Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 5
Five - Pecados


Notas iniciais do capítulo

Oie! To mantendo o padrão de postagem, espero que estejam gostando
Boa leitura~~~



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Seu corpo já começava a pesar mais, enquanto a frase de Akira ecoava em sua cabeça de forma assustadora

“Almas puras sentem isso, com o toque de impuros sugadores de pecados.”

O que aquilo queria dizer? O que Akira era? O que Kouyou era?

Seu sono não fora tranquilo, a frase surgia em cada canto de seus sonhos escuros, como se tentasse lhe manter atento a situação real, como se aquilo lhe mostrasse uma resposta que não entendia.

"Sugadores de pecado"

Nunca ouvira aquele termo antes, nunca sequer imaginara que ouviria tal coisa. Que soava tão absurda quanto o fato de os barulhos do porão serem apenas um mero gato preto.

O sono agitado findou-se na noite.

Abriu os olhos, estava imerso na escuridão. Não havia nenhuma lamparina acesa no quarto. Sinal de que a noite devia ter chegado a pouco tempo, e o anfitrião ainda estava iluminando o andar inferior.

Ouviu os passos pesados de bota pelo corredor.

Respirou fundo, ocultando o rosto com o lençol, e fechando os olhos com força. Para que parecesse ainda adormecido. Não sentia-se preparado para encarar qualquer um que fosse.

Mesmo de olhos fechados, notou a iluminação da lamparina se aproximando da cabeceira da cama, sendo colocada no criado mudo ao seu lado.

— Sei que estás acordado, Yuu; - ouviu a voz de Kouyou, e reabriu os olhos, mantendo ainda o lençol no rosto, para evitar encará-lo. Sentia o medo voltar a crescer em seu peito, e a frase voltar a ecoar em sua mente.

— O que és, milord? – sussurrou, temendo ouvir novamente o escarnio do outro.

— Akira e a grande boca dele. – suspirou. – Lhe avisei, não pergunte se temes a resposta.

— Temo mais não obtê-la, milord... – insistiu, tirando o lençol da face, notando que o outro havia se abaixado ao lado da cama, para observá-lo mais de perto, e as chamas da lamparina davam ao seu olhar um ar fantasmagórico.

Sentiu novamente aquele calafrio, ao ver o sorriso brotar na face pálida do mais velho.

— Akira se auto intitula 'sugador de pecados'... bom, não temos  um nome especifico para isto. – respondeu brevemente, fazendo com que Yuu arregalasse os olhos, e se encolhesse por entre os lençóis. – Não disse, estás com medo...  no fundo, não queres saber a resposta. Quando estiver preparado, lhe contarei.

Yuu entreabriu os lábios, para responde-lo, mas ouviu várias vozes altas vindas do lado de fora da mansão,  que lhe deixou ainda mais apreensivo com a situação.

— Permaneça no quarto, irei verificar o que está ocorrendo.   – Kouyou saiu, sem esperar que o outro protestasse.

Yuu esperou longos segundos, e se levantou ainda tonto pela sonolência. Seguiu até a porta, a entreabrindo, e vendo pela primeira vez o corredor totalmente iluminado,  o deixando ver os quadros de temáticas fantásticas por toda a extensão do lugar.

Respirou fundo.

E seguiu até o inicio da escadaria, vendo o salão iluminado, e seu anfitrião parado diante da porta entreaberta, conversando com alguém do lado de fora, tendo ao seu lado, Akira, que parecia incomodado com a situação que ali decorria.

Antes que desse  mais algum passo, Akira voltou o olhar para ele, e fez sinal para que retornasse ao quarto.

 Mais novo recuou alguns passos, e escondeu-se próximo a parede, atrás da coluna de sustentação, mas ainda tendo uma visão da porta principal, e conseguindo ouvir o teor da conversa.

— Já disse, não há ninguém nesta mansão além de mim, e meu irmão.  – Kouyou disse em um tom altivo. – Nunca fomos incomodados com visitas inoportunas, de fugitivos.

— Mesmo assim, Milord.. . Teremos que investigar todas as residências desta região. O fugitivo é muito perigoso, assassinou uma jovem. Vossas senhorias poderiam estar em risco morando tão afastados de nosso vilarejo.

— Não estamos em risco, nunca estivemos. – Akira se pronunciou. – Estão nos importunando...

— Devemos insistir, senhores. – a pessoa que conversava com ambos, forçou a porta, abrindo-a, e revelando-se ser um dos guardas do manicômio.

Yuu se encolheu ainda mais, apavorado. Não teria para onde fugir se os guardas entrassem e revistassem a mansão.

Não queria voltar para o pesadelo anterior.  Aquele medo, tudo o  que passara naquele local, voltara a sua mente com uma força avassaladora. Os olhos encheram de lágrimas, e mal conseguia respirar.

