ALBUS S. POTTER

Sexta-feira, 01 de setembro de 2017.

— Sabe Al, meus pais disseram que conheceram seu pai no primeiro Expresso de Hogwarts deles... - Rose falou enquanto caminhava com Albus pelo vagão do trem que acabara de partir.

— E...? - Albus perguntou querendo saber onde a prima queria chegar com isso.

— E então, temos que escolher bem com quem vamos nos sentar agora – Ela disse como se fosse óbvio, olhando pelos vidros das cabines lotadas.

— Está dizendo que precisamos escolher agora quem serão nossos amigos pro resto de nossas vidas? Isso é apavorante... - Albus falou, soando pouco distraído por estar olhando para os lados, prestando atenção em cada mínimo detalhe do trem.

— Ah fala sério, vai ser divertido, todos vão querer ser nossos amigos! - Ela falou super animada, e Albus levantou uma sobrancelha em sua direção, não acreditando de fato que ela realmente quis dizer aquilo do modo que pareceu.

****

Após alguns vagões lotados, Rose decidiu ficar em um onde haviam três garotas que a convidaram para se juntar a elas. Albus não achou nada interessante ficar em uma cabine com mais quatro garotas que falavam sobre assuntos que ele não queria ouvir, então logo se despediu da prima, que parecera ligeiramente desapontada, mas que acabou não protestando.

Ao se retirar dali, Albus abriu um sorriso por localizar o carrinho de doces. Al parou ao lado do carrinho e esperou a velha bruxa terminar de atender o garoto que estava parado à porta da cabine. Assim que recebeu seu pedido, o garoto entrou novamente deixando a porta ligeiramente aberta, e Albus pôde perceber que o compartimento estava ocupado apenas pelo garoto que comprou os doces e por mais um outro.

Logo que comprou um sapo de chocolate e agradeceu à velha senhora, se inclinou em direção a cabine.

— Posso...? As outras cabines estão cheias – Albus falou um tanto constrangido por ter que estar pedindo para se sentar com pessoas que nunca viu antes.

O garoto moreno que sentava perto da porta tirou seus pés dos bancos a sua frente, fazendo sinal com a cabeça para que entrasse, já o garoto loiro que estava próximo a janela fechou o livro que estava lendo e deu um pequeno sorriso amigável para Albus ao vê-lo entrar. Ao acomodar-se no banco, o moreno a sua frente perguntou:

— Qual seu nome? - Falou esticando novamente suas pernas, dessa vez no próprio banco. O garoto era alto, mas mesmo assim aparentava ter no máximo 12 anos, magro e com a pele escura, seu cabelo não era fácil de identificar devido ao boné preto que usava, cuja a aba encobria ligeiramente seus olhos.

— Albus. E vocês são...? - Respondeu meio incerto, não conseguindo interpretar as expressões dos garotos.

— Albus, tipo, Albus Potter? Filho do Harry Potter? - O garoto a sua frente sorriu, parecendo se conter para não sorrir mais abertamente, ou até mesmo soltar um risinho, e após a confirmação com a cabeça dada por Potter, o menino cutucou seu amigo com a ponta do tênis, parecendo incrédulo "Da pra acreditar nisso?" - Ele perguntou sorrindo ao amigo, mas percebeu o leve incomodo de Al – Ah, me desculpe, sou o Lohan, também é meu primeiro ano em Hogwarts...

Os dois trocaram breves acenos, e Albus se virou na direção do loiro que estava meio encolhido no banco já que seu amigo usava o espaço para esticar as pernas. O garoto era extremamente pálido, com olhos azuis vibrantes, seu cabelo loiro parecia naturalmente ser apontado para todos os lados, seu rosto era familiar para Albus – mesmo que não conseguisse se lembrar de onde – e ele parecia um tanto tenso, como se de repente não soubesse mais fazer contato com outros humanos naturalmente e tivesse que se esforçar para isso.

