Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 5
O Problema dos Mal-Entendidos




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— Por favor, tenho que chegar a tempo. - Sakura pensou enquanto corria a toda velocidade  na direção da academia, usando o chakra para aumentar a corrida.

Quando ela avistou o rabo de cavalo, mais que conhecido de Iruka, ela agradeceu as sessões de treino com seu amigo sobrancelhudo.

"Valeu, Lee."

A rosada pensou no discípulo de Gai, estar ajudando-a a aprimorar seu taijutsu, principalmente no que diz respeito a sua velocidade.

E, pela primeira vez ela estava colhendo o fruto de seus esforços.

— Iruka-sensei?! - O professor ficou surpreso em ver Sakura, correndo na sua direção com um sorriso de orelha a orelha, o que o deixou também desconfiado.

— Como vai, Sakura-chan? - Iruka perguntou para sua ex-aluno, surpreso com o quanto ela cresceu naqueles dois anos desde a formatura.

— Sensei, não temos tempo para perder tempo. - Sakura disse com ansiedade, o que deixou Iruka, ainda mais desconfiado.

— Aconteceu alguma… - Ele não teve nem tempo de dizer nada, pois se viu puxado pela mão… - COISA!

Foi o que ele conseguiu dizer, antes daquele furacão da testa grande o arrastar, pelas ruas de Konoha.

— Alguém quer vê-lo… - Sakura disse com expectativa, o que deixou Iruka ainda mais confuso.

Ele havia começado aquele dia cheio de expectativa.

Havia pensado em várias maneiras de abordar Shizune, mas desistido de colocá-las em prática, pois ele não estava confiante de que aquilo iria dar certo.

"Ela é demais para mim".

Ao final do dia, essa tinha sido sua conclusão, quanto a seus desejos românticos.

Mas, agora Sakura aparecia ali dizendo que alguém queria vê-lo.

E ela treinava com a Godaime, Shizune era assistente da mesma.

"Seria coincidência?"

Iruka se perguntava, sendo acometido por uma ligeira esperança.

— Sakura quem quer me ver? - Ele perguntou com mais expectativa do que pretendia.

— Se eu falar, estraga a surpresa. - A rosada disse, achando que se ela falasse quem era, iria estragar a magia do encontro.

Shizune havia pedido para que ela desse um jeito para levar, Iruka no mesmo lugar que elas tinham conversado no dia anterior.

As 18 horas da tarde. Sakura queria que tudo saísse perfeito, quase como se ela estivesse indo encontrar o Lee.

"Tsc. Quer dizer o Sasuke-kun". Ela pensou negando-se a aceitar o carinho que havia desenvolvido por seu querido sobrancelhudo, nas sessões extras de treinamento deles.

— Sakura-chan, espera… quero comprar flores.

Os olhos da jovem brilharam, ao ouvir isso. É, claro que seu sensei era bem esperto e iria saber suas intenções.

Mas, se ele sabia? Ele imaginava quem era a moça, e se ele queria comprar flores, significava que ele também estava de olho nela, certo?

Sakura ficou pensando com seus botões.

Enquanto, se aproximava da floricultura onde estava Ino, que olhou para Sakura com os olhos brilhando de curiosidade.

— Iruka-sensei, a que devo a honra? - Ino perguntou olhando com curiosidade para Sakura, que se quer foi considerada no cumprimento, já que ela nunca comprava flores.

— Quero meia dúzia de lírios brancos. - Iruka dissera resoluto, pois em sua concepção a pureza e ao mesmo tempo formosura daquela flor, remetia sua adorada Shizune.

O brilho nos olhos de Iruka foi tão bonito, que Ino ficou olhando-o admirada, pois não lembrava de vê-lo tão esperançoso, nos tempos da academia.

— É para alguém especial? - Ino perguntou com curiosidade. Mas, Iruka não prestou atenção em sua pergunta, porque estava nervoso demais.

— Posso fazer um cartão? - Ino sugeriu, já quase tendo um frenesi de tanta curiosidade.

— Sensei, está quase na hora. - Sakura disse com certa petulância querendo fazer pose para Ino.

— Oh, sim… Claro, Sakura-chan. - E a resposta deixou a Yamanaka com a pulga atrás da orelha.

— Até logo, Ino-chan.

Iruka despediu-se educadamente e saiu correndo com Sakura.

E, aquela testuda estava com tanta pressa que nem olhou para trás.

Isso foi a gota d'água para a curiosidade em forma de gente.

— Mamãe, vou sair e já volto. - Ino dissera tirando seu avental. – Depois a senhora tira seu intervalo.

Ino disse com determinação, sabendo que aquilo lhe renderia uma bronca, seguida de um castigo.

Mas, nesse caso a curiosidade, era maior do que a prudência.

POFT!

Shizune choramingou depois que o punho de sua shishou acertou sua cabeça.

— Porque me bateu? - A morena perguntou com inocência depois de ficar meia hora, andando de um lado para o outro, dizendo apenas que não era boa o bastante para não merecer o amor de alguém.

— Olho para você e me pergunto onde foi que eu errei? - Tsunade perguntou com firmeza. - Para você se menosprezar tanto?

Tsunade perguntou olhando Shizune diretamente nos olhos.

A moça baixou a cabeça, porque o olhar decepcionado da mulher, que era como uma mãe machucava.

