Saints & Storms escrita por BellaNTV


Capítulo 17
Capitulo 15 – Mad Maddy


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo certo?
Estava suuuuper ansiosa para postar logo esse capítulo pois ele estava pronto desde quinta passada, ia postar no sábado, mas resolvi me segurar.
Era para ele ser maior, mas como eu percebi que o capítulo mais longo que postei não foi tão bem assim, decidi separar ele, mas vamos lá ;)



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O fim de semana passou tão rápido quanto chegou e logo segunda veio. Foi bom passar o fim de semana com a minha avó, envolveu tranças no cabelo cheia de flores, suas histórias que eu já tinha ouvido mil vezes, canções sobre mulheres que se recusavam ceder às pressões de uma sociedade antiga perseguida pela igreja e muito chá.

Foi como ter lavado minha alma e eu estava me sentindo muito mais leve. Algo sobre aquela casa fazia ela parecer um hospital para a alma e parecia que tudo era vivo lá dentro. Até mesmo as plantas pareciam responder quando você conversava perto delas, todas muito vivas de um jeito que só minha avó sabia fazer.

Minha tia dizia que ela gostaria de ter herdado o dedo verde de vovó pois se por um lado as plantas da vovó pareciam ser de plástico de tão perfeitas (o que foi comprovado que não eram muitas vezes quando nós assistíamos ela pedir licença e cortar suas folhas, flores e frutos com uma adaga antes de jogar em uma chaleira para fazer um chá fresco), minha tia matava até mesmo o mais resistente dos cactos em uma velocidade assustadora.

Uma vez eu assisti uma pobre suculenta morrer na cozinha por secar. Sim, ela conseguiu matar uma suculenta, uma planta que descendia dos cactos, de sede.

Bem, após isso qualquer flor que chegava em casa eu me encarregava de cuidar, ela não ficava incrível como as de vovó, mas pelo menos ela sobrevivia.

— Cara, eu vou escolher acreditar em você porque nós somos amigas a tempo o suficiente para eu saber que você não é esquizofrênica, mas eu ainda tenho minhas suspeitas – Maddy disse entrando no estacionamento com seu carro.

— Você pode perguntar para a Mackenzie, ela também viu o corvo – Eu repeti.

— Meu amor, Mackenzie não é o tipo de menina da qual eu vou usar como fonte. Para ter a atenção toda nela, ela diria que o corvo era rosa com bolinhas brancas e que ele voou para te matar, segurando um facão no bico, mas ela foi corajosa o suficiente para ligar um ventilador da escola e isso mudou a rota do corvo – Eu comecei a rir com sua constatação, mas também fiquei com dó de Mackenzie, ela podia aumentar um pouquinho a história e realmente gostar de atenção, e ser fofoqueira... Mas mentirosa desse nível ela não era.

— Maddy, pega leve com ela – Eu disse soltando meu cinto quando ela terminou de estacionar.

— Ela que pegue leve comigo, eu to ligada que ela quer escrever naquele jornal de merda da escola sobre o verão de todos e ela vai escrever sobre eu ter rejeitado o incrível e gato e amado Logan – Ela disse a última parte exagerando na gesticulação, simulando uma menina apaixonada.

— Bem, se ela for fazer isso com você, ela que não conte com a minha defesa – Eu disse, já pronta para tirar o meu eu do caminho.

— É bom que não fique na frente mesmo, eu te amo, mas eu to segurando um soco faz muito tempo.

Descemos do carro e começamos a caminhar em direção a escola, quando eu vi ele parado do lado do volvo. Mais lindo do que minha memória conseguia simular. Senti meu coração falhando duas batidas antes de acelerar de vez e senti o frio na barriga de sempre, ficando arrepiada.

Ele só estava lá existindo, mas já era o suficiente para eu derreter. Ele olhou para mim e eu devia estar com uma cara absurdamente imbecil, pois ele sorriu aquele sorriso torto e logo em seguida eu só senti um pescotapa.

