Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 10
João x Selena


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Mais um capítulo.
Espero que gostem.

Boa Leitura!!!



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P.O.V Cascão Araújo

Havia se passado uma semana desde que Maga e eu tínhamos resolvido começar a namorar. Claro que estamos indo com calma, entretanto, ainda assim, levamos a sério o nosso relacionamento.

Confesso que essa única semana que estive com ela, fui mais feliz do que anos de namoro com a Cascuda. Com a Maga não preciso me preocupar com surtos histéricos, com brigas, com proibições, a única coisa que ela pega no meu pé, é para que eu tome banho todos os dias, mas por ela, vale a pena. Ela me entende assim como eu a entendo. Quando um precisa do outro, sempre damos um jeito de nos encontrarmos. Cuidamos um do outro.

Durante essa semana, Maga e eu ficamos junto desde a escola até a volta para a casa, e por aí vai. Poderia ser considerado melação, mas mesmo quando éramos só amigos, já acontecia de ficarmos juntos, a diferença agora, é que andamos de mãos dadas e trocamos algumas caricias como namorados.

Os beijos e abraços ótimos são momentos maravilhosos, mas ainda, o melhor do nosso relacionamento são nossas conversas, que sempre foram as melhores, mesmo quando éramos só amigos.

Atualmente, nesse sábado de tarde, estava jogando um jogo de Dragon Ball que o Xaveco havia me emprestado. A Maga havia combinado de sair com a Mônica, para um momento “melhores amigas”, então aproveitei para fazer uma das coisas que eu mais amo, que é jogar.

— E agora, vou derrotar o boss final! E... – A campainha toca me fazendo soltar um grito de susto e derrubar o controle no chão.

Estava tão concentrado no jogo, que mesmo a campainha não sendo tão alta, tomo um tremendo de um susto. Depois que meu coração volta a bater normalmente, minha raiva surge por conta da queda do meu controle.

Indiferente de quem seja na porta, minha vontade é de dar logo na cara desse indivíduo que ousou atrapalhar meu jogo!

— Eu juro que se for o Cebola, eu vou arrebentar a cara dele! – Grunhindo ando até a porta da frente de minha casa.

Assim que abro a porta, fico surpreso por ver quem se encontrava ali.

— Cascuda?! – Digo surpreso, mas logo minha raiva volta por lembrar do motivo pelo qual terminamos. – O que você quer? – Pergunto irritado.

— Será que... posso entrar? – Pergunta ela e eu dou de ombros.

Não estava nem um pouco afim, mas tanto faz, quanto mais rápido ela ir embora, melhor será. Cascuda entra sem nenhuma cerimônia, e fica em pé na sala de estar.

— O que você quer? Não tenho o dia todo. – Digo batendo um dos meus pés no chão, simbolizando minha impaciência.

— Não se preocupe, é rápido o que tenho para te dizer.

— E então? – Arqueio uma sobrancelha.

De repente, ela avança em minha direção me dando um abraço forte enquanto derramava lágrimas em seus olhos, em um choro descontrolado.

— Por favor, Cascãozinho. Volta para mim!

— Eu... – Sou interrompido por ela.

— Não aguento ficar sem você! Todos os dias venho chorando em prantos, noites sem dormir. Estou quase entrando em depressão depois do término do nosso namoro. Volta pra mim, por favor! Me desculpa por aquilo, mas foi tudo porque eu te amo!

— Cascuda, tenta entender. – Digo, enquanto a afasto de mim. – Não dá mais. Simplesmente não dá. Vivíamos brigando, discutindo, e ficávamos dias sem nos falar. Sem contar que você não confia em mim. Um relacionamento requer confiança. E depois do que você fez, com aquele col... – Ela me interrompe no meio da minha fala, me agarrando e dando um beijo a força.

Realmente fico surpreso. Minha reação imediata foi de a empurrar o mais rápido que pude para me afastar daquele ser que se encontrava a minha frente.