— Scorpius – Ele falou ainda parecendo apreensivo, e a expressão de surpresa que Albus não conseguiu evitar não melhorou a situação - Sim, Scorpius. Malfoy. Algum problema com isso? Quer dizer, se tiver, tudo bem eu entendo, pode sair agora ou sei lá eu...

Disparou desesperadamente as palavras tentando se justificar por algo que sabe se lá o que era, mas foi interrompido por Albus que quase se engasgou tentando não rir. O que fez Scorpius o encarar confuso, e Lohan sorrir divertido com a cena.

— Cara, eu to 100% nem aí pra essas coisas. Fala sério, o que isso significa afinal? - Albus falou já se sentindo mais confortável no lugar, e achando graça da apreensão que o sobrenome de ambos causou no garoto – Que nossos pais não se gostavam? E daí? O que eu tenho a ver com essas rivalidades idiotas de trezentos anos atrás?

Albus falou, mas não contemplou a expressão alegre que os outros dois garotos tinham no rosto, pois colocou sua concentração na embalagem do sapo de chocolate que estava abrindo. Isso deixou Scorpius instantaneamente mais aliviado, e Lohan parecia animado como se tivesse ganhado um brinquedo novo, lançou um olhar para o amigo como se dissesse "olhe só o que temos aqui", e Scorp apenas revirou os olhos em resposta, achando graça.

— Neville, de novo – Albus reclamou ao conferir sua figurinha que veio com o doce, estava totalmente alheio aos outros dois ali.

— Eu tenho umas quatro dele! - O moreno falou no mesmo tom, reclamando – Nada pessoal sabe, mas poxa, parece que só fabricam figurinhas dele agora!

— Eu não tenho nenhuma do Longbottom – Scorpius falou decepcionado – Mas tenho umas quarenta só da Granger, dá pra acreditar?

Albus riu e jogou a figurinha na direção do loiro.

— Pode ficar com essa.

E o assunto sobre figurinhas de sapos de chocolate deu abertura a outros assuntos, e mais outros, e Albus estava realmente grato por estar ali com os dois, pois eles foram muito legais consigo, mesmo já sendo amigos de infância não deixaram Albus de lado nem por um segundo, sempre o incluindo na conversa, que em momento algum - graças a Merlin – foi sobre para qual Casa iriam quando chegassem em Hogwarts. Apesar de Albus já ter a ideia de que Scorpius e Lohan gostariam de ser da Sonserina, e ele não se importou nem um pouco com isso, só esperava que mesmo que fossem de casas diferentes pudessem se tornar amigos.

****

Quando estava escurecendo Albus não conseguia mais disfarçar a sua ansiedade por estar finalmente chegando em Hogwarts, ainda mais com o tanto de açúcar que agora corria pelo seu sangue. Scorpius também parecia nervoso quando o trem fez menção em parar e a voz ecoou no trem dizendo "Vamos chegar em Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola", pois ficou mudo subitamente, já Lohan, se estava nervoso conseguia disfarçar muito bem, pois ainda estava agitado fazendo piadinhas e provocações com Scorpius.

Finalmente já com seus pés na Estação de Hogsmeade, Albus permitiu seu coração de se acalmar ao ver Hagrid de longe acenando para si antes de gritar anunciando "ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, ME SIGAM!", todos se agitaram para acompanhar o meio-gigante por um caminho íngreme, estreito e extremamente escuro, e todos os alunos ficaram quietos (exceto Lohan pelas risadinhas que soltava quando tropeçava em Scorpius sem querer murmurando um "me desculpa").

— Daqui uns segundos vocês verão Hogwarts – Hagrid gritou para que todos ouvissem, e assim que fizeram uma curva, várias exclamações altas e "uaaau" foram escutados.

Estavam na margem de um grande lago escuro, e distante, lá no alto, eram vistas várias janelas cintilando no céu estrelado, havia um enorme castelo com muitas torres. Albus já havia visto fotos de Hogwarts, mas nada se comparava a esse momento. Escutou Lohan ao seu lado soltando um assobio.