— Você ouviu alguma coisa que eu falei? – Maddy apareceu no meu campo de visão parecendo muito irritada.

— Hãn... – Eu tentei formular algo, mas senti o calor subindo pelas minhas bochechas porque eu realmente não tinha ouvido nada – Desculpe, não. Pode repetir?

— GRRRRRR – Ela gritou de frustração e saiu marchando em direção a escola, corada de raiva. Eu estava metida de problemas. Olhei uma última vez para Edward que parecia não muito feliz com o surto de Madelaine. Sai correndo atrás dela para tentar descobrir o que ela havia falado.

— Madelaine! – Disse chamando ela enquanto ela ia andando em passos largos até o armário dela – Madelaine para! Deixa eu falar com você, eu quero ouvir o que você tava falando – Pedi, mas ela seguiu me ignorando e quando chegou no armário abriu com força, socando sua mochila lá dentro e pescando alguns itens como livro, caderno pequeno e mais algo que não vi.

— Olha Freya, eu não vou repetir nada, então pode voltar lá no estacionamento e limpar com a língua o chão que o Cullen vai passar. Eu não me importo. – Ok... Agora eu to irritada.

— Sinceramente qual seu problema? Me desculpe por ter me distraído, mas eu to tentando te ouvir agora e você não fala. Quer falar de outro assunto? Quer falar do mesmo? A gente tava falando da Mackenzie antes de eu me distrair e antes disso a gente tava falando do corvo.

— Freya, só me deixa em paz! – Ela fechando os olhos e batendo a porta do armário. Ela então saiu pelos corredores me deixando sozinha lá.

— Maddy... – Chamei, me sentindo magoada.

— Aleerrrrrta DR! Parece que o casal mais promissor de Prince Rupert está enfrentando uma crise em seu relacionamento – Logan apareceu com Mackenzie. Ele estava usando o que imaginei ser o protótipo do jornal como megafone e Mackenzie estava com um sorrisinho que eu tive vontade de socar.

— Logan, por favor, sem piadas. – Pedi voltando a olhar com pesar o corredor onde Maddy virou.

— O que rolou aqui? – Jonathan chegou perguntando.

— Você acabou de perder a discussão do casal 20. – Logan disse, enrolando mais sua folha e batendo no braço de Jonathan.

— Vocês brigaram? – Jonathan arqueou as sobrancelhas, olhando para mim.

— A gente não brigou – Eu comecei virando para meu armário e abrindo ele, para me preparar para as aulas – A gente só discutiu um pouco.

— Uma discussão acalorada, popularmente conhecida como briga. Ela tava com ciúmes do Cullen? – Perguntou para mim e eu só respondi bufando - Eu to falando, elas tem um segredinho – Ele disse mais baixo, provavelmente para Mack e Jonny.

— Eu to esperando o anúncio oficial para colocar na capa do jornal – Mack disse e riu.

— E eu to esperando vocês pararem de ser imbecis, mas pelo jeito vai levar umas 3 vidas pra isso acontecer – Eu me virei irritada, assustando um pouco eles, pois a parte irritada geralmente era Maddy.

— Mas eu não fiz nada! – Jonathan protestou contra a acusação, no entanto eu só fechei a porta do meu armário e sai sem responder eles.

Ao entrar na sala de Literatura, a grata surpresa, Edward Cullen estava sentado em uma mesa com outra livre ao lado. Fui timidamente até lá, apesar de já ter outro lugar onde costumava me sentar.

— Oi, posso me sentar aqui? – Perguntei e ele sorriu.

— Se não se sentasse aqui eu me mudaria para uma carteira mais perto de você. – Pronto, derreti. Corei. Fui para estado de geleia, tudo ao mesmo tempo. Com as pernas bambas sentei ali e coloquei meu material em cima da mesa. – Como foi seu fim de semana?

