The Last Christmas escrita por deboradb


Capítulo 4
Capítulo 4




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Era noite de natal e as ruas de Vancouver estavam cobertas pela neve, dando a cidade um verdadeiro espírito natalino. Peeta estava apoiado no parapeito da varanda observando atentamente os piscas-piscas ao redor das inúmeras casas espalhadas pela rua, soltando um longo e pesado suspiro vez ou outra. Aquele cenário era lindo de se ver, uma cena típica de filme natalino, contudo, ele não estava nem um pouco animado ou no clima para comemoração. Desde que acordara aquela manhã, Peeta vinha se sentindo um pouco estranho, um pouco fora de orbita. Ele andava, falava, interagia, mas era como se parte de seu corpo não estivesse ali, como se de algum modo ele estivesse se vendo por fora, como se estivesse flutuando e observando tudo de longe, do alto. Era uma sensação angustiante, incomum e completamente inexplicável, mas que ele sabia exatamente o significado. Aquilo era somente a maneira que a vida havia encontrada para lhe avisar que, mais hora, menos hora, a sua estação chegaria e o trem seguiria sua jornada sem ter Peeta Mellark como seu passageiro.

O loiro suspirou pela sétima vez naquela noite e apoiou a cabeça na coluna de madeira ao seu lado, sentindo a garganta fechar e os olhos arderem pelas lágrimas que desde cedo insistiam em lhe fazer companhia. A morte era realmente surpreendente, não? Sempre nos pegava desprevenidos. Uma hora você estava com a pessoa, brincando, conversando, fazendo planos para o futuro, e segundos, minutos, ou até mesmo horas depois você se encontrava em cima de um caixão lamentando pela partida daquele que tanto significou para você, já em outra ocasião, você era o próprio corpo dentro do caixão. Flores, velas, algodões enfiados no nariz e o corpo sendo pressionado em um pedaço de madeira para meses depois virar pó. Apenas pó enterrado no pó. Era torturante pensar na morte daquele jeito, porque a enxergávamos sempre como sendo o fim de tudo, como a grande vilã que estava sempre disposta a acabar com a vida. Mas a verdade não era aquela. Peeta haviam aprendido que – diferente do que ele pensava – a vida e a morte não eram opostas, muito menos rivais; na verdade, elas eram amigas, quase como irmãs, e que após viver, amar, sonhar, desapegar e delirar, a morte era aquela que fecharia o show da vida após aplaudi-la de pé. Ela era aquela que daria início a um novo começo, o começo da eternidade. Não havia um final, não havia uma linha de chegada, havia apenas um caminho diferente. A morte nada mais era do que o saguão de uma vida sem dores, sem medo, sem destruição, sem ódio e muito menos sem crueldade. Ela era a porta para o tão sonhado paraíso. E naquele momento Peeta finalmente aceitou a sua sentença de que, em uma hora inevitável, mas não menos fatídica, ele morreria com a alegria de saber que deixou para trás alguém que o amou, que se preocupou e que iria querer vê-lo novamente algum dia. Então, quando o seu corpo desse o último suspiro e o seu coração a última batida, ele apenas acolheria a morte como uma velha amiga.

Peeta despertou de seus pensamentos ao sentir o vento gelado tocar sua pela, então apenas fechou os olhos, permitindo que as lágrimas escorressem livremente por suas bochechas, levando consigo toda e qualquer dor que um dia ele chegou a sentir.

— E no final das contas, a vida acabou se revelando a imperfeição mais perfeita. — disse com um sorriso, e por fim abriu os olhos, vendo que a neve caia sobre a rua novamente. O loiro respirou fundo e enxugou suas lágrimas, apagando os vestígios daquelas que foram suas fieis companheiras, mas que agora teriam o seu merecido descanso.

— Parece que encontrou um lugar para se esconder. — Peeta rapidamente se virou, somente para avistar Katniss se aproximando com um pequeno sorriso e um cobertor em mãos — Está muito frio aqui fora, coloque isso ou vai acabar pegando um resfriado. — ela lhe entregou o cobertor, da qual ele rapidamente jogou sobre os ombros.

— Obrigado. — sorriu dando um passo a frente, enlaçando a cintura da morena com seus braços.

