Verdades Aprisionadas - Parte II escrita por ChattBug


Capítulo 1
Capítulo 1 - Só uma amiga?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o primeiro capítulo da parte dois dessa história, que agora vai ser narrada pelo Adrien.
Espero que gostem!



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Eu olhava para Marinette, desejando que aquela pequena distância entre nós sumisse, mas vi preocupação estampada em seu rosto enquanto ela encarava a porta.

Ela tinha dito que precisava ajudar os pais na padaria naquele momento, mas, como estávamos presos no quarto até meu pai chegar com as digitais, isso não seria possível agora. Mas o desespero que ela teve há alguns minutos, quando o sistema foi ativado, acabou me contagiando um pouco. Afinal, tinha um akumatizado atacando a cidade naquele exato minuto e eu estava ali, trancado em minha própria casa sem meu kwami.

Então, logo lembrei do que tinha acontecido na noite anterior:

Eu e Ladybug tínhamos acabado de terminar mais uma patrulha noturna quando começou a cair uma chuva fraca. Eu me despedi dela e estava saindo de lá quando a ouvi dizer alguma coisa, mas estava longe demais para entender o que era.

Parei em um telhado e pensei em voltar. Será que era alguma coisa importante? Olhei para trás e não a vi, então talvez ela só estivesse se despedindo.

Iria para casa, mas, ao olhar a mansão dali, não tive o menor ânimo para saltar os poucos telhados que me separavam do lugar que eu chamava de lar. Ultimamente, o clima na minha casa parecia pior do que antes. Com o silêncio e a ausência do meu pai eu já estava acostumado, mas nos últimos dias nem a Nathalie estava falando comigo direito.

Ao mesmo tempo, os akumatizados pareciam mais fortes e surgiam com uma frequência maior do que antes. Se isso tivesse acontecido há um mês, eu com certeza estaria muito feliz, já que veria Ladybug mais vezes, só que agora as batalhas não pareciam mais tão divertidas…

Já fazia algumas semanas que eu tinha parado de chamá-la pelos apelidos e de fazer aquelas piadas e trocadilhos que eu tanto gostava. Não fazia mais sentido para mim continuar com aquilo, quer dizer, depois de tantas rejeições dela, eu iria desistir uma hora, não é?

Desde então, as batalhas e patrulhas noturnas não têm sido mais as mesmas. Falamos só o essencial um com o outro. No começo, foi um pouco difícil para mim parar de fazer piadas e de jogar charme para Ladybug, mas, algumas semanas depois, aquilo já tinha se tornado mais simples. Ela devia estar bem feliz com isso, já que agora focávamos nas batalhas. Mas eu… bem, é meio difícil de explicar.

Ainda gosto dela, é claro, mas não é como antes. Eu não fico visitando o Ladyblog para ver se há alguma informação a mais sobre minha parceira e não penso mais nela tanto quanto antes.

Achei que, ao finalmente superar minha paixão por Ladybug, eu seguiria em frente com Kagami, que já tinha deixado claro que gostava de mim. Mas… não aconteceu nada entre nós. Quer dizer, depois daquele dia do sorvete, ela tentou se aproximar e, no começo, achei que realmente fosse possível que ficássemos juntos. E então, em uma tarde depois da aula de esgrima, ela me beijou. Mas eu não senti nada! Eu não sei exatamente o que eu esperava sentir, mas eu lembrei que, há algumas semanas, quando eu apenas olhava as fotos que mostravam os beijos que eu Ladybug tínhamos trocado, eu sentia meu coração acelerar — e eu nem lembrava de nenhum dos dois beijos, só para deixar claro.

Mas achei que era coisa da minha cabeça e resolvi continuar tentando com Kagami, mas só foram precisos dois dias para que eu percebesse que não ia dar certo. Eu não sentia o mesmo por ela e não era certo continuar insistindo, ela ia acabar se iludindo e eu não queria isso. E então eu contei a verdade a ela e, para minha surpresa, ela até que reagiu bem. Mas, antes de sair, ela deixou no ar uma pergunta que ficou ressoando na minha mente por dias. "Foi… foi por causa da Marinette? Eu já percebi o jeito que você olha para ela. Sempre achei que vocês ficariam juntos algum dia…". E aí a Kagami saiu, me deixando com uma dúvida gigante. O jeito que eu olhava para a Marinette? Como assim? Quer dizer, ela era muito bonita, é claro, mas… eu não lembrava de olhar para ela tanto assim.

E bom, naquela mesma tarde, eu entrei no perfil dela nas redes sociais, percebendo, pelas minhas curtidas em todas as fotos dela, que aquilo era algo muito frequente. E foi então que comecei a perceber o que Kagami tinha dito. Eu realmente olhava muito para Marinette no colégio e, como de alguma forma, nós dois sempre acabávamos ficando sozinhos em algum lugar, eu também conversava muito com ela e… era tão natural. Sempre tínhamos algo para conversar e era tão bom estar com ela.

Não demorou muito tempo para que eu percebesse que sentia algo por ela e era exatamente nisso que eu estava pensando enquanto estava sentado na sacada de um prédio perto da minha casa na noite anterior, nem percebendo que a chuva ficava mais forte a cada minuto.

Quando finalmente me dei conta de que já estava ali há muito tempo, fui para casa e, depois de um banho quente, vi que Plagg não parecia muito bem. Confesso que, na hora, achei que fosse drama dele. Plagg costuma ser bem exagerado, mas então, na manhã seguinte, percebi que realmente parecia algo grave.

Assim que o sinal do intervalo tocou, eu e Nino estávamos conversando e, exatamente no momento em que paramos de falar, ouvi o espirro de Plagg.

