Saints & Storms escrita por BellaNTV


Capítulo 1
Prólogo - Pressão


Notas iniciais do capítulo

OI MINHAS TORTINHAS DE AMORAAAA!
QUE SAUDADE DE VOCÊS, NAMORAL! SEJAM BEM-VINDES!

Então eu queria fazer essa introdução rápida, pois fazem alguns anos que eu não posto nenhuma história e esse aqui é um projeto que eu tenho planejado e trabalhado fazem alguns anos!
Bem, esse primeiro cap é basicamente o capitulo 15 de lua nova, com algumas alterações, mas prometo que o próximo vai ser bem interessante!

Eu estou postando essa história também no wattpad e lá ta um pouco mais pra frente, mas vou postar dois a três capítulos por vez aqui até a gente equiparar nos dois sites, vai ser bem rápido.

Bem, é isso, espero que gostem!



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Apesar de contar cada dia que passei longe dele, algum tipo de transtorno pós traumático não me permitia lembrar quanto tempo fazia desde a última vez que vi Edward. Meu aniversário era em setembro, as belas flores da primavera (que pareciam transmitir uma felicidade hipócrita) já apareciam. 5? 6 meses? A dor me atingiu de novo me deixando sem ar.

Tentei me agarrar em alguma memória que pudesse me salvar de mim mesma, mas não havia nada, a queimadura aumentava em meu peito.

Ontem Jacob havia prometido me trazer para um mergulho nos penhascos, mas um traço de Vitória estragou os planos da "Diversão" do dia, mas eu realmente estava contando com ouvir Edward essa manhã. Ouvir a alucinação de Edward, furiosa e aveludada parecia que essa era a única coisa que faria esse dia suportável de viver. O buraco estava em chamas ultimamente, como se ele estivesse se vingando pelos momentos em que a presença de Jacob o acalmava.

As ondas da praia de La Push aumentaram enquanto eu andava, começando a se chocarem com as rochas, mas ainda não havia nenhum vento e eu me senti esmaga pela pressão e pela estática da tempestade. Á distância, as ondas estavam mais raivosas do que estavam na costa e eu podia ver elas banhando a fila de precipícios, espalhando grandes nuvens brancas que saiam do mar em direção ao céu o que parecia ser algo importante para algum setor climático da TV, mas não necessariamente para mim.

Os precipícios pareciam a ponta de uma faca preta indo contra o céu brilhante e irritado. Eu imaginei a liberdade infinita da queda enquanto o pensamento de que Edward estaria ali em cima me aguardando queimava de um jeito agonizante. Tinha que haver um jeito de extinguir isso - Eu queria muito extinguir isso e bem, porque não? A dor estava mais intolerável a cada segundo.

E melhor: Porque não extingui-la agora? E precisa ainda mais porque Jacob estava arriscando sua vida por mim. Victória não estava matando pessoas aqui por minha culpa. Se alguma coisa acontecesse com Jacob, seria minha culpa.

Essa realização me atingiu profundamente como uma facada e como se meu corpo obedece minha mente antes mesmo de eu ser mais racional, quando voltei correndo para a casa de Billy, onde minha caminhonete estava esperando. Eu sabia o caminho para a rua que passava mais próxima dos penhascos, mas eu tive que fazer um pequeno desvio para o caminho que me levaria á beira deles. Enquanto eu seguia o caminho, eu procurei por retornos ou encruzilhadas, sabendo que Jake havia planejado me levar para o penhasco mais baixo, mas o caminho acabava numa única linha fina na direção aos penhascos do topo e eu não tinha tempo pra procurar outro caminho pra baixo.

A tempestade estava se movendo cada vez mais rapidamente com o vento finalmente chegando e as nuvens se aproximando ainda mais do chão. Assim que eu cheguei no fim do caminho de terra e desci da caminhonete as primeiras gotas geladas começaram a cair no meu rosto.

Não precisei me convencer de que eu não tinha tempo pra procurar outro caminho antes de alguém da reserva me ver, pois eu queria pular do topo. Essa era a imagem que havia ficado grudada na minha cabeça: A longa queda que faria parecer que eu estava voando. Eu sabia que essa era a coisa mais estúpida e irresponsável que eu já havia feito. Esse pensamento me fez sorrir. A dor já estava se acalmando, como se o meu corpo soubesse que a voz de Edward estava a apenas alguns segundos de distância... O oceano parecia muito distante e gelado, de alguma forma mais do que antes, quando eu estava passeando na praia, retorci o rosto.

Eu tirei meus sapatos e pisei descalça na pedra gelada da beira do precipício, mantendo meus olhos no espaço vazio. Meus pés acariciando a margem irregular da pedra quando a encontraram. Eu respirei fundo e segurei a respiração... Antecipando o doce momento.

— Bella. - Eu sorri e exalei, ele estava finalmente ali.

