – Diz ela quase subindo na mesa.

— Calma, princesa! – Diz Castiel a puxando, todos começam a rir duma Monique tentando empurrar as mãos do ruivo que a segurava.

Nunca mais deixe essa garota beber! A menos que estejam preparados para um surto. E o engraçado, é q essa é a primeira vez que a vejo assim.

— Acho melhor você cuidar dela. – Diz DC rindo maliciosamente e Castiel concorda.

— Acho melhor nós já irmos, mocinha. Ou você vai começar a fazer um strip-tease para todos verem. – Fala o ruivo parecendo se divertir com a cena, ela o bate.

— Tá, mas só porque estou com sono. – Se rende.

— É bom por ela para dormir e não se aproveitar dela, ou amanhã você vai ficar sem uma parte particularmente masculina. – Ameaço e a Mona ri.

— Esta é minha melhor amiga!!!! – Grita ela, mas logo eu tapo sua boca com as mãos.

— Escândalo em pessoa. – Rio e logo ela me dá um abraço.

— Tchau, minha diva. – Fala.

Logo ela e o ruivo se despedem do grupo tomando o rumo deles. Ficamos mais um tempo na lanchonete até cada um resolver ir para seu caminho.

Fui acompanhada pelo meu namorado para a minha casa, lá resolvemos ir direto para a cama para dormirmos, pois já era bem tarde e com toda a certeza, amanhã iria ser bem difícil acordar cedo.

De uma coisa eu sei! Foi uma das melhores noites da vida de todos do grupo, principalmente por ter sido divertida e bem intensa.

P.O.V Lysandre Maddox

Na segunda-feira, já na escola, acabo por ficar sentado em baixo de uma árvore esperando o sinal tocar. Claro que não estava lá só “existindo”, pois estava compondo mais uma música em meu bloco de notas.

— Bom dia, Lys. – Diz Mel assim que chega na escola e me vê.

Ela estava estranha nessas últimas semanas, parecia mais pálida e fraca. Até distante...

— Bom dia, Melissa. – Digo com um sorriso fraco.

— Você está bem? – Pergunta logo se sentando do meu lado.

— Claro. Por que da pergunta?

— Sei lá, tu tá estranho. – Dá de ombros.

— Só estou mais pensativo. – Confesso e ela tenta olhar o que eu estava escrevendo, o que me faz fechar o bloco de notas rapidamente.

— Por que não posso ver? – Pergunta emburrada.

— Porque não são bons, são só rascunhos. Quem sabe algum dia te deixo lê-los. – Dou de ombros e ela encara o céu nublado.

— Você já se apaixonou por alguém? – Pergunta repentinamente e cora.

— Já. – Respondo sério.

Realmente não esperava por uma pergunta dessas, e principalmente, sei que se ela a fez, não foi por minha causa...

— E foi bom? – Pergunta.

— Não muito, geralmente quem eu amo nunca corresponde. – Confesso secamente. – Me desculpa a frieza. – Digo assim que percebo que ela estava triste e com um olhar de pena.

— Tudo bem. Eu que sou enxerida, mas um dia você vai encontrar alguém que te ame também. Todos encontramos.

— Espero, mas eu sempre me apaixono pela pessoa errada. A garota nunca está “afim”. Talvez eu seja muito clichê, ou um tolo. – Confesso com um suspiro, ela começa a olhar profundamente em meus olhos. – Às vezes parece que todas as garotas preferem alguém que faz mal a elas, e não alguém que faria de tudo para fazê-las felizes.

— Não é bem assim... – Começa, mas logo para, pois não possuía argumentos. Sei que nem todas são assim, mas a maioria parece... Por isso há muitas garotas de corações partidos. Elas querem amor, mas esperam isso de quem não merece o amor delas e nem se esforça para conseguir...

— Às vezes dá vontade de mudar, me tornar um cretino. Vai ver assim alguém me queira. – Dou uma risada fraca. – Só que... daí não seria eu. E não estaria sendo correto comigo mesmo, sou do tipo mais romântico por assim dizer. Quero uma garota para chamar de dama, uma garota para tratar como uma rainha...