— Por que está aqui sozinho e não lá dentro com o resto do pessoal? — questionou, acariciando as bochechas do loiro que haviam adquirido um tom mais rosado por conta do frio.

— Eu só precisava... pensar um pouco. — respondeu; sua voz saindo mais baixa do que pretendia e Katniss logo notou que havia algo errado.

— Está tudo bem? — a preocupação em seu tom de voz era visível e Peeta apenas sorriu.

— Está sim, não se preocupe. — beijou a testa da morena e logo em seguida acariciou o nariz dela com o seu. Seus olhos se encontraram e assim como todas as outras vezes, Peeta se viu perdido naquela pequena tempestade que eram as orbes acinzentadas de Katniss. Ele amava aquela coloração completamente única que os olhos da morena possuíam. Lindos, profundos, e que o deixava completamente inerte.

— O que foi? — perguntou, estranhando o fato de Peeta a estar encarando tanto tempo sem pronunciar uma única palavra.

— Nada... Só estou feliz por ter te conhecido. — respondeu com sinceridade e os lábios da morena se ergueram em um belo sorriso, aquele de covinhas que ele tanto amava — Sabe? Muitas coisas bonitas não podem ser vistas ou tocadas, apenas sentidas dentro do coração. E o que você fez por mim é uma delas, Katniss. Por isso, obrigado. Obrigado por nunca ter desistido de mim, por ter ficado ao meu lado mesmo eu sendo um chato às vezes.

— Só às vezes? — elevou uma sobrancelha de modo sugestivo e Peeta riu — Você não tem que me agradecer por nada, loirinho. Eu só queria que você fosse feliz.

— E eu sou... Posso te garantir que sou o cara mais feliz desse mundo inteiro! — exclamou ao abrir os braços e Katniss riu, agarrando-o pela gola do casaco para poder beijá-lo com todo o seu amor.

Assim como Peeta, ela também poderia garantir que era a pessoa mais feliz do mundo. Nunca passou pela cabeça da morena que a sua ida para Vancouver pudesse lhe trazer o grande amor da sua vida. Katniss já havia se apaixonado, já havia se machucado, mas no exato momento em que seus olhos se cruzaram com os de Peeta, ela soube que seria eterno.

— Agora vamos entrar, estão todos nos esperando. — murmurou com a respiração entrecortada e Peeta apenas assentiu; não muito diferente dela.

Os dois seguiram até a sala de jantar, onde todos já se encontravam prontos para dar início à tão aguardada ceia de natal. Peeta sorriu ao encarar cada um ao redor daquela mesa. Seus pais, seus tios, seus primos; Clara, Johanna, seus amigos com suas namoradas. Aquele era o seu último natal e ele poderia afirmar com todas as letras que era o mais completo também. O único em que ele realmente sentiu toda a magia e todo o amor que aquela data tão especial representava.

— Bom, antes de darmos início à ceia eu queria propor um brinde... — começou James, atraindo para si os olhares dos demais presentes — Um brinde a todos os fracassos e a todas as vitórias. Um brinde aos dias de chuva e frio que nos encheram de nostalgia e desanimo. Um brinde aos sorrisos, aos amores, as dores... Um brinde a todas essas coisas que nos aconteceram, pois foi graças a elas que aprendemos a dar valor àquilo que temos de mais precioso: a família. — ele sorriu — Então, um brinde a nós. Um brinde ao amor. — todos ergueram suas taças e brindaram.

O jantar decorreu animadamente, com todos compartilhando histórias engraçadas e afetuosas, sorrisos compreensíveis e olhares genuínos. Enquanto isso, Peeta apenas observava tudo atentamente, sorrindo sempre que via alguém sorrir. E foi naquele momento onde o loiro se deu conta de que, não fazia a menor ideia de como iria se despedir de todas aquelas pessoas quando sua hora enfim chegasse. Ele não fazia ideia do que fazer ou de que palavras dizer. Talvez o melhor fosse somente ficar em silêncio, deixar que o destino fizesse o seu trabalho. Seria doloroso, infinitamente doloroso, mas ele sabia que o tempo iria amenizar sua partida, que iria tornar o aperto no peito menos angustiante e, quem sabe, até arrancar das memórias mais sorrisos.

