Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 10
Ten - O Crime do Vampiro


Notas iniciais do capítulo

Oie! Hoje vim cedo hahahaha

Boa Leitura!



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Yuu escutara toda a história sobre Índigo.

Como Kouyou o conhecera, como ele agia, toda a situação que o levou a ser o que vira no porão.

Aquilo acalmou sua curiosidade, mas ao mesmo tempo criou-lhe um novo medo. Não queria tornar-se um ser como ele, aquilo era apavorante.

Terminou chá, deixando a xicara sobre a mesa, encarando Kouyou que se distraíra ainda tomando o chá, olhando para a janela aberta. Havia certa leveza no mais velho, e isso o fez passar alguns segundos o olhando. 

— Kouyou... não há mais nada escondido? – sussurrou quase com medo de ser repreendido.

— Não... – respondeu brevemente, o que fez com que o mais novo desconfiasse ainda de sua maneira, mas por hora não iria insistir para ele contar mais.

Um silencio desconfortável fez-se, e Yuu voltou sua atenção para o gato, que deitara aos seus pés.

— Oh, mas já estão reunidos á mesa sem mim?! – Akira entrou risonho, carregando varias coisas, o que fez com que Kouyou deixasse sua xicara a mesa, e o encarando de forma descontente.

Yuu ergueu o rosto, sorrindo levemente, ao ver que o recém-chegado, continuava sorridente mesmo com o visível mau-humor do anfitrião.

— De onde trouxe estas coisas? – Kouyou se levantou. – Não diga-me que roubaste...

— Eles não iriam usar, e Yuu precisa de roupas, não pode viver com apenas coisas emprestadas. – disse. – Vamos Yuu, ajude-me a arrumar as coisas para você em seu quarto.

O menor assentiu, levantando-se rapidamente, e seguindo o outro, que já estava saindo do cômodo.

Ao chegarem no quarto, Akira despejou todas as peças de roupas e outros itens sobre a cama do menor. Eram muitas coisas, e realmente a situação arrancara risadas do menor.

— Akira... Roubaste essas coisas? – disse em tom baixo, se aproximando e notando um brinquedo, um urso de tecido, simples. O que lhe distraíra á ponto de não ouvir a resposta do mais velho.

— Yuu? Algo errado? – o outro se aproximou e tocou seu rosto, lhe fazendo sorrir.

— Ah, perdoe-me... é que sempre desejei ter um, mas nunca tive... São fofinhos.

—Porque os humanos gostam disso? – questionou o mais velho, confuso.

— As crianças gostam... para poderem brincar, e quando forem dormir, terem o que abraçar; - Yuu abraçou o brinquedo, sentindo o cheiro de recém lavado, provando que Akira o teria roubado de algum varal alheio.

— Ah, então gostou... – o mais velho sorriu.

— Gostei, mas acho que a criança que era dona disto ficará chateada. - acabou rindo. - hum, Akira... Mudando a conversa... conheces o Índigo? – disse, vendo o outro arregalar os olhos.

— Como sabes de Índigo? – questionou preocupado. – Ele fugiu de novo?

— Como assim, fugiu de novo? – agora o mais novo assumira o tom preocupado. Se o ‘vampiro’ já havia fugido, ele poderia ter problemas, já que provavelmente era o tipo de presa perfeita para o outro.

— Ah.... Falei demais... – Akira sussurrou, passando as mãos nos cabelos ouriçados.

— Agora conte-me, como ele fugiu? Ele fica preso no porão, não é tão fácil sair dali, não é? – Yuu sentou-se na beira da cama, ainda com o brinquedo nos braços.

— Foi um erro meu... E não sei se deveria lhe contar isto, Kouyou ficará raivoso.

—Parem de esconder as situações de mim! Como poderei confiar em vocês, se toda vez tenho algo a descobrir? – avisou, num tom irritadiço.

— Tudo bem, lhe contarei.... Já que tanto quer saber sobre as coisas passadas. Mas não venha me culpar depois... -resmungou.

— Não irei culpar nenhum dos dois...  Nem ao menos Índigo. – respondeu, mostrando que mesmo sendo tão jovem, tinha noção de que algumas coisas acontecem por falhas, e não com intenções malignas.

Akira sentou-se ao seu lado, acariciou seu cabelo.

— Como deve saber, Índigo é um vampiro...