— Você é um fofo, e com certeza vai encontrar sua Lolita algum dia. – Dá um sorriso feliz e eu confesso que faria de tudo para que ela me amasse, mas está na cara que eu não passo de um amigo.

— E você é incrível, espero que seja feliz. – Digo desviando o olhar, se eu olhasse para ela, iria doer mais do que já dói.

Mais uma vez quem eu amo está apaixonada por outro. Acho que nunca vou ter alguém para dar amor, mimar, nada... Nasci na geração errada, a pior geração. Ou é putaria ou coração partido! Raramente há casais normais que querem construir uma família juntos. A maioria dos relacionamentos é sempre apenas um que sonha pelos dois, e depois aquele que sonha é quem quebra a cara.

— Lys? – Chama ela me trazendo de volta a realidade.

— Vou ir, até depois. – Digo e me despeço com um beijo em sua mão.

— Até. – Sussurra.

Saio rapidamente dali para refrescar a mente.

~~~~~*~~~~~

Maria Fernanda e eu vínhamos preocupados com a atitude da Melissa, e principalmente, estávamos com receio do atual “namorado” dela, pois ninguém o conhecia. Sendo assim, havíamos resolvido procurar alguns dados, que praticamente nos levou a um beco sem saída, tirando o fato de termos encontrado uma foto dele com a aparência atual, só que em 1943. É uma data extremamente ilógica, a menos que... ele possa ser algum ser sobrenatural.

Desse modo, ela e eu tomamos a decisão de ir hoje mais tarde, a casa dele para entendermos essa história de uma vez por todas. É claro que temos que ser sensatos nessa hora, pois sabemos que pode ser perigoso, sendo assim, é melhor chamarmos mais pessoas para nos acompanharem. Já havia recebido uma mensagem da Maria, há alguns minutos atrás, onde ela me disse que a Mônica havia sido “recrutada”.

Meus pensamentos me sufocavam em relação a Melissa, de modo que eu precisava urgentemente falar com alguém, o que é algo raro, pois sou reservado, mesmo com meus amigos e familiares.

Pego meu celular e ligo para Castiel, o garoto que se tornou meu melhor amigo, a algumas semanas atrás. Confio nele, ao ponto de saber que ele não sairia espalhando para todos, no máximo, ele contaria para a Monique, que com toda a certeza não falaria para ninguém.

— Alô?

O que tá rolando?— Ele pergunta já sendo direto.

— Como sabe que tem algo? – Pergunto com uma leve risada.

Eu vi você hoje na rua, parecia bem pensativo, e até triste. Aí concluí que tinha algo errado.

— Você é bem observador. E tem razão, há algo que está me preocupando. – Dou uma suspirada. – Mas preferia não falar pelo telefone, é um assunto sério.

Beleza. Me encontra naquela lanchonete do bairro das Pitangueiras. Sabe onde fica, né?

— Sei sim. Vou estar lá daqui uns trinta minutos.

~~~~~*~~~~~

Já havia contado tudo para o Castiel e a reação dele não havia sido tão distinta da minha. Meu amigo também estava surpreso e não conseguia acreditar mesmo vendo os dados que a Maria havia encontrado.

— Tem certeza que isso é verdade? Pode muito bem ser um fake ou montagem.

— O pai da Maria é delegado da Polícia Federal. De modo que ela possui acesso aos dados das pessoas.

Mesmo que muito provável, o pai dela nem saiba sobre isso. 

— Tudo bem. Suponhamos que tudo isso seja verdade e que ele seja um ser "sobrenatural". O que você pretende fazer? – Pergunta sério arqueando uma das sobrancelhas.

— Simplesmente acabar com tudo e salvar a Melissa. Aquele cara está sugando a vitalidade dela! – Exclamo irritado apertando meus punhos, as minhas unhas estavam cravadas nas palmas das minhas mãos, mas a dor não me importava no momento. – Entretanto, não posso fazer isso sozinho, seria imprudente. Então preciso de ajuda. Me ajudaria nisso?