— Só quatro em cada barco! - Hagrid gritou apontando para uma fileira de barquinhos parados na água junto à margem.

Albus, Scorpius e Lohan foram até um barco, cuja a quarta vaga foi surpreendentemente preenchida por Lucy Weasley, prima qual Albus esquecera que também estaria no primeiro ano. Se cumprimentaram brevemente antes dos barcos começarem a se locomover todos ao mesmo tempo. Todos estavam maravilhados com a visão do castelo que aumentava à medida que se aproximavam.

Ao desembarcarem em uma espécie de cais subterrâneo, eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhados pela luminosidade provocada pela lanterna de Hagrid, até alcançarem um gramado fofo próximo ao castelo. Todos se aglomeravam na escada de entrada enquanto Hagrid batia na enorme porta do castelo, que prontamente foi aberta.

Um bruxo muito baixinho usando bonitas vestes pretas se fez presente, possuía uma expressão séria, mas um olhar simpático.

— Alunos do primeiro ano, Professor Flitwick.

— Agradeço Hagrid, cuidarei deles daqui em diante.

O professor os direcionou para o imenso saguão, cuja o teto era impossível de se ver, e as paredes possuíam tochas flamejantes, e logo adiante Albus viu uma escada de mármore enorme que dava acesso aos andares superiores.

— Bem-vindos a Hogwarts – disse o Professor – O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A Seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estudarem em Hogwarts, sua Casa será como sua família, digamos assim. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua Casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas se chamam: Corvinal, Grifinória, Lufa-Lufa e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxos e bruxas extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder...

Nesse ponto Albus já começou a tremer em nervosismo, não conseguia pensar muito no assunto das Casas.

— ... a Casa com maior pontuação receberá a taça da casa, uma grande honra. Espero que todos vocês sejam motivo de orgulho para a Casa qual vierem a pertencer, e para Hogwarts. A Cerimônia de Seleção irá começar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Por favor, aguardem em silêncio.

O professor se retirou do local, e um tremendo burburinho começou, todos falando sobre as Casas, sobre o Quadribol, extremamente excitados, mas Albus estava quieto com o olhar fixo na direção que o professor partira.

Tentava se concentrar nas palavras que seu pai dissera, que o Chapéu levava sua escolha em consideração, mas por um momento horrível Albus não teve tanta certeza sobre qual era sua escolha. Sempre quis ir para Grifinória, mas então seus pensamentos começaram a lhe trair, e se questionou se isso era o que queria de verdade, lembrou-se que sempre temeu a Sonserina, mas não conseguia mais entender o porquê, seu pai dissera que Sonserina era uma ótima casa, afinal. Albus tinha suas mãos incrivelmente tremulas quando Rose se aproximou sem que ele notasse.

— Relaxa Al, todos sabem a qual Casa os Potters pertencem – Falou tentando confortar o primo, pousando uma mão em seus ombros, Albus apenas deu um sorriso fraco em resposta, e não precisou dizer nada mais, já que o professor retornou anunciando com uma voz animada que a cerimonia iria começar.

Se puseram em fila única para adentrar o Salão Principal, e assim que as portas abriram, as cabeças de todos no local se viraram para encara-los, mas os alunos do primeiro ano estavam ocupados encarando aquele teto fascinante que parecia que se abria para o infinito, e era decorado por velas flutuantes. Passaram por entre quatro mesas cumpridas e pararam próximos a outra mesa, a mesa dos professores e dos demais funcionários. Ficaram de frente para todos os alunos, e de costas para os professores.

O professor Flitwick posicionou um banquinho na frente dos novos estudantes, e acima do banquinho colocou o velho e encardido Chapéu Seletor, que começou a cantar uma de suas canções:

"Tenho há séculos este trabalho

Cada cabeça de aluno a me impor

Com seus pensamentos, não me atrapalho

Pois sou o famoso Chapéu Seletor.

