CN Beyond: Terrível escrita por Primus 7


Capítulo 4
O Padrinho – Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores! Aqui está a terceira parte e penúltimo capitulo da história. Todavia além do próximo haverá DOIS extras que saíram lá pro final do mês encerrando a história definitivamente. Enfim, é isso espero que gostem e não esqueçam de comentar isso me ajuda muito a continuar.



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Trilha Sonora completa aqui

(Trilha Sonora: Communion of the Cursed – Ice Nine Kills )

Cinco membros da ordem foram até as cruzes todos carregando adagas parecidas com as de Nigel e se posicionaram cada um ao lado de um sacrifício. O resto formou círculo de mãos dadas e começou a pronunciar palavras de uma língua antiga desconhecida totalmente em harmonia, como um grande coro de orquestra. Aqueles com adagas levantaram as camisas de seus sacrifícios preparados para o ato final.

— Opa, o que vocês vão fazer? — Perguntou Irwin confuso e assustado. —  Vocês não vão fazer o que eu acho que vão fazer, não é?

Irwin perguntou, mas ninguém o deu ouvidos. Todos o ignoraram como se fosse mais um inconsciente.

— Senhor das Trevas! — Gritou Nigel para o seu Deus. —  Nós, seus humildes servos, te oferecemos essas almas puras em troca de dividir o seu poder conosco. Juramos trazer toda a profanidade à terra de servi-lo a seu propósito.

As chamas da fogueira se expandiram até uns três metros de altura mostrando que alguma força sobrenatural estava por ali.

— Salve Lúcifer! —  Gritou Nigel.

— Salve Lúcifer. —  Disseram todos os membros da ordem ao mesmo tempo.

Os portadores das adagas enfiaram suas lâminas nas barrigas de suas oferendas. Irwin sendo o único consciente entre eles, foi o único que gritou de dor ao ter a arma enfiada em suas estranhas. Além de enfiar, cada um fez um corte transversal indo até quase a virilha de sua vítima. Daquele corte, saiu suas entranhas e órgãos e principalmente sangue que escorreu de seus corpos. Ao cair sobre a grama, todo aquele sangue assumiu a forma do símbolo do pentagrama desenhado em relevo no chão e as labaredas da fogueira ficaram ainda intensas. Todos os seguidores do diabo se ajoelharam demonstrando suas fidelidades e se deliciaram com evento. Por fim, as chamas implodiram, transformando-as em uma nevoa preta que se espalhou por toda floresta deixando todos cobertos por uma escuridão que de tão densa os cegava.  

— Galera, deu certo? — Perguntou Peter que não conseguia ver ninguém.

— Eu acho que sim. — Respondeu uma menina. — Eu me sinto mais forte.

— Eu acho que meu pau tá maior. Ou será que é só empolgação? — Disse outro rapaz ao lado.

— Tem alguma coisa errada... — Apontou Nigel que começou ao ouvir bem baixinho um bater de palmas em ritmo sarcástico.

Aos poucos a névoa sombria foi decepando, tornando-se transparente fazendo todos poderem se ver novamente enquanto o bater de palmas ficava mais e mais alto.

— Meus parabéns! — Disse uma voz conhecida que batia palmas irônicas. — Vocês provaram ao satã que são um bando de abestados. Ordem de Kúruru? Não, são apenas um bando de amadores.

Todos olharam para o mesmo canto e viram Mandy totalmente liberta de suas amarras podendo realizar suas palmas irônicas. Seu visual mudou vagamente também. Agora, uma tiara preta estava sobre seus cabelos e usava um batom vermelho escarlate e um delineador nos olhos. Seu vestido rosa, foi substituído por um jeans e uma camiseta magenta com um coração no centro de resto ela estava igual ainda usando a mesma jaqueta de antes.

— Como foi que você se libertou? — Perguntou Nigel confuso e nervoso para menina que do nada se tornou outra pessoa completamente diferente.

— Chefe! — Chamou Peter ao perceber algo importante. — Os corpos dos sacrifícios sumiram.

— Vocês acham que estão no controle, não é? Acham que essa cidade está sobre sua jurisdição? Não. Ela está sobre a minha. Sabe, eu poderia ter feito isso antes, mas... eu realmente queria ver as caras de bundões de vocês quando falhassem.

— Espera, poderia ter feito o que? — Indagou Nigel.

— Isso. — Disse Mandy, estalando os dedos.