“Akira chegara á mansão, o sol começava a se por, e agradeceu internamente por chegar á um abrigo antes de uma fria noite. Podia sentir a presença de seu ‘irmão’ ali , e mesmo separado por longos anos, sabia que seria bem recebido pelo mesmo. Sentia outra presença no local, mas não conseguia identificar, talvez estivesse confuso pela longa viagem, e pelos anos longe daquele lugar.

Kouyou era confiável e amistoso. E provavelmente estava naquele local por que fora convidado para estar ali. Sabia que o outro nunca desafiaria ninguém, ou enfrentaria  apenas para ter um local para dormir.

Abriu a grandiosa porta, logo sendo recebido pelo mais alto, que o abraçou rapidamente.

— Akira! Pensei que não nos reencontraríamos nesse mundo.  – disse em um tom contido.

— Parece-me pensativo... – disse fazendo um carinho no rosto do outro costume que adquirira ao longo do tempo observando os humanos, mas Kouyou se afastou rapidamente.

— Sempre me disseste para quebrar as regras. E eu o fiz há algum tempo atrás... Mesmo que agora penso que cometi um erro... – sussurrou, Akira segurou sua mão, e ambos entraram na mansão sombria.

— Nunca o vi assim... – soou preocupado, e Kouyou apenas lhe guiou em direção á sala de jantar, onde havia um alçapão aberto.

Sem questionar, continuou seguindo o mais alto, que não se dera o trabalho de explicar a situação.

Entraram em um corredor abaixo da entrada, e Akira se espantou ao ver o garoto na cela, com a face entristecida, chamando por Kouyou.

— Pedi para o mestre, salvá-lo... e ele tornou-se isto... – disse.

— Sugador de sangue? Como convenceu ao seu mestre a fazê-lo? Sabe que isto é uma grave infração, e se descobrirem, você e seu mestre estarão em grandes problemas. Nem eu seria tolo ao ponto de pensar nisto...

— Eu... Índigo não sobreviveria muito, continuando como humano... Somente queria vê-lo sem a doença que o consumia... mas depois de algum tempo... está tornando-se insustentável... tive que prende-lo aqui para que não chamasse a atenção ou acabasse matando todos os humanos dos vilarejos próximos.

— Não fale como se eu fosse um animalzinho de estimação, Kouyou... Sabes que não gosto quando falas assim. – o garoto esbravejou.

Akira levou as mãos ao rosto. Nunca vira nenhuma criatura como aquela, tão perto, e não saberia lidar. E além do mais, aquela aura estranha poderia atrair mais ‘sugadores de pecados’, e então levaria castigo juntamente com o irmão,  se fosse pego naquele local.

Mas precisava ajudar Kouyou, que parecia exausto com a situação. Não podia simplesmente larga-los á própria sorte, e como se não tivesse influenciado durante anos o outro para que também quebrasse as regras.

— Solte-o, estou aqui, e conseguirei contê-lo se preciso for.  – disse depois de longos minutos pensativos.

— Akira, não é uma boa ideia... Estou cansado, não poderei lhe ajudar... Índigo não é fraco, e faminto torna-se quase impossível segurá-lo sozinho.

— Como conseguiu mantê-lo aqui? Quanto tempo faz isto?

— Não faz tanto tempo, mas já estou cansado de permanecer enclausurado. – reclamou Índigo.

— Calado! – Kouyou disse em tom exigente, mas baixo, demonstrando seu  cansaço .

— Está há muito tempo sem adquirir energia, não é mesmo? – Akira se aproximou dele. – Vá ao vilarejo... precisa manter-se bem. Eu cuido da situação...

A contra-gosto, o mais alto saiu do local, e Akira aproximou-se das grades, vendo o garoto sorrir de forma dócil.

— Índigo... não sei o por que o Kouyou lhe protege tanto...

— Ele ama-me – respondeu simples, fazendo com que Akira o olhasse com desdém.

Não queria ver seu ‘irmão’ afundando-se em meio aos humanos, mesmo sabendo que ele era propenso a ser mais suscetível aos sentimentos humanos, como um defeito de nascença.

— Ele não o ama, ele sente só compaixão. – disse de modo cruel, fazendo o garoto fechar a feição. - Mas eu lhe darei um voto de confiança... o soltarei... Mas tens um prazo para voltar para esta mansão. – disse. – E será discreto com a situação... Se alimentará do necessário, e voltará, entendido?

— E farei isto pra voltar para a cela? – sussurrou emburrado.

