Minha "Amiga" Vampira escrita por pedrojonassm


Capítulo 28
Capítulo 28 - O pai dela




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— Sabe, as vezes me surpreendo com a sua paciência, como consegue ficar aí vendo eu fazer a atividade, você não tem vontade de fazer nada? – Perguntei sem desviar o olhar do caderno. Já era tarde, eu havia dormido após tomar banho e acordei a pouco tempo, fui fazer a atividade logo para poder sair.

— Sim, mas o que eu poderia fazer? Brincar de zerinho ou um com seu pai? Não, obrigado – Falou. Eu o fitei por um momento, ele estava deitado no ar com os braços em cima na cabeça e mãos na nuca.

— Acho que você poderia, sei lá, voar por aí aproveitar que você é invisível e ficar bisbilhotando por aí – Falei voltando a fitar o caderno.

— Isso era divertido de fazer, mas depois de um tempo enjoei. As pessoas nunca mudam, os pais ficam no quarto assistindo, geralmente a mãe dorme e o pai assiste algum filme ou série, os filhos se estiverem acordados estão estudando ou jogando, não é lá tão divertido assim ser invisível.

— Não que eu tenha dito que seja divertido, mas nunca encontrou algo de interessante, nada que te chamasse atenção?

— Lógico que sim e você o conhece bem.

— Tá e quem é? – Falei fitando-o, ele ficou em pé e balançou a cabeça negativamente enquanto fitava o chão.

— Veja por si só – Falou movimentando-se e fitando o quadro que estava atrás dele, a foto do meu pai com duas pessoas que eu nunca conheci.

— O que isso quer dizer?

— Assim, antes de seu pai conhecer sua mãe, ele era muito amigo desse casal, Joe e Jasmim, as primeiras pessoas não vampiras que conseguiram me ver, eles sabiam da existência dos vampiros e estavam trabalhando muito para encontrar uma espécie de cura, algo que ao menos pudesse tornar os vampiros imune ao sol, com o passar do tempo eles acabaram encontrando vampiros que os ajudaram nos testes.

— Servindo de cobaia? – Perguntei fitando-o.

— Basicamente... sim, mas nenhum deles corria perigo, eles entregavam principalmente fios de cabelo. Eles testavam diversas coisas e colocavam no sol, até que eles encontraram seu pai – Falou, eu o fitei novamente, estava fitando o chão para analisar a cena – Seu pai havia uma habilidade um tanto quanto intrigante, algo que nenhum dos outros que estavam lá possuía: o raro dom da cura. Por conta disso ele conseguiram acelerar o processo, seu pai conseguia se curar e podia se expor aos raios solares por um pequeno período.

— Ele era a cobaia perfeita – Comentei, Jacob acenou positivamente com a cabeça.

— Ele não era apenas perfeito, ele era necessário e com a entrada dele naquela pesquisa ele acabou conhecendo sua mãe. Sua mãe era uma das pesquisadoras que ajudava esses dois, uma das vampiras com dom de invisibilidade, foi através dela que eles descobriram algumas coisas que os ajudaram a chegar mais perto da cura assim como descobriram coisas interessantes, como por exemplo a história da maçã. De certa forma, se ela segurasse uma maçã ela conseguia deixar sua mão invisível por mais tempo e a cor da maçã começava a desaparecer, eles experimentaram usar uma maçã para deixa-la completamente invisível, ela conseguiu durar 30 minutos a mais que o normal, a cor da maçã sumiu com o tempo e quando sua mãe cansou ela estava branca, quase cinza, mas o interessante era que o gosto continuava o mesmo, dessa forma eles conseguiram encontrar uma forma para que vocês conseguissem parar de matar pessoas. Foi uma grande descoberta que ajudou a aliviar a tensão deles na cura – Falou, ele estava animado, se movimentando para um lado e para o outro, entretanto quando chegou ali ele fitou o chão e ficou triste.

— Mas?

— Joe e Jasmim só descobriram os vampiros por causa do pai de Joe. Ele já estava a procura a muito tempo e estava seguindo a ordem alfabética, seus pais ficaram no lugar dele enquanto ele viajava, ele até foi legal quando voltou e foi aí que ele encontrou um garoto, brincou com ele – Falou, fitei o chão enquanto o escutava – Depois de alguns anos Joe e Jasmim já haviam testado de tudo, mas nada funcionou. Eles chegaram à conclusão de que realmente não existia cura, entretanto ocorreu um milagre – Falou, eu levantei meu olhar para fita-lo – Sua mãe ficou grávida, algo nunca antes visto por ninguém, mas o pai de Joe pareceu ficar com raiva disso, como se ele não quisesse isso. Mesmo assim sorria quando seus pais chegavam para ele e agradeciam, depois de um tempo você nasceu e com uma semana haveria uma celebração, vários vampiros apareceram para conhecer a bebê vampira, entretanto tinha um cara estranho que parecia não conhecer ninguém, foi então que o incêndio começou. Alguns locais simplesmente explodiram matando algumas pessoas, felizmente seus pais conseguiram escapar ilesos, mas ouve um porém, seu pai teve de escolher naquele momento salvar um garoto ou o pai de Joe, o próprio pediu para que ele salvasse o garoto e foi isso que seu pai fez, eles estavam se segurando em algumas barras de metal, em baixo havia apenas fogo, seu pai conseguiu salvar o garoto, entretanto quando foi salvar o homem ouve outra explosão, ele pulou para cima do garoto e o protegeu da explosão. O homem caiu e acabou morrendo, o homem estranho que eu havia lhe dito apareceu a tempo de ver a queda e disse que a culpa era do seu pai, dizendo que seu pai havia matado o pai dele, isso foi estranho de ouvir porque Patrick havia apenas um único filho, mas mesmo assim seu pai empurrou o estranho para que eles pudessem sair do meio do fogo. Seu pai foi um herói e conseguiu salvar o garoto e o estranho, mesmo tantas pessoas morrendo e mesmo tantas acusando o estranho. Quando seu pai saiu do edifício, a primeira coisa que fez foi soltar a criança no chão, que correu para seus pais e abraçar a esposa que havia sido a primeira a sair de lá graças a Joe e Jasmim, ela estava segurando o bebê, que dormia naquele momento.

