Roxanne encontrou Fred, James e Lorcan quando desceu para o café da manhã

— Oi, bom dia meninos. A professora Montmorency disse que você seria meu tutor de aulas James- falou Roxanne forçando seu melhor sorriso.

James olhou como se a menina tivesse sido substituída por alienígena.

— Pois é- respondeu sem muita animação- Humm vamos Lorcan, temos aquela coisa pra fazer.

— Ah sim, resolver aquele negocio- disse Lorcan como se tivesse a mínima ideia do que se tratava, mas seguia o enredo.

Os meninos saíram deixando um clima meio pesado no ar, estava claro que as coisas ainda não estava muito bem entre ela e James, mas ela estava se esforçando, ou achava que sim. Agora eles precisariam se dar bem.

— O que achou da Corvinal? - Perguntou Fred tentando quebrar a tensão.

— Ridícula!

— Fala sério roxy não tem nem um dia que você chegou, nem deu tempo de conhecer.

A menina revirou os olhos impaciente - O que achou da grifinória?- perguntou trocando a pergunta para o irmão.

— Legal, todo mundo ficou me tratando como seu eu fosse algum tipo de celebridade, até que eu gostei- sussurrou essa parte como se fosse um segredo. Não era do seu feitio admitir que havia gostado de ser bajulado.

— Você iria se sair bem na corvinal também, sabia que eles fazem competição pra saber quem é o mais inteligente?- desabafou a menina, com uma voz levemente ressentida.

— Não vejo como isso seria um problema. Você é inteligente Roxy, já te falei isso, e o chapéu seletor ter te colocado na corvinal é só mais uma prova que eu tenho razão.

Roxanne sorriu passando o braço pelos ombros do irmão, ela não sabia de onde havia tirado essa insegurança em relação ao próprio intelecto, talvez pelo fato de Fred sempre se sair melhor que ela em tudo que se propunha a fazer, ele tinha uma memória fotografia incrível e aprendia tudo com muita facilidade, mas ela não tinha ressentimentos em relação a isso - o irmão não tinha culpa de ser genial- mas não conseguia fingir que isso não a deixava um pouco insegura. Mas lá estava ele sempre confiante de que ela se sairia bem. Os dois seguiram até o salão principal.

— Vamos tomar café da manha na mesa da grifinória?- convidou ele.

— Não acho que sou bem vinda lá.

— Deixa de bobeira, quase todo mundo ali é seu parente esqueceu? E eles te adoram.

Roxanne se deixou convencer, ainda mais quando lily lhe deu um grande abraço quando a viu se aproximar. A priminha era mesmo adorável com suas sardinhas espalhadas pelo rosto.

— Parabém roxy, papai disse que a mamãe quase caiu pra trás quando descobriu que você foi pra corvinal.

— Papai também ficou inconformado - contou Hugo sentado ao lado da prima menor.

Minha nossa nessa família não existe privacidade. Provavelmente seus pais já sabiam que ela não havia ido pra grifinória, já que todos os seus tios foram avisados, ela nem teve tempo para contar.

— Parabéns priminha rebelde, falou Albus chegando junto com um rapaz loiro e alto que Roxanne não tinha a mínima ideia de quem era, mas que a examinava de cima em baixo.

— Pronto, a reunião do clã weasley esta finalmente completa- disse Louis.

— Quem garante? - sugeriu Roxy- Temos o tio Carlinhos na Romenia, ele não é casado, mas isso não impede dele aparecer por aqui com um filho de quinze anos perdido, vai saber...

Todos riram com a possibilidade de mais um primo perdido

— A vovó com certeza surtaria- completou Rose.

Todos começaram a comer enquanto Roxanne não parava de encarar as comidas a sua frente. Um mingal esquisito, bolos que pareciam secos de mais, suco de abobora que fez a menina retorcer o nariz.

—O que foi roxy, não vai comer ?- perguntou Loius

— Não sei, não tem um biju, um cuzcuz, uma banana assada, nem mandioca, chá mate, cadê o café com leite?- resmungou ela.

Todos olhavam pra menina como se ela estivesse falando no idioma elfico, não tinha a mínima ideia do que se tratava nada daquilo.

— Vocês tem milho pelo menos?

— Provavelmente na cozinha- respondeu lily- James pode te levar lá, ele é muito amigo dos elfos domesticos, não pode Jay?

O menino, que até estão comia quieto e afastado levantou o olhar hesitante.

— Posso sim, qualquer hora eu te levo lá, mas agora tenho que ir, lembrei que esqueci um trabalho de runas no dormitorio e não posso me atrasar- Saindo assim apressado da mesa.

— Desde quando o James é assim tão dedicado nos estudos? perguntou lucy.

— Desde que ele resolveu que seria auror igual o papai- respondeu lily.

— Tão previsível esse meu irmãozinho- falou Albus num tom de deboche.

