Butterfly - a Tale Of Love And Death escrita por Kyra_Spring


Capítulo 2
CAPÍTULO 1 – BLEEDING HEART




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Sango caminhava despreocupadamente pelo vilarejo naquele início de noite. Era um lugar muito calmo e pacífico, e havia crianças brincando na porta do templo. Elas a conheciam, e logo a chamavam para se juntar a eles num jogo de bola. A moça riu, e aceitou prontamente. Ela adorava brincar com as crianças da vila, e já havia ensinado vários jogos a eles.

Era tão bom, pelo menos por alguns momentos, não se preocupar com fragmentos de jóia ou youkais ou sacerdotisas maníacas... apenas desfrutar da companhia daquelas crianças adoráveis e cheias de energia, e mostrar que ela própria também sabia se divertir... Era um jogo simples, cujo objetivo era atingir com a bola o maior número de jogadores do time adversário. Depois, todos se sentaram nas escadas do templo, ofegantes, mas felizes.

–Sango-san, você não brinca mais tanto com a gente... – disse uma garota – Aliás, faz tempo que a gente não te vê por aqui...

–Não me chame de Sango-san, por favor, porque assim você me deixa sem-graça – respondeu ela, dando uma risadinha – É que tem umas coisas que eu e meus amigos temos que resolver... mas visitamos vocês sempre que podemos!

–É verdade que você e o monge bonito já estão namorando? – perguntou outra garota, fazendo Sango corar violentamente, o que arrancou risadas das outras crianças – Eu sabia! Eu sabia!

–Não estamos exatamente namorando – gaguejou ela, procurando um meio de sair pela tangente daquela situação – Nós só estamos... nos entendendo bem, só isso. Somos amigos...

–Amigos, sei... – disse um menino, debochado – Você gosta dele, todo mundo sabe!

–Ora, seu... – ela se fingiu de aborrecida – Não é bem assim... ele é um cara legal, sim, mas...

–Não tem argumentos, você gosta dele – retrucou a primeira garota, rindo alto. Sango fez menção de sair correndo atrás dela, e no segundo seguinte começou uma brincadeira de pega-pega entre eles.

A moça saiu procurando-os pelos arredores da aldeia, caminhando despreocupada. Apesar de ser um lugar meio escuro e muito próximo à floresta, estava perto da aldeia. Foi então que sentiu uma mão coberta por um tecido puxá-la pelo pescoço diretamente, enquanto outra mão tampava sua boca e a arrastava por entre as árvores. Não teve reação nenhuma, a pessoa ou coisa que a puxava era forte, e ela estava desarmada. Só podia esperar...

E, então, chegaram a uma clareira. E foi ali que tudo aconteceu.

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–Acalme-se, Miroku! – um rapaz de cabelos brancos e interessantes orelhas caninas segurava um outro, um monge portando um cajado e um colar de contas enrolado na mão direita – Ficar de histeria não vai nos levar a lugar nenhum!

–NÃO ME DIGA PRA FICAR CALMO, DROGA! – ele repeliu a mão do outro, irado – ELA SUMIU HÁ HORAS! EU VOU PROCURÁ-LA AGORA MESMO!

–Você não vai a lugar nenhum! – uma sacerdotisa idosa se aproximou – Sango sabe se cuidar muito bem, se você for atrás dela, ela não o perdoará.

–Vocês não entendem... – a voz dele estava rouca – Acho que... alguma coisa aconteceu com ela...

O jovem monge estava pálido e trêmulo. Ele, Miroku, conhecido por dar em cima de todas as garotas que estivessem ao seu alcance, não sabia explicar, mas sentia, de alguma forma. Céus, todos sabiam o quanto Sango era importante para ele! Se algo acontecesse a ela... não, nem ele sabia terminar essa frase. Não sabia do que seria capaz, se alguém a machucasse.

–Por favor, Miroku – pediu uma outra garota, Kagome – Ela está bem, você vai ver.

–Se você faz tanta questão – por fim, disse o garoto de cabelos brancos, Inuyasha, suspirando aborrecido – nós vamos procurá-la. Mas, se ela se zangar, a culpa vai ser sua.

Ele concordou prontamente, apanhando seu cajado. Kagome também pegou seu arco e suas flechas, e Inuyasha, sua espada, além de uma lamparina para cada um dos três. Miroku se adiantou, como se pressentisse alguma coisa, e tomou o caminho para a floresta, quebrando os galhos das árvores com o cajado.

Por que estava sentindo aquilo? Aquele pavor, aquela... apreensão? Era quase como se soubesse que algo havia acontecido, algo grave...

E foi então que teve a certeza.

Avistou uma clareira, iluminada diretamente pela lua, e correu até lá. Viu alguém no chão, e quando se aproximou, quando percebeu realmente quem era, sentiu as pernas perderem toda a força de uma hora para outra e o jogarem de joelhos no chão.

Era ela. A sua Sango. Parecia dormir em paz. Mas a lua deixava claro que aquele era um sono do qual ela não despertaria demais. Ele tocou o rosto dela, de leve. Estava frio. Continuou acompanhando o formato do corpo dela com os dedos, até chegar na barriga. Bem ali, havia uma pequena perfuração, que parecia ter sido feita por uma lâmina fina, mas longa. E, ao seguir aquele caminho, encontrou outras.

Não era possível... não ela... ela não morreria daquele jeito estúpido!

Ele sentiu os olhos arderem. Não, não iria acreditar. Aquilo era mentira! Beijou-a, certo de que ela iria acordar, mas só sentiu na boca dele o gosto do sangue. As lágrimas começaram a vir, sem o seu controle. E ele a chamava, sussurrava em seu ouvido, sacudia-a. Ela estava brincando com ele, só podia! Ela tinha que estar brincando! Ele não seria capaz de viver se aquilo fosse verdade, então não era verdade! E continuava chamando, cada vez mais alto, cada vez mais desesperado, os olhos cada vez mais encharcados... E, por fim... um grito cortou o silêncio da noite.

Era verdade. Ela se fora.

Kagome e Inuyasha se aproximaram do amigo, sem nada dizer. Dizer o quê, numa situação daquelas? Kagome também chorava, em silêncio, e Inuyasha tinha os olhos perdidos e intrigados. Mas Miroku... ele sentia como se o mundo todo tivesse desabado sob seus pés. Ele a amava, essa era a verdade, ele a amava muito! Ele nunca havia amado ninguém verdadeiramente antes dela... e agora, ela... ela... nem conseguia dizer. Só sentia que parte dele mesmo acabava de morrer também, e que o resto de si ansiava pelo mesmo destino.

Foi então que Kagome viu...

Bem ali, não mão de Sango... jazia uma pequena borboleta de seda.


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