Assim que todos foram dormir bati na porta da mamãe. Ela abriu a porta vestindo um pijama.
— Tudo bem?
— Precisamos conversar. - Entrei e fechei a porta.
— Sobre Sexo não é. Então sobre o que você quer saber?
— Por que mentiu para mim?
— Mentir? Quando eu menti para você?
— Quando disse que Cedrico morreu. - Ela abriu e fechou a boca varias vezes.
— Como você...
— Eu o vi hoje. Ele esta vivo mãe. Vivo. - Meus olhos se encheram de lagrimas. - Todo esse tempo eu chorei e lamentei a morte dele. Você viu. Todos viram.
— Eu não podia contar. Dumbledore pediu que não contássemos. Sinto muito não queria ter mentido para vocês. Não me senti bem vendo você sofrer tentei falar com Dumbledore, mas ele preferiu assim. Quanto menos soubessem melhor.
— Por causa do Ministério em Hogwarts?
— Em parte sim, em outra por que vocês já carregam segredos demais. Como ele esta? Nunca fui vê-lo.
— Esta pálido e mais magro. Mas apertou minha mão quando a segurei. Pelo que entendi as chances eram mínimas, mas como ele apertou minha mão é um grande avanço. Um sinal de que talvez as coisas fiquem bem.
— Vai ficar meu amor. Não se preocupe com isso. - Ela sorriu apertando minha mão. - Ele vai ficar bem.
Nos dias seguintes Sirius se fechou dentro do quarto com Biguço. Deprimido.
Quando já estava perto das férias acabarem Serena invadiu o quarto, seus gritos podiam ser ouvidos ate na rua. A mãe de Sirius começou a gritar tambem o que foi ótimo por que ninguém queria escutar os palavrões que minha mãe estava gritando.
Remo teve que entrar no quarto para acalmar os ânimos, mas ninguém podia segurar Serena. Ela agarrou Sirius e o levou para dentro do banheiro o colocando debaixo do chuveiro com roupa e tudo. Jogou a garrafa de bebida na parede fazendo barulho por tudo.
Foi o escândalo do século eu tinha que admitir.
Sorte nossa que os membros da ordem não estavam ali para ver aquele fiasco. Seria uma vergonha eterna.
Depois do banho e Sirius ter trocado a roupa parecia melhor, mas ficou ainda mais mau humorado quando Serena quebrou todas as bebidas dele, em parte para livra-lo do vicio, em parte para extravasar a própria raiva.
— Não quero ver sua mãe brava comigo. - Harry murmurou ao meu lado e eu sorri.
— Ela sabe colocar ordem nas coisas. - Ele riu assentindo.
Na manhã de regresso a Hogwarts foi uma correria. Estavam todos agitados.
Vesti uma calça jeans verde escura, camiseta marrom claro, cardigan marrom, casaco cinza escuro e bota flat cano longo sem salto.
Steph estava com uma regata preta, jaqueta de couro marrom, calça jeans e bota biker.
Kate estava com uma calça jeans preta, camiseta branca gola v, jaqueta college preto e branco e tênis preto.
— Será que só eu sinto frio?
— Boa pergunta. - Kate debochou sorrindo.
Encontramos todas na cozinha se arrumando para partir.
— Pessoal. - Remo falou. - Temos um problema. - Estendeu o Profeta Diário para a minha mãe.
Mamãe ficou branca enquanto procurava um lugar para sentar.
— Serena? - Sirius falou.
— Não pode ser. Como isso foi acontecer?
— O que aconteceu? - Arthur perguntou.
Peguei o jornal da mão dela.
— Ai que droga. - Steph murmurou.
Na manchete havia uma foto nossa com Serena.
"A mentira vem a tona.
Um leitor muito atencioso teve a bondade de nos fornecer uma informação importante sobre as irmãs Lancaster, estudantes de Hogwarts. Acho que o mundo precisa saber disso.
Precisa saber que Stephanie e Katherine não foram adotadas por Serena Dumbledore em um orfanato. Na verdade Stephanie é filha de Tiago e Lilian Potter. Sim. O menino que sobreviveu tem uma irmã. Uma irmã gêmea.
E contradizendo todas as expectativas Katherine é filha de Sirius Black. Sim o notório assassino Black, único fugitivo da Prisão de Azkaban e completamente fiel a Você-sabe-quem...