— Você tá ficando louca?!! Que ideia é essa?? – Grito irritado.

— Eu só queria mostrar o quanto te amo! E principalmente, o quão quente posso ser para você.

— Então vai apagar seu fogo em outro lugar! Eu não te suporto mais! – Digo limpando a boca enojado.

— Aposto que sua nova namoradinha não te satisfaz como eu te satisfazia! – Alega ela me deixando com muito ódio.

— Pelo contrário! Ela me satisfaz sem precisar nem tocar em mim. Essa última semana que namorei com a Magali foi a melhor da minha vida toda! A Maga mostrou que é muito mais legal, compreensiva e menos interesseira do que você jamais poderá ser. Nunca mais vou te dar uma chance!!! Namorar você foi uma prisão e uma tremenda perda de tempo.

Cascuda começa a chorar e sai correndo de casa em direção à rua. Vejo, através da porta aberta, um carro vindo em alta velocidade de encontro a ela, mas a mesma não para de correr, a única coisa que escuto é o barulho de freada do carro, e então, o pior acontece.

— Cascuda!!!!! – Grito ao presenciar aquela cena.

P.O.V Dimitry Manfrini

Não consigo me esquecer do encontro com a Selene. Aquela vadia dos séculos passados! Nunca fui de usar um vocabulário tão baixo, mas com a Selene é impossível.

Selene é a típica mulher sedutora e deveras bonita, com seus cabelos escuros enrolados, um corpo perfeito, olhos claros e com uma postura que atrai qualquer um, mas como todos têm defeitos, os dela são os piores. Além de não ligar em matar humanos, seu coração é tão frio quanto sua pele, é manipuladora e quase sempre, consegue tudo o que quer. Se alguém se mete na sua frente, ela é capaz de arrancar sua cabeça em um piscar de olhos.

Pior do que ter a conhecido, é que foi justamente ela, quem me transformou. Sendo assim, temos uma ligação. Por mais que minha ligação deveria naturalmente ser maior do que a dela, o desejo dela de me “querer”, faz com que seu vínculo ultrapasse o meu.

Todos os séculos que passam, em algum momento ela aparece como se quisesse dizer: “Eu estou aqui! Você é minha propriedade. E mais cedo ou mais tarde você estará comigo.”

Consigo andar a luz do dia naturalmente graças a um anel enfeitiçado que ela me dera. Admito que ela havia me ajudado muitas vezes, mas também, em muitas outras milhares de situações demonstrou ser um monstro sem remorso.

Todos em que eu ousei me aproximar, ela mata, principalmente mulheres. O pior disso, é que eu nunca realmente quis me aproximar de alguém, ela que é simplesmente paranoica possessiva e obsessiva.

Tentei fugir dela por anos, mas a mesma sempre me encontra. Seria ótimo se eu, ao menos pudesse lutar contra ela, mas não é possível, pois ela é uma vampira muito mais antiga que eu, e anos para vampiros é o que o torna mais poderoso. Quanto mais velho, mais poder você possui. Eu não me surpreenderia se ela fosse uma das primeiras gerações de vampiros.

Confesso que se ela não fosse tão manipuladora e sanguinária, eu até poderia pensar em ficar com ela. Mas não! Ela nunca mudará e eu nunca irei quebrar meu juramento. Não por alguém como Selene!

P.O.V Selene Schlüter

Neste exato momento, estou devorando um mundano qualquer. Se eu me sinto mal? Não, não mesmo. Talvez minha antiga eu, pudesse sentir-se mal, mas ela morreu a muito tempo atrás.

— Meu Deus, me ajude... – Sussurra aquele humano, e eu solto uma enorme gargalhada.

— Tolo! Seu Deus não irá lhe ajudar! Ele não se importa com você. – Digo acariciando sua face amedrontada com um sorriso malicioso. – Onde eu estava mesmo? Ah, lembrei. – Sussurro e logo volto a sugar seu sangue.

