Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 17
Seventeen - Inverno


Notas iniciais do capítulo

Capítulo cheio de açúcar ai pra vocês ♥

Boa leitura!



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Já fazia algumas horas que havia se sentado na parte do descampado, em um silencio confortável, o sol estava prestes á se por, e o céu tinha um tom alaranjado.

Yuu tomara a liberdade de apoiar o corpo no mais velho, que parecia nem sentir seu peso ali.

— Logo começara a nevar... – Kouyou disse, de certo modo assustando o menor, que estava entretido com o silencio.

— Oh... – Yuu se afastou, e depois riu levemente. – Ah.. sim... mas já estamos no inverno, estranho não ter nevado ainda. – concluiu.

— Sim... já deveríamos estar reclamando da neve estar entupindo as chaminés. – Kouyou riu. – Eu detestava limpá-las, mas depois de alguns invernos, acostumei-me...

Yuu riu, da careta que o mais velho fizera.

 - És tão diferente da primeira impressão que tive quando cheguei á esta mansão... – comentou.

— Fui um pouco rude contigo, perdoe-me... E também perdoe-me por sugar-lhe...

— Primeiramente, eu era um estranho entrando na sua casa, sem pedir licença... e sobre sugar... eu tinha medo disto... mas... se um dia precisardes de energia...

— Não... não farei isto contigo... Não pense desta forma. – Kouyou se aproximou, e beijou sua testa.

— Mesmo você falando desta forma.... esperei que o fizeste neste momento. – riu, sentindo o rosto corar, e logo ouvindo o outro rir.

— Oh, não funciona assim. Imagine só, toda vez que o tocasse ia acabar sugando sem querer. – riu. – Temos controle sobre isto.

— Ah, sim... – Yuu riu, logo notando que Kouyou estava mais próximo de si, sentia a sua respiração.

Seu coração acelerou, e com o silencio que fazia ali, poderia jurar que eram bem audíveis seus batimentos descompassados. Sentiu o toque leve dos lábios do mais alto, de forma sutil, quase que com se o maior tivesse medo de quebra-lo (ou sugá-lo). Como um arrepio por seu corpo, sentiu uma energia em si, como se o outro lhe passasse isto.

Fechou os olhos lentamente, ao aprofundarem o selar de lábios.

Kouyou segurou as mãos do mais novo, o trazendo para mais perto de si, sentindo o seu tremor. Afastou-se vendo Yuu com o rosto ruborizado, e sorriu com a cena.

— Por...que... me beijaste? – sussurrou o menor, depois de alguns segundos, reabrindo os olhos escuros.

— Não é assim que os humanos demonstram que... gostam dos outros? – Kouyou respondeu com uma pergunta, e Yuu apenas arregalou os olhos, encabulado com a situação, murmurando um ‘sim’. – Não gostaste? Fui atrevido?

— Não... não foi... eu... eu gostei... – seu rosto ficou ainda mais avermelhado. – É... que... eu... não... consigo acreditar que gosta de mim... Não desta forma...

Kouyou sorriu.

— É difícil para mim.... entender esse tipo de sentimento... mas do pouco que eu conheço, gosto de você sim... Chamaste minha atenção desde que o vi, mesmo correndo riscos fora salvar a donzela... Depois a sua forma de agir, totalmente delicado e atencioso... e mesmo com seus rompantes de teimosia ou curiosidade, isso me fez querer estar perto de ti o máximo de tempo possível.

Yuu se encolheu, e antes que o mais velho dissesse algo á mais, o gato preto pulou em seu colo, fazendo com que ambos rissem da situação.

— Acho que alguém está com ciúmes... – Yuu sussurrou depois de alguns segundos, pegando o gato no colo. O mais velho sorriu e se aproximou brincando com o gato também.

Ficaram alguns minutos em silêncio, até que os primeiros flocos de neve começassem a cair.

— Falamos em neve, agora temos ela... – disse Kouyou olhando para cima, e sorrindo. – Vamos entrar? Não quero que fiques doente. – se levantou e estendeu a mão para o mais novo, que prontamente aceitou a ajuda e levantou-se, ainda com o bichano no colo.

[...]

Yuu terminara o banho, mesmo que a agua ainda estivesse em temperatura amena, o frio no cômodo parecia ter aumentado com a intensidade da tempestade de neve que se iniciara.

Já começara a vestir-se, quando notou que o gato, de certa forma, parecia desesperado batendo as patas na janela, como se quisesse sair do cômodo.

— Blu... quer sair? – questionou, vestindo as calças, e seguindo até o gato, vendo que a tempestade havia aumentado. – Oh... acho que não poderá sair hoje para suas voltas noturnas.

Pegou o bichano no colo, lhe acariciando como de costume.  Permaneceu assim por longos minutos, e somente deixou o gato sair do colo, para vestir-se e evitar o frio que parecia pior que anteriormente.

Ainda estava pensativo pela situação anterior, confuso com os próprios sentimentos e Kouyou não falara mais nada, e nem aparecera para fazer-lhe companhia.

Abotoou a camisa do pijama, e pegou o gato novamente, saindo do comodo e esbarrando em Yutaka, que lhe segurou pelos ombros.

—Boa noite, jovem humano... – disse sorridente, e Yuu encolheu-se respondendo um ‘boa noite’ em tom baixo. – Houve algo? Não  o vi mais andando para cima e para baixo com Kouyou.

