Nosso segredo - FREMIONE escrita por Anna Carolina00


Capítulo 17
Sorte




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HERMIONE POV

 

Acordei com um bom pressentimento, hoje é a última etapa do Torneio Tribruxo. Olhei para o vidro com Sorte Líquida e me perguntei porque Ron não ofereceu ao Harry.  

No fundo, eu sei o motivo. Nós acreditamos tanto um no outro que não é preciso usar um recurso ilegal como Sorte líquida, Harry já tem sua sorte natural para achar um jeito de resolver problemas nas situações mais inusitadas..

Enquanto isso, eu tinha meus próprios desafios a superar. Consegui manter meus estudos em dia graças à professora McGonagall e resolvi uma situação delicada com um certo Weasley, mas ainda falta a questão de descobrir quem me enviou aquela carta. Nunca imaginei que sentiria isso, mas realmente sinto o desejo de vingança florescer em mim… E não quero esperar mais. 

Abri o frasco e tomei.

 

***

Tudo passou muito rápido na minha cabeça e mal pude acompanhar, mas uma certeza inusitada me veio à mente, preciso ver Viktor Krum. Antes disso, encontrei com Gina enquanto descia as escadas e pedi que ela trouxesse a foto da carta para o salão comunal. Ela não entendeu minha pressa, mas confirmou que faria o que pedi.

Segui para a biblioteca e não foi surpresa encontrá-lo em sua mesa habitual logo pela manhã. Novamente não havia fãs ao seu redor, isso facilitaria as coisas.

—Viktor…

Falei estando a sua frente.

—Ah… Hermiounee. Pensei que fosse...Não importa. Você está… melhor? Parece melhor.

—Estou sim. Obrigada. E você? Preparado para hoje?

— Espero que sim… Sobre torneeio, eu acabei non ajudando até o finale...Vocês conseguiran descobrir quem fez isso con você?

— Não, mas vou acabar descobrindo. - Minha intuição dizia para insistir no que ele estava fazendo ontem - Para onde você foi após o torneio? Gina me disse que não a encontrou aqui.

Ele pareceu ficar vermelho de vergonha.

— Eu… Saí com uma garota que ganhou a final da Queda de Braço.

Em outras circunstâncias eu me sentiria enojada por Viktor sair com alguém tão terrível como Pancy Parkison, mas aquela intuição me disse para continuar.

—Não precisa fazer essa cara de culpado… Você está fazendo intercâmbio, é bom conhecer outras garotas. Ela gostava de queda de braço como você?

—Sim! E de quadribol! Ela diz ter aprendido queda de braço com seu amigo de casa… Draco...Draco…

—Draco Malfoy?

—Exatamente!

— Eles não me parecem ser o tipo de pessoa que pratica esporte trouxa.

—Bem, parece que esse Malfoy colocou os amigos para praticar com ele depois de um incidente ano passado com uma pessoa trouxa. Ele non conseguiu desviar de um ataque trouxa e não pode revidar por non ter prática com força bruta. Desde enton, é uma tradicicion nas masmorras entre seos amigos.

Eu sabia exatamente qual era o incidente e não pude deixar de sorrir ao lembrar do soco que dei em Malfoy.

—Engraçado que não lembro dele participando do Torneio…

—Ele disse a Pancy que não participaria de algo feito por traidores do sangue, mas Pancy participou sem ele saber porque queria… Me ver de perto.

Ele ficou vermelho de novo.

—Por que ainda está falando com essa sangue ruim?

Pancy apareceu ao nosso lado. Em seu peito agora haviam dois botons. O tradicional “Potter fede” e outro escrito “Krum Esmaga!”. 

—Gostou, Granger? Esse aqui foi eu mesmo que fiz. Nós temos um treino de voo essa manhã, Krum…Marcamos ontem a noite, lembra?

Não precisei ouvir mais nada para entender que era minha hora de sair. Mas aquela conversa foi o suficiente para eu ter um excelente palpite de quem me enviou a carta. Às vezes a pessoa mais óbvia não é suspeita, mas agora sei inclusive como testar. 

Fui direto ao Salão encontrar Gina.

Sentei ao seu lado e sorri como se estivéssemos escondendo o planejamento de um crime, de certa forma, estávamos.

Gina sussurrou:

—Hermione, encontrou um jeito de descobrir quem escreveu a carta?

— Quase isso, encontrei o suspeito ideal.

—Quem?

