Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum
Sonya e Tatsuo entram na sala general. A visitante observa a sala e ficou um pouco surpresa por aquele cômodo ser pequeno e tão simples, disposto de uma mesa grande com um laptop de última geração em cima, uma cadeira sem almofada para a visita, outra almofadada para a general .Do lado da mesa há uma estante de livros e arquivos das F.E. e do outro lado um filtro e água, Blade tem a mania saudável de se manter hidratada. Sonya deu um sorriso para Katana pedindo para que se sentasse e ela o fez, antes de se sentar Tatsuo com sua graça tirou a soultaker de suas costas e a colocou deitada em seu colo quando se sentou.
A general ficou olhando a arma e disse:
— Não precisava ter trazido essa... katana.
— Eu sempre ando com ela – respondeu Tatsuo fuzilando a general com os olhos – A alma do meu esposo está nela.
Blade espantada perguntou:
— É soultaker?
Katana sorriu e fez um sinal afirmativo com a cabeça. Em uma das vezes que Sonya foi visitar o Shirai Ryu o seu grão-mestre, Hanzo Hasashi, contou um pouco sobre esse tipo de katana e a general fingia que estava acreditando, mas no fundo achava que era tudo lenda apesar de ter passado por coisas inacreditáveis.
Blade sentou-se em sua cadeira e ficou frente a Tatsuo, que não tirava os olhos da general, queria estar atenta a tudo o que ela tinha a falar. E então começou:
— Johnny já deve ter adiantado que é uma missão particular de um dos nossos integrantes. As F.E não tem obrigação de custear, mas por termos uma grande parceria decidimos ajuda-lo. E por você já ter uma experiência boa nesse tipo de missão decidimos recrutá-la, apenas para essa missão.
— Certo – disse Tatsuo se ajeitando na cadeira – E qual é o nome desse integrante?
— Kenshi Takahashi – respondeu a general – o conhece?
A visitante tentou puxar algo de sua memória, ao ver que nada tinha respondeu:
— Não. Por favor prossiga com os detalhes da missão.
— A missão é capturar o assassino da esposa de Kenshi. Se chama Daegon e esse é apenas um dos diversos crimes que esse delinquente cometeu. O clã fica em uma região da China de difícil acesso, precisarei deixar vocês em um lugar um pouco mais além do Himalaia e precisaram caminhar por cinco dias.
“Durante esse período vocês terão que passar a noite em estalagens que estarão disponíveis pelo caminho, nós já deixamos tudo pago e terão que chegar por volta das oito horas nessas estalagens. Enviarei para você via e-mail uma lista do que levar para a viagem, preciso que venha a semana que vem toda para treinamento e reunião de plano de ação.”
— Quantas pessoas irão a essa missão?
— Você, Kenshi, Takeda e outra pessoa que já designei.
— Não são poucos? –perguntou Tatsuo atônita.
— Fique tranquila, teremos o apoio do Shirai Ryu e Lin Kuei. Já o deixei avisados.
Tatsuo ficou surpresa ao ouvir o nome Shirai Ryu, conhecia aquele clã, mas ouvira dizer que havia sido instinto há alguns anos atrás. Ficou curiosa naquele instante para saber como ele se reergueu, mas se conteve e pensou que em outra oportunidade para tirar fora aquela curiosidade, sabia que aquele não era o momento.
A general falou um pouco da região onda a missão seria realizada e tudo mais que ela precisava saber. Quando a explanação de tudo foi concluída, Sonya olhou firme para a samurai e perguntou:
— Posso contar com você?
Katana se levantou, colocou sua soultaker nas costas e respondeu fazendo uma reverência:
— Como à senhora desejar.
Sonya estranhou um pouco aquele gesto, mas gostou deixando um sorriso se formar em seus lábios. Levantou-se, bateu nas costas da samurai levemente e disse:
— Seja bem vinda as F.E.
(...)
Yamashiro e Sonya saíram da sala sorrindo e se depararam com Kenshi, que estava de braços cruzados como se estivesse esperando elas saírem. Sonya ao vê-lo soltou uma risada e perguntou:
— Está a par do que falei para ela, não é?
— Quer dizer que ela é a ajuda que Cage achou? – perguntou Kenshi olhando Tatsuo com desdém.
Katana ficou séria quando se aproximou dele e evitava olhá-lo, o que ela achava sorte era aquela faixa vermelha cobrindo os seus olhos, isso evitaria que trocassem olhares.
Sonya disse a Kenshi irritada:
— Por que fala assim?
Kenshi respirou fundo e virou sua cabeça em direção a Tatsuo. Blade continuou:
— Ela é bem competente, tem boa experiência...
— Eu sei general – respondeu Kenshi se virando para Sonya – Mas você bem sabe é uma missão que deve ir apenas Takeda e eu...
— Mas não será como quer, Kenshi! – disse Sonya em tom firme.
Cassie estava próxima e a general a chamou. Ela foi ao seu encontro e a general deu a ordem:
— Acompanhe Tatsuo até o carro.
— Como quiser, general – respondeu Cassie.
Katana e Cassandra foram caminhando para a saída quando Kenshi as interpelaram:
— Posso falar com Katana?
A sargento olhou para Tatsuo e disse:
— Estarei aqui perto.
A samurai assentiu e Cassie ficou encostada em um caminhão tanque que estava há uns três metros de onde estavam. Tatsuo evitando encará-lo disse:
— Seja breve.
O espadachim respirou fundo e disse:
— Eu espero que não tenha problemas com você nessa missão. É uma vingança pela morte de Suchin... A mulher da minha vida.
Tatsuo continuou calada, decidiu ouvir o que ele tinha para falar, mas suas mãos suavam frio e a voz dele mexia com ela. Fez o possível para não externar o misto de sentimentos que tinha em seu coração. Ele concluiu o monólogo:
— Espero que você possa mesmo ajudar-nos, pois se for para atrapalhar prefiro que nem venha conosco.
Katana se manifestou:
— Se a general confiou em mim é porque farei o que for preciso e corretamente.
— Assim espero.
Dizendo isso Kenshi se retirou da presença dela. Cassie ficou observando os dois e ao instante que o espadachim se retirou, ela veio ao encontro de Tatsuo e perguntou:
— Está tudo bem?
A samurai respirou fundo e respondeu:
— Sim, está.
As duas caminharam até a porta e Tatsuo fez uma pergunta:
— Como Kenshi consegue lutar sendo cego?
Cassie sorriu e disse:
— Ele enxerga através da sento que ele carrega. Ah e também é um telepata, assim com seu filho Takeda.
Tatsuo sentiu uma angústia invadir seu peito, não gostava que ninguém invadisse sua mente sem ter permissão. Estava decidida a procurar uma técnica para bloqueio de telepatas.
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