*~~Flashback On~~*

Não o levem! Não o levem de mim, por favor. – Grito chorando assim que meu pai tira meu filho dos braços da minha mãe, o levando para longe, sem nem que eu, ao menos pudesse tê-lo pegado uma única vez em meus braços.

— Você nunca vai vê-lo! Ele não é nada para você, apenas esqueça desse erro! Uma filha de um grande homem, grávida sem nem ao menos ter se casado. Isso é inadmissível! – Diz minha mãe apertando os meus braços, me machucando.

— Esqueça aquele... Ele vai morrer! – Diz meu pai e eu sei de quem ele estava falando.

Ele iria matar o amor da minha vida..., o pai do meu primeiro filho...

— Não, por favor! – Imploro e recebo um tapa muito forte.

Tudo começa a girar e embaçar.

— Esqueça. Você nunca mais o verá! Nem ele! Nem seu filho!

*~~Flashback Off~~*

O quê? Como? Por quê?

Largo o mundano ainda vivo, quase caindo para trás. Eu nunca havia me recordado daquele dia antes. Lembro que a última vez que eu me lembrei, foi quando eu desisti de minha humanidade, sendo que isso foi há muito tempo atrás.

O cheiro de sangue misturado com a minha fúria me faz atacar aquele ser a minha frente, tirando sua vida definitivamente. Quando termino de beber todo o seu sangue, minha fome continua, parecia mais insaciável do que antes.

Me lembrar do passado só desperta minha ira guardada...

Só me faz ter mais fome ainda...

Saio dali usando minha velocidade vampírica em busca de outra vítima. Uma que talvez poderia me saciar, por enquanto.

P.O.V João Santos

Poxa, já é tarde! Desculpa, Seu Carlos, Dona Marizete, mas tenho que ir. – Digo me levantando do sofá sendo acompanhado por um casal de idosos que estavam conversando comigo.

— Obrigado por tudo, meu filho! Você foi um anjo que caiu do céu para nos ajudar. – Alega a mulher em frente a porta de sua casa.

— Use suas habilidades de forma segura! Não se exponha muito e nunca deixe o mundo te corromper. – Diz sabiamente o homem.

Após um leve aceno, viro as costas e parto em voo à minha casa. Após alguns dias testando mais e mais as minhas habilidades, parece que não havia limites ao que eu conseguia fazer. Basicamente todos os poderes que eu podia imaginar, eu possuía: voo, telecinese, materialização, força sobre-humana, controle sobre elementos, entre outros.

O casal de idosos que acabei de ajudar são, na verdade, eram dois moradores de rua que tinham uma comunidade no lixão, que totalizavam cerca de dez pessoas ao todo. A situação deles era tão crítica que decidi ajudá-los e, graças as minhas habilidades, fiz surgir uma casa em um local um pouco afastado da cidade totalmente desabitado para que as pessoas não estranhassem ou tentassem descobrir a razão de uma "super casa mágica" aparecer.

“Espero que aquela geladeira dê a eles mantimentos suficientes para que não passem mais necessidade nem por mais um segundo.” – Reflito em meus pensamentos.

Junto com a casa, também materializei vários móveis, sendo o principal deles, uma geladeira gigante que fornecia qualquer comida que eles quisessem ou pudessem imaginar. Afinal, era bem provável que eles vendessem a casa para ter dinheiro para comprar comida, e quando o dinheiro acabasse, eles voltariam a ter a mesma dificuldade de antes.

Em agradecimento, a dona Marizete me presenteou com uma roupa de cor amarelo-escuro com uma capa marrom que fica totalmente confortável ao meu corpo. Essa roupa tem na parte frontal da parte superior do traje um símbolo com as iniciais "JS" em tom azul em volta de um círculo avermelhado. O seu filho de sete anos que se chama Márcio, também me deu uma máscara preta de presente que escondia meu rosto, mas deixava meus cabelos ruivos a mostra.

