Saints & Storms escrita por BellaNTV


Capítulo 7
Capítulo 5 - Foreign Book


Notas iniciais do capítulo

Terceiro e último de hoje!



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P.O.V. Edward

Eu claramente ainda me sentia mortificado e apesar de não ser minha vontade, fiz todo o processo de ir para a sala e parecer um estudante normal de maneira mortificada, o meu plano inicial era fazer exatamente o que fiz depois de meu primeiro encontro com Bella: fugir. A verdade é que me sentia tonto e dividido entre a vontade de ficar e descobrir tudo sobre a nova garota e sobre seus pensamentos mudos e a vontade de protege-la desde o começo.

Talvez fosse uma forma de Deus concertar os erros cometidos, mas quais? Bem, seja lá qual for o plano divino de tortura, tinham dois fatores que me impediam no momento: Alice que tinha previsto meu sumiço e já se adiantou em me dar uma bronca e o fato que a própria Alice citou durante a bronca:

— Você perdeu a mulher da sua existência uma vez já com esse papo de ficar nervoso e querer poupar a vida humana dela, por Deus Edward, pare de ser teimoso e fugir das coisas que você acha difícil lidar! Você também precisa lembrar que ela é minha melhor amiga e que da última vez a gente teve de te segurar por meses pra você não ir se matar porque não suportava existir em um mundo sem ela! Obrigada.

Eu havia sido convencido. Bem, as aulas se seguiram arrastando e eu tentei o máximo que pude seguir ela pelos pensamentos na sala. Infelizmente as três pessoas que mais prestavam atenção nela eram Mackenzie, a loira fofoqueira que já estava formulando uma forma de aborda-la em relação a forma que ela me olhou – e assistir isso aos olhos de quem a conhece aqueceu meu coração. Ela estava tão afetada quanto eu.

As duas outras eram Jonathan, um garoto irritante do segundo ano que gostava dela desde a 8º série, mas nunca teve coragem de falar dela e por fim, minha melhor e pior: Madelaine, a garota ruiva do estacionamento.

Madelaine era a melhor amiga de Bella, ou melhor, Freya. Ela prestava muita atenção em Freya, o tempo todo procurava por ela ou pensava nela, ao ponto que as vezes me confundia e achava que as duas estavam no mesmo ambiente. A maioria dos pensamentos eram amorosos, preocupados e cuidadosos, mas as vezes ela pendia para pensamentos não tão fraternos e um tanto quanto ciumentos, pensamentos que ela rapidamente cortava com alguma tristeza.

Ela gostava de Freya quase como irmã, mas as vezes sentia que ia um pouco além disso, no entanto ela sabia que Freya não estaria com ela de outra forma e procurava respeitar isso, mas o fato de nunca a ter questionado a deixava com um pouco de dúvida. Às vezes eu tinha de sair de seus pensamentos pois, apesar dela ser respeitosa, ainda era uma adolescente hormonal que tinha visto o alvo de sua vontade com pouca roupa.

Apesar de sentir pontadas de ciúmes, compadecia com a mesma.

No entanto, a coisa que me deixava mais perdido era o fato da mulher da minha existência ter se matado, mas estar em outro corpo com outro nome, apesar de ser idêntica e ter o mesmo cheiro e o mesmo silêncio. Quer dizer, não totalmente idêntica, de acordo com Alice, ela tinha voltado com um gosto melhor para roupas. Isso me fez sorrir um pouco.

Um sorriso que eu não dava faziam quase 26 anos.

Eu ainda me sentia confuso e sentia a necessidade de falar com Carlisle, precisava conversar com ele se ele já havia visto algum caso de reencarnação. Claro que existiam os casos no imaginário popular dos humanos, mas eles eram bem inventivos e Carlisle que lidou com a caça de vampiros e depois se tornou um sabe bem disso.

O sinal para o intervalo logo tocou e pela primeira vez em muito tempo eu senti o mesmo alivio dos estudantes. Procurei ir o mais rápido que poderia, de forma normal até o refeitório. Não estava buscando comida como os outros, mas precisava olhar para ela novamente com meus olhos. A visão dos humanos era embaçada de forma frustrante.