( Trilha Sonora: We Will Rock You – In This Moment )

De repente, alguém aparece segurando um facão de açougueiro e com ele rasga o pescoço de Peter, separando sua cabeça do resto do corpo. Encarando os satanistas com  um olhar psicótico a, Sperg se revela vivo e inteiro. Estava sujo de sangue sim, mas, definitivamente não era o dele. Já matando um, ele ali mesmo enfiou a faca no peito do sujeito mais próximo dele e na sequência, na cabeça de outro sem sequer parar para respirar. Dois jovens correram até um canto onde havia escondido uma caixa de armas e dispararam a todo vapor em Sperg. As balas o atingiam, mas não o matavam. Ele continua de pé, se aproximando deles, como se tivessem atirando bolinhas de papel nele. Com apenas um golpe de seu facão, ele acrescentou mais dois na sua chacina.

Uma menina com os seios descobertos assustada e desesperada correu direção à floresta para se esconder de baixo de uma árvore. Mal sabia ela que estava sendo observada por um predador. Alguém com olhos vermelhos brilhantes e com dentes vampirescos que salivava ao ver a sua presa. A criatura pulou do alto do galho da árvore até chão revelando ser Irwin, aquele jovem nerd chorão que vimos antes. Após perder parte de seu sangue não tão natural, o garoto estava sedento por mais, muito mais. Ele segurou a garota pela garganta e com uma força sobre humana, arrancou a cabeça da jovem como se fosse a rolha de uma garrafa. Com cabeça separada do corpo, ele a ergueu deixando o sangue escorrer das veias e artérias do pescoço até sua língua sentido um gosto revigorante.

No meio da confusão sanguinolenta, Billy reapareceu entre quatro jovens bruxos armados. Cada um em uma direção diferente e todos mirando cabeça do rapaz do nariz de batata e idiota que, aliás, ainda tinha o buraco do último tiro que levara na cachola.

— Qual é galera? Querem mesmo resolver isso assim? — Disse Billy aos bruxos desesperados e armados mirando em sua cabeça. — Já sei! Por que a gente não dança?

Billy podia ser um idiota, mas ás vezes, mesmo que sem querer, fazia a coisa certa. Os quatro apertaram os gatilhos de suas armas visando eliminar o garoto, porém, por uma sorte inexplicável, os passos de dança de Billy foram tão precisos que conseguiu se esquivar das balas disparadas em perfeita sincronia cósmica. E assim, os quatro jovens bruxos acabaram um atirando no outro, sem querer.

— Ah galera! Se animem! Achei que isso fosse uma festa... — Disse Billy dançando entre os cadáveres.

Um outro jovem bruxo loiro estava fugindo pela floresta até se deparar com jovem e frágil Pudim que estava fazendo pose de lutador de artes marciais, embora soubesse muito pouco sobre.

— Qual é grandão? Vai encarar? — Disse o baixinho que deveria estar morto.

— Você é só franguinho. — Zombou o cara.

— Eu sou que nem o Karatê Kid, só que eu luto com honra por isso eu não irei de matar. — Alertou o baixinho sardento ao rapaz bem mais alto que ele.

— Manda ver o pirralho! — Provocou o bruxo.

Pudim levantou sua perna para dar um chute perfeito no queixo do garoto, ele tomba para atrás e cai em cima de uma pedra, que com o impacto, acabou quebrando seu pescoço.

— Puta merda! — Gritou Pudim chocado e começando a chorar como um neném. — Foi mal cara. Eu não queria... Droga! Eu perdi minha honra...

Por fim, Nigel e uns 4 restantes da ordem percebendo que não tinham chances resolveram fugir para o mais longe possível. Uns decidiram correr para floresta, e outros entraram em um carro para fugir do local. Contudo, a jovem Mandy estava preparada. Ela levantou sua mão direita e o adolescente que corria com um revólver na mão acabou tropeçando e acabou sem querer puxando o gatilho, dando um tiro na própria cara ao cair. A loira então levanta sua mão esquerda e a garota que corria pela floresta acabou também tropeçando em uma pedra e caindo de cara em um galho de um tronco derrubado que entrou pelo seu olho e saiu pela sua nuca. Agora, Mandy estica suas duas mãos para frente com expressão de raiva e fúria fazendo o carro do casal que fugia às pressas  estourar um pneu e perdendo do controle. Eles bateram um poste de luz e por não estarem usando cintos de segurança foram lanços através do vidro pelas próprias leis da física.