Peeta soltou um longo suspirou e voltou a dar atenção às pessoas ali presentes, torcendo para que Katniss não tenha notado seu pequeno momento de torpor, o que não deu muito certo, já que a morena estava sempre atenta a cada movimento do loiro. No entanto, Katniss decidiu não comentar nada, e assim como ele, voltou a dar atenção para as demais pessoas.

Quando a ceia natalina chegou ao fim, todos se dirigiram até a parte externa da casa, onde a chuva de fogos começou a banhar o céu com toda a sua beleza e intensidade, fazendo assim, a noite se tornar ainda mais mágica e perfeita. Katniss passou seus braços ao redor da cintura de Peeta e repousou sua cabeça no ombro do loiro, enquanto isso, uma a uma, as pessoas iam saindo de suas casas para apreciarem tamanha beleza que eram aquelas centenas de faíscas coloridas iluminando o céu acima de suas cabeças. Peeta sorriu e intensificou o aperto de seus braços em torno dos ombros de Katniss, tentando aquecer seus corpos por conta do frio enquanto pensava no quanto as pessoas eram parecidas com os fogos de artifício. Ambos cresciam, brilhavam, se dispersavam, e depois se distanciavam. Mas ao invés de serem apagadas como os fogos, de alguma forma, as pessoas continuavam brilhando... para sempre

— Vem comigo. — murmurou no ouvido de Katniss e a mesma o encarou confusa.

— O quê? Para onde?

— Só vem. — foi o que ele disse antes de sair puxando-a pela mão em direção a sua casa. Apesar de estar um pouco perdida, Katniss não protestou e, em questão de segundos, ambos já estavam dentro do quarto de Peeta.

— E então, por que você me trouxe aqui? — indagou ao retirara o casaco e as luvas.

— Porque eu queria ficar com você. Só nós dois. Comemorando o nosso natal. — respondeu com um pequeno sorriso ao se aproximar da morena.

— Isso me parece perfeito. — sorriu abertamente antes de tomar os lábios de Peeta nos seus. Não importava a quantidade de beijos que ambos já haviam trocado, cada vez que seus lábios se encontravam, era como se fosse a primeira vez — O que você fez comigo, Peeta Mellark? — a voz da morena não passou de um sussurro entrecortado devido à respiração ofegante — Você apareceu e bagunçou por completo toda a minha vida.

— Uma bagunça boa, ou uma bagunça ruim? — perguntou igualmente ofegante e Katniss soltou uma pequena risada.

— Uma bagunça boa. Muito boa... A melhor de todas. — respondeu com sinceridade ao cariciar a nuca de Peeta, deixando-o levemente arrepiado.

— Eu poderia dizer o mesmo de você, sabia? — o loiro elevou uma de suas mãos para afastar uma mecha de cabelo da frente dos olhos de Katniss — Eu estava tão quebrado, tão destruído... Mas então você chegou e mesmo que eu tenha te implorado para se afastar, você apenas ficou. — ele a olhou profundamente — Você foi à morfina da qual eu necessitava para enfrentar todas as minhas dores, e sou infinitamente grato a você por isso Katniss, mas... eu só não entendo o porquê de você ter escolhido a mim.

— Porque você era apenas o meu tipo de cara perfeito. — a morena colou suas testas — É como a gravidade. Coisas importantes me atraem. — sorriu emocionada.

— E eu era algo importante. — concluiu.

— Você não era. Você é algo importante, Peeta... e sempre será. — aquelas palavras aqueceram o coração do loiro.

— Eu te amo. — declarou e os olhos de Katniss se tornaram marejados tamanha intensidade com que aquelas três palavrinhas saíram dos lábios de Peeta.

— Eu também te amo... — murmurou contra os lábios do loiro — E isso já basta para me fazer feliz.