Castiel cruza os braços pensando um pouco.

— Tudo bem, vou te ajudar. Sei que você faria o mesmo por mim, e eu nunca deixaria um amigo na mão. Porém, com a condição de deixar a Monique fora disso, não quero arriscar a vida dela. Não posso deixar que ela fique em uma situação de risco.

— Não pediria para isso, e muito menos concordaria que ela fosse. Me importo com aquela cabeça quente como uma irmã. – Confesso e ele sorri.

— Eu sei.

P.O.V Dimitry Manfrini

Havia acabado de contar a Melissa que ela poderia morrer daqui dois meses por minha culpa, mas a garota, que ainda permanecia a minha frente, apenas tenta me tranquilizar, dizendo que eu não sou culpado de nada, e que ela quer passar todos os dias que restam comigo, independente de tudo e todos. É algo realmente... doce.

— Não está certo... – Sussurro não concordando com tudo o que estava ocorrendo.

— Como?! – Diz surpresa.

— Eu... Existe uma maneira de te salvar... – Digo olhando profundamente em seus olhos.

— Qual? – Pergunta confusa.

— Te tornando uma vampira... – Ela fica quieta, então logo continuo: – Não estou te obrigando, estou sugerindo. Sei que é uma decisão difícil, e certamente, egoísta da minha parte...

— Eu aceito! Vou poder passar a eternidade com você. Pode me transformar. Eu tenho total certeza e consciência da minha decisão. – Diz ela decidida, o que acende meu coração de uma alegria plena. 

— Você... Eu te amo, Melissa... – Sussurro a beijando calmamente.

— Como funciona? – Pergunta ela ofegante, depois de nos separarmos do beijo.

— É um processo demorado, por isso vou fazer você entrar em coma com meus poderes. Não precisa se preocupar, vou te fazer despertar minutos depois da transformação, quando a dor for suportável, pois não quero te fazer sofrer.

Levo minhas mãos em sua direção, a fazendo apagar e ficar levitando no ar, deitada. Realmente não queria a fazer passar por tudo isso. Era meu último desejo ser o responsável pelo destino final dela! É culpa minha..., é culpa desse monstro que me tornei, dessa fome insaciável!

*~~Flashback On~~*

— Dimitry, preciso falar urgentemente com você. – Diz Dona Morte, aparecendo em plenas sombras.

— O que a traz a minha residência pela décima quinta vez? – Pergunto seriamente, não olhando para ela.

— Devo de alertar sobre a Melissa.

Ao escutar o nome da Mel, viro imediatamente para encarar com fúria aquele ser de olhos vazios e totalmente escuros. 

— Não se atreva a levá-la! – Grito.

— Por ordem dos supremos, eu não posso avisar a morte de ninguém, mas nesse caso, consegui uma exceção. Afinal, não é algo que estava predestinado. 

— O que quer dizer?

— A falta de sangue dela está alarmante. Sabes muito bem que um vampiro só pode beber uma certa quantidade de sangue de um ser humano, pois, se exceder o limite, pode ser mortal. 

Eu não posso acreditar. A Melissa pode morrer por minha culpa? É sério? Não. Mil vezes não! 

— É mentira! Você só está querendo estragar a minha vida como sempre fez!!!

— Você devia ter tido mais cuidado. 

Não contendo minha raiva, a ataco com todas as minhas forças. Quando dou um soco em seu rosto, sinto aquela “pele” fria como gelo e dura como aço. Rapidamente, em um movimento de foice simples no ar, sou arremessado contra a parede, ao cair no chão, aquele único gesto quase havia me nocauteado. Doía como nunca, e pela primeira vez, havia sentido o poder imenso que aquele ser possuía.

— Não pense que só porque tenho um certo cuidado com você, serei gentil. Lembre-se que seu poder ainda é muito inferior ao meu.

— Me... diga... quanto tempo... tenho com ela...

— Dois meses. – Sua presença desaparece completamente.

Tão pouco tempo? Eu ia a perder em tão pouco tempo?