Yuu ergueu o rosto, e encarou o recém chegado. Yutaka tinha a feição doce, os olhos bem brilhantes, e sempre exibia um sorriso no rosto. Era estranho imaginá-lo como um ‘mestre’.

— Não ocorreu nada, senhor... Kouyou não permanece o tempo todo comigo. – respondeu brevemente. – Com licença, estou com frio e irei me deitar. – se afastou de maneira rápida.

— Ainda não conversamos... Estou muito curioso contigo... – Yutaka continuou. – Sei que não passo muita confiança, mas não provocaria Kouyou, á ponto de fazer algo ruim á você.

— Não há muito á saber sobre mim, senhor....– Yuu manteve o tom baixo, soltando o gato, que correu até o final do corredor. – Sou apenas um humano comum, que por algum acaso ou desejo do destino, acabou conhecendo a sua espécie.

— Mesmo um humano comum tem a sua história, não é mesmo?  - questionou.

— A minha história é simples. Minha família toda morreu, e eu sobrevivi, morei na rua e agora estou sendo abrigado pelo Kouyou.

— E por que foge de seus semelhantes? – questionou, e Yuu teve a impressão de que Yutaka queria descobrir se Kouyou havia quebrado alguma regra para salvá-lo. Era como se ouvisse a voz do próprio Kouyou em sua mente, repetindo ‘não devemos interferir no destino dos humanos, principalmente de uma criança’.

Yutaka como mestre de seu anfitrião, poderia estar ali para vigiá-los, desconfiava disto de alguma forma, e também percebera o quanto Kouyou se isolara mais com a presença do novo convidado, como se quisesse evitar que descobrissem os últimos acontecimentos na mansão.

— Por que sou considerado louco. – respondeu. – Não gosto deste assunto senhor Yutaka, e já está muito tarde... – fez uma reverencia e adentrou seu quarto, fechando a porta com certa pressa.

Ficou alguns segundos encostado á porta, e somente se afastou quando ouviu os passos pesados de Yutaka retornando para seu quarto no fim do corredor.

Respirou fundo, levando as mãos ao peito.

— Seja lá o que Yutaka deseja, não serei eu quem dirá algo. Não quero trazer problemas ao Kouyou.

Seguiu para a cama, e acomodou-se nos lençóis e travesseiros fofos. Não conseguiria dormir, pois criava inúmeras teorias sobre o porquê Yutaka estava na mansão e sobre o que ocorrera entre ele e Kouyou.

Sentiu ainda mais frio, e se encolheu ainda mais, ainda imerso em seus pensamentos.

Acabou sorrindo com suas próprias constatações sobre o anfitrião, e logo ouvindo a porta ser aberta. Ergueu o rosto, ficando mais aliviado ao notar ser Kouyou, trazendo uma travessa com uma xicara e alguns biscoitos.

— Desculpe-me por não bater na porta. – avisou, e o mais novo sentou-se na cama, o encarando, e logo sorrindo ao notar que o outro trazia-lhe chocolate.

— Não precisa desculpar-se... – disse em tom alegre. O mais velho sentou-se ao seu lado, colocando a travessa em seu colo.

— Achei que gostaria de chocolate quente antes de dormir – Kouyou continuou com o tom ameno.

— Obrigado... – Yuu tomou a liberdade de beijar o rosto do anfitrião, que sorriu abertamente com a sua atitude.

— Perdoe-me por ter sido atrevido mais cedo... – disse.

— Já lhe disse que não foste atrevido... – Yuu sorriu sincero. – Pegou-me desprevenido... Eu também não sei lidar com a situação... Mas é bom sentir isto...

O mais velho, sorriu de modo contido, segurando sua mão.

— Sabe, Kouyou... Me sinto mais protegido, de todas as formas, quando está perto de mim.... No começo eu tinha medo de você... mas é mais doce do que poderia esperar de um humano, e mesmo não sabendo nada sobre mim, deixou-me ficar aqui, sem perguntas, e eu não sei nem como retribuir toda esta atenção... Gosto de ti... e se isto for realmente o que eu sempre vi como expectador, estando nas ruas, se for amor... eu quero sentir...

— Eu... eu só vi o amor humano pelos livros... sempre achei algo trágico, mas não parece-me tão ruim quanto nos livros... Traz-me calma saber que eu tenho esse sentimento, e é por alguém como você...

Yuu se aproximou e selou brevemente os lábios do mais alto.

— Fico honrado em saber que nutre esse sentimento por mim... – o abraçou com cuidado, para não derrubar a travessa que o outro ainda mantinha no colo.

— Eu que me sinto melhor em saber que de certa forma corresponde, e que não tens mais medo de mim... – Kouyou falou em tom de alívio. – Agora tome o chocolate antes que esfrie.

Yuu assentiu, e pegou a xícara, assoprando-a antes de leva-la ao lábios, sorvendo um breve gole.

— Fica aqui hoje? – questionou, vendo o mais velho assentir, e continuar o olhando de forma contemplativa, o que lhe fez corar rapidamente. – Não... fique olhando assim para mim... – sussurrou, ouvindo o outro rir brevemente.

[...]


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Notas finais do capítulo

Gente, eu tento ser o mais cuidadosa possivel com o 'romance' dos dois, pode até irritar por ser meio bobinho, mas é pela idade do Yuu, e por Kouyou não ser tão familiarizado com isso. Espero que entendam e não queiram me matar kkkkkkk ♥
Até amanhã! ♥



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