Problema complicado, solução simples escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a AnneSalvatore e ThaísRomanoff pelos comentários no capítulo anterior!
Espero que gostem!



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"Tira uma foto comigo, por favor?"

Julie deixou a garota passar o braço pelo dela enquanto sorria para o telefone. Nas primeiras aulas, ela sentira o olhar de inúmeras pessoas, curiosas e eufóricas, mas caladas. Ela notara o olhar repulsivo que Carrie lhe direcionou, mas àquela altura, que diferença fazia? Nick manteve a sobrancelha erguida enquanto resolvia as equações expostas na lousa. Julgando pelos erros e rabiscos, a concentração estava baixa. No laboratório, o professor dera uma segunda olhada quando ela respondeu à chamada.

"O que raios está acontecendo?", ela perguntou a Reggie, depois de expulsar da bancada um trio de meninos que tiravam fotos com ele.

"É ela?", perguntou um deles.

"Bem, é...", Reggie gaguejou.

"É ela! Pessoal, a garota da foto está aqui!"

Os alunos abandonaram as coisas com as quais deveriam se ocupar para pedir fotos. As pessoas enfim começaram a falar e não pararam. O senhor Banner teve que enxotar cada um dos estudantes para que Julie e Reggie pudessem sair. Caminharam de braços dados até a mesa de Flynn, que já tinha bandejas para eles.

"O que você sabe que nós não sabemos?"

"A foto foi realmente um sucesso", ela disse, os olhos fixos no computador. "Posso postar o vídeo quando ficar pronto? Luke e Alex já deixaram."

"Por mim, tudo bem", Reggie acenou para alguém na fila.

Julie concordou, sorvendo um pouco do suco.

No caminho para a aula de Geografia, a primeira menina pediu uma foto. Assim que seu pé cruzou a soleira da porta, Flynn avisou que o vídeo estava disponível no YouTube. Julie enviou cinco corações.

Está se empenhando muito e eu agradeço muito, mas gostaria de saber um pouco mais.

Estou fazendo isso por duas razões. 1. Eu me importo com todos vocês. 2. Estou descobrindo coisas que gosto de fazer, e isso é bom, já que eu nunca fui muito ligada nessa coisa de escola. Mas a gente conversa sobre isso depois.

Julie franziu a testa ao guardar o celular.

Os professores de Ciências diziam que as pessoas não sentiam os movimentos da Terra porque eles aconteciam desde muito antes de elas nascerem. Naquele dia, naquela sala de aula, Julie Molina sentiu cada milímetro que o planeta percorreu no espaço.

E era tão barulhento. Dava para saber que a senhora Berry estava falando, mas sua voz estava baixa demais. Dava para saber que os colegas estavam agindo como sempre, mas rápido demais para que o cérebro de Julie entendesse da maneira habitual.

"Julie."

Seu nome. Falado, berrado, murmurado, soletrado... tantas expressões, significado único.

"Jules, a aula de música."

Música! O que fizeram na garagem, o que a conectava a Rose além do laço materno, a coisa que ela e Luke mais amavam.

"Nós temos que ir."

Aquela era Flynn. Sua Flynn. Um porto seguro desde muito antes da partida de sua mãe.

"Julie? Você pode me ouvir?"

Ele deveria estar no trabalho agora. Ou a fama lhe subiu à cabeça e ele largou o emprego? Julie se virou, percebendo a sala meio deserta. Luke não estava em parte alguma. Havia algo gelado em sua orelha. Era isso, então.

"Você... está aí?"

"Estou."

"Consegue respirar comigo?"

Luke guiou-a no exercício de respiração por onze minutos. Ela garantiu que estava melhor, ele perguntou se gostaria de vê-lo mais tarde. Ela recusou.

"Preciso de um tempo com Flynn."

"Ok. Quando quiser que eu vá te ver, levarei bolinhos para você. Boa aula!"

Todos os alunos de música já estavam na sala. Julie, Flynn e Reggie ocupavam os últimos lugares ao fundo. Flynn teria que atravessar quatro fileiras para apresentar sua versão de Material Girl no trompete, mas e daí?