— A senhora não errou em nada… Eu que sou assim! - Shizune disse baixando a cabeça, o que irritou Tsunade que bateu na mesa.

— Levanta a cabeça, FILHA! - Pela primeira vez aquela palavra saiu dos lábios da Senju, e foi como se as portas do céu tivessem sido abertas para Shizune que sentiu, momentaneamente, como se pudesse conseguir qualquer coisa.

— Como todo o resto na vida, ou se ganha, ou se perde. Não tem outro jeito de saber, a não ser apostando com tudo que se tem.

Tsunade disse fechando o punho diante de Shizune, e ela queria ter aquela força e convicção, se bem que isso não adiantou muito no caso da Senju.

Que continuava "sozinha".

— Eu não tenho muito a oferecer. - De novo sua falta de autoestima, puxava pelo tornozelo para fora de seu céu particular.

— Se você não enxerga as próprias qualidades, não sou eu que vou perder meu tempo falando de algo que você nega apenas por insegurança. Mas, tenho três coisas para te dizer… - Tsunade pegou sua mão, e o toque dela era frio, mas estranhamente acolhedor.

— Se tudo de você não for o bastante, então nada será… Lembre-se, em cada esquina existem infinitas possibilidades de um relacionamento, mas amor com “a” maiúsculo só se vive uma vez.

Tsunade disse firmando o queixo de Shizune, para que a sua menina parasse de insistir em baixar daquele jeito.

— Hum? Qual a terceira coisa senhora? - Shizune perguntou com seus olhos negros, brilhando pelo desejo insaciável de aprender coisas novas.

— Vá lá e descubra… - Tsunade disse dando uma piscadinha para uma renovada Shizune que saiu correndo, quase voando como um passarinho cheio de esperanças.

— Kukuku. Você funciona mais na teoria do que na prática querida.

Então uma voz fria como metal apareceu detrás de Tsunade, que se afogou com a água que ela tinha acabado de levar aos lábios.

— Orochi… Maldito, que faz aqui? - Tsunade perguntou fuzilando seu companheiro de time com olhar.

— Você prometeu que a pirralha da testa grande ia me procurar no campo de treinamento, mas não foi… - Orochimaru disse dando uma risada amargurada.

— Eu até usei o disfarce que você exigiu… mas, nada… - O outro disse com um bico de contrariedade.

— Você roubou o namoradinho imaginário dela, ela não vai aceitar você facilmente.

— E, você me aceita? - Ele perguntou usando seu charme reptiliano, mas aquilo não funcionou.

Ele só recebeu um olhar feio da parte de Tsunade 

— Uma coisa é eu entender que as experiências com as crianças, e todo o resto foi armação do Danzou…

— Outra coisa é eu voltar a cometer os mesmos erros. - Tsunade disse se levantando com impaciência.

— É uma pena para nós dois. - Orochimaru disse vagamente, recebendo um olhar questionador da parte da Godaime. - Que amor com “a” maiúsculo só se vive uma vez.

Iruka estava com o coração na boca, enquanto segurava o ramalhete de lírios com tanta força, que os nós de seus dedos chegaram a ficar brancos.

Sakura se afastou, mas ela queria assistir de camarote e para isso um arbusto servia como camuflagem.

— Então, era por isso que as duas estavam cheias de segredinhos.

Sakura quase teve um infarto, porque Ino apareceu do nada, atrás dela.

— Ino… porca… - Sakura fuzilou a outra com o olhar, mas Ino sorriu sonhadora.

— Psiu… Ela já vai chegar. - As duas meninas sorriam, enquanto observavam a chegada de Shizune, deixando a dupla repletas de esperanças.

Mas, o sorriso delas se desmanchou, assim como o de Iruka.

Shizune vinha caminhando ao lado de Genma, e esse estava com as mãos grudadas na da moça, que não queria ouvir o que ele tinha a dizer.

Mas, era gentil demais para conseguir dar um chega para lá no rapaz. Genma assim que a viu, por algum motivo achou que era uma boa ideia, tentar pela décima oitava vez, ganhar um beijinho daquela boneca que povoava seus sonhos.

— Então, SHIZUNE aceita ser minha namorada… - Ele parou de joelhos diante de Shizune e beijou as mãos da Kunoichi.

E, embora a cena não tenha sido demais, já foi o bastante para esmigalhar a pouca autoconfiança de Iruka que achava que qualquer cachorro vira-lata do cão Inuzuka tinha mais valor do que ele.

Por isso, ele saiu correndo deixando os lírios para trás, junto com suas esperanças amorosas.

Mas, não sem antes ralhar com Sakura, que irritada fez o que Shizune não teve coragem.

Saiu atrás daquele arbusto e deu um cascudo como chega para lá no Genma. E Ino deu outro, para reforçar. Inspirada por suas duas aprendizas, Shizune fez o mesmo. Mas, o estrago já estava feito.

Quando soube que Iruka esteve ali e vou aquilo, e saiu achando que ela iria aceitar o pedido de Genma.

Se debulhou em lágrimas, abraçada nos lírios brancos.

— Tudo vai se resolver, Shizune. - Sakura disse dando um abraço solidário em Shizune e Ino fez a mesma coisa.

Mas, a morena não tinha esperanças. Pois o problema dos mal-entendidos é que eles começam pequenos, e acabam grandes.


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