— Ainda estou procurando saber o que isso tem a ver com você – Falei fitando-o sorrindo, então me levantei e foi para a porta.

— Os pais do garoto, eram Joe e Jasmim e o nome do garoto era Jacob – Falou, eu arregalei os olhos sem fita-lo – Eles compraram uma casa e dividiram despesas morando juntos, pouco depois a guerra começou e você sabe o que acontece.

— Minha mãe é morta e meu pai me salva.

— Sim, começou a guerra de vampiros e humanos, pouco depois daquele dia eu descobri que Patrick havia dois filhos e como eu era neto dele eu consegui convence-lo de que era seu sobrinho e ele cuidou de mim. Depois ele concordou me deixar só na casa de meus pais quando completei 18 anos e ele nunca sequer pensou que eu sabia dos vampiros, entretanto ele descobriu uma forma de regenerar as células de corpo, voltando a ficar jovem com o uso de uma máquina estranha e eu fiquei vivo por mais dois anos, morrendo em um acidente de carro. Eu dividia a casa com um amigo e a escritura da casa tinha meu nome, eu havia colocado na do meu amigo pouco antes de morrer, então virei fantasma e conheci você. Na verdade, você me conheceu, nada foi mais emocionante para mim do que estar vivo.

— Eu... eu não sei o que falar.

— Que tal como eu lembro de disso? – Perguntou, eu sorri e dei de ombros – Meus pais colocaram um chip em nós dois, um chip que guardava nossas memórias em um local secreto, eu encontrei o meu e li tudo, já o seu eu não sei onde está – Está? Pai.

— Pai? – Berrei, então corri e abri a porta, ouvi uma risada dele e tive certeza que ele acenou a cabeça negativamente. O meu pai não estava em casa e só havia um lugar onde ele poderia estar.

— Relaxa, seu pai não o matou – Falou, eu apenas o fitei com uma sobrancelha arqueada – Muito bem, vamos lá conferir então – Ele falou dando de ombros, então saí de casa em direção a casa do novato, escalei a árvore que tem um galho até a janela dele e entrei. Me aliviei ao ouvi-lo respirando.

— Ufa, ele está vivo, tinha razão, meu pai realmente não matou o novato – Falei entrando no quarto silenciosamente.

— Eu disse, não disse?

— Legal, agora vamos embora – Falei me afastando, então parei e voltei, chegando no lado dele para beijar a testa dele. Eu não terei essa chance outra vez – Você é muito fofo dormindo, queria poder falar com você sem que ele te machucasse – Falei suspirando e saí pela porta – O que foi, perguntei ao ver Jacob fitar a casa.

— Nada não – Ele disse dando de ombros e vindo em direção a mim.

— Porque eu sinto que tem algo que você não contou? – Perguntei.

— Você nunca me fez essa pergunta, mas qual a minha idade? – Falou, eu arregalei os olhos, a julgar pela história que ele contou, Jacob é pelo menos 10 anos mais velho que eu.

— 158 anos, no mínimo – Respondi arregalando os olhos – Se bem que você está morto – Falei rindo de leve.

No dia seguinte eu encontrei Damien no corredor. Apesar de trocarmos olhares ele não me perseguiu, o que me deixou aliviada por um momento, entretanto ele parecia irritado com algo, mas ignorei e entrei na sala. O primeiro que vi foi o novato e depois de um tempo que sentei na minha carteira Damien chegou na sala junto da professora e a aula começou.

No intervalo mais uma vez fui pronta para jogar comida no novato, mas os dois amigos de Damien apareceram atrás dele e o seguraram.

— Então, achou que eu ia deixar você sair sem sequer uma parte do corpo roxa? Estava muito enganado.

— Então você vai bater em mim e pronto? Legal, você é tão forte com os dois amiguinhos segurando a mim – O novato falou debochando, isso lembrou de um filme que assisti com Damien.

— Eu também já assisti esse filme – Ele falou, eu fechei os olhos e me virei – E eu quero te machucar, não estou nem aí para honra ou coisa do tipo.

— Mantenha a calma e observe – Jacob falou e eu me virei para fitar o novato e arregalei os olhos vendo-o brincando com os três.

— De que adianta a força contra um inimigo com agilidade – Ele falou, então Damien acertou um soco nele.

— Toma essa, desgraçado! – Damien falou, o novato o fitou sério.

— Isso não foi legal – Falou, ele colocou dois dedos no ombro de Damien e o fez desmaiar, então chamou os amigos dele e pediu para tira-lo dali. Suspirei aliviada, ele está bem, agora tenho que achar um jeito de me desculpar dele.

 


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