—Malfoy!

Gina segurou um suspiro de surpresa!

—Claro...Faz todo sentido! Mas como vai testar que é a letra dele? 

—Mais um palpite, foi Malfoy quem criou os Bottons sobre o Harry…

—Nunca vi você com tantos palpites...Pelo visto, sorte líquida realmente funciona.

Sorri. coloquei a foto da carta na minha frente e mantive o botton em minha mente. Graças a Malfoy se transformando em uma doninha, essa cena se tornou inesquecível.

—Accio graphic nexum!

 E a fotografia, num passe de mágica, veio até minha mão.

Uma dúvida sanada, resta agora ter provas de quem foi o autor dos bottons. Nada melhor que descobrir na fonte.

—Vou conseguir uma confirmação que foi Malfoy quem fez os bottons, mas preciso ir sozinha. Será que você pode pegar com Fred o creme de barbear dele?

—Creme de barbear? Mas ele não tem barba, Hermione!

—Acredite em mim, é só dizer que eu pedi e ele saberá o que é.

 -Por que você mesma não pede?

Essa pergunta era difícil, obviamente.

—Estou evitando isso. Vai ser mais saudável para nós dois...

—Onde te encontro?

—Debaixo da arquibancada durante o torneio.

Segui para o próximo encontro daquele dia, já  imaginava mais um embate direto.

 

***

Fui para o salão de Grifinória. Logo na porta, encontrei Ron que parecia estar a minha procura.

—Hermione! Você sumiu essa manhã… Está quase na hora do torneio, devia estar com Harry.

— Desculpe, eu… Tomei a sorte líquida, estou tentando conectar as peças.

—Poderia ter nos avisado.

—Como você disse, está quase na hora do torneio. Não devia estar com ele?

—Ele foi chamado por Dumbledore. Parece que chamam a família para visitar uma última vez… Caso o pior aconteça.

—Definitivamente devemos ficar com ele agora. Imagina se as últimas pessoas que Harry visse fossem seus tios.

Fomos para a quadra e toda a família Weasley estava lá, até mesmo Carlinhos e o Sr Arthur Weasley, mas não Percy. Harry parecia radiante, realmente era essa a sensação de calor que a família nos causa.

Quando me aproximei, a senhora Weasley me olhava com cara fechada.

—Mãe, a senhora sabe que tudo que a Rita Skeeter escreveu é baboseira né? Harry não está namorando a Hermione.

Gina interveio ao meu favor. Ela soube essa manhã que sua mãe acreditou no profeta diário o suficiente para mandar uma cópia à minha mãe.

—Oh, claro que sei. Venha aqui, Hermione, deixe-me te dar um abraço.

O clima voltou a ficar agradável. Harry saiu com a senhora Weasley e Carlinhos para olhar o castelo. Ron saiu com seu pai a fim de separar bons lugares para assistir a participação de Harry no Torneio. Acabei trocando olhares com Fred e ele desviou, o que é compreensível. Gina estava com os gêmeos comentando sobre as apostas mais inusitadas, como a possibilidade de labirinto se quebrar e as criaturas correrem em direção ao público.

Percebi que estava sobrando e andei em direção ao castelo. Nesse segundo, vi Malfoy saindo de maneira suspeita para o jardim de Hogwarts, decidi segui-lo.

Ele parecia conversar sozinho, até que notei que havia um pontinho voando ao seu redor.

Tínhamos dúvidas sobre como Rita Skeeter conseguia informações verdadeiras para dar base às suas lorotas e aquilo explicava bastante. Ela era um animago, transmutava-se em um besouro para ouvir conversas e adquirir informações sem ser vista.

Decidi tomar uma atitude mais direta. Andei até lá.

—Pelo visto ainda não aprovaram usar Sangues-ruins como espetáculo do Torneio Tribruxo. Poderia ser usada como isca para acromântuas ou como alimento para aquelas aberrações chamadas explosivins.

— Eu saberia azarar uma acromântua, Malfoy, mas me pergunto se elas tem medo do brasão de um sangue puro ou você teria pagar alguém para ajudar com o feitiço.

Me aproximei da mesa de pedra onde vi Rita Skeeter pousar com um micro caderno de anotações.

—Você está muito ousada, Granger, para alguém que veio sozinha falar com um sangue puro. Se eu te amarrar como fizeram com seus colegas trouxas no Mundial de Quadribol, acho que meus pais me dariam uma vassoura nova de presente!

