Hoje lembrei do teu amor (Drarry) escrita por canecaroxa


Capítulo 4
Valeu pela vida inteira.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com o último capítulo uhuuul
Um ótimo final de semana pra vocês, seus lindos, lindas e lindes ♥



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| POV HARRY |

Harry bufou. Estava cansado. Na verdade, no último mês não lembrava quando se sentiu com energia o suficiente para levar um dia tranquilo. Não queria admitir, mas sem Draco, parecia que as coisas perdiam um pouco do sentido.

Com um feitiço “accio”, fez uma garrafa de vinho e uma taça virem ao seu encontro no sofá. Estava jogado ali já tinha um tempo, tomando coragem para voltar a sua atenção a pilha de pergaminhos que havia trazido do Ministério para casa. Claro que o fato de ter rompido um relacionamento, não afetava a capacidade de Potter em fazer um trabalho bem feito como auror, afinal, apesar de ser um grifinório impulsivo, sempre foi responsável. Bom, nem sempre. Já tomou muito puxão de orelha de Hermione Granger, sua melhor amiga, na época de Hogwarts, mas depois de tudo o que ele passou, tinha amadurecido e se tornado um homem ciente de suas responsabilidades.

Perdido em pensamentos, estava levando a taça de vinho a boca, quando ouviu uma batida em sua porta. Estranhou por causa do horário, já era quase uma da manhã. Pegou sua varinha em cima da mesinha a sua frente e seguiu para a porta. Abrindo devagar, e com a varinha preparada para ser usada a qualquer momento, caso precisasse, seu coração acelerou quando viu quem estava parado ali na porta.

— Draco. — falou Harry surpreso, encarando o loiro a sua frente, abaixando a varinha.

— Oi, Harry.. — cumprimentou - Posso entrar?

— Claro, mas se você preferir, pode apenas mandar uma coruja no seu lugar. - disse o moreno com o tom de deboche. Ele nunca respondeu nenhuma carta do outro, porque ficou inconformado de Draco nunca ter aparecido pessoalmente para eles conversarem. Só enviava corujas. Francamente, o relacionamento deles era algo muito maior para ser tratado assim. Ao ver que o loiro não iria responder, Harry respirou fundo, e abriu espaço indicando o caminho para ele poder passar.

Os dois seguiram para a sala. O anfitrião ofereceu um vinho a visita, que rejeitou gentilmente. Um sentou no sofá, enquanto o outro sentou na poltrona de frente. Se encararam durante algum momento. Apesar de toda a mágoa, Potter estava muito feliz em ter Draco ali com ele novamente. Parecia que um enorme “lumus” havia sido lançado na casa, e ela estava toda iluminada - pelo menos era assim que Harry se sentia com seu amado ali.

Vendo que o outro não iria falar nada, e como ele havia ido até ali, Draco limpou a garganta e desabou. — Me desculpe. — silêncio — Me desculpe pelo que eu disse. Me desculpe por ter ido embora. Me desculpe por não ter voltado. — respirou fundo soltando todo o ar que tinha em seu pulmão. — Me desculpe.

Harry se mexeu na poltrona incomodado. Não sabia como reagir a ver Draco tão entregue e transparente ali na sua frente. Seu coração estava quase saindo da boca. Ele queria se jogar nos braços de seu amado e falar para eles esquecerem tudo. Mas não podia, não seria justo com eles dois. Precisavam conversar sobre o que havia acontecido.

Quando Potter ia abrir a boca, o homem a sua frente tirou um pergaminho do bolso e colocou em cima da mesinha, dizendo logo em seguida. — Dessa vez, sem corujas. — empurrou a carta na direção de Harry.

O auror fitou os olhos azuis a sua frente, e com delicadeza esticou a sua mão para a carta e a pegou. Desenrolou o pergaminho e começou a ler, sem notar que o loiro parecia prender a respiração tamanho a expectativa.

“Hoje lembrei do teu amor. Hoje lembrei de coisas que eu nunca esqueci. E como poderia? Se você me marcou pela vida inteira. Hoje lembrei do teu sabor, do gosto da tua boca antes de dormir. Tanto te conhecia e você despertou tudo o que eu sentia. Hoje lembrei do teu calor, do nosso banho quente. Coisas que escrevi, juras e poesia. No espelho embaçado, você fervia., Na parede o suor, no teu corpo o meu, pelo chão o jantar, que a gente esqueceu, entre roupas e taças, a nossa loucura.  Tanto pra acertar… O tempo pra curar... A mágoa que ficou pra trás.. Valeu minha vida inteira! Não há chance de apagar! Deixa demorar.. Lembrar você é bom demais, vivemos tanta coisa. Lembra?”

Potter terminou de ler e continuou a encarar a carta. Não sabia o que dizer. Suas mãos estavam suadas. Seu coração batendo tão forte, que ele tinha dúvidas se Draco o poderia ouvir. Passou os dedos de leve pelas palavras que impregnavam o pergaminho. Dobrou a carta, colocando a de volta na mesinha a sua frente. Sua atenção se voltou para a taça de vinho, antes ali esquecida. Tomou um gole bem grande, enquanto se levantava da poltrona, caminhando lentamente para o outro lado da sala, próximo a janela. Ficou de costas para Draco, encarando a rua silenciosa. 

