Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura
Notas iniciais do capítulo
Olá! Hoje a demora teve um motivo nobre! Esse capítulo é novo. Tem só alguns elementos do antigo, mas resolvi fazer esse quase do zero, porque sentia que faltava algo. Ele é bem simples e curto próximo aos outros, mas uma boa introdução para as próximas mudanças na historia.
Bom, sem enrolar muito..
Boa Leitura!!!
Despertou com a movimentação de Kouyou. O mais velho o afastara, e se levantara da cama, vestindo o casaco que deixara ao lado.
— Ainda não amanheceu... – disse, fazendo com que o outro o olhasse por alguns segundos, surpreso por não nota-lo desperto.
— Índigo chamou-me... Não sei o que ele quer, mas o verei antes do amanhecer. – Se aproximou, novamente, e selou os lábios do menor, que imediatamente sorriu.
— Tudo bem... – disse, vendo o mais alto voltar a se afastar, e sair do quarto.
Olhou ao seu redor pensativo, dormir não se fazia necessário, mas de alguma forma, seus pensamentos pareceram organizar-se mais depois daquele sono tranquilo, sem sonhos.
O gato saltou em seu colo, e ele o abraçou ternamente.
— Sabe Blu, tem muita coisa na minha cabeça. Muito mesmo... mas eu só preciso agir de forma mais madura. Não é? Seria como crescer?
Yuu ficou pensativo, e depois de alguns segundos voltou a olhar para o gato, que continuava folgadamente em seu colo.
— isso que eu estou sentindo agora... acho que eu preciso me alimentar... mas eu estou com medo disto também. Vai doer mais ainda, não é? Vou esperar o Kouyou retornar...
[...]
Kouyou seguiu para a sala do piano, ouvindo Índigo tocando uma canção doce, uma sinfonia que há muito não escutava.
Era a canção que ouvira quando fugira de seu mundo, e sem direção alcançara a mansão e fora abrigado pelo Lord Lilac, pai de Índigo.
Abriu a porta, sendo recebido por um sorriso. Mesmo que soubesse que Índigo era indiferente aos sentimentos, gostara de ver o sorriso no lábios do ‘irmão mais novo’
— Por que desejava falar comigo com tanta urgência?
— Estás evitando-me?
— Sinceramente não. Eu só estou cuidando do Yuu, ele está ainda assustado com tudo.
— É estranho não ouvir tanto sua voz. – disse continuando a tocar a melodia. – É estranho estar aqui em cima de novo.
— Me surpreendi por ver que estás comportando-se – falou em tom baixo. – O que aconteceu para que mudasse tão rápido?
— Eu não quero vê-lo chorando novamente. – respondeu brevemente.
— Não me chamaste somente por isso, não é mesmo? – sussurrou.
— Ainda estás de acordo com a minha permanência aqui em cima?
— Já disse que sim. Estás comportado, não oferece risco a nenhum de nós. Yutaka também me disse que estás até se controlando com ataques, e realmente só mata humanos quando ele lhe diz que é um humano ruim.
— Animais não dão tanta energia, mas não quero atacar humanos inocentes. – parou de tocar, e mas abaixou o rosto, encarando as teclas de marfim. – Será que estou voltando a ser o Índigo humano? – sorriu brevemente.
— Isso é bom. – Kouyou sorriu.
— Oh, não sei... parece ser. – voltou a tocar, sendo observado atentamente pelo mais alto. – Desculpe-me se pareceu tão urgente para vir. Mas estranhei você tão longe de mim.
— Tentarei ficar por perto, mas Yuu precisa de mim para lidar com tudo isto que está ocorrendo.
— Estás fazendo com ele, como meu pai fazia comigo. – disse parando repentinamente te tocar, mais uma vez.
— Índigo...
— Não cometa esse erro. Yuu precisará aprender a lidar com isso. Fizeram o mesmo contigo, o impediram de entender a si mesmo. Por favor, Kou... Yuu entenderá, ele pode estar confuso agora, mas você mantê-lo no quarto não ajudará em nada.
— Eu não estou forçando ele a ficar ali. – disse.
— Mas também não está ajudando-o a sair. – retrucou.
— Não vamos brigar por isso, não é mesmo? – continuou o mais alto.