— Hãn, foi ótimo, eu fui ver minha avó, fazia um tempo que eu não via ela então foi bem divertido. E você? – Perguntei realmente interessada, o que será que ele gostava de fazer?

— Bem, eu e minha família gostamos de acampar quando faz sol então como no fim de semana o clima estava mais ameno, nós fomos para o parque florestal de Gitnadoiks.

— Gitnadoiks? Mas lá tem lobos e ursos-cinzentos e... Alces que podem ficar bem irritados. Vocês não acham meio perigoso? – Eu expressei minha preocupação pela segurança deles apesar de sentir que era algo meio idiota de se falar. Mas afinal, os ataques anuais de alces a humanos supera o de ursos, e lobos não são os mais amigáveis também, porque alguém se meteria no meio de uma reserva cheia de predadores por pura diversão?

— Freya, não se preocupe com isso, nós sabemos fazer isso com segurança, somos experientes nisso – Ele sorriu, mas eu senti que ele estava escondendo algo de mim.

— Experientes tipo...? – Tentei empurrar para tirar mais alguma informação.

— Tipo, Carlisle faz isso faz muitos anos e desde que fomos adotados ele nos leva junto com ele toda vez que a temperatura está boa para isso. Nós não corremos nenhum tipo de perigo.

Tentei imaginar um Edward pequeno no meio de uma floresta como as que contornam a cidade e tudo que isso fez foi me provocar arrepios. Tentei acreditar que o Dr. Carlisle realmente era um homem que sabia o que estava fazendo, afinal, ele não arriscaria a saúde de tantas crianças só por diversão, ainda mais ele sendo médico.

Algo dentro de mim parecia soar um alerta: Ele estava escondendo algo e eu precisava entender o que era. Observei Edward com mais cuidado então procurando alguma dica e encontrei: Seus olhos que eu me lembrava de serem cor ocre agora estavam mais claros, acesos, como ouro liquido.

— Você usa lentes de contato? – Perguntei e ele sorriu, novamente parecendo detectar uma piada interna.

— Não – Ele estava curioso, parecendo antecipar meu próximo movimento e eu senti uma sensação de deja-vu

— Eu achei que havia notado algo de diferente na cor dos seus olhos...

— Deve ser a iluminação sabe? Lâmpadas fosforescentes – Ele riu, me deixando confusa. – Você deve ser bem observadora.

— Eu tento – Disse por fim, com o professor interrompendo nossa comunicação. No resto da aula, peguei Edward me olhando várias vezes, e eu devo admitir que também era pega o olhando. Sentia um nó no estomago, e era difícil de acreditar que alguém com aquela beleza estava tendo pelo menos um quinto de reciprocidade do interesse que eu estava tendo nele.

Após o fim da aula, levantei preguiçosamente, querendo estender cada minuto próximo a ele. Ao levantar fui andando pelo curto corredor entre carteiras e senti ele próximo, me seguindo, o que provocou um arrepio crônico. Como se todo meu corpo estivesse se dividindo entre o instinto de fugir e o instinto de antecipar o próximo toque.

Ao chegarmos no corredor lhe perguntei qual seria sua próxima aula, pois durante a aula anterior recebemos horários novos, fruto de uma reunião entre os professores na sexta.

— Biologia e a sua? – Ele pediu.

— Biologia também – Sorri feito idiota. Seguimos para meu armário direto pois ele não havia se desfeito de sua mochila com o material. Me perguntava como ele carregava aquele peso sem sentir dores nas costas, mas imaginei que para alguém atlético o suficiente para caminhadas nas montanhas com equipamento, alguns livros não deveriam ser nada.

— Então, você foi com sua família para a casa da sua avó? – Edward perguntou inocentemente. Olhei para ele e ele parecia estar tentando resolver um quebra-cabeça.

— Não, fui só eu – Respondi mais baixo. – É que... Bem...

— Me desculpe se a pergunta foi muito invasiva, eu não queria – Edward começou.

