Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 38
Thirty Eight - Sonata


Notas iniciais do capítulo

Olá! Hoje a demora teve um motivo nobre! Esse capítulo é novo. Tem só alguns elementos do antigo, mas resolvi fazer esse quase do zero, porque sentia que faltava algo. Ele é bem simples e curto próximo aos outros, mas uma boa introdução para as próximas mudanças na historia.
Bom, sem enrolar muito..
Boa Leitura!!!



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Despertou com a movimentação de Kouyou. O mais velho o afastara, e se levantara da cama, vestindo o casaco que deixara ao lado.

— Ainda não amanheceu... – disse, fazendo com que o outro o olhasse por alguns segundos, surpreso por não nota-lo desperto.

— Índigo chamou-me... Não sei o que ele quer, mas o verei antes do amanhecer. – Se aproximou, novamente, e selou os lábios do menor, que imediatamente sorriu.

— Tudo bem... – disse, vendo o mais alto voltar a se afastar, e sair do quarto.

Olhou ao seu redor pensativo, dormir não se fazia necessário, mas de alguma forma, seus pensamentos pareceram organizar-se mais depois daquele sono tranquilo, sem sonhos.

O gato saltou em seu colo, e ele o abraçou ternamente.

— Sabe Blu, tem muita coisa na minha cabeça. Muito mesmo... mas eu só preciso agir de forma mais madura. Não é? Seria como crescer?

Yuu ficou pensativo, e depois de alguns segundos voltou a olhar para o gato, que continuava folgadamente em seu colo.

— isso que eu estou sentindo agora... acho que eu preciso me alimentar... mas eu estou com medo disto também.  Vai doer mais ainda, não é?  Vou esperar o Kouyou retornar...

[...]

Kouyou seguiu para a sala do piano, ouvindo Índigo tocando uma canção doce, uma sinfonia que há muito não escutava.

Era a canção que ouvira quando fugira de seu mundo, e sem direção alcançara a mansão e fora abrigado pelo Lord Lilac, pai de Índigo.

Abriu a porta, sendo recebido por um sorriso. Mesmo que soubesse que Índigo era indiferente aos sentimentos, gostara de ver o sorriso no lábios do ‘irmão mais novo’

— Por que desejava falar comigo com tanta urgência?

— Estás evitando-me?

— Sinceramente não. Eu só estou cuidando do Yuu, ele está ainda assustado com tudo.

— É estranho não ouvir tanto sua voz.  – disse continuando a tocar a melodia.  – É estranho estar aqui em cima de novo.

—  Me surpreendi por ver que estás comportando-se – falou  em tom baixo. – O que aconteceu para que mudasse tão rápido?

— Eu não quero vê-lo chorando novamente. – respondeu brevemente.

— Não me chamaste somente por isso, não é mesmo? – sussurrou.

— Ainda estás de acordo com a minha permanência aqui em cima?

— Já disse que sim. Estás comportado, não oferece risco a nenhum de nós.  Yutaka também me disse que estás até se controlando com ataques, e realmente só mata humanos quando ele lhe diz que é um humano ruim.

— Animais não dão tanta energia, mas não quero atacar humanos inocentes. – parou de tocar, e mas abaixou o rosto, encarando as teclas de marfim. – Será que estou voltando a ser o Índigo humano? – sorriu brevemente.

— Isso é bom. – Kouyou sorriu.

— Oh, não sei... parece ser. – voltou a tocar, sendo observado atentamente pelo mais alto.  – Desculpe-me se pareceu tão urgente para vir. Mas estranhei você tão longe de mim.

— Tentarei ficar por perto, mas Yuu precisa de mim para lidar com tudo isto que está ocorrendo.

— Estás fazendo com ele, como meu pai fazia comigo. – disse parando repentinamente te tocar, mais uma vez.

— Índigo...

— Não cometa esse erro. Yuu precisará aprender a lidar com isso. Fizeram o mesmo contigo, o impediram de entender a si mesmo. Por favor, Kou... Yuu entenderá, ele pode estar confuso agora, mas você mantê-lo no quarto não ajudará em nada.

— Eu não estou forçando ele a ficar ali. – disse.

— Mas também não está ajudando-o a sair. – retrucou.

— Não vamos brigar por isso, não é mesmo? – continuou o mais alto.