— Não. – desistiu de tocar, e voltou a olhar para Kouyou.
— Recorda-se desta canção? – o mais alto se aproximou e virou o livreto empoeirado. Indigo observou as notas, sorrindo brevemente.
— Sonata número 14? – disse depois de alguns segundos ouvindo a melodia sutil ser iniciada. - Sonata ao luar, ainda gosta dela? – disse sem perder a concentração, Kouyou assentiu mais uma vez, sentando-se ao lado do vampiro, o observando melhor.
O amanhecer chegava aos poucos, começando a iluminar a sala cada vez mais.
A claridade o deixava ver melhor os traços de Índigo, o quão era pálido, e o quão as veias de seu rosto eram avermelhadas, os olhos contornados de um vermelho claro, e a íris esverdeadas tão brilhantes.
Mesmo assim, ainda via traços do garoto que o acolhera, e o tratara como um irmão, que o ensinara como agir como um humano, um nobre, como entender seus sentimentos. Aquela sutil lembrança do primeiro encontro.
Distraiu-se o suficiente, imerso na melodia, até ouvir o muxoxo de reclamação do vampiro, que parara a canção abruptamente.
O sol alcançara onde estavam, e a claridade, ferira a mão do outro, que se levantou e correu para fora do cômodo, sem tempo que Kouyou tentasse ajuda-lo.
Ouviu seus passos até o quarto escuro que adaptara para ele. E a porta fechar com força.
E aquele sentimento de que a culpa fora sua voltara a lhe assolar. Se não tivesse pedido para Yutaka transformá-lo, não o teria mais ali, mas também não o condenaria a viver na escuridão pela eternidade.
Permaneceu alguns minutos ali, pensativo, saindo apenas quando a claridade já alcançava o quarto inteiro.
Ao sair, encontrou Yutaka no corredor, assim como ele, pensativo.
— Me sinto culpado, por tudo que Índigo está passando. – sussurrou.
— Você não é o único. – disse. – Talvez aja algo que possamos fazer por ele. Mas não tenho certeza.
Kouyou o olhou espantado.
— Você... eu... realmente não esperava isto. Mas se houvesse solução, Ruki não teria nos dito?
— Por que achas que ele contaria tudo para nós? – disse.
— Eu.. não faço ideia. – sussurrou. – Irei cuidar do Yuu agora... Índigo precisa ficar quieto para se recuperar da queimadura.
— Talvez, se chamar por Ruki, ele responderá. – seguiu de volta ao seu quarto, deixando Kouyou mais uma vez pensativo.
Voltou ao quarto, vendo Yuu pensativo, encarando a janela já clara.
— O que houve com o Índigo?
— Ele queria conversar... nos distraímos e ele acabou se ferindo com a claridade.
— Ele está bem? – voltou o olhar.
— Irá ficar bem, na medida do possível. E você, está bem?
— Cansado. – sussurrou.
— Está sem energia.
Yuu não o respondeu, apenas voltou a deitar-se cobrindo-se com o lençol.
— Yuu...
— Só quero dormir. – respondeu. – Pode me fazer companhia?
Kouyou o encarou por alguns segundos, assentindo brevemente, e sentando-se ao seu lado.
Sentindo aconchegar-se em seu colo, como um gato de estimação.
Acabou sorrindo ao pensar na comparação.
Yuu realmente estava agindo como um gato assustado. E não tinha ideia de como ajuda-lo na questão.
Não sabia que palavras usar com ele, nem como convencê-lo a sair do quarto. Sabia que Índigo tinha razão.
Ele não estava ajudando Yuu, estava só o mantendo ali com seus medos, com uma
dependência absurda de si.
Passou um tempo pensando, já estava cansado também. Acabou adormecendo.
Imaginando como seria o dia, como superaria tudo isso.
Como diminuiria a culpa em si sobre tudo o que estava ocorrendo ao seu redor.
É.
Talvez lúcifer pudesse responder um pouco mais sobre tudo também.
[...]
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Avisando que o de amanhã talvez demore um pouco mais, pois pretendo reescreve-lo grande parte, espero que gostem também
Obrigada por sempre comentarem e não desistirem de mim
beijinhos ♥