Não posso evitar de sentir angústia, arrependimento, tristeza, agonia e milhares de outros sentimentos.

O que eu poderia fazer?

Será que é certo contar a ela? Sim! Prometi nunca mais a esconder nada. Não posso e nem devo quebrar minhas promessas!

*~~Flashback Off~~*

Agora ela está aqui, em coma... Só esperando pela mordida que a transformará em vampira... Não era esse o futuro que queria dar a ela, mas já que o destino me reservou isso. Estou pronto!

— Espere!!! – Alguém grita, logo em sequência, escuto um estrondo na porta da frente da minha mansão.

Uma jovem havia quebrado a porta, e atrás dela, haviam mais três jovens, uma menina e dois meninos. Quem são eles? Seriam amigos da Melissa?

— Quem são vocês? – Pergunto.

— Nós somos amigos dessa garota. – Diz a garota dentuça em tom alto, ela era a mesma jovem que havia deixado a porta em pedaços. – E não deixaremos que você faça mais mal a ela!

— Vocês não entendem o que está acontecendo aqui. – Digo sacudindo a cabeça. – Vão embora! Esse foi o desejo dela. 

— Desejo uma merda! – Grita um garoto de cabelos vermelhos sangue. – Até parece que alguém iria querer virar um chupa-sangue!

— Solta ela ou vai se arrepender! – Diz o garoto de cabelos brancos e olhos heterocromáticos.

— Castiel, Lysandre, para trás! Eu cuido dele.

Sem hesitar, a garota dá um salto e acerta um gancho em meu rosto, me fazendo voar e me chocar contra o espelho gigante no final da sala de estar. A sorte dela, é que eu estava distraído, sendo assim, não esperava o golpe. 

— Lysandre! Maria! Agora!!! – Grita a garota que acabara de me acertar.

Lysandre pega a Melissa no colo e corre para a entrada junto com a garota de nome, Maria. Antes que eles atravessassem, eu uso meus poderes para fazer uma estante tapar o buraco que antes fora uma porta. Rapidamente, faço a Melissa flutuar e voltar para os meus braços, a coloco no sofá e os encaro com um desejo de matar.

— Não deixarei que interrompam o desejo de minha amada. Tenebrarum cadent!

Imediatamente, lanço um feitiço para fazer todos caírem imóveis no chão. A garota dentuça estava de joelhos tentando resistir. Já Lysandre e Maria estavam esticados no chão. Olho para o garoto de cabelos vermelhos, chamado Castiel, não entendia como ele estava de pé, depois de eu ter conjurado meu feitiço. Ele não parece ter a força daquela garota, ele não parece ter nada a mais.

— Ainda de pé, humano? – Pergunto dirigindo minha atenção a ele.

— Eu vim prevenido. – Diz o garoto em tom de arrogância e um sorriso vitorioso. – A verdade é que até te ver, duvidava muito que essas coisas existiam, mas é aquele velho ditado: "melhor prevenir do que remediar”.

Admiro sua audácia, mas isso só o trará para a morte.

— Surpreso, chupa-sangue? – Debocha ele.

— Você não pode ser um humano comum. Quem é você? – Pergunto ao analisar os fatos, de que ele não poderia ser comum, ao conseguir permanecer de pé, após esse feitiço que conjurei.

— Você está enganado! Eu sou um humano comum, apenas com a pequena diferença de que sou um pouco mais inteligente que os outros.

Ele se aproxima de mim sem hesitar, me fazendo recuar alguns passos sem compreender o que se passava ali.

— Você nunca vai me vencer! Sequer pode me tocar. 

— Deixe de ser tão arrogante!!!

Tento o empurrar, mas minha mão queima ao tentar me aproximar dele.

— Maldição!

De dentro do seu bolso, ele tira um frasquinho cheio de líquido. O que me deixa surpreso.

— Água benta. Tinha passado um pouco em mim antes de vir pra cá. Não acredito nisso, mas como não tinha certeza do que eu iria enfrentar, sabia que água benta afastava todo tipo de monstro, seja fantasmas, zumbis... ou até mesmo, vampiros.

