Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 43
Forty Three - Humanidade


Notas iniciais do capítulo

Oi lá!
Temos nesse capítulo um salto temporal, espero que não se incomodem. Como sempre, não mudei a estrutura original, corrigi algumas frases, situações XD
Boa Leitura!



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Ver a humanidade evoluir era maravilhosamente assustador; os humanos tornaram-se um pouco mais perigosos com o passar dos séculos, e em pleno século 21 manter-se longe deles era quase impossível para os sugadores, já que as cidades cada vez mais aumentavam e tomavam todo o espaço ao redor.

A modernidade facilitara algumas coisas, como se alimentar, e como misturar-se com a multidão, mas a segurança de dentro da mansão ainda era a única coisa de qual poderiam confiar plenamente.

Aquela calma interna, que os dominava desde a ‘transformação’ de Yuu era algo que haviam se acostumado tanto, que nem ao menos questionavam mais se haveria o fim da mesma.

Adaptar-se a toda aquela tecnologia era vagaroso, mais recompensador no fim das contas. Podiam comunicar-se melhor, ver-se mesmo que em distancias.

Yuu encarava a tela do aparelho celular que Akira afanara no ultimo passeio que fizeram juntos. Estava tentando entender como tudo aquilo funcionava. Era observado atentamente por  Kouyou.

— Estou cansado de ficar aqui. Devíamos ir embora daqui, passar um tempo em outros lugares. – reclamou em tom baixo, deixando o celular no criado mudo e sentando-se na cama ao lado do mais alto, com as mãos no cabelo, agora mais curto e de pontas coloridas, como vira alguns jovens humanos.

— Gosto daqui. Não vejo motivos para deixar a mansão... – Kouyou respondeu, deixando o livro de lado, e olhando atentamente para o mais novo, que estava com a feição fechada, o  encarando com os olhos escuros levemente fechados.

— Eu vejo motivos. – resmungou.

— Yuu... – o mais velho aproximou-se , pousando suas mãos nos ombros do mais novo; - Estamos protegidos aqui...

— Estamos isolados aqui! Já desconfiam deste lugar, poderíamos viver entre os humanos, não é como no passado em que eu era caçado por supostamente ser um louco e vocês por serem demônios.

— Por que cismou com isto hoje? Passou o dia inteiro nos evitando por conta disto? – sentou-se direito ao lado dele, o vendo desviar o olhar.

— Estou cansado disto.... De viver se escondendo, na sombra da humanidade...

— Yuu não somos mais humanos á um bom tempo... Não podemos simplesmente nos misturar á eles. Está tudo ainda mais perigoso do que antigamente. Eles desconfiariam de mortes causadas por nós, e aqui na mansão eles não podem vir.

— Eu me sinto preso aqui! – aumentou o tom, afastando-se do outro, que assustou-se com sua atitude fora do comum.

Um silencio constrangedor fez-se por alguns segundos, mas antes que Yuu dissesse algo mais, Kouyou se levantou, mas manteve-se próximo á si.

— Nunca disse que não pode sair daqui, só que conviver todos os dias com os humanos seria perigoso. Mas...– disse em tom baixo - Lembre-se que não é um prisioneiro. Está livre para ir e vir, as portas nunca estão trancadas. - Beijou a testa do mais novo, se afastando rapidamente, logo saindo do cômodo.

Yuu continuou ali, mergulhado no próprio silêncio, novamente ouvia aquelas palavras.

E sabia que isso era o que mais machucava o outro, mas era como se sentia também. Preso a um destino que não havia pedido.

Passara todos aqueles anos evitando pensar profundamente naquilo, que não envelheceria, não seria como os humanos e viveria uma vida normal. Que para sempre precisaria roubar energia vital de alguém para continuar. Aquilo tudo era um cenário horrível em sua mente, mesmo que tivesse o amor imutável de Kouyou, sentia falta de algo mais...

Pegou novamente o aparelho celular, encarando seu reflexo na tela opaca. Observando o rosto levemente com traços da sua infância, mesmo que pudesse amadurecer as feições com sua metamorfose, tudo aquilo lhe incomodava, mentir para si mesmo incomodava.

Depois de alguns segundos, se levantou, vestindo um agasalho, e saindo do quarto.

O longo corredor, agora com móveis modernos ainda estava iluminado. Passou rapidamente pelo mesmo, e não demorou a sair da mansão e alcançar o belo jardim, agora cercado por grades ao invés de arvores.

— Onde vai, Yuu? – ouviu Índigo, e virou-se rapidamente, encarando-o por alguns segundos;

— Organizar meus pensamentos. – respondeu brevemente.

— Está estranho hoje. – o vampiro saiu da penumbra, assim como Yuu, a mesma aparência, mas mantinha os longos cabelos presos, e a pele extremamente pálida.

— Não venha você também com esse assunto.  – apontou.

— Tudo bem, eu só estou curioso. – acenou, afastando-se – Kou está lá dentro, irei fazer companhia para ele. Boa passeio. – seguiu para dentro da mansão, e Yuu apenas bufou voltando a seguir até o portão.

A cidade estava mais perto, crescera muito mais do que imaginava, e os sons e luzes dela era bem ouvidos e vistos dali.

Caminharia no máximo uns cinco minutos até a rua mais próxima, e não usaria nenhum dos seus ‘poderes’ para faze-lo rápido.

