A Última Dança (Em Hiatus) escrita por LittleBlack


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores, como vocês estão?? Com muito carinho e amor eu venho postar esse capítulo, que é muito importante para a Mirabella... boa leitura :)



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Agradeci mentalmente por não estar coberta de maquiagens, o relógio marcava as 2:30 da manhã, já não conseguia mais dormir por conta daquela maldita lembrança, calcei minha pantufa e logo me pus de pé, analisei o quarto, os estilhaços do que antes era um vaso de flores ainda continuava no chão, respirei fundo e mais tarde eu me desculparia com alguém; no mesmo instante escutei um barulho vindo do banheiro, contive o grito e me forcei a dar alguns passos a frente. Nos primeiros jogos vorazes era comum um tributo matar outro antes de tudo começar, mas agora está nas regras, impossível algum tributo querer me matar, justo eu. Tentei respirar, mas a adrenalina pulsava em minhas veias para continuar andando. Talvez se não tivesse sido tão egoísta com Ethan ele poderia estar do meu lado para me proteger, como ele tinha prometido.
   — Mira — era a voz de Ethan, e relaxei no mesmo instante.
   Ele saiu do banheiro com o braço machucado, um rastro de sangue se intensificava a cada passo que dava, arregalei meus olhos, tentei me mover para ajudar ele, mas não conseguia, como se meu cérebro não entendesse a urgência de eu ir ajudá-lo.
   — O que você está fazendo aqui, Ethan? — perguntei, ele estava perdendo muito sangue.
   — Vim te ver, Mira.
   — Ethan, você está machucado — dessa vez consegui agir, ele soltou uma risada rouca mas mesmo assim peguei a toalha próxima — o que você fez? Ou alguém fez isso com você? Me fale logo, eu não vou esperar até os jogos para matar quem quer que seja
   — Eu quebrei a sua janela — ele me segurou, e eu o observei, mesmo com dor ele estava com a expressão tranquila e o sorriso no canto de seu lábio surgiu — com o meu braço, ninguém fez isso comigo, ah não ser você mesma que quer me deixar doido do outro lado da porta trancada por horas e sem dar sinais de vida.
   Por um momento eu tinha esquecido do meu ataque de fúria na noite, mas Ethan tinha feito o favor de me lembrar, revirei os olhos e deixei ele para trás, enquanto fui até a sacada a fim de ele não me perguntar mais sobre. Treinamentos era uma coisa que eu sempre me dediquei, fui a melhor, com pontuações acima da maioria, quando eu não era julgada por isso eu era invejada, e sempre amei ser o assunto nas principais fofocas, aliás eu me esforçava para estar ali, e ninguém sabia o que eu fazia para isso. Meu pai sempre desejou muito do meu irmão, e ele não dava a mínima, e então pela primeira vez na vida eu seria notada pelo meus pais, não queria mais ser vista como a princesa sem idade para entrar na academia; não me importei em sair na calada da noite com dinheiro na mão e ir em busca do melhor treinamento do distrito 2, Drusus apareceu e então tudo aconteceu.
   Senti uma mão no meu ombro, não tinha percebido que as lágrimas tomavam conta do meu rosto, respirei mais uma vez, lembrei que a capital ainda não estava acordada para ver a Mirabella Snow ser uma garotinha mimada e chorona, e eu agradeci por isso.


