Mais uma chance escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 7
Sete




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—Eles já estão prontos para voltarem a  tocar?

—Mais do que nunca, Julie. - Daniel falou sério.

—Então está confirmado.

—ótimo, vou avisar o dono da loja e a assessora da banda para divulgação. E julie….

—Sim, Daniel?

—Boa noite.

 

Daniel desligou o telefone com um sorriso triunfante no rosto. Ele tinha beijado Julie. Ele estava namorando Julie. Ele era tão vivo quanto Julie.

RIndo para si mesmo, ele se virou e deu com Martin, Félix e Klaus olhando para ele.

—Tem alguma coisa no meu rosto? - Ele perguntou irônico.

—Um sorriso de orelha a orelha. - Klaus respondeu, rindo do adolescente.

—Não vai contar o que aconteceu para a gente? - Félix se indignou. - A gente não ouviu você suspirar por meses para ago…..

—Nós vamos ter um show na semana que vem, Julie acabou de confirmar. - Daniel distraiu os amigos. Sabia que eles perguntariam detalhes e não estava a fim de falar tudo na frente de Klaus.

—Pensei que Julie estivesse na semana de provas. - Klaus não entendeu muito bem.

—Bia disse que as provas acabam na quarta, então será que dá para tocarmos no sábado? - Martin perguntou. - O que foi? Nossa assessora também está em época de provas!

—Se não vai afetar a vida escolar de nenhum de vocês, por mim está ótimo. Vou até marcar na agenda e começar a divulgação. -  Klaus avisou enquanto ia até atrás do balcão e anotava em sua caderneta.

—Ah, vida escolar….. - Félix engoliu em seco. - Daniel, acha que consegue me ajudar com física nesse final de semana? Se adiantarmos as matérias vamos conseguir tempo livre para ensaiarmos.

—Ainda pensando nisso, Félix?

—A culpa não é minha se nosso antigo professor me perseguiu durante todo esse tempo!

—Félix, já se passaram 30 anos. Precisa tirar esse trauma. - Martin se preocupou com o amigo. - Não pode ter medo de assombração se até uma semana atrás você fazia o mesmo.

Com uma careta, Félix deixou seu tronco se curvar, passando as mãos pelos cabelos preocupadamente.

—Rapazes, já deu a minha hora. Tomam conta da loja? - Klaus percebeu a deixa para se retirar, vendo que os três adolescentes tinham muito o que conversar. - O telefone da minha casa está na agenda telefônica e os colchões estão no quartinho lá de trás.

—Pode deixar, Klaus! - Martin seguiu o mais velho até a porta e a trancou, escondendo a chave atrás do balcão.

—Agora, Daniel, pode nos dizer o que aconteceu de fato?- Martin colocou o amigo contra a parede. - Eu e Félix mal conseguimos estudar de tão ansiosos sobre o encontro de vocês dois!

Daniel abriu um sorriso imenso, se perdendo nas lembranças.

—Pela a sua cara rolou, não foi? - Félix riu da expressão sonhadora do amigo.

—Queremos detalhes! - Martin se animou.

—Aonde vocês foram?

—Nós ficamos andando por aí, sem ter um rumo certo, até que acabamos na praça onde gravamos nosso primeiro clipe.

—E…..? - Félix estava ansioso.

—E aí que ela me perguntou sobre como foi renascer e o nosso primeiro dia de aula.

—E…..? - Martin estava angustiado.

—E aí que eu também perguntei sobre o dia dela, e descobri que o panaca do Nicolas foi vestido de cavaleiro medieval para a escola e se declarou para Julie. - Ele fechou o rosto.

—Você não tinha cuidado para que ele não fizesse isso?

—Eu pensei que tivesse sido bastante claro, mas ele fez justamente o contrário, e até disse que não tinha medo de fantasma nenhum! Sorte que ela ou não ligou ou não percebeu essa parte. E depois disso tudo, ele ainda tentou beijar ela!

—Uhhhhh…. -  Félix foi enfático sobre seus sentimentos. Todos eles sabiam sobre o Nicolas123, então saber que ele havia tentado beijar Julie justo quando Daniel havia voltado era…. Decepcionante. - Então não aconteceu nada entre vocês dois?

—Eu tive essa mesma reação quando ela contou, ainda mais por ele ter insinuado ter sido assombrado por um fantasma e se ela ligasse A com B descobriria que eu era o único de nós três capaz de fazer isso. Mas aí ela disse que empurrou ele porque….

—Porque….? - Os dois perguntaram juntos.

—Porque eu estava vivo. - O sorriso voltou ao rosto de Daniel. - Aí eu beijei ela.

Félix e Martin gritaram juntos, pulando para cima do guitarrista. Eles estavam em frenesi pelo amigo finalmente ter beijado a garota que gostava, gritando em seus ouvidos felicitações.

—Mas e aí, foi só isso? - Martin se lembrou.

—Não, eu pedi ela em casamento. - Daniel disse sério, ouvindo um grito esganiçado de Félix.