Queria sentir-se humano novamente, queria aproveitar, mesmo que forçadamente, como os humanos aproveitavam a vida.

Não saia sem companhia, e muito menos naquele horário próximo da uma da manhã, quando os jovens humanos iam para suas festas e restaurantes. Sempre evitavam aglomeração de humanos, mas no momento pouco importava-se com aquilo.

Precisava ‘esfriar a cabeça’ e pensar melhor sobre o que tanto o incomodava na mansão.

Assim que alcançou a avenida sem movimentação, sentiu-se observado. Parou de caminhar, e olhou para todos os lados.

— Lúcifer, se for você apareça, não gosto desta sensação... – disse em tom mediano, esperou alguns segundos, mas não obteve respostas.

Continuou a caminhada, logo chegaria ao centro da cidade, e se misturaria com os jovens dali, e talvez a sensação ruim passasse.

— Sozinho num lugar tão isolado como esse? – ouviu uma voz suave, e logo virou-se para a direção da mesma.  A sensação ruim aumentara, como se ali fosse o ponto de onde ela vinha, uma energia esmagadoramente negativa, como se pressionasse seu corpo de todos os lados.

Nunca havia sentido aquilo, e de certa forma, estava ficando assustado.

Das sombras pode notar o rapaz, um pouco mais alto que ele. De olhos grandes, escuros como os seus, de cabelos num tom de louro acobreado, bem longos. Era pálido, e tinha um belo sorriso no rosto.

— Falei com você mesmo, cria de Lúcifer...

Yuu arregalou os olhos, e antes que recuasse, o outro se aproximou, segurando sua mão, de maneira firme.

—Solte-me.... – disse. – Quem é você?

O outro sorriu ainda mais, e soltou Yuu.

— Hum, digamos que me conhece, só não se recorda...  – disse. – Não deveria andar sem companhia, o mundo é perigoso para alguém como você...

— O conheço?... – sussurrou. – Mas, desconfio que seja um dos criadores...

— É bem esperto, mas não posso chamar-me de criador, se somente controlo as crias dos meus irmãos.

Yuu ficou apavorado, e seguiu o mais rapidamente o caminho de volta, ouvindo o outro lhe seguir.

— Que mal educado, deixou-me falando sozinho...

Yuu sentia o medo crescer em seu peito, A presença do outro nem de longe era pacifica.

— Não temos o que dizer um a outro... – acelerou ainda mais o caminhar, e não demorou a estar próximo aos portões da mansão.

Antes que abrisse o mesmo, fora segurado mais uma vez pelo outro.

— Vamos Yuu, não seja assim, vamos conversar um pouco. Sempre quis ouvi-lo de perto. – riu.

Antes que Yuu pedisse por ajuda, Ruki apareceu, empurrando o outro para longe de Yuu, que correu sem olhar para trás, entrando em território seguro.

— Fique longe dele, e das minhas criaturas, eu não tenho trato nenhum com você, Destino. – Ruki esbravejou. – Pare de tentar controlar o que Yuu faz...

— Ah Lúcifer, eu só queria conversar com ele, entender melhora frustração dele, consolá-lo até, eu avisei a você que ocorreria problemas futuros, mas você nunca me escutou mesmo.

Ruki olhou para Yuu, que ainda estava parado no meio do jardim.

— Não finja coisas que sei que não sente, Destino... – disse Ruki. – Eu precisava salvar Yuu, e não sou como você que prende as criaturas nas próprias tramas, e as controla de todas as formas. Yuu e todos que criei são livres, não há nenhum caminho pré criado para cada um deles. Eles fazem o próprio caminho. Yuu sente-se desconfortável, por que você está tentando controla-lo. O deixe em paz... – apontou, afastando-se do outro. – E vá embora antes que notem que você veio até aqui, atrapalhar...

O outro riu alto, fazendo com que Ruki fechasse a feição com o desdém do outro.

— Irmãozinho, não se enfureça, não faria nada contra sua criança. – sorriu. – Só queria conhece-lo melhor.

— Não tente mais fazer isto, eu saberei, e não gostará do que eu posso fazer... – alcançou onde estava Yuu, e segurou sua mão de maneira firme, lhe passando segurança. O guiou até a porta da mansão, ainda atento com Destino os encarando sem ação.

Não confiava no irmão, e mesmo séculos depois do ultimo ocorrido, sabia que ele continuaria tramando para divertir-se ás custas de sofrimento alheio.

— O que estava havendo Yuu? – disse de forma calma.

— Ele estava me controlando? Está fazendo uma bagunça na minha cabeça? – sussurrou.

— Não se preocupe mais com isto, ficarei mais atento com ele. Nem que eu cause outra briga entre irmãos. Eu sempre vou te proteger e proteger Kouyou e todos ao seu redor. - tocou o rosto do moreno que sorriu-lhe levemente.

— Você me traz paz....

[....]


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Notas finais do capítulo

Nos meus rascunhos originais, fiz o Destino inspirado no Die do Dir en Grey kkkk talvez a descrição ainda seja parecida com ele XD
Bom, estou corrigindo esses ultimos capitulos, e não acho que mudei muita coisa. Eles são apenas de fechamento, e acho que estavam ok com a historia, mas vou vendo como desenvolvo melhor os dialogos e situações.
Obrigada por estarem lendo até aqui!
Nos vemos amanhã ♥



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