— Você parece ter esquecido do último soco que levou, Malfoy. Talvez eu deva refrescar...Sua...Memória…

Saquei minha varinha enquanto falava. Imaginei o botton com escrito estúpido e apontei para o inseto:

—Accio graphic nexum!

Pelo visto, Rita estava com várias anotações escritas por Malfoy em seus bolsos, pois o inseto foi puxado pelos papéis e apontei a varinha em direção ao pote de Sorte líquida, o que tampei imediatamente.

—Imagino que essa não seja uma repórter sensacionalista numa forma animaga ilegal e você não seja um aluno colaborando com a entrada de um animago sem registros dentro de Hogwarts. Porque isso poderia te expulsar, né? E seus pais não ficariam feliz com uma expulsão  por um motivo tão  medíocre …

Pela segunda vez, a primeira foi no baile, pude ver Malfoy completamente sem palavras.

—Vamos fingir que esse encontro não aconteceu e isso - apontei para o frasco - fica comigo até que esse besouro aprenda a não contar mentiras maldosas…

Sai de lá e fui para o almoço. Essa sensação de alegria só estava começando e se depender de mim, Rita Skeeter ficaria presa por meses .

 

***

Harry entrou para o labirinto e essa era minha deixa, eu devia encontrar Gina sob as arquibancadas.

Cheguei primeiro, em seguida vi uma cabeleira ruiva não tão grande quanto a de Gina se aproximando e eu podia jurar ter visto uma cópia idêntica a ela na arquibancada.

—Jorge.

Cumprimentei.

— Hermione. Acho incrível como consegue nos diferenciar, às vezes até a mamãe confunde.

—Você tem uma pinta no pescoço e o Fred…

— Fred te arrepia da cabeça aos pés?

—Sim. Não… Às  vezes. 

— Eu conheço meu irmão. Ele pode brincar com garotas em geral, mas quando algo é sério, ele é realmente sério quanto a isso.

—Está me pedindo para não atrapalhar a questão da Angelina? Porque eu juro que…

— Não,  estou tratando da questão da Hermione. Se você for ficar em dúvida 10 vezes, ele vai te querer de volta as 11 vezes seguintes. Porque ele é assim, um tsunami que se enche de sentimentos mesmo enquanto está  cheio de turbulência. Se há algo que ele quer e há 0,1% de chance de conseguir, ele vai tentar. Ele vai criar planos mirabolantes colocando você como linha de chegada. É melhor que se sinta lisonjeada, Granger, porque não é todo mundo que teria um Fred Weasley esperando pacientemente. Não estou dizendo que ele não  vai seguir com a vida dele, porque ele vai, mas lá no fundo é óbvio que ele vai esperar que você o corresponda. Ele provavelmente te esperaria por 50 anos se você aparecesse no final, batendo a porta dele o chamando para tomar um sorvete.

Eu não sabia o que responder, mesmo com sorte líquida.

 

—Não sei o que vocês falaram, provavelmente trocaram algumas agressões verbais, porque eu nunca tinha visto o Fred triste como ontem desde o dia que mamãe me acusou de fazer sapos flutuarem pela casa, não ele. Mas não pense que isso foi definitivo, ele provavelmente já está criando diálogos na cabeça para o momento em que você der brecha para ficarem juntos de novo. É por isso que eu estou aqui, Hermione. Se você ainda imaginar querer algo futuro com ele, tudo bem, mas se não… Deixe isso claro. Quebre o coração dele… Eu sei que ele vai sofrer, mas é melhor do que criar expectativas onde não há  nada! Enfim… Estou aqui com o creme de barbear.

—Achei que você  não soubesse…

—Fred também tem essa ilusão que pode esconder algo de mim. Infelizmente ainda  não tenho barba… Mas me diga, de quem iremos tirar a barba?

Sorri, enfim alguma coisa que eu sabia exatamente o que dizer.

—Duas palavras: cabelo, Malfoy.

—Então a senhorita achou quem lhe enviou a carta. Por que não pediu para um de nós fazer a brincadeira? 

—Tenho que aprender a enfrentar minhas próprias lutas, parar de achar que posso evitar problemas com os outros fazendo algo por mim. Estou aprendendo essa arte de ser o problema.

—Brilhante!