Às alturas e ao fundo já ordenei

Fiz a tarefa em qualquer situação

Então me e eu lhe direi

Que casa será sua habitação..."

O Salão todo aplaudiu ao final da canção, e ao realizar suas reverencias, o Chapéu se silenciou novamente e o Professor Flitwick se postou ao lado do banquinho segurando um longo rolo de pergaminho.

— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu – Explicou o professor – Abrahám, Aiden!

Um garoto baixinho que estava pálido como um papel, e com uma bandana branca nos cabelos castanhos (destoando totalmente das vestes de Hogwarts) se encaminhou até o banquinho parecendo bem confiante, assim que colocou o Chapéu em sua cabeça, o mesmo cobriu completamente os seus olhos, e houve uma pausa momentânea antes de...

— LUFA-LUFA! - Anunciou o chapéu, e o garoto foi sorridente se sentar à mesa que estava o aplaudindo fervorosamente.

— Granger-Weasley, Rose! - Após mais alguns nomes que foram anunciados para Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina, Rose foi chamada, e praticamente correra para pegar o chapéu, e antes mesmo dela colocá-lo sob seus cabelos ruivos pouco armados, foram ouvidos gritos da mesa da Grifinória, que Albus nem precisou checar para confirmar que vinham de James e dos seus primos Weasleys que gritavam euforicamente "Vai Rose!! Uhuuuuuu", e os gritos apenas se intensificaram quando o chapéu anunciou "GRIFINÓRIA!"

A prima com um sorriso extravagante foi saltitante em direção à mesa que a ovacionava. A Seleção prosseguiu normalmente, com mais alguns alunos para Corvinal e Grifinória, até que o Salão ficou em silencio após o nome que o professor proferiu.

— Lestrange, Harry – Albus tentou se lembrar de onde ouviu esse nome antes, mas não conseguiu, e o Salão estava em estado de silencio absoluto enquanto observavam um garoto com cabelos pretos selvagens se demorar andando até o banquinho.

Albus escutou alguns risinhos atrás de si em burburinho, "Isso é uma piada né?" "Lestrange?" "Eu achava que eles estavam extintos!", Albus – agora curioso – encarava o garoto que colocava o objeto magico em sua cabeça, ele sumiu quase que completamente devido ao chapéu e os cabelos em seu rosto, foram preciso menos de dez segundos para o Chapéu se decidir.

— SONSERINA! - E a mesa da Sonserina rompeu em comemoração, provavelmente a mais comemorada da noite até então, mas os demais alunos continuavam estupefatos, e não reproduziram um som sequer.

— Malfoy, Scorpius! - Albus observou o colega indo apressadamente até o chapéu para colocá-lo enquanto o Salão se enchia de burburinhos, "com certeza esse aí vai pra sonserina" "não teve um da família dele que não foi pra lá".

— SONSERINA! - E novamente, a mesa da Sonserina se rompe em aplausos calorosos para receber mais um aluno. "Faz sentido" Albus escutou uma garota atrás de si dizer.

A garota após Scorpoius, alguma-coisa McLaggen foi selecionada para Grifinória, e mais alguns nomes eram chamados, e Albus já se odiava por ter o sobrenome com a letra P.

— Potter, Albus! - E assim como na vez de Rose, quando seu nome foi anunciado James e seus primos começaram a fazer um estardalhaço na mesa gritando incentivos. Albus andou penosamente até seu destino, posicionando o chapéu em sua cabeça.

Potter mal teve tempo de pensar sobre qual Casa gostaria de ir e pensar em como deveria pedir isso ao Chapéu, sua mente estava um mar de ondas agitadas, quando em menos de dez segundos o Chapéu anunciou:

— SONSERINA!

Al não conseguiu pensar em seus movimentos muito bem após tirar o chapéu, estava incrédulo que isso tinha acontecido com ele, nem teve tempo de pedir! Enquanto se encaminhava para a mesa da Sonserina - que dava fracos aplausos em comemoração - ele não teve coragem de encarar a mesa da Grifinoria que estava tomada por silencio, assim como todas as outras.

