CN Beyond: Terrível escrita por Primus 7


Capítulo 3
O Padrinho – Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, Leitores! Estou aqui com mais um capitulo da minha história. Este será o mais engraçado de todos e explicará algumas coisas importantes da situação que Mandy se encontra. A partir daqui as coisas vão se distanciar bastante do conceito do desenho, mas acredite vocês não vão se decepcionar no final. A história pode estar já na metade mas muitas surpresas ainda virão. O próximo capitulo deve sair sábado ou domingo. Abraços e por favor não deixem de dar o seu feedback, isso é importante! Me estimula a continuar com as histórias.

Este capitulo não terá trilha sonora mas vc pode ouvir ela no link abaixo.



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(Trilha sonora aqui)

Mandy abriu os olhos de novo. Tudo estava embaçado, as luzes ao seu redor pareciam muito fortes para seus olhos sensíveis. Quando a sua visão melhorou, novamente viu o rosto de Nigel. Ele estava sem camisa revelando seus músculos e sua tatuagem de pentagrama invertido no peito, empunhava uma espécie de adaga na mãe direita e seu rosto estava coberto de tinta, com um “L” desenhado em sua testa.

 

— Boa noite, Bela adormecida. — Disse Nigel. — Relaxa, você só tomou uma dose bem leve. Eu queria que você acordasse para o evento principal de nossa festinha.

Mandy recuperou os sentidos gradualmente. Ela percebeu que ainda estava no acampamento, na mesma fogueira que estava antes, contudo, agora ela viu várias cruzes estancadas no chão, cada uma continha uma pessoa conhecida amarrada nela em posição de crucificação. Ela viu Mindy, Sperg, Pudim, Irwin e Billy todos amarrados inconscientes nas cruzes em volta de um desenho circular feito no chão com símbolos estranhos que nunca vira em sua vida. Ao redor do círculo estava o que parecia mais de uma dúzia de adolescentes, todos nus da cintura para cima, inclusive as meninas. Todos tinham as mesmas tatuagens e pinturas no rosto em forma de “L”

— O que é isso, Nigel? — Indagou Mandy que ao tentar se mexer, percebeu que suas mãos e pés estavam amarrados fortemente na cadeira.

— Isso? Isso é nosso destino, minha querida Mandy. Somos a Ordem de Kúruru uma ordem de bruxos que existe antes mesmo dessa nação existir. Hoje, nós reivindicaremos nossa posição ao lado do senhor das trevas e ganharemos e nosso poder máximo.

— Você é algum tipo de satanista? — Perguntou Mandy.

— Satã é termo equivocado. — Explicou. — Nós não chamamos o Senhor das Trevas assim. Ele não é um simples “adversário” como os seguidores do criador cruel dizem. Ele é próprio e verdadeiro Deus. Hoje nós faremos um sacrifício em seu nome. Sacrificaremos esses cinco jovens puros e receberemos em troca o poder definitivo.

— Entendi. Você é louco… — Afirmou Mandy.

— Louco? — Indagou. — É loucura ansiar por poder, Mandy? É loucura desejar ter tudo o que quer? Olhe para nós, minha querida! Somos fortes, somos bonitos e atraentes e devemos isso a ele. Você mesma disse antes que ele parecia um cara legal, não é? Eu era um garoto fraco, quatro olhos e que sofria por pessoas mais fortes que eu. Agora, eu sou capaz até de conquistar a garota mais fria da escola.

Nigel aproximou-se de Mandy e colocou sua mão sobre queixo da menina olhando bem fundo em seus olhos.

— Eu sei que você está atraída por mim. Eu reparei que mesmo amarrada e ainda tenta não olhar para mim. Eu sei que você me quer, Mandy.

— Vai se fuder! — Disse a menina.

— Sempre mostrando as garras, não é? Eu falei serio sobre gostar você. Você tem os requisitos básicos da nossa ordem. O que acha de juntar-se a nós? Apenas imagine o que poderia ser se recebesse os poderes do Senhor das Trevas?

— Desculpa, mas não quero participar do seu cosplay de Harry Potter. — Zombou Mandy.

— Sempre uma resposta. — Observou Nigel. — Talvez quando vir os poderes que receberemos mude ideia. Bem... sem mais delongas pessoal, vamos começar logo o show.

— Alguém disse, “show”? Seria Show do quê? Espero que seja de mágica. — Disse uma voz. Todos se viraram e viram Billy acordado e Irwin acordando logo em seguida.

— Que sono bom da porra! — Disse Irwin ao bocejar e perceber que estava amarrado na cruz.

— Ei, vocês tão gravando algum filme? Eu posso participar? — Perguntou Billy.

— Por que está todo mundo com tetas de fora? Por que eu estou amarrado aqui? Estão fazendo um ménage masoquista ou algo assim? — Perguntou Irwin.