Minha visão embaçou e tudo escureceu.
Senti algo no nariz queimando e acordei em um pulo. Estava deitada no chão da cozinha.
— Não temos muito tempo. - Serena falou. - Vocês precisam ir para Hogwarts.
— Aquilo vai ser o inferno. - Steph resmungou.
— Umbridge vai nos interrogar. Vai usar a poção da verdade. Ela pode fazer isso. - Kate resmungou.
— Responda as perguntas em francês. - Serena respondeu o obvio. - Vou comparecer ao Ministério da Magia ainda hoje. Tudo ficara bem. - Me ajudou a levantar.
Firmei minhas pernas no chão e os encarei.
— Não importa o que falem. - Sirius murmurou. - Você sabe a verdade.
— Eu... Te amo, pai. - Ela sussurrou o abraçando.
Assim que paramos na rua nos arrumamos.
— Vamos quanto mais depressa entrarmos no ônibus melhor. - Tonks falou olhando em volta.
— Ônibus? - Perguntei.
— Nôitibus.
Remo ergueu um braço na rua. Saltei para trás quando um enorme ônibus parou na nossa frente.
— Bem-vindos ao... - O rapaz magro foi interrompendo por Tonks.
— Sei, sei, já sabemos. Subam, subam, subam... - Empurrou Harry.
— É... É Arry! - O motorista falou.
— Se gritar o nome dele faço você perder a memoria.
Ela nos empurrou para dentro.
— Eu sempre quis andar nesse ônibus. - Rony falou.
— Parece que vamos ter que nos separar! Fred, Jorge, Gina para aquelas poltronas lá no fundo... Remo pode ficar com vocês.
Steph, Kate, mamãe e eu nos sentamos nas poltronas da frente enquanto Tonks, Harry, Rony e Hermione subiam para o outro andar.
— Como você acha que descobriram? - Perguntei.
— Não faço ideia. Se fosse Umbridge estaria escrito na reportagem. Ela gostaria da fama. Isso quer dizer que não foi ela.
— O que me preocupa é quem é essa outra pessoa.
— Não pensem nisso ok? Vai ficar tudo bem. Se preocupem em estudar. - Ela forçou um sorriso.
Mamãe e Tonks conseguiram fazer o ônibus parar em Hogsmeade. Por isso descemos em frente os portões de Hogwarts. Elas e Remo desceram nossas coisas.
Nos despedimos e subimos as escadas para o Castelo.
Como já era de esperar todos se viraram para nos encarar. Cochichavam e nos olhavam.
Steph fechou as mãos em punho.
— Senhoritas... Como posso chama-las? - Minerva apareceu no alto da escada.
— Pelo nosso sobrenome verdadeiro, professora. - Kate debochou.
— Elas virão comigo. - Umbridge apareceu do outro lado da escadas.
Nos entreolhamos.
— Elas são da minha casa e eu...
— Eu sou a Alto Inquisidora da escola. Eu decido isso. Me sigam, queridas.
Minerva pressionou os lábios, Kate deu uma batidinha no ombro dela e saltou os degraus atrás de Umbridge. Steph e eu as seguimos.
— Professora Umbridge lamento dizer que eu como diretor tenho total direito de conversar com elas primeiro. - Dumbledore nos alcançou no corredor.
— Salvo pelo gongo. - Sussurrei.
— Você esta acobertando elas, Dumbledore. Uma delas tem o seu sobrenome!
— Na verdade não, meu sobrenome é Lancaster.
— Mas isso não nega o fato de que sua mãe é filha adotiva de Dumbledore.
— Sim. Eu ajudei a esconde-las pelo motivo obvio. Nenhuma delas precisava crescer sendo apontadas como órfãs ou no caso da senhorita Black como a filha de um temido assassino. Já conversei com Fudge. Me apresentei hoje de manhã como cumplice. Se alguém tem que ser interrogado é eu ou minha filha.
Umbridge ficou vermelha. Mas parecia não ter argumento para contradizer Dumbledore.
Senti o suor na minha nuca.
— Eu não gosto de mentiras!
— Ninguém gosta, professora. - Dumbledore deu um sorriso bondoso. - Subam para descansar meninas.
Nós viramos e caminhamos rápido para o mais longe possível.
— Essa foi por pouco. - Kate falou e eu assenti.