Mas logo o assunto James foi substítuido e todos terminaram de comer seguindo para suas aulas. Roxanne tinha como primeira aula herbologia junto com a sonserina. Ela acompanhou Albus e seu amigo, que descobriu que se chamava Scorpius, até a estufa.

Ao chegar reparou que o professor que ministraria a aula era o mesmo que havia colocado o chapeu seletor na sua cabeça

 - Ele é o vice diretor da escola, Nevill Longbotton- contou o primo.

Ela já havia ouvido falar sobre ele, é claro. O professor participou da grande guerra matando a maligna cobra de Voldemort. Ele era uma lenda, e também um nome importante para a herbologia, ela já tinha lido alguns de seus artigos na Castelo Bruxo.

— Seja bem vinda senhorita Weasley- ele disse sorrindo- Acredito que as plantas que temos aqui seja diferente pra você, vamos ter muitos conhecimentos interessantes para trocar, mas por enquanto fique com a senhorita Harrys.

Roxy pegou seu exemplar de Arvores do Mundo que se Alimentam de Carne, que seria utilizado nas aulas e leu: O tentáculo Venenoso era uma planta verde, espetada e cheia de dentes, com trepadeiras móveis que tentavam capturar presas vivas. Tentáculo venenoso expulsa veneno de seus brotos, e seus espinhos são mortais. Sua mordida é altamente venenosa e pode ser fatal.

Otimo, pensou, era disso que eu precisava logo no primeiro dia de aula .

— O professor Longbotton usou essa plantas contra os comensais da morte, quando eles invadiram a escola, acho que por isso ele gosta tanto, disse Gloriana tirando a menina de seus devaneios.

Roxanne reparou na colega animada tentando manusear seu tentáculo. Gloriana era mais alta e mais magra do que ela e tinha apele muito mais escura também, Roxanne ficou feliz por isso. Como ela havia imaginado não havia muitas pessoas negras na escola. Diferente da Castelo Bruxo, onde as pessoas tinham as mais diversas aparências, em Hogwarts quase todos eram brancos, e sua família contribuía generosamente pra uma quantidade absurda de de pessoas ruivas. Mas Gloriana com certeza se destacava na multidão, entretanto ela não parecia saber tirar proveito disso. Tinha um jeito tímido, falava baixo e prendia os cabelos em uma longa trança única.

Roxanne se sentia confortável perto dela e sentiu que poderiam ser amigas. Durante a aula elas xingaram alguns palavrões com aquelas plantas irritantes, e Roxanne percebeu que a amiga constantemente se distraía se perdendo no olhar. Na verdade ela olhava diretamente para alguém, Albus Potter.

— Você tá caidinha por ele, não e mesmo?- Perguntou curiosamente para nova amiga.

— O que? Do que você está falando?

— Ahh não se faça de boba, você não para de olhar pro meu primo.

— Não tem nada haver- Gloriana negou calorosamente.

— Claro que tem, ele sabe ao menos?

— Não- confessou a menina.

— Porque não?- questionou Roxanne como se fosse um grande absurdo um interesse não declarado.

— Porque... Porque ele é um Potter, nunca olharia pra alguém como eu- sussurrou Gloriana melancolicamente.

— Isso é ridículo, não tem nada de errado com você - esbravejou Roxanne.

— Você não entende,  é como eles, só não sabe disso ainda. Os potter e Weasley são a elite dessa escola, se destacam em tudo, sempre ganhando pontos, taças de quadribol, torneios... e andam sempre juntos, quase ninguém entra no clube, alguns tem a sorte de andar com eles, como o Malfoy e os Scamander, mas são poucos.

Roxanne parou pra pensar e realmente não poderia discordar, os primos estavam sempre juntosos por todo lado do castelo, acompanhados de pouquíssimas pessoas que eram da própria família.

— Bem- Roxanne disse virando para nova amiga- Se depender de mim agora você faz parte do nosso clube. Está promovida- brincou.

Gloriana sorriu genuinamente em resposta a proposta de Roxanne. No final da aula Roxanne fez questão de ir falar com o primo levando Gloriana junto, a menina não disse nada mais que oi, mas para Roxy já era o suficiente, é assim que começa, disse a amiga, que revirava os olhos impaciente. 

—Você é impossível Roxanne.

— Você não é a primeira nem a única que me diz isso.

Elas seguiram para a ala de defesa contra as artes das trevas com a lufa-lufa, depois foram almoçar, dessa vez na mesa da corvinal junto com Lysander o que rendeu altas risadas. Após o almoço elas teriam um intervalo, Lysander  convidou as meninas  para assistir os treinos de quadribol onde ele jogava como batedor, mas Roxanne precisou recusar.

— Tenho aula extra agora, me deseje sorte-  resmungou fazendo biquinho.

— Você não precisa disso, vai ficar tudo bem- disse Gloriana, que seguiu para o campo acompanhando Lysander.

E com essas palavras de incentivo da amiga Roxanne seguiu até o salão comunal da grifinória, onde encontraria o primo.