Ele estava errado! Vampiros são imunes a água benta, pois água benta não passa de uma água comum. A única coisa capaz de enfraquecer e machucar um vampiro, é verbena, a planta que serviu junto com outros ingredientes para originar os vampiros.

— Tolo! Isso não é água benta. – Grito grunhindo.

— Que?! – Ele parece sem entender. – Claro que é!

— Água benta é folclore, alguém deve ter colocado verbena.

— Bem que eu percebi que tinha um cheiro agradável..., mas quem poderia ter trocado o líquido e como? – Ele parecia se perguntar. – Esquece! O que vale é que está funcionando!!!

O garoto tira a rolha do frasco e passa um pouco do líquido na mão, fazendo com que respingos caíssem em meu rosto, me fazendo agonizar de dor, por conta da queimadura. A dor me faz ajoelhar.

— Isso foi pela Melissa. E isso aqui, é pela preocupação que você fez os amigos dela passarem! – Castiel despeja mais verbena em minhas costas, me fazendo gritar mais alto de dor. – Depois disso, espero que nos deixe em paz.

O garoto fica de costas para mim, indo em direção aos outros.

— Quem diria que você tinha uma carta na manga. – Diz a garota de cabelos Chanel.

— Se ninguém pensa em nada, eu tenho que pensar. Aqui, Mônica, acho que um pouco de seja lá o que for isso, vai te libertar.

Antes que ele pudesse usar o frasco na garota, recupero minhas forças, conjurando um poder nele que atinge seu braço com força deixando um hematoma roxo, o fazendo grunhir de dor. O poder que conjurei, machucava o braço não por fora, mas por dentro.

— Você é bem esperto humano, mas como eu disse, ninguém vai impedir que eu cumpra o desejo de minha amada.

A verbena pode me machucar, mas estou acostumado a recuperar meu poder depois de entrar em contato com essa maldita planta. Confesso que essa noite teve vários imprevistos. Afinal, nunca pensei que viriam amigos da Melissa até aqui, mas mesmo assim, eles não terão êxito em tirá-la de mim!

— Impossível! Como você pode ter me machucado?

— Apesar de não poder encostar em você, nada impede que eu o atinja por dentro. Ossal crunch!

Posso ouvir os ossos de seus braços e pernas ruírem, de dentro para fora, fazendo com que ele caia no chão, gritando de dor e ódio.

— Maldito vampiro sangue suga dos infernos do caralho!!! – Grita o garoto completamente furioso, era perceptível a dor que ele sentia, junto com a vontade de querer fazer algo contra mim.

— Castiel!!! – Grita Mônica, ao ver o estado do garoto atrevido.

— Não se preocupe, só quebrei os ossos dele temporariamente. Daqui à uns trinta minutos, eles voltarão ao normal. 

— Devia ter bebido... – Resmunga Castiel, tentando se acalmar um pouco para evitar sentir mais dor.

— Apesar de ser um vampiro, não gosto de causar dor as pessoas. Entretanto, não havia outra maneira de fazer com que vocês ficassem quietos. Chega de interrupções!

Me aproximo da Melissa que ainda estava em coma, de olhos fechados, no sofá. Tão linda, e logo irá acordar, como uma vampira. 

— Espere, Dimitry!!! – Escuto uma voz firme ecoar pelo cômodo.

Uma luz forte aparece em minha frente, logo se materializando em um ser que eu conhecia muito bem. 

— Você de novo...

— Dona Morte!!! – A dentuça grita, aparentemente alegre.

Mas o que é isso? Como um humano qualquer poderia conhecer a Dona Morte? A ceifadora de almas?

— Você a... conhece?

Dona Morte balança sua foice e com isso, três dos jovens conseguem se levantar, especificamente, aqueles que eu havia prendido no início. O garoto que eu havia quebrado os ossos, entretanto, agora começava a tentar se levantar, pois os ossos ainda estavam se “recuperando”. 

— Qual seu objetivo? 