Aproveitando que amei a roupa, parti já com ela para casa, pois assim, poderia sair voando por aí sem que ninguém me reconheça, afinal, estou totalmente diferente do meu habitual.

Esconder minha verdadeira identidade é algo necessário, pois quanto menor o número de pessoas saberem sobre meus poderes, melhor vai ser. Até mais seguro.

~~~~~*~~~~~

Estou sobrevoando lentamente o bairro do Limoeiro, mais especificadamente, algumas construções inacabadas que haviam perto da minha casa. O silêncio no bairro era tão grande que um grito de ajuda vindo de algumas quadras de distância de onde estava, havia chegado em meu alcance totalmente audível.

— Socorro! Me deixe em paz!!! – Grita alguém.

Ao longe, ainda em pleno voo, avisto duas pessoas: uma era um garoto baixo, moreno e de aparentemente dez a catorze anos, e a outra, era uma mulher bem bonita e muito atraente por sinal, de cabelos negros, aparentemente encaracolados, contudo, com uma pele bastante peculiar.

— Alguém me ajude! – Grita o garoto correndo da mulher, virando a esquina. Entretanto, a mulher, em uma grande velocidade, o alcança facilmente, logo o derrubando no chão para imobiliza-lo.

— Deixe-o ir, moça!!! – Grito voando em sua direção, logo pousando suavemente em terra firme.

A mulher vira o seu rosto de lado, me fitando fixamente. Agora que estou mais perto dela, além de notar uma pele que demanda um tom aparentemente cinzento, noto também, os seus olhos vermelhos. Isso causa um certo temor e intimidação a ponto de fazer qualquer pessoa se sentir incomodado com sua presença.

Ela... ela não parece ser uma humana comum.

— Não quero ter que machucar você! Vá embora e não perturbe o menino. – Falo colocando as mãos na cintura imitando uma pose de herói de quadrinhos.

Estilo nunca pode faltar, né?

Ela se levanta do chão, fazendo com que o garoto saia correndo desesperadamente, sumindo do meu campo de visão.

— Tudo bem. Apenas o menino não iria satisfazer minha fome mesmo. – Alega ela esboçando um sorriso vitorioso.

— Fome? Como assim? Você é uma canibal?! – Indago confuso.

— Quase isso... – Ela abre a boca revelando seus caninos que cresciam lentamente, tomando uma forma pontiaguda e com tamanho acima do habitual. Além disso, embaixo dos seus olhos, várias veias apareciam marcadamente num tom roxo escuro.

— N-não pode ser! Você é uma vampira??

Relembro de filmes de terror que eu havia assistido na minha infância. Drácula, Nosferatus, dentre outras figuras mitológicas. Eram horripilantes para mim e me tiravam o sono, ou por medo, ou tomavam conta de vários pesadelos que eu possuía em diversas noites onde ficava sozinho, sem companhia dos meus pais ou de minha irmã.

— Isso mesmo. Eu notei que você está longe de ser alguém comum... Você transmite algo diferente de qualquer ser humano que já ataquei. – Fala enquanto seus lábios são transpassados por sua língua totalmente vermelha. – Com toda a certeza..., hoje você será meu jantar!

Ela pula rapidamente em minha direção, contudo, em um ato de reflexo, dou um salto para trás. Começo a flutuar por alguns metros acima do chão. Me olhando com uma expressão de surpresa, ela logo me questiona:

— Impossível! Você pode voar?

— Admito que se fosse a alguns dias atrás. Com certeza absoluta, eu já estaria vegetando nos seus braços por perda de sangue. Porém... – Aponto com o dedo polegar esquerdo a meu rosto. – Eu sou o grande JS!!!

— Como é? – Pergunta ela confusa.

— "JS". – Falo mostrando o símbolo estampado em minha camisa – Não sabe ler não, vampira boba?!

— Você não passa de um bebê que acha que brincar de herói é legal. Aliás! Não fique se gabando. Você não é o único que pode voar aqui.