—Como pe que é? Daniel, eu sempre soube que você era emocionado, mas…. 

Daniel desatou a rir dos amigos.

—Vocês…. Vocês precisavam ver… Ver a cara de vocês! - Daniel falou com dificuldades pela risada. - Não sou louco desse jeito! Mas pedi ela em namoro.

—E ela?

—Disse que por ela já estávamos namorando desde que eu voltei a respirar.

Os três se calaram pela profundidade da frase, logo voltando a gritar feito meninas em seguida, pulando em cima do amigo.

***

Já passava das nove da noite e como não havia uma televisão ou celular no ambiente, os rapazes já estavam deitados em suas camas improvisadas, prontos para dormirem. Daniel ria para a escuridão, não querendo que o dia acabasse.

—Foi do jeito que você esperava, Daniel? - Félix perguntou, vendo Martin virar para o outro lado, já dormindo.

—Foi melhor. Sabe, eu já tinha segurado a mão dela quando era um fantasma, mas tendo matéria é tão…. Diferente. Cara, eu consigo sentir o calor dela,consigo abraçar ela. E o beijo…. - Daniel fechou os olhos, suspirando. - Nunca pensei que sua boca pudesse ser tão macia….

—Acha que o namoro de vocês pode afetar a banda? Caso vocês briguem algum dia.

—Não posso prever isso, Félix, mas eu espero de coração que não. Mesmo que aconteça alguma coisa eu espero que mantenhamos o profissionalismo. O ABBA mesmo era formado por dois casais que depois se separaram mas continuaram juntos.

—E você vai fazer questão de aparecer para o Nicolas agora? - Félix tinha um sorriso zombeteiro nos lábios.

—Agora não, mas um dia com certeza. - Daniel compartilhava do mesmo sorriso.

Ele detestava o Nicolas123.

***

—Você não me falou mais nada depois do sms de ontem, Julie. - Bia colocou a amiga contra a parede no intervalo do dia seguinte.

—O que aconteceu ontem? - Shizuko perguntou sem entender.

—O Daniel me chamou para sair. 

—O guitarrista da sua banda?

—Ele mesmo.

—Que fofo, não sabia que vocês tinham um lance.

—Nunca tinha percebido os dois no show? Era gritante a química entre os dois! - Bia se distraíu do foco principal.

—Não… eles estavam sempre de máscara, não dava pra notar muita coisa assim… Parando para pensar agora, como eu consegui beijar o Martin se nem vi o rosto dele?

—Você fez o quê?! - Julie se assustou.

—Beijei o Martin na festa de aniversário do Valtinho.

Julie ficou em alerta. SE SHIZUKO TINHA BEIJADO UM FANTASMA, PORQUE ELA TINHA RELUTADO COM DANIEL?!

—Não conta nada para ele não, mas ele beija muito mal. Foi a minh apior decisão na festa.

—O Maritn?! - Julie desatou a rir. -Vai ver foi muito tempo na seca. - Julie tentou defender o amigo e seus 30 anos sem beijar.

Mas ela não sabia sobre Débora.

—Ah é? E o Daniel? - Bia foi certeira.

Julie segurou o riso e olhou para o chão, antes de declarar:

—Ele beija bem. - Ouvindo os gritinhos das suas amigas.

Bia queria surtar ainda mais por saber de todo o histórico, mas teria de se contentar até chegar em casa.

—Só bem? Só isso?!

—E a barba dele faz cosquinha.

—Ele tem barba?! - Shizuko se espantou. - Quantos anos eles tem mesmo?

—Daniel e Félix tem 17, Martin que tem 18.

—E foi só um beijinho mixuruca? Julie, eu mereço saber! Não passei todos aqueles ensaios segurando vela a toa!

—Não foi só um, nem foi mixuruca! Foram o quê? Uns cinco e mais um pedido de namoro.

Bia e Shizuko se entreolharam e gritaram de felicidade, atraindo atenção para elas.

—Bia, meu amor! O que aconteceu? - Valtinho se aproximou e abraçou a garota.

—Nada não, Valtinho! É segredo da Julie.

—Não é bem um segredo, Bia.

—Se não é um segredo, você pode me contar, não é?

—Valtinho, deixa de ser fofoqueiro!

—Olha só Julie, se você me contar, eu conto que o Nicolas ficou muito triste com o que não aconteceu ontem e ficou me perguntando se ele entendeu tudo errado entre vocês.

—Valtinho, você já contou. - Shizuko falou o óbvio.

—Então, agora você precisa me contar sobre o que estavam falando!

—Valtinho! - Bia o repreendeu, envergonhada.

—Foi mal, Valtinho. Não vai rolar. - Julie decretou. Ela não via problema nenhum em contar para o garoto, mas sabia que ele daria com a língua nos dentes e contaria para Nicolas que a julgar pelo o que ele dissera, estava bastante triste com a situação.

Julie deixaria quieto por enquanto.

 


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