"O meu telefone", disse Reggie, passando um bilhete à Julie "e os de Alex e Luke também. Se precisar de nós, por favor, ligue."

"Obrigada", ela descansou a cabeça no ombro dele.

Passaram uma hora e meia ouvindo músicas boas. Ao fim da aula, Reggie ficou para se desculpar com a srta. Harrison por usar o telefone na classe.

Flynn caminhou ao lado de Julie, aguardando em tensão.

"Espero que a escola não tenha falado com meu pai."

"Nah. Reggie e eu demos conta do recado."

"Nunca poderei agradecê-los o suficiente."

"E nem precisa", Flynn soltou o cabelo de Julie. "Maquiagem cega?"

"Só se for agora!"

♫♫♫

"E aquela história sobre a escola?"

"Tenho pensado nisso desde a Nova Zelândia. Não sou como vocês, músicos descolados, mas gosto de arte e posso trabalhar produzindo clipes e outras coisas. Sem precisar passar anos numa universidade."

"Bem, você tem meu apoio, independente do que escolher."

"Obrigada, fracassada."

"Por nada, decepção."

As meninas removeram as vendas e fitaram suas imagens no espelho.

"Nós melhoramos nisso", declarou Julie, limpando-se com um lenço umedecido.

Os assuntos vieram e se foram, tal qual as risadas. O coração de Flynn pesava com a incerteza. Sua melhor amiga estava 100% no modo animado, mas a aula de música ainda era muito recente para ignorar. Engoliu seco, levantou o assunto e ouviu o discurso de Julie.

Não, não foi apenas um mal-estar, mas sim, ela estava bem agora. Não, ela não se arrependia de gravar o clipe, mas sim, as coisas estavam indo rápido demais. Sim, ela ainda era amiga dos garotos, só queria um tempo de meninas.

"Eu precisava parar, para não fazer alguma besteira."

"Por exemplo...", Flynn destampou o esmalte roxo.

"Se Alex aparecesse e me pedisse para largar a escola e me juntar à banda, eu o faria", Julie escolheu o esmalte preto. "Então, antes de arriscar, eu decidi tirar um tempo para pensar, como uma pessoa racional."

"Quer pensar? Tudo bem. Suponhamos que Reggie te ligue agora e peça para você se mudar para a casa deles. Qual a sua resposta?"

"Absolutamente não."

"Por quê?"

"Eu não deixaria meu pai, nem Carlos. E por que iria para o outro lado da rua, afinal?"

"Certo, faz sentido. Próxima hipótese: Luke mandou uma mensagem no almoço, te convidando para assistir a um ensaio, só que você teria que matar a aula de Física. O que diria a ele?"

Julie fechou os olhos, apertando o vidrinho de esmalte nos dedos. Ela não ouviria a voz de Luke, nem veria seus olhos pidões. Apenas veria suas palavras. E nem seriam redigidas à mão numa carta cheia de clichés românticos. Não passariam de símbolos na tela.

"Eu diria..."

Contudo, ela poderia vê-lo, se aceitasse. E ouvi-lo também. Ela teria a chance de espiar suas composições – manuscritas, como deve ser – registradas num caderno pelo qual Luke perderia uma perna.

Porém, acima de tudo, havia a oportunidade de estar com ele. Abraçá-lo ao fim da música – sem interrupção de Alex – e dizer como a banda era estupenda. E talvez, eles...

"Demorou demais", Flynn estava finalizando as unhas? Sim, estava. "O que significa que você diria 'sim'. Em uma situação hipotética."

"É, eu diria 'sim'", Julie baixou a cabeça.

"Por que está envergonhada? Quer passar tempo com ele, e ele com você. O que tem de errado nisso?"

"O custo", uma almofada ganhou o rosto de Julie. "Eu perderia a aula. Ele vale a pena, mas e se não der certo? Não dá para voltar atrás e repor os sacrifícios feitos. Embora uma aula não seja grande coisa, meu futuro é. Uma reprovação destruiria meus planos."

"Talvez eles devam ser destruídos", Flynn contava até trinta aos sussurros.