— Venho aqui lhe fazer uma proposta, Dimitry.

Dentro de sua roupa obscura como a noite, ela retira uma adaga verde esmeralda brilhante que emanava uma luz muito forte. 

— Vê essa arma? Essa é a Dagger Of Life And Death”. Essa adaga é capaz de matar qualquer coisa, até mesmo um vampiro.

Isso é sério?!

Existia algo que poderia fazer isso? Matar um imortal?

— Esse é um artefato divino que tem a habilidade de matar as pessoas, porém, com o fato de que a pessoa atingida deseje morrer. A adaga pode acabar com a vida instantaneamente de qualquer pessoa, seja mortal ou imortal.

Uma grande emoção surge em meu coração. Finalmente largarei dessa vida! Mas... ainda tenho uma dúvida. 

— E por qual motivo você não me mostrou essa arma antes? Poderia ter evitado muita coisa. – Despejo com raiva.

— É um artefato divino, como disse. Apenas obtive acesso a ele, pois o próprio Michael autorizou que eu o fizesse. Não é algo que tenho livre acesso. 

Ainda estava pensando em tudo... Processando as informações.

— Você pode morrer e se livrar dessa maldição como sempre desejou. Porém, terá de largar a Melissa aqui. 

Melissa... Eu passei meus últimos dias com ela... Mel havia me feito feliz como eu nunca mais havia me sentido desde a morte de Mary... Mas mesmo assim, eu não aguento mais... Não aguento mais esse fardo de viver me alimentando de seres vivos! De matar pessoas para sobreviver! De ser um monstro!!! Me desculpa por tudo, Melissa...

Caminho até os amigos dela que pareciam assustados. 

— Me desculpem por tudo o que fiz a Melissa passar, e também, pelo o que eu fiz vocês passarem. Estava solitário... triste depois de anos sozinho. Saiba que não queria deixar a Melissa mal, ela é uma menina muito especial. Por isso, peço a vocês que peçam desculpas a ela por mim. – Digo cabisbaixo sem os encarar.

— Você é um vampiro bom. – A garota dentuça fala, se aproximando de mim. – Bem diferente de alguns por aí. Pode deixar, entregarei seu recado a ela!

Balanço a cabeça positivamente e volto minha atenção, a Dona Morte. A minha decisão era clara!

— Dona Morte, suplico. Me mate! 

— Que assim seja, Dimitry. 

Dona Morte enfia a adaga em peito, perfurando meu coração, me fazendo cair de joelhos no chão no mesmo instante. Vários fragmentos reluzentes como estrelas saem do meu corpo físico, formando um corpo espectral invisível à olhos humanos. Era a minha alma.

Naquele clarão que se formava aos poucos, pude ver alguém que não via a séculos. Se ainda tivesse coração, com certeza ele sairia do meu peito agora.

— Já a consegue ver, Dimitry? – Pergunta Dona Morte, mas eu não a respondo, minha atenção estava na garota a minha frente.

— Mary!!!

— Dimitry... – Sussurra ela com um sorriso.

Imediatamente a abraço deixando escorrer várias lágrimas de felicidade. Nada importava mais, só estar com ela, a mulher que me feliz no passado e que havia morrido por decorrer de uma doença grave. Eu não cheguei a tempo de salvá-la, mas... depois de anos... finalmente a havia encontrado novamente!

— Nunca pensei que iria te encontrar novamente...

— Estive te esperando por muito tempo, meu querido Dimitry. Mesmo sabendo que não podia morrer.

— Dona Morte, a Melissa... – Me dirijo a Dona Morte brevemente, lembrando da garota que havia se tornado querida por mim, em pouco tempo de convívio.

Mesmo que meu amor por Melissa tivesse sido sincero, nunca superaria o meu amor sentido por Mary. Mesmo depois de anos, tudo o que sinto pelo meu primeiro amor, continua intacto.

— Pode deixar. – Diz Dona Morte. – Podem ir! Aproveitem o verdadeiro amor eterno. 