— A sua… mochila espirrou? — Nino disse, confuso.

— O quê? Claro que não! Fui eu que espirrei… devem ter algumas penas de pombo por aqui, eu sou alérgico… — Inventei, logo saindo dali para ir ao banheiro, onde poderia falar com Plagg sem ser visto. — Achei que você estava melhor hoje de manhã.

— Eu pareço melhor? — Ele resmungou antes de espirrar mais uma vez.

— Por que você não me avisou antes?

— Ah, claro, e eu ia sair da sua mochila no meio da aula para falar que ainda estava doente. — Ironizou, tossindo logo em seguida.

— Tem alguma coisa que eu possa fazer? Um remédio, suco de laranja, canja de galinha ou algo assim? — Ele riu.

— Só um guardião sabe como tratar as doenças dos kwamis.

— Ah, então vamos até a casa do Mestre Fu! Você consegue me transformar?

— O que você acha? — Espirrou de novo.

— Então eu vou andando, ainda bem que está na hora do intervalo e vão me deixar sair.

Assim, eu caminhei até lá, com Plagg me explicando como chegar.

Mestre Fu disse que ia demorar algumas horas para ajudar Plagg e que meu kwami precisaria de repouso depois. E, como eu falei que teria prova de química dali a alguns minutos, me aconselhou a voltar para o colégio e foi o que eu fiz.

Talvez por perceber que eu olhava para Marinette mais do que o normal, Nino me disse para chamá-la para sair. Na hora, eu logo disse que a via apenas como amiga, embora eu não acreditasse mais tanto nisso. Nino logo notou que eu mentia para mim mesmo e sugeriu que, como desculpa, eu a chamasse para fazer o trabalho de história na minha casa. Assim, meu pai não implicaria comigo saindo no meio da tarde e nem mandaria Gorila vigiar meu possível encontro com Marinette. E então eu a chamei e, para minha surpresa, ela aceitou.

É claro que eu não esperava que um akumatizado fosse surgir e muito menos que meu pai ativasse o novo sistema de autodefesa da casa, fazendo com que eu e Marinette ficássemos presos no meu quarto por pelo menos duas horas.

Estaria tudo bem se não tivesse um akumatizado lá fora e se Marinette não parecesse tão preocupada. E, por isso, parei de aproximar meu rosto do dela, logo me lembrando de um detalhe crucial, mas que eu tinha esquecido completamente enquanto me aproximava dela: Marinette só me via como um amigo e, bom, ela certamente devia estar com o Luka.

Completamente sem jeito, fingi que pegaria uma caneta caída no chão e me afastei dela. Ficamos alguns minutos naquele silêncio constrangedor até que, me surpreendendo, ela disse:

— Lembra… lembra daquele dia que filmaram um programa com o Jagged Stone na minha casa? E aí mostraram meu quarto com várias fotos suas ao vivo para a cidade inteira?

Será que ela ia dizer que, na verdade, as fotos estavam lá porque ela gostava de mim e não porque gostava de moda, como tinha dito naquele dia? Senti o coração acelerar com essa possibilidade.

— Lembro. — Respondi.

— Bom, eu… tirei as fotos de lá.

Espera, o quê?

— Por quê? — Perguntei, tentando não parecer surpreso.

— Não sei, acho que eu fiquei meio envergonhada depois daquele dia. Parecia que, sei lá, eu era meio… louca por você.

Ah não. Ela vai falar que está com o Luka, não vai?

— Para mim não parecia… — Caramba, o que eu estou falando?

— Nossa, é sério? Se eu soubesse disso, não teria tirado aquelas fotos da parede correndo antes que você fosse na minha casa para jogar videogame.

— Espera, as fotos estavam lá naquele dia que nós treinamos para o torneio de videogame da escola? — Ela assentiu.

— Lembra desse dia?

— Claro! A gente foi para o parque e aí um akumatizado apareceu…

— Verdade, foi o Max, não foi? — Eu assenti e ficamos em silêncio por um tempo.

— Lembra de quando saiu aquela propaganda de perfume comigo e vários fãs começaram a correr atrás de mim na rua?

— Lembro! Aí nós tentamos nos disfarçar e fomos ao cinema, mas acabou surgindo um akumatizado…

— Que era o meu guarda-costas. — Nós rimos com a lembrança. — Por que sempre tem que surgir um akumatizado quando estamos juntos?

Ela pareceu surpresa com meu comentário e desviou o olhar.

Ótimo, mais silêncio constrangedor. Parabéns, Adrien, você estragou tudo.

De repente, vi Marinette dobrar uma folha de caderno, fazendo um leque.

— Quer um? — Ela perguntou, me entregando uma folha também.

Eu iria dobrar a folha quando meus olhos se voltaram para ela de novo.

Não se contentando com o vento fraco do leque, Marinette tirou o casaco, dobrando-o cuidadosamente e colocando-o sobre o colo. Depois soltou os cabelos que estavam presos em marias-chiquinhas e os prendeu em um coque alto. Eu sorri involuntariamente com que o via e senti novamente aquela súbita vontade de acabar com aquela pequena distância existente entre nós.

— Você é tão linda…

Só percebi que tinha dito isso em voz alta quando vi a expressão surpresa dela.

 


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Notas finais do capítulo

O Adrien, ele-
KKKKKKKKKKKK
E vocês achando que a Marinette que estava pagando mico, né? kkkkkk


Ah, essa parte vai ter cinco capítulos, assim como a outra.
O próximo sairá amanhã. E, um aviso aos Adrinette shippers: se preparem… (kkkkkk)

Obrigada por ler!



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