Por fim, A ordem de Kúruru, que existia antes mesmo desse país virar um pais, foi resumida a uma única pessoa: Nigel, que estava fugindo pela floresta até se deparar com Billy e Irwin no seu caminho.

— E ai, Sapo-cururu? — Gritou Billy enquanto Irwin apenas o assustava com seus dentes vampirescos.

Para se salvar, ele corre para a direção oposta o mais rápido que conseguia, todavia, para o seu azar, se depara com Sperg e Pudim no seu caminho. Sperg segurava seu facão totalmente ensanguentado sorrindo como verdadeiro psicopata e Pudim continuava seu teatrinho de fingir ser um ninja apesar de ainda não saber lutar. Sem saída pela esquerda e sem saída pela direita, ele tenta ir pelo caminho da frente, mas, Mandy aparece do nada diante dele com seu olhar frio e assustador. Os cinco o cercaram enquanto andavam vagarosamente na direção dele ao mesmo tempo que Nigel recuava cautelosamente para atrás, até ele perceber que estava se aproximando da beirada do precipício, naquele mesmo lugar que esteve com Mandy mais cedo. Não havia lugar para ele fugir ou se esconder, seria esse o seu fim?

— Isso não faz sentido! — Declarou Nigel nervoso, confuso e desesperado. — Vocês são apenas um bando de fracassados. Como fizeram aquelas coisas?

— Se você ainda não descobriu é porque é mais burro do que o Billy. — Provocou e zombou Mandy. —  Lembra do que eu falei antes? “A resposta está bem na frente de vocês... se vocês prestarem a atenção nos detalhes vão entender”

A frase ecoou da sua cabeça e passou pela sua espinha. Nigel arregalou os olhos ao perceber o óbvio e não quis acreditar.

— A sua história... foi a garota que ganhou o jogo, não é? — Refletiu e depois chegou a conclusão óbvia. — Você é a garota!

— Aleluia! — Disse Mandy batendo palmas sarcásticas de novo.

Nigel sentiu uma mão sendo colocada sobre o seu ombro o que fez sentir outro calafrio na espinha. Não poderia ter ninguém atrás dele, pois estava de costas para precipício. Ele tentou não olhar para o seu ombro, porém, uma mistura de medo e curiosidade e dominaram e o obrigaram virar vagamente o pescoço até se deparar com uma mão esquelética. Ele sabia exatamente quem estava atrás dele.

A mão o pegou pela camisa e o ergueu para o alto, de lá ele pode ver o dono dela, uma entidade esquelética, encapuzada com um crânio como rosto e olhos que eram duas bolas pequenas de fogo esverdeado. Nigel estava encarando a face de Puro-Osso, estava encarando a própria morte.

Puro-Osso ameaçou jogar Nigel do alto do precipício e só não o fez porque Mandy o segurou. Ela tina não tinha acabado com ele.

— Entende agora? Eu sou a dona da morte. Eu escolho quem vive e quem morre por aqui. Aquela garotinha da história cresceu e se tornou uma guardiã da ordem. — Explicou Mandy. — Se você quer fazer sacrifícios de inocentes ao diabo tem passar por mim primeiro. Tem que ter a minha permissão caso contrário, o sacrifico será você.

— Você podia ter me matado em qualquer momento. Por que armou todo esse teatrinho? — Perguntou Nigel.

— Como eu disse antes, eu queria muito ver as caras de vocês quando falhassem. Acha que é um bruxo? Não passa de um amador, sequer fez o seu dever de casa. Mindy não era virgem. Ela transou com Sperg no verão passado. — Sperg balançou a cabeça confirmando o caso. — Eu sei, é nojento, nem ela se orgulha disso, por isso preferia dizer que era virgem. E o Irwin aqui, o “nerd” e “fracassado”, é meio vampiro e meio demônio egípcio. O sangue dele não é o que se pode chamar de puro. Você queria agradar o seu “padrinho”, mas só conseguiu deixar ele muito zangado.

— Por favor, Mandy, não me mata. Não me mande para ele! — Gritou pedindo misericórdia.

— Não te matar? — Indagou Mandy. — Não percebeu? Você já está morrendo. Olhe para baixo.

E Nigel o fez, cautelosamente virou sua cabeça para baixo e contemplou o precipício e a usina elétrica que ficava lá. Quando olhou, reparou em um corpo que caiu em meio aos fios elétricos, que estava sendo cozinho pelos constantes choques e curtos circuitos. O Ceifador não segurava o seu corpo, segurava a sua alma. Sperg, Irwin, Pudim e Billy olharam juntos para o corpo caído lá em baixo e começaram a rir.