Ambos sorriram em meio às lágrimas e novamente se beijaram, transmitindo através daquele pequeno, porém tão significativo gesto o quão importantes eram um para o outro, e assim deixaram que seus corpos dançassem em um ritmo perfeito, único e somente deles. Todos aqueles sentimentos a flor da pele, todos aqueles toques singelos, aqueles sorrisos abertos e a troca de olhares tão intensa e significativa. Aqueles corações acelerados, aquelas borboletas no estomago, aquelas respirações descompassadas, os corpos suados e em chamas devido ao fogo flamejante da paixão. Eles não trocaram palavras, pois estas um dia seriam esquecidas pelo tempo. Eles apenas trocaram sensações, desejos, temores, amores... Eles não precisavam gritar ao vento tudo o que sentiam um pelo outro, para isso bastava apenas se amarem, pois era exatamente aquele amor que reinaria eternamente perante todo o infinito.

Katniss havia sido a melhor surpresa que acontecera na vida de Peeta durante aqueles últimos meses. Normalmente diziam que as melhores coisas da vida chegavam sem avisar, e havia sido exatamente assim com a morena. Tudo havia acontecido de modo tão natural, tão intenso, tão complexo e extraordinário, como se o encontro dos dois já houvesse sido planejado pelo destino, com dia e hora marcada para acontecer. Ela havia simplesmente aparecido e feito dos dias mórbidos e nocivos de Peeta bem mais alegres e saudáveis. Ela estava lá, sempre a postos para ajudá-lo, dedicando boa parte de suas noites a ficar velando o sono do loiro, sempre sussurrando palavras de conforto todas às vezes que ele começava a se debater por conta de um pesadelo. Katniss era o seu porto seguro, o farol que iluminava e acalmava as tempestades em seu interior. Peeta a amava tanto. Amava acordar mais cedo todos os dias somente para observá-la dormindo. Amava admirar a forma como os cabelos da morena caiam em perfeita ordem sobre o travesseiro. Amava a forma como seus lábios se entreabriam minimamente para permitir a passagem de ar. Amava a forma como suas bochechas coravam levemente sempre que acordava e dava de cara com ele a fitando, ou então na forma que os lábios da morena sempre se erguiam em um belo sorriso após cumprimentá-lo com um beijo de bom dia. Ele amava todas aquelas pequenas coisas e as levaria consigo para muito além da vida.

A chuva de fogos do lado de fora da janela continuava intensa enquanto iluminava seus corpos suados e em completo êxtase sobre aquela cama bagunçada. Ambos se encaravam de forma intensa e até mesmo com um certo ar de luxuria, enquanto isso, Katniss tentava guardar em sua mente cada mínimo detalhe da face tão bela do loiro. Ele era tão lindo que se dependesse da morena, ela passaria horas, até mesmo dias somente o observando. Ela amava tudo nele, seus defeitos, suas qualidades, a forma como ele ficava tão compenetrado pintando seus belíssimos quadros. Era quase que uma tarefa impossível conhecer Peeta Mellark e não se apaixonar. Ele era único e ela sentiria tanta falta de acordar todos os dias com aquelas belas orbes azuis a fitando com tanto carinho e intensidade. Sentiria falta de seus lábios, de seus abraços, de ter o corpo dele colado ao seu. Ela ainda não estava preparada para lhe dizer adeus, mas sabia que não existia vida sem despedidas.

[...]

Peeta acordara no meio da madrugada sentindo fortes dores em sua cabeça, como se estivesse sendo acertado diversas vezes por um martelo ou algo do tipo. Uma dor tão intensa que o mesmo se encolheu sobre a cama, a cabeça entre as pernas, tentando se acalmar. Aquela posição fez com que seu estomago se revirasse de diversas maneiras em seu interior, enquanto cada mínimo pedaço de seu corpo parecia estar sendo rasgado ao meio. Sentindo-se completamente agoniado em relação a todas aquelas dores, Peeta tentou se levantar para jogar um pouco de água no rosto, já que aquilo sempre o ajudava. Entretanto, naquele momento ele se deu conta de que, mesmo que houvesse tentado, nada no mundo havia lhe preparado para o que estava por vir. Ao por os pés no chão, o loiro sentiu como se todos os seus ossos estivessem se quebrando, um a um, tudo ao mesmo tempo. A dor era tanta que gritos desesperados e agonizantes escaparam de seus lábios, enquanto o mesmo enfiava suas unhas com força no colchão.

