Nosso segredo - FREMIONE escrita por Anna Carolina00


Capítulo 16
Conclusões precipitadas




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FRED POV

 

—Accio graphic nexum!

Usamos o feitiço do livro de grafologia mágica para achar algum papel no chapéu com a mesma escrita da carta.

Nada.

—Será que alguém pode ter pedido outra pessoa para se inscrever?

Indagou Gina.

—Não, deixamos claro a todos que pegaram inscrições que a pessoa devia escrever o próprio nome.

—Bem… É claro que a pessoa pode não ter se inscrito pra nenhuma categoria…

—E perder a chance de ganhar Sorte líquida? Até eu teria me inscrito se não estivesse organizando!

Sorte líquida. Acho que nós três pensamos na mesma coisa, um nome de inscrito não estava no chapéu.

Jorge sussurrou:

—Vocês não estão cogitando que… Ele é o melhor amigo dela! E todo mundo sabe que Rony gosta de Hermione, só é pateta demais para admitir!

Gina mexeu em sua mochila e pegou um pergaminho.

—Ele me emprestou seu trabalho de Defesa Contra Artes das Trevas do ano passado para eu estudar… Vamos testar, só por desencargo de consciência.

Gina pensou na imagem da carta a sua frente e apontou a varinha para o pergaminho.

—Accio graphic nexum!

Nada aconteceu, de novo.

—Eu devo estar com zonzóbulos na cabeça para cogitar… isso.

Jorge e eu perguntamos ao mesmo tempo:

—Zonzóbulos?

— Coisa da Luna. São seres invisíveis aos olhos que ficam embaralhando nossa cabeça.

Concordei.

—Também prefiro pensar que foram zonzóbulos…

—Zonzóbulos? Ouvi uma vez que são responsáveis pela migração de sementes de ditanmo. O que é estranho, porque o fungo ditanmo libera um vapor capaz de matar a maior parte dos predadores.

Neville comentou chegando na nossa mesa na biblioteca.

—Aliás, falando em coisas estranhas e boas, acho que vocês deviam ir no Salão da grifinória. Alguém voltou mais cedo… E que ver vocês.

Hermione.

Saímos da biblioteca e tomamos o caminho mais rápido( por uma passagem atrás de uma estátua) para o sétimo andar.

 

***

Chegamos ao Salão Comunal e lá estava ela com roupas trouxas. Parecia ainda mais bonita. Ao seu lado estavam Harry e Ron abraçando ela como se fossem esmagá-la.

—Eu estou bem, eu juro.

Hermione comentou mostrando seus dedos se movendo com tranquilidade. Haviam algumas linhas finas vermelhas percorrendo seu pulso até o cotovelo coberto pela manga da camiseta. Só de imaginar que poderiam continuar… E que todos aquele caminho doía como se sanguessugas lhe queimassem a pele, me encheu novamente de raiva e preocupação.

Ela está bem, Fred. Veja como está sorrindo.

E realmente parecia bem. Harry e Ron pareciam estar comentando sobre as últimas aventuras da semana, toda movimentação que nosso torneio criou e sobre treino de azarações com pilhas de travesseiros.

Quando ela nos viu, logo gritou:

—Gina!

 As duas se abraçaram.

—Estou tão feliz por você estar melhor! Senti falta da minha confidente.

—Também senti sua falta! 

—Bichento também sentiu, ele ficava te procurando em seu dormitório, acabei levando ele para o meu para dormir comigo.

— Ouvi dizer que Hagrid o escolheu como animal estimação mais inteligente.

— E ele está comemorando comendo uma ração especial para meio-amassos dada por Hagrid.

De repente, ela olhou para Jorge e depois para mim, parecia ter um olhar meio triste nos segundos que nos encaramos.

—Também quero um abraço dos meus gêmeos preferidos.

Jorge e eu a abraçamos e levantamos no ar. Foi bom ter ela por perto por alguns segundos.

—Preciso falar com você mais tarde...

Jorge também ouviu, mas sabia que era comigo.

Toquei em seu braço olhando as cicatrizes. Por um segundo, eu desejei estar sozinho com ela para poder mostrar como realmente senti sua falta.

—Essa cicatriz pelo menos é bonita. Sem ofensas, Harry.

Jorge completou.

—Você pode até lançar uma nova tendência. Linhas vermelhas para Grifinória, azul para Corvinal…

—Também senti falta de humor Weasley.

Continuamos conversando e comemorando. Gina foi buscar bichento e nós fomos pegar alguns petiscos na cozinha. Dobby fez questão de levar biscoitos de chocolate com canela para o salão da Grifinória para contar uma novidade a Hermione.

—Senhorita Hermione Granger! Dobby leu um livro para os elfos da cozinha. Um livro inteiro, sozinho! Dobby disse que Hermione Granger lia melhor que Dobby e eles querem que Hermione Granger venha ler para os elfos enquanto trabalham.

Hermione quase chorou de emoção ao ouvir isso. Confesso que não imaginaria ouvir isso de um elfo. Talvez de Dobby, mas dos demais elfos da cozinha? Surpreendente. 

 

Depois de um tempo, a conversa girou em torno do que Ron faria com a sorte líquida. 

Dino sugeriu para Seamus:

—Aposto que vai tomar para tentar arranjar uma namorada.

— Ou vai oferecer pro Krum tomar na próxima Copa. Ele quase chora ao falar da final da Copa desse ano.

Harry entrou na brincadeira:

—Poderia tomar no dia do NOMs de Poções. Só assim para um grifinório ganhar um ÓTIMO com Snape.