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   — Ethan pare com isso — falei, após ele verificar pela décima vez o relógio — Ela acabou de entrar, e você vai se sair ótimo, sabe disse não sabe?
   — Você é incrível Mira — ele disse se aproximando de mim e colando os seus lábios nos meus.
   Eu deveria me manter calma e apaixonada; mas questionava a real intenção daquilo, ele agia como se fosse tão natural, quando chamaram o nome dele senti uma parte de mim ser levada junta, olhei diante dos reflexos e me vi corada, ótimo, agora era motivo para estar naquelas fofocas já que os tributos me olhavam fixamente. Observei cada um ali, e a minha expressão arrogante apareceu deixando de lado a menina apaixonada, aquilo realmente não era ensaiado; eu simplesmente não conseguia sentir compaixão por nenhuma delas, e tive que conter o riso por pensar no que aconteceria na arena.
   Quando dei por mim, meu nome já ecoava pelo local, fui cantarolando até a porta de metal se abrir, revelando um local de treinamento igual aos outros, a única diferença era a plateia no camarote, eles observavam cada passo que eu dava, e então me lembrei das dicas dadas pelos mentores, “deem um motivo para que você possa ser temida”, sabia que isso era contra as regras criadas por Ethan, mas ele não tinha me falado o que iria apresentar, então pela primeira vez na vida eu deveria ser apenas aquela garota que fez de tudo para chamar a atenção da capital.
   Vendei meus olhos e tateei as adagas que estavam na mesa, com firmeza segurei elas e dei alguns passos a frente, uma dança milimetricamente ensaiada, escutei as máquinas fazendo os seu dever e ligar os meus alvos, o farfalhar dos passos atrás de mim era o maior erro ali, com a destreza de um gato lancei a primeira adaga e antes mesmo que pudesse me recuperar lancei outra a minha frente, aquela sensação de estar sendo rodeada me preencheu por inteira e logo joguei as adagas restantes no chão, o robô estava a três passos a minha frente, era possível ouvir as engrenagens funcionando, corri em sua direção; A capital ainda não tinha a tecnologia avançada que Drusus tinha, eu estava preparada para dar o golpe final quando escutei os aplausos. Isso foi ao mesmo tempo frustrante e humilhante.
   Tirei a venda, e os observei comentando, já estava ficando com raiva de cada um ali, primeiro por não me deixar terminar e o segundo por apoiar essa causa ridícula que era o jogos vorazes; senti uma tristeza incontável assim que fui liberada, se eu realmente ganhasse os jogos eu iria me tornar um deles? Onde não se importam com o sentimento de dois tributos apaixonados. Balancei a cabeça a fim de esquecer esse pensamento, fui criada assim, e nada e nem ninguém me mudaria; Eu ganharia os jogos, viveria na capital e seria feliz. Mas eu já não estava mais acreditando nessa mentira.
   Depois do meu ataque furtivo de fúria e do aparecimento repentino de Ethan na madrugada, permiti fazer uma das únicas coisas que jurei nunca fazer, viver em uma máscara, talvez sempre tenha vivido em uma, porém eu estava cansada demais para dar satisfação de tudo, aliás o peso dos jogos vorazes começava a se desequilibrar me trazendo um medo constante da morte. Incrível como em poucos dias o desespero mudou abruptamente vindo junto da realidade. As pessoas viviam com diferentes condições para no fim todas morreram de formas tão humilhantes, como eu pude desejar uma realidade dessas a mim? como eu pude ser tão sonhadora a ponto de acreditar que sairia com vida desse abatedouro? Balancei a minha cabeça para esquecer tudo aquilo, e coloquei a minha máscara da menina que não tinha medo dos jogos e nem de nada.
   Entrei no elevador e desejei que aqueles segundos se passassem iguais a uma eternidade, mas tinha sido rápido demais, abri a porta e para a minha felicidade os mentores ainda não estavam na sala, mas Ethan estava, ainda tinha conseguido sorrir, mas sabia que nunca tinha sido boa o suficiente para mentir meus sentimentos, ainda mais para ele.
   — Exagerei — eu sabia muito bem sobre o que ele estava falando, então dei um sorriso discreto com muitos significados, e sem dizer mais nada sai — não faça isso Mira.
   Nesse momento minha vontade era de ser a pessoa mais insensível, mas eu já tinha sido assim e não conseguiria agir assim com ele mais uma vez, só não sabia ao certo o motivo.
   — Converse comigo, por favor — implorou no meio de um sussurro.
   — Ethan, conversar não vai ajudar em nada agora, a cada dia que passa me sinto mais próximo de um abismo, fiz diversos planos para estar aqui, para ser a herdeira perdida, atenção era o que eu mais desejava, conseguir tudo, mas e agora? Perdi tudo, vou morrer naquele banho de sangue, as pessoas me odeiam. Eu vivia em uma hierarquia que nunca existiu e não vai me ajudar agora — cada palavra era como se eu me livrasse de um peso em minhas costas.
   — Eu já disse que você não vai morrer Mira.
   — Você não pode me prometer isso, Eth — ele se aproximou de mim e entrelaçou a sua mão na minha.
   — Posso e já prometi!
   — Não, não pode, você tem alguém por quem lutar, você tem um motivo para sonhar todos os dias, se eu sair daquela arena com vida, vou ser massacrada pelas coisas terríveis que fiz, não tem lugar para mim aqui. Eu sou a pior pessoa no mundo, desejei a morte de cada um dos distritos, tenho o sobrenome Snow e não tem como eu conseguir ser feliz sendo que uma parte de mim morreu na arena! Simplesmente não posso mais Ethan.
   Dessa vez ele não me impediu de ir, cheguei no meu quarto e encontrei Alaina e suas duas assistentes Venília e Lícia, e agradeci mentalmente por elas estarem ali. E novamente aquela preparação para o público começou, mas dessa vez era uma verdadeira despedida.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam??? Uma pergunta que não quer calar, o que será que o Ethan vai dizer?? Ou ele não vai dizer nada?? Agora como uma boa autora eu quero saber de vocês sobre ter uma capítulo com o ponto de vista do Ethan, o que vocês acham?
Comente bastante pois assim me incentiva a escrever cada ver mais... amo vocês :)



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