A vampira tira sua jaqueta de couro preta que cobria a parte superior de seu corpo, ficando apenas com uma regata que deixava à mostra, seus braços. Repentinamente, em suas costas, se materializa duas asas negras, que lembravam muito a asas de morcego.

— Droga... – Sussurro temeroso. Por essa eu não esperava...

— Parece que terei que lutar por minha caça hoje... É até mais... e-x-c-i-t-a-n-t-e. – Diz ela falando a última palavra pausadamente.

A vampira parte para cima de mim, me acertando um soco forte no estômago com seu braço esquerdo seguido de um golpe no lado esquerdo do meu rosto com um chute usando a perna direita. Tendo como resultado, eu acabo parando longe, devido ao impacto de seu chute.

Me recomponho pairando no ar, logo ao abrir olhos a vejo vindo novamente em minha direção, me acertando um chute duplo na minha caixa torácica, fazendo com que eu caia no chão com um impacto forte devido a rapidez da queda.

Solto um gemido alto de dor, mas logo me recomponho massageando meu peito com as duas mãos levemente ofegante.

— Já está cansado? – Pergunta ela de braços cruzados a alguns metros de distância do chão.

— Isso não doeu muita coisa! – Afirmo me levantando. – Admito que você briga muito bem, mas não ache que me vencerá com tão pouco!

Agora, partindo para o ataque numa extrema velocidade, tento a atingir a atacando com vários socos em direção ao seu rosto, mas todos são bloqueados ou esquivados com certa facilidade.

— Minha vez..., novamente! – Exclama com um sorriso debochado.

A vampira me agarra pelo pescoço com sua mão esquerda e me acerta vários socos na boca do meu estômago, me fazendo tossir saliva como consequência dos golpes. Entretanto, revido dando nela um chute horizontal que acerta fortemente seu queixo a fazendo voar a alguns metros acima.

— Toma isso! – Exclamo.

Juntando as palmas das minhas mãos, concentro uma energia amarelada em forma de esfera com um tamanho considerável que vai em direção retilínea a ela. Ao atingir seu corpo, causa uma leve explosão concentrada.

Após a fumaça se dissipar, eu a vejo ainda flutuando no ar, com alguns rasgos em sua camisa, o que revelava partes de seus seios. Acabo virando o rosto para o lado envergonha, e ela logo percebe.

— O que foi? Gostou do que viu, né? – Após dizer isso ela ri e balança seus seios com as suas mãos. Acabo fechando os olhos de constrangimento. – Se você quiser..., pode mexer neles. – Diz ela com um sorriso malicioso.

— F-fica quieta, sua vampira boba! – Gaguejo. Estendo minha mão direita e materializo suas roupas ao normal novamente. – Você não vai me seduzir!

— Você é realmente forte e bem poderoso, garoto. – Admite ela flutuando no ar, abrindo os seus braços. – Me diga, o que acha de se unir a mim e ser meu escravo? Posso te transformar em um vampiro, e com toda certeza, seus poderes aumentariam muito devido a mutação. Eu faria alguns de seus prazeres também...

— Agradeço a oferta, mas saiba que nunca vou me unir a você! Não me agrada nem um pouco a ideia de ter que matar para sobreviver.

— Ah, vai sim! Esses seus poderes me serão muito úteis para que eu não sinta fome nenhuma vez mais!

Ela logo desaparece da minha vista, aparecendo repentinamente atrás de mim, me dando um forte abraço por trás me apertando com seu braço esquerdo e suas duas pernas.

— Droga! Me solta seu monstro!!! – Tento me debater, mas é impossível, sua força física era superior à minha.

— Seu cheiro é tão bom... – Sinto seu outro braço empurrando minha cabeça de lado. – Agora você é meu, jovem herói!