Julie arrancaria a alma de Flynn se a encarasse por mais um segundo. Ela sabia quais eram seus planos, desde o sexto ano. Estudar Música, e quem sabe, viver dela. Se não desse certo, tornar-se-ia professora. Graças a srta. Harrison, ela descobriu que era uma carreira legal. Ainda que, um dia, ela tivesse sido Alice, a baterista.

"O que quer dizer com isso?"

"Seu plano é fazer o que todo mundo sonha em fazer, esperando pela chance que todos esperam. Nunca pensou que pode ser você que deva dar uma chance?"

"Ou seja, é melhor eu largar a escola de uma vez?"

"De jeito nenhum. Precisamos de um diploma, não importa o que eu diga de manhã. Se quiser, vá à faculdade. Só que, se Reggie consegue dar conta dos estudos e da banda, Julie Molina também consegue."

"Reginald Daves."

"É sério?", Julie assentiu. "Muito obrigada pela preciosa informação. Eu a usarei com parcimônia."

"Ou seja, a todo momento."

"Você me conhece demais para o meu próprio bem."

À mesa do jantar, Carlos agradeceu pelas sobras e o micro-ondas. Ray comentou sobre os ingressos que conseguiu para o jogo do filho na próxima semana.

"Não se preocupe, reservei lugares para os meninos também", Carlos vibrou, engolindo uma garfada de arroz. "Falando neles, o vídeo de vocês já tem umas seis mil visualizações."

Seis mil pessoas. A maior plateia que Julie já teve foram cento e cinquenta, na apresentação no primário. Ela chegou bem perto de vomitar ao ver trezentos olhos focados nela, porém, bastou um sorriso de Ray e Rose para que se acalmasse. Ela acabou de cantar para um público quarenta vezes maior e ainda podia atingir mais.

Os comentários eram muito positivos, principalmente a respeito dela. Havia apenas uma reação negativa: "Foi para ISSO que tiraram o guitarrista maneiro? A decadência, meu pai", seguido de bastantes polegares para baixo.

"Quando vão gravar de novo?", Ray cortou um pedaço de bife.

"Não falamos sobre isso. Eu acabei de saber que deu certo."

"'Deu certo' é eufemismo", Carlos pontuou. "Minha turma de História passou a aula toda vendo seu vídeo."

"Bom saber", Ray olhou para ele. "Não vai ver seu celular por um bom tempo, rapazinho", Carlos deslizou o celular pela mesa, com um biquinho no rosto. "E a louça é sua. Parabéns de novo, Julie."

Com um beijinho na testa, Julie foi para a garagem. Tinha muito dever de casa para pôr em dia, a começar pela lista de Cálculo. Levou menos tempo do que esperava. Tirou fotos e enviou para Nick e Carrie – pensar na mensagem foi a verdadeira parte demorada.

Assim que a pesquisa sobre o rei Arthur recebeu a última linha, chegou um email de Nick, agradecendo e enviando os próprios exercícios, destinado a ela e Carrie. Segundos depois, chegou outro email, com apenas o endereço de Julie no campo de destinatários.

Só queria dar os parabéns pelo sucesso do vídeo. A banda é muito boa (gostei do baixista). Quando é o próximo show? Eu adoraria vê-los ao vivo.

De seu fã número 1,

— N.

As sinapses estagnaram. Os dedos travaram. A boca entreabriu.

"Dá para imaginar, mãe?", ela se deixou cair na cama. "Nick nunca conversou comigo, e do nada, é meu maior fã. Acho que vou contar para Flynn e deixá-la acabar com ele", a garota soltou um suspiro divertido. "Mas aí, eu teria que lidar com a Carrie, e não preciso que ela me odeie mais."

Julie fez o dever de Física e bufou. Não dormiria enquanto não respondesse a Nick.

Olá, Nick.

Obrigada! Vou transmitir o elogio a eles (principalmente a Reggie). Não há nenhum show agendado, mas quando conseguirem um, eu te aviso.

Da vocalista sem banda,

— J.