— Você tinha razão, Mandy. — Disse Billy enquanto gargalhava. — É uma morte muito ridícula.

— Eu não disse?

— O que vai fazer comigo? — Perguntou Nigel.

— O que você merece. — Respondeu Mandy e depois ordenou para o Ceifador. — Puro-Osso, faça as honras.

Todos os cinco se afastaram alguns centímetros sabendo o que iria acontecer em seguida. Puro-Osso bateu no chão com sua gigantesca foice e uma rachadura formou-se na grama e um portal foi gerado no solo emanando uma luz vermelha e sombria junto a labaredas infernais dançantes. O Ceifador colocou o jovem bem em cima do portal o ameaçando a largar ali.

— Mandy, por favor, não faça isso! — Implorou Nigel. — Eu juro minha lealdade a você. Torno-me o seu servo por toda vida também. Eu posso ser bichinho de estimação, o que você quiser!

A loira colocou as mãos sobre as bochechas do garoto bonito e olhou nos olhos dele com um olhar sedutor. Ela quase encostou os seus lábios nos dele. Quase. Bem no momento ela começou a sorrir, não de forma amigável, de uma forma assustadora e cruel. Sorriu de orelha a orelha, mostrando os dentes, franzindo as sobrancelhas e arregalando os olhos o máximo possível. Ele viu em seu olhar que ela estava sentido um prazer desumano por ver ele implorar pela vida, por ver ele se submeter a ela. Ao ver aquele rosto, Nigel pensou que rosto do diabo não seria diferente. Ou melhor, que talvez o diabo fosse menos perturbador.

— Você não é humana! — Berrou Nigel.

— Eu sou a Mandy e isso já me basta. — Afirmou ela ainda sorrindo. — Sabe o que quero Nigel? E me deliciar com cretinos e desgraçados como você implorarem pela minha misericórdia, pelo meu perdão. E melhor de tudo, é ver as caras de vocês quando eu disser: Não!

Puro-Osso largou o rapaz que caiu no portal que levava a um lugar muito ruim. Por sorte ou azar, Nigel segurou-se em uma raiz de uma planta do subsolo, salvando-se por hora. Porém, ele sentiu alguém emergir das chamas infernais e segurar o seu pé direito. Era um demônio de cabeça verde e olhos azuis flamejantes.

— Você é meu, Nigel Planter! — Declarou ele com sua voz monstruosa.

— Ei! É o Lorde Bumbum Mole. — Disse Billy olhando de lá de cima do portal.

A raiz se partiu e em dois e a alma de Nigel foi puxada para baixo até ser engolida por completo pelas chamas infernais. Suas últimas palavras?

— O NOME DELE NÃO É ESSEEEEEEeeeeeee.....!  

E a fenda se fechou e todas as evidencias físicas de que um portal para o lugar ruim foi aberto evaporam-se no ar como se nunca tivesse sido aberta. A missão de Mandy seus amigos estava cumprida.

— Vamos para casa, pessoal. — Ordenou Mandy.

— E o que fazemos com ela? — Perguntou Pudim apontando para Mindy que estava dormindo sobre uma pedra sonhando que estava transando com Johnny Bravo em marte ao lado Abraham Lincoln.

— Devo levar a alma dela também? — Perguntou Puro-Osso à sua mestra.

— Não. Já fizemos boas ações o suficiente por hoje. — Esclareceu para seu servo. — Vamos leva-la para casa também. Sperg você carrega a sua... “ex”, ok?

— Certo. — Concordou o valentão.

— Ótimo.


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de Referencias, Easter Eggs e Curiosidades ]
1) No desenho Irwin era filho de múmia e neto do Drácula. Nesse universo ele também é o neto drácula, mas sua mãe é um Demônio Egípcio. (Múmia é só zumbi com papel higiênico)
2) Billy tenta fazer os membros da Ordem dançarem assim como tentou fazer os lacaios do bicho papão na série clássica.
3) Lorde Bumbum Mole finalmente pegou o Nigel Planter. A cena final dele pegando ele é inspirada no filme "Arraste-me para o Inferno"
4) Johnny Bravo é um ator famoso nesse universo. Abraham Lincoln em marte é uma referencia a Hora de Aventura.
5) Devido seu controle sobre Puro-Osso, ou seja, a morte, Mandy consegue controlar a probabilidade.



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