Ao me aproximar do prédio vi que meus irmãos já estavam entrando.

Nesse ponto, Mackenzie já estava com a notícia quente "Os novatos apesar de serem irmãos adotivos, estão juntos". Sempre me impressionava com a velocidade que a fofoqueira da escola descobria as coisas, mas isso também sempre se repetia. Entrei no refeitório e vi que ela estava comentando isso com a mesa onde Freya estava.

— E lá está o seu amorzinho Freya – Mackenzie disse com maldade. O comentário deixou Jonathan alerta e Madelaine desconfortável. Freya olhou pra trás e me olhou. Consegui ouvir seu coração acelerando.

— Para de implicar com ela, Golden Retriever – Madelaine disse me fazendo segurar uma risada internamente. Aparentemente Jessica Stanley e Mike Newton tinham se fundido em um só corpo. Todos da mesa delas começaram a rir.

— Olha, ele é sim bonito, todos eles são e todo mundo aqui concorda, não é como se eu fosse a única a ter notado – Pelo pensamento de um garoto da mesa vi ela ficando corada. Se eu tivesse um coração humano, ele estaria acelerado também.

P.O.V. Freya

Minha cabeça estava girando as engrenagens e tentando associar os fatos. Cheguei na conclusão que era só uma coincidência muito ruim do destino. Eu tentei pensar mais sobre o que minha avó falava sobre vidas passadas. Eu teria que ligar pra ela quando chegasse em casa.

Era tudo muito estranho pra mim e eu verdadeiramente queria procurar um dos Cullens e perguntar pra eles mais sobre a tal Bella. Mas que desculpa eu arranjaria? "Oi a gente conversou mais cedo sobre sua amiga morta, podem me falar mais sobre ela?"

No fim a constatação: Eu tinha 16 e eles tinham entre 15 e 17. Não tinha jeito de eu ter reencarnado como a amiga deles, eles teriam que ter no mínimo uns 14 anos de diferença para me reconhecer como uma amiga morta.

Era isso. Uma coincidência ruim. Devia ser um daqueles casos de doppelganger estranhos.

Acabei não prestando atenção nas aulas como deveria por causa de toda minha confusão mental. Felizmente, o intervalo não demorou a chegar. Mackenzie logo apareceu nos dando mais informações. Acabei descobrindo os nomes dos novatos. A baixinha era Alice e ela aparentemente namorava Jasper, o garoto alto e loiro. A modelo loira era Rosalie e estava junto com o grandão, Emmett. E por fim, o projeto de Apolo... Edward.

Mackenzie destrinchou sobre como o fato deles namorarem era estranho, Sophie, uma menina tímida com a qual eu dividia a aula de história reforçou que eles não eram parentes. Aparentemente Rosalie e Jasper eram sobrinhos de Carlisle, o pai da família, que foram adotados após a morte de seus pais em um acidente de carro. Eu me sentia extremamente empática com os dois depois de saber disso.

Edward era sobrinho de Esme, a mãe deles, e havia sido adotado ainda pequeno. Alice e Emmett eram irmãos de sangue, foram adotados juntos pelos Cullens quando Alice ainda era um bebê.

Me emocionava um pouco saber que eles tinham se disposto a cuidar de tantas crianças. Aparentemente Esme não podia engravidar, então acolheu cada um deles como se fosse seu próprio filho que não nasceu. Esperava que ela não encontrasse Joanne, pois a cobrinha faria comentários horríveis, a menos é claro, que a casa deles fosse grande o suficiente para a loira nojenta achar que teria benefício de ser amigável.

Ao chegarmos no refeitório, me servi de pizza e café e fomos nos sentar na mesa de sempre.

Mackenzie continuou fofocando, falando dos Cullen que logo entraram no refeitório também.