Nigel trocou olhares com um e seus colegas ao estranhar aqueles dois estarem conscientes.

— Peter, eles não tomaram a bebida? Por que ainda estão conscientes? — Perguntou Nigel ao colega.

— Eu pensei que eles tinham bebido, chefe. Tipo eu vi os dois inconscientes no chão...

— É que eu estou acostumado a dormir cedo. Minha mãe diz que é importante dormir cedo para ajudar no crescimento. — Explicou Irwin.

— Eu acho que eu só escorreguei e bati com a cabeça. — Esclareceu Billy. — Foi até engraçado.

— Billy, Irwin! — Gritou Mandy para os seus colegas. — Isso não é uma encenação. Eles são satanistas de verdade! Querem sacrificar vocês e os outros.

— Sacri... o que ? — Perguntou Billy que não entendia palavras difíceis.

— Caralho, olha a adaga daquele cara! — Gritou Irwin ao reparar nas mãos de Nigel e confirmar as alegações de Mandy.

— Chefe! — Chamou Peter. — Acha que vai dar problema?

— Não. Só terá mais gritos que o esperado. — Afirmou Nigel. — Mas, tenho certeza que vocês dois vão ficar quietinhos, não é? — Disse colocando a adaga sobre a garganta de Irwin. — Caso o contrário. Eu arrancarei as bolas de vocês.

— Po... Pode deixar cara. Eu tô de boas aqui. — Disse o garoto nerd assustado.

— Ótimo. Vamos logo começar o ritual.

Os adolescentes formaram um roda em torno dos desenhos e das cruzes e Nigel ficou no centro, onde estava a fogueira. Ele jogou um coração de um bode nas chamas e gritou o nome de seu senhor “Lúcifer”.

— Hoje, meus amigos e amigas, meus irmãos e irmãs, começa um nova era para nós. Hoje deixaremos de ser crianças para sermos homens e mulheres. O mundo do criador cruel nos machucou, nos feriu, porém, isso nos fez mais fortes. Fez encontrar nosso verdadeiro Deus. Hoje, nossa jornada chega no ápice. Nós nos tornaremos bruxos completos! Beberemos das forças das trevas, receberemos vigor, beleza, poderes além da imaginação e até mesmo a imortalidade. Seremos um só com Senhor das Trevas. Agora, meus companheiros, estiquem os braços e gritem comigo: “Somos a casa de Kúruru! Pedimos que nosso senhor...”

De repente ouve-se uma risada escandalosa que interrompeu o ritual em andamento. Era Billy que por lhe faltar noção, não sabia o momento de ficar calado.

— Cururu, HAHAHAHAH! — Disse enquanto ria. — Tipo o sapo-cururu que nome zoado.

— Billy, fica quieto! — Sussurrou Irwin que se intimidou com os olhares franzidos de todos os membros da ordem.

— Não da cara. O nome da ordem deles é de um sapo. É muito engraçado.

— Não é “curuRU” seu retardado. É “KUruru”. — Explicou Peter.

— Já era cara. Cururu entrou na minha cabeça e não sai mais. — Disse ainda rindo. — Tá bom, parei.

— Já acabou? — Perguntou Nigel retoricamente. — Ótimo. Então, onde eu estava?

— Você tava dizendo que somos a casa de Kúruru... — Recordou Peter, mas foi interrompido por outra gargalhada de Billy.

— AHAHAHAHAHAHAHAHAHAH DESCULPA!! DESCULPA!! — Pediu Billy enquanto gargalhava. — É que eu pensei numa piada engraçada: O cara chega lá e toca na porta: “Tok Tok!” e outro cara pergunta: “Quem é?”. E o cara responde “É o cururu” e outro responde: “Que cururu?” e ele fala “Aquele que te comeu teu o cu”

E riu.

— Puta que pariu! Billy cala essa bocaaaaAAAAA!! — Gritou Irwin se contorcendo desejando muito espancar o seu amigo. — A gente vai perder nossas bolas por sua culpa, seu desgraçado!

— Agora eu parei. Sério. Vai lá cara. Continua aí. — Disse Billy para Nigel que estava com sua paciência já no limite.

— Bom... como eu estava dizendo antes de ser interrompido, nós somos a casa de Kúruru... — Ao dizer a palavra todos olharam para Billy esperando ele rir e inesperadamente, ele não riu, apenas ficou quieto permitindo Nigel prosseguir em seu discurso. — Pedimos ao nosso Senhor, Lúcifer, Portador da Luz e o Mestre das Trevas, o rei dos demônios que aceite o nosso chamado. Aceite nossos presentes para Senhor e nos recompense com seus poderes. Nós convocamos seu arauto e mensageiro, aquele te serve os sacrifícios, para nos conectarmos em corpo e alma. Nós convocamos o grande arquidemonio mensageiro, o Lorde Bundun Mouley! — Novamente ouve-se a gargalhada histérica de Billy interrompendo mais uma vez o discurso de Nigel que já estava explodindo de raiva. — O QUE CARALHOS FOI AGORA??!!!