Depois de editar o começo, o meio e o fim algumas vezes, Julie sentiu a necessidade de adormecer. Foi o dia mais longo que já viveu.

♫♫♫

Todos os filmes adolescentes não a prepararam para o estrelato escolar. Julie achou que podia lidar com as intermináveis selfies, mas o nível era mais alto agora. Eles queriam autógrafos e respostas.

Ela compôs a música? Há quanto tempo eles tocavam? Onde os outros integrantes estudavam? Ela poderia trazê-los à escola? O guitarrista era solteiro?

Nem a chegada do professor Hamilton encerrou o tumulto. Ele teve que recorrer à ameaça da detenção para que a turma sentasse. Do fundo do coração, Julie preferia esse burburinho ao de segunda-feira.

Reggie acariciou o cotovelo dela no momento em que estava inclinada para tirar o livro da mochila, estendendo um bilhete: Você está indo muito bem!

A garota sorriu em resposta, tomando o cuidado de não encarar Carrie. Hoje não.

"Como está se sentindo, senhorita superestrela?", Reggie perguntou, na marcha à porta.

"Corta essa. Cadê suas roadies e o seguranças? Esqueceu em casa?"

Reggie riu ao mesmo tempo que rabiscava seu nome no caderno de uma líder de torcida.

"Você não tem aula de Química comigo."

Ele só fez rir e continuou escoltando-a. Diversão no olhar, entretendo quem cruzasse seu caminho. Inclusive professores acenaram ao passar por eles.

"Eu disse que não era a superestrela", ela riu, chegando à porta da sala.

"Foi a sua voz que eles ouviram", ele acenou, indo-se. "Até depois!"

Ela só tinha que ignorar Carrie por duas aulas. E conseguiu.

"Monsieur Daves, mademoiselle Molina, la directrice vous attendez."

O estoque de alegria esvaziou. As mãos de Reggie se retorceram. A primeira semana de aulas nem chegou ao fim e ele já foi chamado à diretoria. Um novo recorde. Alice e Fred nem saberiam, mas Ray ficaria decepcionado.

O computador da diretoria berrava o vídeo deles tão alto quanto possível.

"Boa tarde, crianças", disse a senhora Lessa, numa tentativa de parar a música.

"Boa tarde", Reggie respondeu, as mãos relaxadas ao lado do corpo.

"Sentem-se, por favor.", a tela do computador foi abaixada.

"Estamos aqui para sermos punidos?"

"Não, senhorita Molina. Chamei-os aqui para fazer um convite. Precisamos de uma banda para tocar no jogo de amanhã. Vocês poderiam?"

"Claro que sim", Reggie interrompeu Julie. "Vamos avisar aos outros. Muito obrigado, senhora."

"Está tudo certo, então."

Um baixista eufórico rebocou uma cantora zangada para fora do escritório. Ela murmurava palavras irritadas que não faziam sentido algum.

"Eu não tenho certeza se o convite me incluiu."

"A gente pode conversar sobre isso num jantar na minha casa?"

"Comida de verdade. Nada de cachorro-quente."

"Combinado!"

Alex e Luke receberam diversas mensagens durante a hora seguinte. Reggie até ligou quando a aula acabou, mas não terminou de dizer "alô".

"Mal agradecidos", resmungou, guardando o telefone e pescando a chave de casa. "Tchau, meninas."

"O que a diretora queria?", perguntou Flynn quando chegaram à garagem, bem longe do bisbilhoteiro Carlos. "Era sobre ontem?"

"Não. Ela quer que a Sunset Curve toque no jogo de amanhã."

"Ah. Meu. Deus. Jules, isso é ótimo. Vocês vão arrasar."

"Sem dúvida, eles vão arrasar."

"Luke gostaria que você tocasse com eles. Está escrito na cara dele."

"Eu gostei de participar do clipe, mas não tenho certeza se estar numa banda é a coisa certa para mim. Tem alguma ideia?"

"Infelizmente, não. Mas posso te ajudar a escolher o que usar no jantar."

"Reggie te contou?"

"Ele acabou de me perguntar se você gosta de estrogonofe."

