Desvendando o Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 5
Meu Verão com Maxon


Notas iniciais do capítulo

AAAAAH! Mais um capítulo (esse eu admito que aquece o meu ♥
Espero que gostem.



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Finalmente o ano letivo havia terminado. Agora era respirar fundo e me preparar para enfrentar o último ano do ensino médio e, consequentemente, a escolha da faculdade.

Entretanto, pelos próximos dois meses, meu objetivo seria reencontrar a minha mãe e conhecer o meu irmão mais novo. O lado ruim de tudo isso seria passar todo esse tempo com o novo marido da minha mãe que, por motivos óbvios, eu não sou a maior fã.

Envio uma última mensagem para a minha melhor amiga antes de desligar o celular, respirar fundo, e me preparar para a decolagem do avião. Ao mesmo tempo que estava animada por tudo isso, morria de medo de me decepcionar com a minha mãe outra vez.

Além disso, não sabia como meu pai ficaria comigo longe, mas tinha certeza que Cam e Emma cuidariam bem dele durante esse tempo.

O voo foi tranquilo e aterrissamos no horário marcado, algo que é raridade levando em consideração a minha pouca experiência com aviões. Liguei novamente o celular quando as portas do avião se abriram e encarei a tela. Tinha uma nova mensagem de Cameron:

“Fique tranquila. Eu sei que seu irmão vai te adorar, assim como eu te adoro. Me avise quando chegar na casa da sua mãe, quero saber se estará sã e salva antes de ir dormir. Te amo.”

Sorri ao olhar a tela antes de bloqueá-la novamente. Um número relativamente de pessoas já tinha desembarcado. Peguei a minha mala de mão e segui para as esteiras.

Depois de pegar a minha mala, passei pelas portas largas em direção ao saguão. Tomei um susto ao sentir duas cutucadas no meu ombro direito e me virei rapidamente, dando de cara com a minha mãe, o garotinho mais lindo que já tinha visto na vida, e um homem alto, careca e de olhos claros:

—Mãe. - Disse abraçando-a instantaneamente e sem querer esmagando a criança em seu colo, que gargalhou. Me separei da minha mãe, sorrindo para ele.

—Filha, esse é o Maxon, seu irmão. - Ela olhou para o menino. - Maxon, essa é a sua irmã, Samantha.

A criança me encarou por alguns segundos com a cabeça levemente tombada para a direita. Então sorriu, jogou o corpo em minha direção, estendendo os braços e disse:

—Sasá Sasá. - Eu sorri e o tomei em meus braços. Ele deitou a cabeça entre meu ombro e meu pescoço e por lá ficou. Olhei para a minha mãe.

—Acho que ele gostou de mim. - Minha mãe sorriu e olhou para o homem ao seu lado.

—Sam, este é Bernard, meu marido.

O homem sorriu, fez que iria se aproximar para um abraço, mas eu esquivei. Eu não conseguia. Por mais que quisesse esquecer, ele era a culpa de eu ter vivido quatro anos sem a minha mãe. Eu apenas sorri forçado e ajeitei o meu irmão no meu colo.

Quando chegamos na casa em que minha mãe morava, Maxon já estava totalmente desperto na cadeirinha outra vez. Ele brincava sozinho com dois bonecos, batendo um no outro repetidas vezes. Assim que percebeu que eu o encarava, me entregou um dos bonecos e bateu com o que ainda estava com ele no meu. Ficamos assim pelos últimos dez minutos de viagem.

Eu abri a porta do carro e me voltei para o porta-malas, mas Bernard já tinha tirado toda a minha bagagem.

***

No dia seguinte, desci as escadas pela manhã e encontrei meu irmão sentado no sofá, com um copo de leite na mão e um bigode branco em seu rosto. Sorri e segui diretamente para a cozinha. Minha mãe andava de um lado para outro desta, alternando entre o fogão, a pia e o forno:

—Ai meu deus. - Exclamou ela.- Achei que você estaria cansada e dormiria, pelo menos, mais uma hora. Queria preparar algo especial para a sua primeira refeição aqui. - Eu sorri, me direcionando ao fogão, tentando ajudar.