— Não se preocupe – Eu interrompi ele  - Você vai ficar sabendo uma hora ou outra, então melhor saber direto da fonte – Disse e ele concordou em silêncio. Entramos na sala de biologia e ao nos colocarmos em nossos lugares eu comecei – Minha família era composta pelos meus pais, Olivia e Isaac, minha irmã mais velha, Kenna, e minha irmã mais nova, Sigrid. A dois anos atrás minha irmã Kenna foi morar em North Vancouver por causa da faculdade e como nós eramos todos muito próximos, visitas eram frequentes. Quanto ela podia, ela vinha para cá e quando nós podíamos, íamos para lá. Em dezembro do ano passado nós fomos para lá passar os feriados com ela. Mas na volta em Janeiro, eu, minha mãe, meu pai e Sigrid acabamos sofrendo um acidente de carro. Um caminhão desgovernado perdeu o controle e – Percebi Edward retraindo seus músculos – Mamãe e papai faleceram na hora. Sigrid e eu chegamos até o hospital, mas Sigrid não resistiu por muito tempo.

— Eu sinto muito – Edward disse com um pesar verdadeiro, como se ele estivesse sentindo minha dor verdadeiramente.

— Tudo bem, eu to melhor agora, eu moro com minha Tia Claire, Kenna está segura no campus e minha vó Alden vive na borda da cidade, eu posso visitar ela de vez em quando. Além disso, eu tenho meus amigos que são como família, principalmente Madelaine e a mãe dela, Vivian. – Lembrei então que Madelaine devia estar com raiva de mim até então.

— Madelaine é a menina ruiva, certo? – Ele pediu, para confirmar.

— Sim – Eu sorri involuntariamente – Ela é o meu solzinho particular nessa cidade, apesar de dar para comparar ela mais com um furacão – Eu ri.

— E ela parece não gostar muito de mim – Edward disse olhando para algum ponto do fundo da sala. Olhei para a direção que ele estava olhando e vi Maddy com um olhar fulminante para Edward, totalmente emburrada. Ela desviou o olhar para baixo quando percebeu minha movimentação.

— Não é nada pessoal com você, nós discutimos mais cedo – Eu disse tentando defender ela.

— Pode não ser nada pessoal comigo, mas se olhares matassem, eu não sei se estaria vivo – Ele disse, de novo com algum tom de piada particular e riu. Eu acabei rindo também, mas o som de sinos de sua risada me deixou com tontura.

— Bem, acho que não – Sorri – Ela é temperamental, muito... Explosiva.

— E parece um pouco ciumenta também com você – Ele observou.

— Ela é meio... Superprotetora comigo. E depois do acidente piorou. Ela diz que eu tenho talento para atrair situações mortais e que eu preciso de guarda-costa – Eu expliquei bem humorada e ele começou a rir.

— Bem, se ela te conhece bem assim e diz isso, eu vou tomar medidas de precaução também para auxiliar na missão – Ela parecia estar achando isso muito mais divertido do que deveria, mas antes que eu pudesse rebater, o professor entrou na sala animado.

— Bom dia a todos! Hoje nós vamos ter um experimento muito interessante, para aquecer para este ano, eu quero que vocês abram as caixas que deixei em cima da mesa e peguem as lâminas com cuidado de dentro enquanto eu deixo os microscópios em cima da mesa de vocês. Com a ajuda do material que forneci na semana passada vocês vão identificar para mim as fases da mitose com raiz de cebola. – O professor explicou enquanto ia entregando os microscópios em cima das mesas.

— É óbvio que seria isso – Edward disse balançando a cabeça e puxando uma folha de seu caderno. Não entendi muito bem a sua observação, mas decidi ignorar e me focar na aula.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que vocês acharam?
Senti que tava rolando pouca interação Beward (Ainda não tenho um nome para o Shipp novo hahaha) então resolvi entregar essa interação boa, que é necessária já que a tendencia é ter mais disso.
Bem, aguardo os comentários de vocês :)
Bjkas e torta de amora!



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