— AHAHAHAHAHAHAHAHAHA! DESCULPAHH AHAHAHAHAH! — Gritou Billy enquanto ria. — É que pode jurar que ouvi você dizendo “Lorde Bumbum Mole” AHAHAHAHAHAHAHAH!

— Porra Billy! — Resmungou o garoto nerd que agora começou a rir junto com ele. — AGORA TÁ ME FAZENDO RIR JUNTO, SEU FILHO DA PUTA! EU TE ODEIO AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH... LORDE BUMBUM MOLEEEEEEHEHEEHEHE!!

Dessa vez Irwin e Billy não estavam só, os próprios membros da ordem estavam rindo, porém, disfarçados e tentando conter com todas as forças, seus risos e gargalhadas para não contrariar o líder.

— Calem a boca vocês dois! — Esbravejou o jovem bruxo aos berros não aguentando mais a situação. — Parem de zombar do nome do emissário do Senhor das Trevas!

— Quem? — Perguntou Irwin.

— O Lorde Bumbum Mole! — Atrapalhou-se

— Ele disse!

Ninguém mais conseguiu segurar as risadas. Agora, todos menos Mandy e Nigel estavam gargalhando histericamente mal conseguindo ficar de pé. Mandy estava mais confusa do que assustada sobre o rumo da situação e Nigel estava que nem um pimentão de tanta raiva.

— CALEM A BOCA TODOS VOCÊS! — Berrou ele. Todavia, ninguém ouviu apenas riram e riram.

— Ei! — Chamou o garoto burro do boné. — Será que a esposa dele é a Lady XERECA QUENTE?  AHAHAHAHAAHHHAAHAHAH

E todos continuaram rindo e rindo ainda mais, sem parar.

— CALEM A BOCAAAAAA!!

— Hey, Chefe! — Gritou Peter ao arremessar um revólver para seu amigo.

Nigel pegou a arma no ar, apontou para a cabeça de Billy e puxou um gatilho.

BLAM!

A bala entrou pela testa e saiu pela nuca. Sangue foi jorrado para todos os cantos. Pequenas gotículas vermelhas caíram sobre os óculos de Irwin o que o fez parar de rir e começar gritar e chorar de desespero, a ponto de até urinar nas calças. Depois do barulho da bala todos ficaram em total silêncio.

— Cacete! Que satisfação da porra! — Disse Nigel ao sentir prazer após explodir os miolos do garoto do nariz de batata e de boné.

— Você matou o Billy! Filho da puta! — Choramingou Irwin enquanto gritava que nem um bebê. — Eu não acredito que as últimas palavras dele foram “Xereca” e “Quente”!

Mandy estava chocada e aflita com a morte do amigo. Mandy não era do tipo “emotiva’, mas, tamanha crueldade conseguiu partir seu coração de gelo, apesar de ter agido como se não tivesse. Ela foi forte e segurou a lagrimas para manter sua seriedade sobre controle. Como de costume, ela apenas ironizou a situação para esconder suas reais emoções. 

— Ele morreu como viveu, Irwin. Como um idiota alegre.

— Chefe! — Chamou Peter. — Você vai continuar de onde parou?

— Não. Vamos ir logo para o final porque eu já não tenho paciência e juro que se alguém me interromper eu vou matar, OK?

— Certo, Chefe. Galera fiquem nas posições.


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de Referencias, Easter Eggs e Curiosidades ]
1) Nigel Planter é dos personagens secundários da série sendo uma sátira à Harry Potter com uma cicatriz em forma “L” em vez de um “raio”. Na série ele era uma garoto nerd e bobão que sofria bullying e era um tremendo de um inútil que ninguém gostava. Aqui ele foi reinventado como um bruxo satanista que ao fazer pacto com Lucifer se tornou um rapaz confiante e bonito. A marca em forma de “L” em uma referencia a cicatriz do personagem
2) Assim como na série, Nigel tem uma atração por Mandy.
3) Ordem de Kúruru é inspirada na Escola de Magia do Sapo-Cururu, uma sátira de Hogwarts e tá ai brincadeira com o nome.
4) Lord Bumbum Mole é arqui-inimigo de Nigel Planter, uma sátira de Voldermort. Quando diziam o nome dele as coisas quebravam de forma cômica. Eu pensei em fazer isso inicialmente, mas não consegui fazer funcionar no contexto então eu fiz as pessoas darem risada por ser um nome ridículo. Aqui ele foi reimaginado como um demônio arauto de Lúcifer.
5) Sim, o Billy morreu.



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