— Não.  – desistiu de tocar, e voltou a olhar para Kouyou.

— Recorda-se desta canção? – o mais alto se aproximou e virou o livreto empoeirado. Indigo observou as notas, sorrindo brevemente.

— Sonata número 14? – disse depois de alguns segundos ouvindo a melodia sutil ser iniciada. - Sonata ao luar, ainda gosta dela? – disse sem perder a concentração, Kouyou assentiu mais uma vez, sentando-se ao lado do vampiro, o observando melhor.

O amanhecer chegava aos poucos, começando a iluminar a sala cada vez mais.

A claridade o deixava ver melhor os traços de Índigo, o quão era pálido, e o quão as veias de seu rosto eram avermelhadas, os olhos contornados de um vermelho claro, e a íris esverdeadas tão brilhantes.

Mesmo assim, ainda via traços do garoto que o acolhera, e o tratara como um irmão, que o ensinara como agir como um humano, um nobre, como entender seus sentimentos. Aquela sutil lembrança do primeiro encontro.

Distraiu-se o suficiente, imerso na melodia, até ouvir o muxoxo de reclamação do vampiro, que parara a canção abruptamente.

O sol alcançara onde estavam, e a claridade, ferira a mão do outro, que se levantou e correu para fora do cômodo, sem tempo que Kouyou tentasse ajuda-lo.

Ouviu seus passos até o quarto escuro que adaptara para ele. E a porta fechar com força.

E aquele sentimento de que a culpa fora sua voltara a lhe assolar. Se não tivesse pedido para Yutaka transformá-lo, não o teria mais ali, mas também não o condenaria a viver na escuridão pela eternidade.

Permaneceu alguns minutos ali, pensativo, saindo apenas quando a claridade já alcançava o quarto inteiro.

Ao sair, encontrou Yutaka no corredor, assim como ele, pensativo.

— Me sinto culpado, por tudo que Índigo está passando. – sussurrou.

— Você não é o único. – disse. – Talvez aja algo que possamos fazer por ele.  Mas não tenho certeza.

Kouyou o olhou espantado.

— Você... eu... realmente não esperava isto. Mas se houvesse solução, Ruki não teria nos dito?

— Por que achas que ele contaria tudo para nós? – disse.

— Eu.. não faço ideia. – sussurrou. – Irei cuidar do Yuu agora... Índigo precisa ficar quieto para se recuperar da queimadura.

— Talvez, se chamar por Ruki, ele responderá. – seguiu de volta ao seu quarto, deixando Kouyou mais uma vez pensativo.

Voltou ao quarto, vendo Yuu pensativo, encarando a janela já clara.

—  O que houve com o Índigo?

— Ele queria conversar... nos distraímos e ele acabou se ferindo com a claridade.  

— Ele está bem? – voltou o olhar.

— Irá ficar bem, na medida do possível.  E você, está bem?

— Cansado. – sussurrou.

— Está sem energia.

Yuu não o respondeu, apenas voltou a deitar-se cobrindo-se com o lençol.

— Yuu...

— Só quero dormir. – respondeu. – Pode me fazer companhia?

Kouyou o encarou por alguns segundos, assentindo brevemente, e sentando-se ao seu lado.

Sentindo aconchegar-se em seu colo, como um gato de estimação.

Acabou sorrindo ao pensar na comparação.

Yuu realmente estava agindo como um gato assustado. E não tinha ideia de como ajuda-lo na questão.

Não sabia que palavras usar com ele, nem como convencê-lo a sair do quarto. Sabia que Índigo tinha razão.

Ele não estava ajudando Yuu, estava só o mantendo ali com seus medos, com uma 

dependência absurda de si.

Passou um tempo pensando, já estava cansado também. Acabou adormecendo.

Imaginando como seria o dia, como superaria tudo isso.

Como diminuiria a culpa em si sobre tudo o que estava ocorrendo ao seu redor.

É.

Talvez lúcifer pudesse responder um pouco mais sobre tudo também.

[...]

 


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Notas finais do capítulo

Avisando que o de amanhã talvez demore um pouco mais, pois pretendo reescreve-lo grande parte, espero que gostem também
Obrigada por sempre comentarem e não desistirem de mim
beijinhos ♥



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