Seguimos sob a arquibancada até a parte onde ficava a Sonserina. Era fácil ver o Malfoy, pois estava na parte mais alta e colocou Crabbe e Goyle fantasiados dos mascotes de Durmstrang e Lufa-lufa, seu camarote particular. Pancy não estava com ele, talvez estivesse perto da entrada para apoiar Krum.

—Física básica. Um objeto pastoso transparente ainda é um objeto.

Coloquei um pouco da loção na minha mão e peguei minha varinha. Sussurrei:

—Wingardium leviosa…

O creme subiu até as luvas de Malfoy.

—Minha vez. Cocerus…

Jorge fez Malfoy coçar a cabeça com a luva. Depois o mesmo ajeitou todo o cabelo de volta ao lugar, o que garantiu que o creme se espalhasse por todo o couro cabeludo.

Olhei para Jorge e sorrimos satisfeito. Trabalho concluído.

 

***

O torneio seguiu e foi um desastre. Vimos Fleur ser resgatada, depois Krum inconsciente, mas o que mais me aterrorizou foi foi Harry voltar  com o corpo de Cedrico. Gostaria de ter sorte líquida para ele no momento, pois mesmo estando sobre o efeito, eu não tinha a menor ideia do que dizer. Talvez porque não haveria boas palavras para esse momento.

Descobrimos o mistério sobre Crouch e seu filho, sobre o professor de defesa Contra Artes das Trevas ser um infiltrado usando poção  polissuco e que foi ele quem colocou Harry no torneio.

 O pior de tudo foi descobrir que você-sabe-quem está vivo.

Esse ano provavelmente foi o último ano tranquilo em nossas vidas. Pelo que aprendemos com a história, daqui para frente vamos de mal a pior.

 

Para não dizer que não houve momentos alegres, a aula de transfiguração entre Sonserina e Grifinória foi maravilhosa. Malfoy usava um  chapéu estranho e a professora Mcgonagall o fez tirar na aula. Ele revelou uma cabeça inteiramente sem cabelo. Ela pediu em seguida que colocasse o chapéu, mas todos os alunos já riam da cena.

No final da aula, como já havíamos feito provas, aquele momento era para trazer informações interessantes sobre transfiguração.

—E foi o bruxo Zermello Frankeiel quem provou que é possível transmutar um objeto para outro que ocupe o dobro da área com a mesma massa, criando objetos capazes de crescer usando apenas transfiguração, isto é, a magia não expandia, mas transformava o objeto. Alguém  conhece um exemplo de transfiguração de Zermello?

Levantei a mão.

—Senhorita Granger.

—Tenho um exemplo em meu quarto, posso mostrar?

—Claro!

—Accio Cubo Hidra!

Meu puzzle veio até mim. Expliquei como funcionava e mexi a última peça que faltava. O cubo reiniciou e dobrou de tamanho.

—Uau! Onde conseguiu um desses, Hermione?

—Gemialidades Weasley, eles também fazem outros jogos mágicos além dos logros convencionais.

—10 pontos para Grifinória, Hermione. Realmente, parece um jogo divertido.

Em seguida, fomos dispensados. Estava conversando na saída com Neville sobre o Cubo Hidra quando uma parede ruiva me interceptou. 

Era Fred.

—Vejo que está divulgando nosso trabalho.

— Jorge fez um excelente trabalho com transfiguração.

—Eu também ajudei, sabia? Foi minha ideia inclusive.

Sorrimos. Ele continuou.

—Então… Negócios. Por acaso posso te mandar algum jogo para você testar no verão? E cartas, claro, explicando como funcionam.

Era o jeito dele de perguntar se poderíamos nos corresponder. Acho que é o 0,1% que Jorge me disse que ele procuraria. Se fosse para eu cortar, deveria fazer isso agora…

—Claro que pode, Fred. Imagino que meus pais também vão gostar de experimentar os jogos. Seria um prazer trocar cartas com você.

Ele sorriu, o sorriso Weasley que tanto gosto. Sorri de volta, esse foi nosso contrato silencioso.

No fundo, eu também queria manter aquele 0,1%. Talvez daqui 50 anos seja eu quem vá bater na porta de Fred chamando-o para tomar um sorvete.

Se eu soubesse o que aconteceria, não esperaria 50 anos, não esperaria nem mesmo meio segundo...

Assim terminamos o último dos nossos anos de paz.


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Notas finais do capítulo

Fim do primeiro livro.
Decidi continuar a história aqui:

https://fanfiction.com.br/historia/796330/Subentendido/



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