Ron respondeu:

— Meus irmãos conseguiram, mas acho que um milagre desses na nossa turma só vai acontecer com... Hermione. - Ela corou com o elogio. - Na verdade… Hermione, acho que eu deveria te dar a Sorte Líquida. Harry e eu estávamos conversando sobre como poderíamos te ajudar a descobrir quem fez isso com você, mas nenhuma ideia parecia boa. Essa pode funcionar. Se tem alguém que pode resolver qualquer coisa tendo um pouco de sorte, é você

—Rony… Eu… Não sei nem o que dizer…

—Obrigada é o suficiente. E por favor, não abra mais pacotes de estranhos. Eu não aguento passar por algo assim… Digo, ninguém aguenta. Todo mundo aqui… Todos nós ficamos muito preocupados com você.

Esse comentário gerou algumas risadinhas e um Ronald com bochechas vermelhas. Pelo visto meu irmão está amadurecendo. Isso devia ser uma coisa boa, mas está me causando uma sensação levemente desagradável.

 

***

 

Ao final da noite, todos foram subindo para os quartos. Gina e Hermione estavam brincando com Bichento no sofá. Harry e Ron estavam cochilando no chão, em seguida se levantaram, deram boa noite e foram para quartos.

Gina e Jorge se olharam e aparentemente entenderam a situação. Ambos se despediram e subiram por suas respectivas escadas para os dormitórios.

 

Estar sozinho com ela aqui me trazia boas memórias e um leve sabor de alcaçuz.

Me aproximei e sentei no sofá, ela olhava para o chão e às vezes desviava o olhar para mim. Fui me aproximando até estar sentado com nossos corpos triscando, Hermione fechou os olhos. 

Fiz uma caminhada com os dedos percorrendo seu braço até chegar ao ombro e toquei sua bochecha com delicadeza.

—Toque toque.

Ela sorriu fazendo uma covinha.

—Eu disse: toque toque.

Repeti o movimento tocando na bochecha cheinha do do sorriso Granger. Ela respondeu:

—Quem bate?

— Um ruivo morrendo de saudade!

No mesmo instante, virei seu rosto e depositei um beijo suave. Sem pressa, apenas sentir aquele arrepio gostoso de ter ela aqui comigo.

Empurrei Hermione levemente para que se deitasse no sofá sem nos separar do beijo. Ela se apoiou em meus ombros me puxando para mais próximo. Eu não tinha a menor vontade de me afastar.

Com nossos rostos ainda colados, sussurrei em seu ouvido:

—Eu ...realmente ...Senti...saudades…

Finalizei com um beijo em sua bochecha.

—Fred… Você.. Torna… Tudo…tão... Difícil…

Difícil?

Me separei alguns centímetros, o suficiente para encarar seus olhos, ela não parecia feliz como imaginei que ficaria ao me ver.

—Hermione...Eu esperei você. Uma semana, Lembra? Minha resposta é sim, ainda sou apaixonado por você.

Ela não parecia sorrir mais. Na verdade, parecia estar se segurando para não chorar.

—Fred. Por favor… Eu preciso mesmo falar com você, mas … É difícil com você assim… Não consigo me concentrar…

Me afastei e sentei na outra ponta do sofá. Ela abraçou as pernas por alguns segundos como se estivesse se preparando para algo. Respirou profundamente e então me encarou.

—Fred. Isso tem que acabar. Agora. E não posso fazer isso sozinha.

—O quê? Por quê? 

— Eu contei para minha mãe sobre… Bem, você. Ela me proibiu. Completamente. Disse que me mudaria de escola se soubesse que algum garoto estivesse me distraindo dos estudos.

—Por Merlin, Hermione, isso importa? Eu vivo desobedecendo a minha mãe. Se eu deixasse de fazer tudo que ela me proíbe, provavelmente eu seria pior que o Percy.

— É diferente, eu não sou assim.

—Você só pode estar brincando, Hermione…

Mas ela não parecia estar brincando.

—Sua mãe mandou uma cópia do profeta diário para minha mãe. Ela começou a perguntar do Harry e do Viktor, eu falei do baile e ela me proibiu de sair novamente com alguém bem mais velho que eu… E eu… Disse que o garoto que eu gostava era só um ano e meio mais velho. Que era você. Que você gostava de mim também.

Não consegui falar nada.

—Ela me proibiu de namorar alguém na escola. Disse que não importava estar numa escola bruxa ou trouxa, se eu me deixasse distrair dos estudos, ela me transferiria para uma escola trouxa perto de casa para me vigiar. Consegue imaginar isso, Fred? Porque eu não consigo me imaginar longe de Hogwarts!

— Você não pode simplesmente mentir para ela? Não é como se ela estivesse aqui para saber.

— Ela é minha mãe, Fred. Eu não minto para ela. Nunca. Se você não consegue entender isso, o problema é seu!

—Claro que o problema é meu! Parece que só eu quero que isso funcione. Eu sou o problema de querer você mais do que tudo. Você podia só dizer que não tá tão interessada assim…

—Não, Fred… Seria mais fácil se fosse assim… Mas não é. Eu não posso simplesmente escolher entre você e minha mãe.

—Você já escolheu, moça. Para uma Grifinória, está se saindo bem covarde na primeira reclamação da mamãe!

Essa foi a gota d'água. Literalmente. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Percebi que tinha passado dos limites e estrado tudo. Ela se levantou e subiu as escadas. Sem virar o rosto, respondeu das escadas.

—Boa noite, senhor Fred Weasley. Se for rápido, ainda pode namorar com Angelina, provavelmente a garota mais grifinória que você vai conhecer.

— É exatamente o que farei, Granger. Aproveite e namore um de seus livros, sua mãe deve aprovar esse tipo de relacionamento.

 

É, agora com certeza tudo acabou.


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