Sinto seus dentes penetrando a pele do meu pescoço causando uma dor imensa em meu pescoço, logo tomando todo meu corpo. Várias imagens vinham em minha mente dos medos que eu possuía em minha infância a respeito de vampiros, mas a verdade é que agora eu sou um herói! Não preciso mais ter medo.

Eu posso vencê-la!!!

Após alguns segundos sugando meu sangue, ela desce ao chão ainda me segurando. Ao aterrissar ela joga meu corpo ao solo.

— Logo, sua transformação vai ocorrer. E você vai ver o quanto é bom ser alguém maligno.

— Olha, tenho que te agradecer. Você me ajudou a superar um medo de infância. – Falo a ignorando e me levantando com um certo esforço do chão onde estava deitado.

— Do que você está falando?

— Admito que a mordida que você me deu foi realmente dolorosa, mas saiba de uma coisa... – Lentamente coloco minhas mãos em lados diferentes do meu pescoço. Um brilho nelas ocorrem, causando uma repentina cura. Sinto toda a dor passar em segundos, voltando a minha força ao normal. – Você não sabe nada sobre mim.

— Mas..., mas...

— Você não vai me transformar em um vampiro nem com quinhentas mordidas, sua "vampirada"! – Falo mostrando a língua em tom de deboche.

— Ora, seu!!!

Vejo seus punhos cerrarem, sua fúria expressada em seu rosto transbordar em um ódio forte sobre mim.

— Já que não posso te transformar. Vou te matar!!! Sugarei seu sangue até a última gota!

— Não desta vez! Eu não estava conseguindo me concentrar por medo de enfrentar cara a cara algo que me atormentou muito no passado, mas agora, eu vou te enfrentar usando todo o meu esforço!

— Você acha mesmo que depois da surra que acabei de te dar, você pode me vencer?

— Eu posso! E irei!!!

Ela vem a toda velocidade em minha direção, porém, em minha frente, materializo várias facas apontadas em sua direção, logo as lanço diretamente em seu corpo, fazendo com que a maioria delas atravesse seus braços, tronco e pernas. Porém, não fiz nenhuma faca atingir seu rosto.

Admito que odiei fazer isso, mas ela está tentando me matar e com certeza, é uma ameaça em potencial a esse bairro, então farei com que ela morra aqui, rapidamente.

— É o fim. – Falo estendendo a mão, reunindo novamente uma boa quantidade de energia. Logo ela começa a rir descontroladamente. – Do que você está rindo? – Pergunto intrigado.

— Você não conhece nada dos vampiros, garoto. Nós não podemos morrer de forma alguma!

De algum modo, as facas que estavam cravadas em seu corpo começam a virar fumaça, e posteriormente, suas feridas acabam cicatrizando.

— Você acha mesmo que iria conseguir me derrotar assim?

— N-Não pode ser...

Eu não imaginava que vampiros fossem imortais! Sabia que eles eram bastante resistentes, mas... não a esse ponto...

Selene rapidamente vem em minha direção me atacando com suas unhas enormes e afiadas que acabaram de surgir. Ela era tão rápida que eu não conseguia desviar, apenas me fazia recuar tropeçando em minhas próprias pernas.

Vejo seus dentes afiados surgirem maiores, e possivelmente, mais fortes do que antes, junto de seus olhos horripilantemente sombrios que ficavam mais escuros, num vermelho quase preto.

— Ainda não terminei... – Sussurra ela me fazendo cair no chão.

Sinto suas unhas fincarem nas minhas coxas me puxando e me arrastando pelo chão. A dor era insuportável, mas eu não me deixaria abater. A empurro juntando minhas forças a fazendo soltar as garras, porém, ela ainda estava de pé, parada a mínimos metros de mim. Agilmente curo minhas pernas para me levantar em sequência.

— Agora, garoto tolo! Testemunhe a real força de uma vampira original! – Ao pronunciar essas palavras, ela coloca seus braços horizontalmente na altura de sua cintura.