— Se fizer o que peço não ficarás nesta cela.  – avisou, mostrando a chave que pegara sem Kouyou perceber.

Os olhos castanhos esverdeado do garoto brilharam intensamente.  Ao ver que o outro abria o enorme cadeado sem demora, e assim que viu-se livre,  Índigo correu para fora dali o mais rápido que poderia.

Akira respirou fundo, e seguiu a mesma direção, indo para o vilarejo, vigiar a situação.

(....)

Mal chegara no mesmo e fora surpreendido por Kouyou, que o segurou pelo braço.

— Não diga-me que soltaste Índigo.... – perguntou já desesperado.

— Ele prometeu que se comportaria... – respondeu. – Vou confiar no seu protegido...

— Ele  nunca cumpriu uma das inúmeras promessas, achas que o prendi no porão por qual motivo? – esbravejou Kouyou. – Já encontrei dois corpos, temos que leva-lo de volta á mansão antes que sejamos descobertos!

Akira assentiu, não iria contrariar quem conhecia o outro melhor.

Ambos dividiram-se seguindo vilarejo adentro, não demorando a ouvir um grito feminino vindo da praça central.

Akira chegou primeiro, puxando Índigo de cima da mulher já moribunda e ensanguentada, e mesmo que o vampiro tentasse escapar, o outro tinha forças o suficiente para impedir uma possível fuga.

Mas para não correr risco de ser avistado por ninguém mais por mais que estivesse agindo em uma velocidade não perceptível para humanos. Seguiu para fora do vilarejo, sem ao menos esperar por Kouyou, que observava tudo do outro lado da praça.

Kouyou permanecera escondido, vendo um garoto andarilho se aproximar da moça e tentar ajuda-la.

Seus olhos não conseguiam desviar-se da cena, podia sentir a aura pura do outro mesmo com aquela distancia, e aquilo o fascinara de uma forma absurda.

Ouviu os guardas, e antes que corresse para tirar o humano do possível perigo, o mesmo se afastou da mulher sendo puxado por um dos homens que se aproximara.

— Um assassino em nosso vilarejo! – o guarda disse em tom alto, o que fez com que Kouyou se escondesse ainda mais, e observasse alguns moradores espiarem de suas janelas, e uma pequena multidão se aproximar tentando linchar o pobre garoto, que mal conseguia manter-se seguro, encolhendo-se contra o guarda que ainda o segurava com força, e com a face de desdém.

Era arriscado para Kouyou ir até lá salvá-lo, então teria que permanecer como um expectador do calvário que seria a ida do garoto até a prisão local.”

(...)

Akira observou a reação do garoto.

Yuu parecia em choque, seus olhos pequenos estavam arregalados, e cheios de lágrimas, mas ele logo retomou  o controle sobre si, e balançou a cabeça, tentando disfarçar a própria reação.

— Então... vocês já tinham me visto?  - questionou, secando as lágrimas, antes que corressem pelo seu rosto.

— Kouyou o viu... e queria lhe ajudar... mas não poderia com tantos humanos ao seu redor...  – disse, segurando a mão do menor. – Yuu, nos perdoe pelo que passou... Como Kouyou me disse, você não é como os outros humanos...

— Ah culpa não fora de vocês... eu poderia ter ficado em silencio. Levaram-me ao manicômio, porque insisti na ideia do vampiro... Não haviam provas..

— Também não havia como você fazer algo do tipo, não tinha nenhuma arma, e muito menos força... – disse, tentando de alguma forma amenizar o clima tenso que formara-se com a confissão.

— Eles queriam um culpado... E me jogaram naquele lugar... – sussurrou.

— Mas fizemos de tudo para que não permanecesse por muito tempo ali... – Kouyou surgiu na porta, assustando o menor, e o deixando confuso com a frase.

— Como assim? – balbuciou, vendo Akira olhar preocupado para o outro, que adentrou o cômodo.

[...]


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Notas finais do capítulo

~Então, isso já era previsível...
[copiando as minhas notas antigas kkk] Akira merece o perdão por ser cabeça-dura? Kouyou deveria se livrar do Índigo e cuidar só do Yuu? Vai aparecer mais algum problema ou tudo seguirá tranquilo a partir daqui? ~Veja no Glo.... ops parei haahahaha

O que acham que irá acontecer? tan tan tan tan....

Agradeço por estarem acompanhando, nos vemos amanhã ♥



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