Katniss acordou em um sobressalto ao ouvir os gritos de Peeta, e mesmo que um pouco atordoada, em um movimento rápido a morena se levantou e foi até o loiro. Seu coração estava completamente descompassado e ela se perguntava se ele havia tido mais um de seus torturantes pesadelos, mas o que seus olhos captaram a seguir foi completamente aterrorizante.

— Peeta! Meu deus! — exclamou pondo as mãos sobre a boca, assustada ao ver a quantidade de sangue que saia do nariz do namorado, e em completo desespero, a morena correu até o banheiro para pegar algumas toalhas.

Peeta tinha sua visão inteiramente distorcida, mas só veio entender o sobressalto de Katniss quando sentiu algo quente molhar sua camisa. Um pouco relutante o loiro abaixou os olhos e viu que boa parte de seu corpo estava coberto por sangue, inclusive a cama. Ele então se viu completamente apavorado, principalmente pelo fato de que ainda saia sangue em um fluxo relativamente forte de seu nariz. Katniss voltou às pressas para o quarto e se ajoelhou ao seu lado com o rosto banhado pelas lágrimas, tão assustada quanto ele, e rapidamente lhe entregou uma toalha na intenção de conter o sangramento; tudo em vão, pois em questão de segundos a toalha já se encontrava completamente encharcada. Peeta sentia todo o ar ser drenado de seus pulmões, e então as grossas lágrimas começaram a rolar livremente por suas bochechas, misturando-se ao sangue enquanto seu coração batia tão rápido em seu peito que talvez fosse até capaz de danificar sua caixa torácica.

— P-Peeta... Meu amor... — as palavras saíram entrecortadas dos lábios de Katniss, não passando de um sussurro. A morena estava sem chão, completamente apavorada e desnorteada ao ver seu amado naquele estado.

— Eu... Eu estou b-bem... — tentou falar, mas sua voz saiu tão rouca que ele nem mesmo a reconheceu.

— Não, você está... — a morena passou as mãos pelo rosto enxugando as lágrimas, enquanto tentava pensar em algo coerente para fazer perante aquela situação — Você tem que ir para um hospital... Agora! — entregou a ele mais uma toalha e a mesma não ficou muito diferente da outra.

— Céus! — a exclamação saiu dos lábios de James no exato instante em que ele abriu a porta do quarto e se deparou com Peeta naquele estado — Fiquem aqui com ele e tentem conter o sangramento, enquanto eu vou chamar a emergência! — avisou um pouco amedrontado antes de sair a toda velocidade em direção à sala.

— Peeta... — murmurou Evelyn, apavorada, ao se aproximar de forma cambaleante. Ela estava completamente sem chão ao vê-lo naquele estado — Oh, meu filho. — desabou em lágrimas sentando-se ao lado de Peeta, abraçando-o apertado, sem se importar em estar sendo sujada pelo sangue.

— Não foi n-nada, mãe... Eu estou... Eu v-vou... — ele não chegou a concluir suas palavras, pois os enjoos vieram com força total e o loiro se viu despejando todo o seu jantar no chão. O gosto ruim logo invadiu sua boca enquanto a ânsia se tornava cada vez mais forte.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. Eles já estão chegando. — Katniss tentou sorrir enquanto ajudava Peeta a pressionar mais uma toalha contra o seu nariz, mas os soluços que escaparam por seus lábios a impediu de tal ato.

As dores de Peeta estavam aumentando de maneiras inigualáveis conforme os minutos iam se passando, assim como a quantidade de toalhas ensopadas pelo líquido vermelho e pegajoso também. O loiro já podia até sentir a leveza tomar conta de seu corpo devido à quantidade de sangue que estava perdendo, e aquilo só contribuiu ainda mais para o desespero de Katniss e Evelyn, que pediam a todo custo para ele permanecer consciente, mas aquela era uma tarefa bem difícil, já que os olhos do loiro pareciam pesar uma tonelada. Peeta sentia-se cansado, esgotado, sem forças nem mesmo para respirar, e tudo o que seus ouvidos captaram antes de ele ser levado pela completa escuridão, foram às sirenes da ambulância juntamente com os apelos de Katniss para que ele não a deixasse. Mas ambos sabiam que àquela altura do campeonato, ir ou ficar já não dependia mais dele.


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