Uma aura escura começa a emanar de seu corpo, fazendo que leves tremores ocorram na rua. Logo, ela estende a palma de sua mão direita com o polegar flexionado, fazendo com que três esferas de energia de tom cinza apareçam.

— Morra!!!

As três esferas vêm em minha direção se fundindo em apenas uma bola de energia de tamanho imenso. Não vendo outra saída, seguro com as minhas duas mãos. Ao entrar em contato com aquela enorme esfera fundida, sinto que a energia tem uma temperatura muito alta, capaz de queimar facilmente a mão de qualquer ser humano comum.

— Idiota! Isso não é energia comum!!! – Grita a vampira.

A esfera que eu estava segurando logo vai se espalhando por minhas mãos, tomando conta de meus braços, de todo meu corpo. Lentamente sinto meu corpo ficar pesado. Logo caio de joelhos no chão, apenas escutando a risada maléfica que vinha da monstra que estou enfrentando.

— Sua louca, o que... pensa que está fazendo? – Pergunto ainda tentando lutar com a pressão que tomara conta de meu corpo.

— Essa é uma bola de energia telecinética, gatinho. – Mesmo sem conseguir abrir os olhos, ouço os passos que indicam a aproximação da vampira. – No fim das contas, você foi um tolo ao achar que poderia segurar essa energia com as mãos nuas. Fiz exatamente com que ela tomasse uma forma física, para que você não desconfiasse da habilidade que poderia haver nela.

Apesar de estar preso, ela acaba de me dar uma pista do que posso fazer para me livrar de seu poder mental.

— Ora. Quer dizer que essa energia é apenas poder telecinético? Azar o seu! Eu também possuo tal habilidade! – Grito.

Concentrando a força que vinha de minha mente, espalho aos poucos uma energia dourada que circula em totalidade o meu corpo, permitindo que eu me levantasse com bastante dificuldade. Todavia...

— Azar o meu? Minha força mental ainda é superior à sua, "Grande JS". – Diz ela debochando.

Admito que ela tinha razão. A telecinese que eu possuo, apenas me faz capaz de ficar em pé em sua presença, mas se continuar assim, com toda certeza ela vai me derrotar, mais cedo ou, mais tarde.

— V-você não me deixa outra escolha... – Com muito esforço, sentindo minhas veias braçais saltarem do meu corpo ao estende-las na direção da vampira, concentro toda minha força restante para executar uma habilidade que havia testado a algum tempo atrás.

— O que está murmurando, gar...

Sua atenção é desviada quando desdobramentos espaciais aparecem em seu lado fazendo com que seu rosto tenha um leve temor. Logo, a parte inferior de seu corpo vai tomando aos poucos uma forma mais transparente, fazendo com que a energia que estava me prendendo se desfizesse e a expressão de medo tomasse totalmente conta de seu ser.

Avanço em direção a ela enfiando minha mão em seu coração, atravessando sua pele e ossos. Esse contato, além de me fazer sentir seu coração, me fez me ligar a ela, ao ponto de conhecer sua vida inteira desde seu nascimento. Como se não bastasse, eu volto em uma memória especifica em que eu conseguia sentir ter um efeito maior. A trago a sua mente a fazendo recordar.

— Não! Essa memória não! – Grita ela. Sua voz tremia, não de desespero ou medo, mas sim de tristeza.

A lembrança que a mais machucou. O dia em que o seu primeiro filho foi arrancado dela, sem ter tido a menor chance de tê-lo segurado. O dia em que ela perdeu seu primeiro amor. E principalmente, o dia que a mudou por completo!

Confesso que aquilo mexeu comigo, mas não me deixei a abalar. Mesmo aquilo, não justificava sua maldade. Soltei seu coração me afastando dela para poder dar meu próximo ataque. Um ataque muito mais poderoso!

— O que você está fazendo??? – Pergunta gritando desesperada, olhando em minha direção.