"Amarelo com vermelho dá laranja?", no espelho, Julie avaliou a blusa branca com alcinhas e flores roxas.

"Tá linda, gata. Luke não vai parar de olhar para você. Não que precise de roupas bonitas para ter a total atenção daquele tapado."

"Você fala como se ele estivesse apaixonado por mim."

"Quando estiver à toa, dê uma olhada no Twitter dele", ela checou o celular. "Melhor eu ir. Divirta-se!"

Flynn saiu e Julie pulou no sofá da sala.

"Tudo bem, hija", disse Ray quando ela avisou sobre o jantar e o jogo. "Lembre-se que sua tia vem almoçar no domingo."

"Como eu poderia esquecer?"

Julie assistiu metade de uma reprise de Doctor Who e decidiu sair quando os créditos subiram.

Atravessar a rua nunca demorou tanto. Os carros não davam brecha maior que três segundos. Estariam eles sentados à mesa, olhando o relógio? Luke teria em seu rosto aquele olhar fofo e perdido tão característico? Alex estaria batucando na mesa, marcando o tempo de uma música imaginária? Reggie verificaria os talheres pela milésima vez? Entre um caminhão e uma minivan, ela conseguiu chegar ao destino.

"O trânsito estava horrível", comentou com Reggie.

"Eu imagino", ele a guiou para dentro. "Pode esperar na cozinha? Quero que seja surpresa."

A cozinha era apertada, perfeita para as refeições ultrarrápidas de adolescentes sem supervisão. Tudo era de segunda mão. Uma geladeira de aço inox com duas portas e dispenser de água não era prioridade ali. Ela se perguntou o que encontraria se abrisse os armários. Muitos suprimentos para cachorro-quente, arroz, macarrão, açúcar e café, talvez.

"Eu já estou indo! Pra quê tanta..." a frase de Luke morreu. "Julie está aqui!"

"Sim, eu estou vendo", disse Alex, avançando para beijar a bochecha da convidada. "Como vai, querida?"

"Estou ótima, e você?"

"Com você aqui, excelente."

"Por que não pegamos velas para o lindo casal?", Luke revirou os olhos ao se servir.

"Não seja rabugento, Lulu", Alex virou uma colher de arroz no prato. "O que a traz à nossa humilde casa?"

"Não contou a eles, Daves? Que cruel", ela espetou um pedaço de frango.

"Você quer contar?"

"Ah, não. Conta você..."

"Estão tentando me matar?", Luke bateu as palmas na mesa. "Falem logo!"

"Senhoritas, senhores, e Luke", Reggie correu os olhos pelos presentes. Julie sacudiu os ombros, rindo. "Tenho o prazer de anunciar que a Sunset Curve tocará no jogo de amanhã."

Talheres e queixos caíram. Olhares foram trocados. Julie segurou a mão de Luke por baixo da mesa. Alex tomou um gole d'água e respirou fundo duas vezes.

"Nós conseguimos um show? É sério?"

"Não é bem um show. É só uma apresentação na escola."

"Quem se importa? As pessoas querem nos ouvir de novo", Luke abriu seu sorriso para Julie. "Você vai, não vai?"

"Claro que sim. Não perderia por nada."

"O que quer cantar?"

"Não... a Sunset Curve foi convidada para tocar, eu não."

"Para de drama, Molina!", Reggie encarou-a. "A Sunset Curve está te convidando. Tá bom assim?"

"Se Alex e Luke concordarem."

"Como dizer não a isso?", Alex sorriu.

Luke aumentou o sorriso ao dizer "sim". As estrelas em seus olhos deixavam muito evidente a vastidão de pensamentos que tinha. Que sorte terem encontrado empregos tão rápido. Que sorte terem alugado a casa. Que sorte terem aceitado o convite de Carlos. Que sorte Julie estar por perto.

Enfim, a sorte.

O corpo de Julie merecia descanso depois da noite divertida, mas o som estava alto demais. Ela sabia que ninguém estava tocando nada àquela hora, então teria que ser a primeira.

"Oi, meu nome é Julie Molina", disse para a câmera do celular. "Quero mostrar minha música para vocês."

 


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