— Se eu lembro? — cuspiu Potter, em tom de deboche. Falava baixo, mais para si, do que para o outro. — Se eu lembro, Malfoy? — agora o Salvador do mundo bruxo já havia se virado para o ex-comensal, e se aproximado aos berros. — É A PORRA DA ÚNICA COISA QUE EU PENSO! — colocou a taça em cima da mesa, antes que a derrubasse no chão. Respirou fundo. — Eu te amava pra caralho! Eu ainda te amo pra caralho! Você acha que um sentimento assim acaba de uma hora pra outra? Que tudo que a gente viveu nesses anos ia ser esquecido? Porra, Draco! 

Malfoy queria dizer que era apenas uma pergunta retórica, que sabia que Harry lembrava de todo o amor deles dois, assim como ele. Mas vendo o tom de mágoa na voz do seu amado, achou melhor permitir ao outro desabafar.

— Eu não escolhi ser a porra do menino-que-sobreviveu! Ser o cara que lutou a guerra e derrotou Voldemort! Não tenho como voltar atrás, e nem voltaria. Se você não tem a capacidade para lidar com isso, então, o problema é seu, porque esse sou eu, esse é o peso que eu carrego! — gritava Harry, gesticulando fortemente as mãos e com lágrimas de raiva e dor brotando em seus olhos.

Draco se levantou prontamente, e envolveu a cintura de Harry, colando os seus corpos com força. O moreno tentou se desvencilhar, mas a verdade é que não queria, então acabou se rendendo ao abraço do loiro. — Eu te amo, Harry! Você não é um peso pra mim! Você é a porra de uma firebolt super potente, que me faz voar! — essa comparação fez Potter soltar uma risada abafada, o que tirou um pequeno sorriso de Draco, que seguiu falando: — Esquece tudo o que eu falei aquele dia, por favor. Eu fui um estúpido. Eu sou um estúpido por ter levado tento tempo em vir aqui. Mas é que o meu maior medo é não ser o suficiente pra você. De um dia você acordar e perceber que você é O Eleito, e eu sou apenas um ex comensal da morte.

Os dois ficaram abraçados durante um tempo. Bastante tempo. Nenhum deles queriam se afastar do outro, após terem estado separados durante aquele período. Draco passava o seu rosto pelos cabelos bagunçados de seu amado, que nem um gato manhoso, sentindo o cheiro gostoso de amora do shampoo de Harry. Harry afundava a sua cabeça no pescoço do loiro, esfregando o nariz naquela pele fria que tanto o aquecia.

O moreno se afastou um pouco do Malfoy, mas sem soltar a sua cintura, e olhando em seus olhos disse, com a maior sinceridade do mundo. — Você não é apenas um ex comensal da morte. Eu sei que você foi, eu sei tudo sobre o seu passado, eu estive no seu passado. Mas agora, Draco, você é o meu amor! E o que a gente tem, eu quero construir do presente para o futuro. Esquece o resto.

Uma lágrima escapou de Draco, enquanto ele se perdia naquela imensidão verde. Colocou uma mão em cada bochecha de Harry, e começou a encher o rosto do outro de beijinhos. Muitos e muitos beijinhos, o que fez Harry rir, por estar sentindo coçegas.

Segundos se passaram, até que o loiro, ainda com as mãos nas bochechas de Potter, segurando o seu rosto, encostou uma testa na outra e falou com a maior certeza do mundo, sem desviar os olhos de Harry — Casa comigo? Eu não quero mais viver nenhum minuto longe de você. Quero poder acordar, dormir, tomar café, almoçar, jantar, ir no Beco Diagonal, ir a Gringotes, ir ao jogos de quadribol, aparatar, ir ao.. 

Potter morria de rir da empolgação do outro. Colocou um dedo na frente da boca de Draco, obrigando que ele ficasse quieto, mas foi em vão, porque Malfoy continuação tagarelando, de forma abafada, todas as atividades possíveis que um bruxo e um trouxa poderiam realizar. Foi só quando Harry disse “sim”, que Draco calou a boca.

— Sério? — perguntou Draco surpreso.

— Ué, você me pediu em casamento e esperasse que eu dissesse “não”? — riu o moreno, da cara de espanto do outro.

— Não.. É só que.. — suspirou Malfoy com os olhos brilhando. Se fosse um desenho animado, com certeza estariam saindo corações de sua cabeça. — Eu vou ser o marido de Harry James Potter!

Então os bruxos se beijaram. E se entregaram, mais uma vez, ao amor. Amor esse que faria parte de muitos e muitos outros anos dos dois, porque aquele amor, valia uma vida inteira.  


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Notas finais do capítulo

Eeeeee.. fim! Espero que tenham gostado. hehe ♥ E pra quem acompanha "La Passion", juro que semana que vem eu atualizo sem falta, tá?



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