— Não permitimos sua entrada, retire-se por favor... – Kouyou disse em tom alto, parecia estar contendo a raiva, sua voz soava de forma diferente. Yuu se abaixou mais, vendo Kouyou empurrar o intruso novamente para fora.

Já sentia certo alivio, ao ver o mais velho fechando a porta, mas antes que o mesmo completasse o ato, a mesma fora aberta com violência, e cinco soldados entraram, se espalhando pelo salão.

Yuu deitou-se completamente, e se arrastou no chão, para que não o vissem ali em cima.

Ouviu os passos nos primeiros degraus, mas antes que se arrastasse para mais longe, ouviu um baque, que lhe fez erguer instintivamente a cabeça, e viu um dos soldados caído ao chão.

— Está ali! – ouviu o outro soldado, que tentou correr em sua direção, sendo impedido por Akira.

— Já disse. Não vão andar na minha casa. – sua feição mudara, seus olhos se tornaram totalmente negros, e contornados de um rubro intenso, as veias saltavam, se destacando na pele clara, lhe dando uma aparência aterrorizante.

Yuu não sabia como reagir a situação, e voltou o olhar para seu anfitrião, que estava com as mesmas feições assustadoras.

Aquilo lhe fez lembrar-se das gárgulas, que enfeitavam os telhados do manicômio. Sentiu um frio na espinha, e não conseguia mais pensar em nada, além de observar a situação.

Os soldados preparam-se para atacar ambos, mas Kouyou fechou a porta com força, fazendo um barulho alto, assustador.

Akira segurou outro soldado, o  arremessando contra o alto da parede, o fazendo desmaiar instantaneamente.

— O próximo? – Kouyou disse numa voz demoníaca, fazendo com que Yuu,  se apavorasse ainda mais, a ponto de tapar os ouvidos. Os homens estavam desesperados correndo sem direção, tentando fugir para longe de ambos.

Akira e Kouyou os seguravam e atiravam facilmente e rapidamente contra todos s moveis próximos, deixando-os desacordados. Sem cuidado algum ambos puxaram os homens em direção à sala de jantar.

Yuu continuava paralisado de pavor, ouvindo os movimentos bruscos de ambos, que provavelmente estavam jogando os homens porão abaixo.

Seu coração parecia que pularia para fora do peito a qualquer momento, sua mente parecia que apagava aos poucos.

— Yuu... – ouviu a voz de Kouyou próxima á si, e o garoto finalmente moveu-se, sentando-se direito, assustado, com as íris dilatadas, exibindo seu pavor ao notar que não era uma mera ilusão, aquele rosto quase que desfigurado de maldade, era de seu anfitrião. – Perdoe-me por assustar-te. – disse com a feição voltando ao normal como um passe de mágica.

— O que és? – Yuu disse com a voz embargada. – Me diga o que és!? – insistiu, ainda com as lágrimas correndo em seu rosto

— Você não quer saber. – disse Kouyou, encostando os lábios no rosto do mais baixo, sentia o tremor de Yuu. – Já estás com medo de mim, não quero que fiques com mais medo.– tentou soar dócil.

— E-eu... Ficarei com mais medo, se não contar-me...  – disse, perdendo-se nos olhos castanho mel.

— Não sou um humano... Não pertenço ao teu mundo. Há coisas que não podem ser explicadas em palavras mundanas. Lhe deixarei mais confuso se continuar a explicar...

— Conte-me... – insistiu, mesmo que seu interior estivesse em extremo pânico. Não fazia ideia de como as palavras formavam-se em seus lábios trêmulos.

— Não temos um nome, já lhe disse isto, humanos que costumam nomear criaturas... Somos como Caim, amaldiçoados por um deus em cólera, atravessando o séculos apenas sobrevivendo de tirar dos humanos sua energia. Necessito da energia vital das pessoas para continuar vivo.

— Tomam sangue como o homem que eu vi! – Yuu balbuciou,  tentando raciocinar melhor com as informações  adquiridas.

— Não. Energia... Notaste isto, quando questionou do por que sente-se sonolento quando beijo tua testa.

— Estas me matando?  - tentou se afastar, vendo o outro sorrir.

— Não faria isto com meu convidado. És puro, mata-lo me faria ser castigado. Humanos impuros, de coração ruim morrem ao nosso toque. Tu não tens a maldade dos outros.

Yuu respirou mais profundamente, tirando as mechas escuras que grudaram na frente do rosto.

— Venha... Não quero que fique aqui. Precisas descansar – disse fazendo com que o mais novo se levantasse do chão frio, e o levou de volta ao quarto.

— Porque me protege? – disse assim que o mais alto lhe deixou confortável na cama.

— Pareces uma lembrança de um passado não muito. – Kouyou sorriu de leve.

[...] 


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Notas finais do capítulo

Fim do mistério ou a piora dos mesmos?!
Espero que tenham gostado desse capítulo, eu estou ajustando só algumas partes deles antes de postar, então alguns erros podem passar despercebidos.
Nos vemos amanhã também ♥



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