— Vocês vampiros podem ser imortais, mas ainda são seres vivos, e todo ser vivo um dia nasceu. Simplesmente estou alterando o tempo e o destino que fez surgir você, interferindo no tempo passado e fazendo com que seus pais nunca tenham se encontrado, e consequentemente, você nunca tenha sido gerada. – Explico. – Quando isso acabar, ninguém vai lembrar de você. Todas suas maldades serão desfeitas, e provavelmente, todas as vidas que você ceifou, possam viver livremente em qualquer ano do século passado, ou até mesmo do presente.

Descobri que podia modificar o destino de tudo que existia na Terra. Ao notar que, da mesma forma que podia fazer objetos aparecerem do nada, conseguiria fazer com que eles nunca tivessem existido também. Admito que essa é a primeira vez que testo isso em um ser vivo, ou sei lá o que essa coisa possa ser.

— Por favor, pare! – A vampira implora. Estava ficando totalmente louca ao perceber que metade de suas pernas já estavam desaparecendo.

— Agora é tarde para se desculpar. Eu detesto vampiros! Com certeza, se você não tentasse atacar a mim ou aquele garoto indefeso de antes, eu poderia pensar em seu caso.

— Eu prometo que nunca mais cruzarei seu caminho ou de seus amigos! Juro. – Ela junta as palmas de suas mãos e abaixa a cabeça fazendo sinais de promessa. – Eu sou um ser vivo e preciso de sangue para sobreviver, assim como animais carnívoros precisam de carne para sustentar a si e a seus filhotes... Faz parte do que sou...

— Eu...

— Se você quiser..., eu prometo que me alimento apenas de animais selvagens! Mas por favor, não desfaça o meu nascimento!!!

De fato, ela tinha razão. Apesar de ela ser de uma natureza maléfica, ela provavelmente faz isso apenas para sobreviver. Com certeza, se eu a destruir, aqui e agora, várias vidas poderiam voltar a existir em diversas partes do tempo, e incontáveis vidas futuras seriam preservadas, ou ainda, não seriam contaminadas por essa espécie de transformação vampírica.

Mas era realmente o certo?  Alterar a seleção natural das coisas..., apenas por medo?

A minha consciência fala que sim. Contudo, meu coração fala para deixá-la em paz.

Droga! Como eu te odeio coração!!!

Juro que se me arrepender, vou te tirar e colocar um coração novo!

— Está bem. – Falo serenamente.

Seu corpo rapidamente volta ao normal, e ela cai, de joelhos perante a mim. Chego em sua frente e a alerto:

— Vá e nunca mais ataque pessoas inocentes, Selene. Caso eu saiba que matou alguém apenas por puro prazer, eu a caçarei. E dessa vez, não a perdoarei.

— Como você sabe meu nome? – Pergunta ela se levantando.

— Dei uma lida em sua mente. Perdão por invadir sua privacidade... – Respondo coçando a cabeça levemente envergonhado.

Vejo ela vir em minha direção, porém, não esboço nenhuma reação por não pressentir perigo vindo dela.

— Obrigada pela luta. Faz tempo que não me divertia tanto. – Selene sussurra em meu ouvido. – Quem sabe um dia não nos vemos novamente e fazemos outras coisas. – A vampira dá uma leve risada. Depois que ela passa por mim, escuto o som de seu voo.

Tudo o que precisava agora era ir para a casa...

Parece que minhas forças estavam totalmente esgotadas.

Não estava preparando ainda para usar poderes tão complexos quanto os que usei hoje. E pela primeira vez..., o grande JS salvou o dia, ou melhor, à noite!

— Eu sou o melhor!!! – Grito alegremente, comemorando.

Faço um sinal de paz e amor em direção aos céus em um ambiente praticamente deserto e nada iluminado.

Hoje foi um dia e tanto!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até o próximo!



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