A luz me suga, e junto com a Mary desapareço no eterno paraíso. Adeus, Dona Morte! Adeus, Selene! Adeus, Melissa! Principalmente você, Melissa... Te amei muito, e justamente por isso, não irei ser egoísta, deixarei que você viva sua vida em seu ciclo natural. Espero que fique bem e aproveite tudo! Agradeço por tudo! 

P.O.V Melissa Chieses

Sinto-me despertando lentamente...

Eu finalmente me tornei uma vampira?

Quando abro meus olhos e a primeira coisa que vejo é o Lysandre correndo em minha direção para me abraçar. Mas onde está o Dimitry? Espera... Por que o Lys está aqui?

— Melissa!!! Que bom que está bem... – Sussurra Lysandre ainda me abraçando, podia sentir um alivio vindo dele.

— O que está acontecendo? Onde está o Dimy? – Pergunto sonolenta, por conta do “coma”.

— Melissa tinha dois meses de vida, então Dimitry teve a ideia de a transformar em vampira. Como tudo voltou ao ciclo normal, a tirei do coma, repondo o sangue perdido. Aos poucos ela voltará a estar saudável e ativa. 

— Obrigada, Dona Morte. – Diz Mônica sorridente e aliviada.

Ainda não estava entendendo nada, então apenas absorvia o que aparecia a minha volta para ver se tudo se encaixava.

— Com isso, me despeço. 

Junto com o vento, a Dona Morte some não deixando rastros, sinalizando que tudo finalmente havia acabado. Vejo Mônica se aproximar de mim.

— Alguém pode me explicar o que aconteceu? – Pergunto exausta, mas ainda querendo entender tudo o que havia se passado.

— Calma. Irei te explicar tudo.

~~~~~*~~~~~

Depois que ela me conta tudo com o máximo de detalhes, me seguro para não chorar ou esboçar tristeza.

— Entendi... – Sussurro.

— O que você estava pensando quando se ofereceu para ser alimento de vampiro, fofa? – Pergunta Maria Fernanda. – Não sabia o quão perigoso e prejudicial isso é para você?

— Ele poderia ter te matado. – Castiel cruza os braços.

— Eu fiz isso, pois não queria deixá-lo sozinho. Já bastava anos de solidão..., sacrificando animais e até pessoas por conta de sua natureza... Odiando o que se tornou... – Explico.

— É..., olhando bem, ele parecia bem diferente mesmo. – Confessa Maria mudando a forma como pensava do vampiro.

— Mas agora a senhora vai voltar para casa e descansar. Nada de virar alimento de vampiro novamente! – Adverte Mônica e eu concordo com a cabeça, dando uma risada fraca.

No caminho para casa, todos permaneceram em silencio. Logo se separamos em determinado trajeto, ficando só Lysandre e eu, pois o mesmo queria ter certeza que eu chegaria bem em casa.

— Eu sei que você já passou por muita coisa, mas isso que você fez foi muito imprudente. – Lysandre suspira.

— Eu sei... – Suspiro também.

— Chegamos. – Diz ele assim que paramos na frente da minha casa. – Tenta ficar bem. Qualquer coisa, não hesite em me chamar.

— Obrigada, Lysandre. – Agradeço e logo me despeço dele, o dando um beijo na bochecha.

Entro sorrateiramente na minha casa, indo em direção ao banheiro do meu quarto, onde tomo um banho e depois volto ao meu quarto para tentar dormir em minha cama macia.

Dimitry retorna aos meus pensamentos, e agora, sozinha em meu quarto, permito que as lágrimas caiam.

Apesar de que ele tenha finalmente tido a oportunidade que sempre desejou..., de morrer, ainda fico triste, pois meus sentimentos por ele foram intensos e verdadeiros.

Eu me sacrificaria por ele..., sem hesitar.

Provável eu nunca vá o esquecer...

Meu coração estará trancado a sete chaves por um longo tempo...

Mesmo que a morte o tenha levado de mim, meu coração sempre irá lembrar da marca deixada por Dimitry Manfrini.

A marca do amor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até o próximo!



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