Sentou ao lado de Scorpius que sussurrou "que surpresa, ein?", tentando soar divertido, mas não conseguiu tirar Albus do transe que estava, ele não conseguia escutar mais nada.

James tinha razão.

A Seleção continuava.

Papai vai ficar decepcionado. eu sei que vai.

Weasley, Lucy. CORVINAL!

Tio Rony vai ficar louco!

Zabini, Lohan. SONSERINA!

O que Lily vai pensar de mim agora?

Aplausos.

JANTAR!

Albus ainda estava estupefato, mas quando o jantar foi anunciado a fome falou mais forte então tentou aproveitar a comida, respondendo com um sorriso fraco toda vez que Scorpius e Lohan tentavam interagir consigo, sem de fato escutar o que era dito. Percebeu alguns olhares direcionados a si vindos da mesa da Grifinória, a maior parte do tempo esses olhares vinham de seus primos Louis e Fred – que estavam no mesmo ano que James – pareciam céticos, mas nada acusatório, como Rose que a cada 30 segundos virava em sua direção lançando olhares indignados. James não olhou nenhuma vez.

Totalmente alheio ao que estava acontecendo na mesa dos funcionários, não pôde ver os olhares preocupados que Hagrid, Neville e a diretora McGonagall tinham sobre si. Ao contrário de Slughorn, que estava animadíssimo por "finalmente temos um Potter na Sonserina".

Quando a festa se deu por encerrada, os alunos foram se dirigindo para suas salas comunais, os alunos do primeiro ano eram guiados pelos monitores das casas. Uma garota chamada Penélopp era uma monitora da Sonserina que estava os guiando para a sala que Albus já ouvira falar ser próximo das masmorras.

Pararam em frente a uma parede de pedras, quando a garota falou "língua de serpente", que visivelmente era a senha para entrar, já que as paredes se abriram dando espaço para os alunos passarem e apreciarem surpresos a beleza do local que era predominantemente preto e verde, com uma lareira e sofás enormes, uma tapeçaria de bruxos da época medieval em uma das paredes, e Albus também notou um quadro do professor Slughorn que havia ali, mas ao ver Scorpius e Lohan apostando corrida até os dormitórios decidiu deixar a apreciação para mais tarde, e seguiu os colegas.

Zabini escancarou a porta preta que possuía em dizeres prata "Alunos do Primeiro Ano", e se jogou na cama que havia perto da janela gritando "Essa é minha!", Scorpius riu da atitude do amigo.

— Não precisará lutar por ela – Disse se jogando na cama que viu que sua mala tinha sido posta ao lado. Ficando assim em uma cama do lado oposto de Lohan.

Albus também procurou a sua mala, e se jogou na cama que ficava ao lado de Scorpius, de frente para Zabini.

— Eu QUASE fui pra Corvinal, da pra acreditar?? - O moreno disse se apoiando nos cotovelos para conseguir enxergar os garotos, parecendo indignado com a possibilidade – Isso ia render um escândalo lá em casa!!

— Imagino – Scorpius riu, já deitado em sua cama.

— Mas e você Al? Acha que o Sr. Potter vai causar muito quando souber? - Zabini perguntou, e Scorp também o olhou esperando pela resposta.

— Não mais que meu tio – Albus mesmo estando temeroso quanto a reação de seus pais não pôde deixar de rir imaginando como seria a reação do tio – Rony vai pirar quando souber!

Os garotos riram, e Scorpius estava prestes a fazer mais uma pergunta sobre os pais de Al, quando a porta foi aberta novamente. Dois garotos entraram no quarto, um deles Albus reconhecera como o tal do Harry Lestrange, o garoto com cabelos escuros e desordenados entrou no quarto ignorando a presença dos outros garotos e foi em direção a sua mala que estava posta ao lado da cama de Albus, já o outro garoto era baixinho e estava de cara amarrada enquanto ajeitava a cama proxima de Zabini com certa violência.