—Bom dia, mãe. Não precisava fazer tudo isso, um copo de café com leite já estaria bom.

—Você não é muito nova para consumir tanta cafeína, Samantha? - Desviei meu olhar para ela e vi que me encarava com a mão na cintura. Ali estava, as broncas desnecessárias que não tive durante a adolescência.

—Tarde demais. - Respondi em tom brincalhão.- Já sou dependente disso para acordar.

***

Na semana seguinte, minha mãe atendeu a minha única exigência. Desci as escadas e encontrei Maxon mais uma vez assistindo desenhos, com o copo de leite em mãos. Me sentei ao seu lado por alguns instantes no sofá antes de seguir para a cozinha, mas não tive tempo para isso. Minha mãe passou uma caneca de café com leite por cima da minha cabeça antes de subir as escadas. Sorri para ela rapidamente antes de voltar a minha atenção para a programação.

Se olhassem de fora, a cena pareceria completamente comum e cotidiana: Dois irmãos, um bem mais velho do que o outro, sentados no sofá e assistindo televisão, cada um com a sua caneca em mãos.

Maxon, sem nem mesmo perceber, tomava um gole de leite ao mesmo tempo que eu o fazia.

O mais engraçado é que éramos parecidos. Muitos diziam que eu tinha a face da minha mãe e o carisma do meu pai, pelo menos antes da separação. Meu meio-irmão também havia puxado alguns traços marcantes dela, como o formato dos olhos e da boca, mas o rosto mais fino era, sem dúvidas, de Bernard:

—Sasá, - olhei para ele rapidamente. - você vai ficar aqui para sempre?

—Já quer que eu vá embora, Max?

—Não, - Ele disse, voltando a encarar a tela de 60 polegadas. - eu gostei de ter uma irmã. - Aquela frase me fez ficar feliz e triste ao mesmo tempo.

—Olhe pra mim, Max. - Ele se virou, sentando em uma perna. Olhei para cima. - Como eu espero que você entenda isso. - Pensei alto. - Eu vim aqui ficar só por um tempinho, mas eu não moro aqui. - A cara dele se fechou. - Isso não quer dizer que eu vou deixar de ser a sua irmã quando eu for embora. - Respirei fundo. - Eu vou te ligar sempre e, quando você precisar de mim, eu farei qualquer coisa para te ajudar. Somos parceiros agora, estamos combinados? - Eu disse a última parte levantando a minha caneca. Ele assentiu e tocou a sua caneca na minha.

 

****

Os dois meses tinham passado mais rápido do que eu imaginava. Ao longo das semanas, minha relação com Bernard tinha se tornado, ao menos, sustentável. Não conseguiria, nem em um milhão de anos, me abrir sentimentalmente para ele, mas conseguíamos conversar sobre assuntos triviais, ainda que com certa moderação.

Meu coração doía de pensar em deixar Maxon para trás. Durante todo o tempo que fiquei em Minnessota, éramos praticamente unha e carne e havíamos nos dado muito bem. Ele chorou na minha despedida e eu me segurei para não chorar junto.

Foi bom rever a minha mãe também. Apesar de toda a casca e pompa, ela era uma boa pessoa, que estava tentando compensar o tempo perdido com a filha.

Mas era inegável que eu sentia falta de quase tudo em casa: Os beijos de Cam, as conversas longas com Emma, os abraços do meu pai… Sim, eu conversava com eles por telefone constantemente, mas não era a mesma coisa, nunca seria a mesma coisa.


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Notas finais do capítulo

Vamos combinar uma coisa para eu saber que não estou furando com vocês? Capítulos novos todo sábado, terça e quinta, com capítulos extras postados ocasionalmente, dependendo do meu humor e do número de comentários e começando essa semana!!!
Amo vocês!



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