— E lá está o seu amorzinho Freya – Mackenzie disse de forma maliciosa, me deixando envergonhada, percebi que todos viraram pra olhar e Maddy fechou a cara. Olhei pra trás para confirmar minha suspeita. É lá está ele e puta merda, ele conseguiu ficar mais lindo em 3 horas? Como isso é possível? Nada que eu havia lembrado até então parecia a verdade. Ele olhou de volta e meu coração que já estava martelando no meu peito quase pulou pela minha boca.

— Para de implicar com ela, Golden Retriever – Madelaine disse emburrada. Eu acabei rindo com o apelido super carinhoso e resolvi me defender.

— Olha, ele é sim bonito – senti o calor subindo pelas minhas bochechas - todos eles são e todo mundo aqui concorda, não é como se eu fosse a única a ter notado... – Eu não estava mentindo. Todos estavam comentando sobre como eles eram absurdamente bonitos.

— É, mas você notou muito melhor do que a gente – Logan comentou – Até ficou corada, eu vi isso ai.

— Mas vocês estavam rindo dela também, é claro que ela ia ficar corada – Disse Jonathan, ficando corado. Claro que isso não era tão gritante em sua pele naturalmente bronzeada, mas ainda era o suficiente para entregar sua timidez extrema. Jonathan era extremamente quieto e sentia que parte disso vinha do fato de que ele sempre foi "o garoto americano" na cidade. Pelo menos agora ele tinha companhia e eu acho que isso o deixava mais a vontade.

— Exatamente – Concordei. O burburinho se estendeu pelo resto da aula e eu não podia evitar de as vezes olhar para a mesa onde os Cullen estavam sentados, eles pareciam conversar sobre algo e vez ou outra eu pegava Edward olhando para nossa mesa.

Pouco antes do fim do intervalo, Madelaine e eu saímos do refeitório para ter nosso momento silencioso. Era costume nosso tirar os últimos minutos do intervalo para conversarmos enquanto pegávamos nosso material e nos dirigíamos as respectivas classes.

— Ele chamou mesmo sua atenção né? – Maddy comentou mais baixo e olhando para seus próprios pés enquanto andávamos. Eu entendia a curiosidade, afinal, nenhum garoto tinha chamado minha atenção até agora, eu só não entendia ainda seu tom.

— É, meio que sim, mas eu ainda preciso entender isso – Respondi. Ok, ele definitivamente tinha virado o centro do meu dia. Se isso fosse uma pessoa de teatro, Edward teria o palco só pra ele nesse ato.

— Ele parece interessado – Ela respirou fundo e olhou pra mim, dando um sorrisinho.

— Eu não sei, você ouviu o negócio da menina morta. Ele parecia bem afetado. Talvez ele só esteja impressionado por nós duas sermos parecidas.

— É, pode ser isso mesmo – O rosto dela se iluminou um pouco. Mesmo a conhecendo a tanto tempo, eu não conseguia decifrar suas expressões tão bem quanto ela decifrava as minhas. Ela dizia que eu era um livro aberto, pra mim, ela era um livro aberto também, só que em uma outra língua na qual eu não era fluente. Eu demorava para traduzir ela.

Paramos em frente a sala onde teria minha próxima aula.

— Te vejo na saída? – Ela perguntou, como se estivesse insegura com algo.

— Como se você não soubesse que sim – Eu ri e ela riu junto.

— Se cuida tá? – Ela me puxou pra um abraço que retribui. Comecei a imaginar que algo na casa dela tinha acontecido e ela não tinha me contado. Seria uma explicação lógica para seu humor vacilante.

— Você também... – Tão breve, ela me soltou e saiu marchando pra sua sala, eu entrei na sala e me dirigi para a mesa comprida onde me sentava sozinha. Não que as pessoas se recusassem a sentar do meu lado, mas eu era um pouco espaçosa e preferia que fosse assim.

Logo o professor, o Sr. Thompson, apareceu em sala com seu material para tentar nos animar na nossa primeira aula do ano em sua matéria. Me virei e puxei meu livro de biologia da bolsa.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que acharam?
Deixem suas opiniões nos comentários :)
Até próxima Quarta!
Bjkas e Torta de amora!



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