— Então... Lestrange! - Lohan chamou atenção do garoto, que o olhou sem responder - Você tem alguma ideia de quem você é? - Zabini perguntou achando graça e recebe um olhar ameaçador de Scorpius, que foi prontamente ignorado.

— O que você quer dizer com isso? - Harry respondeu do modo mais ríspido que poderia, tinha tirado sua atenção das malas, e olhava fixamente para o garoto de modo ameaçador.

— O seu nome. Sabe o que significa? - Lohan não se deixou abalar pelo tom do garoto e continuou com as perguntas, todos do quarto com os olhos voltados para Harry.

Harry encarou todos eles friamente por um tempo, e então se jogou sentado na cama, pela primeira vez parecendo muito cansado.

— Não! Eu não sei, ta bem? E se for só pra ficar olhando para minha cara e especulando com quem eu me pareço e não explicar porra nenhuma, muito obrigado, dispenso – Falou furiosamente enquanto chutava seus sapatos do uniforme para fora dos pés. Os garotos ficaram momentaneamente surpresos com a explosão do menino, e o outro garoto, que Albus não conhecia ainda, estava totalmente confuso.

— Quem é seu pai? - Após um tempo em silêncio pensando no que dizer, essa foi a pergunta que Zabini trouxe. Harry suspirou parecendo farto de tudo isso, mas respondeu.

— Eu não sei na verdade... eu não o conheci. Só sei que se chamava Rabastan Lestrange e... que ele morreu antes de eu nascer.

O silencio se fez novamente presente no quarto, e Albus, Scorp e Lohan se entreolharam.

— Mas o quê que tem isso? O que interessa quem era o pai dele pelo amor de Deus? - O garoto baixinho se pronunciou, ainda socando seus travesseiros para "amacia-los". Scorpius começou a explicar, muito receoso, como se tivesse um certo medo da reação que o garoto poderia ter.

— Hm... É estranho você não saber disso, Harry, mas... seu pai era um bruxo das trevas, era um Comensal da Morte, ninguém soube do paradeiro dele depois da queda de Voldemort, mas...

— Ninguém esperava que ele tivesse um filho – Lohan interrompeu Scorpius.

— Que se chama Harry – Albus complementou abafando uma risada, assim como Zabini.

Harry e o outro garoto pareciam mais confusos ainda, Harry parecia estar processando toda a informação que recebeu.

— Meu pai era o que?

— Queda de quem? - O baixinho perguntou confuso.

— E quê que tem o meu nome?

— Vocês não sabiam que eram bruxos até receberem a carta, não é? - Albus perguntou para constatar o óbvio. E os dois garotos concordaram.

— Minha mãe ficou chocada quando soube, a McGonagall teve que explicar tudo a ela umas três vezes – O garoto baixinho contou – Os pais de todos vocês são bruxos?

— Minha mãe não - Harry contou, enquanto os outros três acenavam com a cabeça dizendo que sim.

— Estranho – Scorpius falou mais para si do que para os outros.

— Por que? - Harry perguntou, parecia mais simpático agora que estava obtendo respostas que queria saber.

Os três garotos novamente se entreolharam decidindo se explicariam ou não, e então Scorpius começou a falar de um modo até didático sobre a "supremacia de sangues puros" dos bruxos, Zabini explicou o papel que a Sonserina tinha nisso também, e Albus passou a explicar por cima o que sabia das Guerras Bruxas, e tanto Harry, quanto o garoto nascido trouxa – que mais tarde descobriram se chamar Bernard O'Rilley – pareciam impressionadíssimos com o resumo que os garotos estavam dando.

Foi um bom modo de Albus relaxar sua mente, e não pensar tanto nisso de sonserina, e só aproveitar a sua primeira noite em Hogwarts, com seus possíveis futuros amigos.