— Sim? - Eu respondi sussurrando, com medo que o som da minha voz alta fizesse a minha linda ilusão desaparecer. Ele parecia tão real agora, tão próximo. Ele deveria estar aqui. Era só quando mentir era reprovável como nessa hora que eu conseguia ouvir a memória real da sua voz - a textura aveludada, a entonação musical que fazia a mais perfeita e angelical das vozes.

— Não faça isso - ele implorou, com certa dor na voz.

— Você queria que eu fosse humana - eu lembrei ele, sentindo certo veneno.

— Por favor. Por mim - Sua voz trazia alguma agonia, provavelmente culpa?

— Mas de outro jeito você não vai ficar comigo - A constatação era amarga.

— Por favor – E então a voz era só um sussurro na chuva forte que soprava os meus cabelos e encharcava as minhas roupas, me deixando tão molhada como se eu estivesse dando o segundo mergulho do dia. Eu rolei nos calcanhares.

— Não, Bella! - ele estava com raiva agora, e a sua raiva era tão adorável. Eu sorri e ergui meus braços pra fora, como se eu fosse mergulhar, levantando o meu rosto para a chuva. Bem treinada demais por causa dos anos de piscinas públicas, automaticamente segui o pés primeiro, primeira vez. Eu me inclinei para a frente, me abaixando pra conseguir mais impulso... E me joguei no penhasco.

Eu gritava de excitação enquanto caia no infinito. O vento resistiu, tentando inutilmente lutar contra a invencível gravidade, se empurrando contra mim e me girando em espirais. Sim! A palavra ecoou na minha cabeça enquanto eu entrava cortando na superfície da água, deixando o som abafado. Ela estava mais fria, mais gelada do que eu temia, e mesmo assim o frio só aumentou a adrenalina. Eu estava orgulhosa de mim mesma enquanto mergulhava mais fundo na água negra congelante. Eu não tive nenhum momento de terror - só pura adrenalina. Realmente, a queda não foi nem um pouco assustadora. Onde estava o desafio? Mas foi aí que a corrente me pegou.

Eu estive tão ocupada com o tamanho dos penhascos, com o óbvio perigo de sua altura, das suas faces afiadas e irregulares, que eu não havia me preocupado nem um pouco com a água negra esperando. Eu nunca sonhei que a verdadeira ameaça estivesse embaixo de mim, embaixo da maré alta. Eu senti que as ondas estavam brigando comigo, me jogando pra frente pra trás, como se estivessem determinadas a se juntarem pra me partir ao meio. Eu sabia o jeito certo de evitar a maré cheia: era melhor nadar paralelamente até a praia do que lutar pra chegar na praia. Mas esse conhecimento não ajudou muito já que eu não sabia pra que lado a costa estava. Eu nem sabia dizer pra que lado estava a superfície. A água raivosa era preta em todas as direções; não havia nem um brilho pra me guiar. Eu nem podia dizer nesse momento se eu realmente queria lutar.

A gravidade era toda poderosa quando lutava com o ar, mas ela não era nada nas ondas - eu não conseguia me sentir sendo puxada pra baixo, ser guiada em nenhuma direção. Eu só podia sentir o banho das correntes que me jogavam pra lá e pra cá como se eu fosse uma boneca de pano.

E lá estava ele, meu instinto de sobrevivência, lutando para manter o meu ar pra dentro, para manter os meus lábios selados na minha última reserva de oxigênio, era quase como uma piada cômica. Meu cérebro defeituoso não ligava para vampiros ou lobisomens, mas tinha medo da água. Não me surpreendeu que a minha ilusão de Edward estava lá. Ele me devia muito, levando em consideração que eu estava morrendo. Eu estava surpresa de ver o quanto esse conhecimento era certo. Eu ia me afogar. Eu estava me afogando. Eu estava morrendo. E apesar de no fundo, a morte ser o que eu desejava, o instinto de sobrevivência animalesco começava a pulsar cada vez mais forte, tornando tudo um pouco assustador.

— Continue nadando! - Edward implorou urgentemente na minha cabeça.

— Pra onde? – Eu pensei. Afinal, não havia nada além da escuridão, não havia nenhum lugar pra nadar, lugar nenhum para fugir. Eram como os últimos meses com minha depressão, a diferença era que agora eu não estava presa dentro de mim apenas, a desesperança se transformava em cenário.

— Pare com isso! - ele ordenou. - Não se atreva a desistir! A água gelada estava deixando meus braços e pernas dormentes. Eu nem sentia mais as ondas batendo. Agora era mais como uma vertigem, como um rodopio sem esperança na água. Mas eu escutei ele. Eu forcei meus braços a continuarem avançando, minhas pernas a chutarem com mais força, apesar de estar indo para uma direção diferente a cada segundo. Isso não estava levando a nada. Tudo levava a nada. Qual era o ponto?

— Lute! - ele gritou. - Droga, Bella, continue lutando.

— Porque? – Ele não entendia? Eu não queria mais lutar. Eu havia desistido de lutar quando ainda estava lá em cima. E não era a cabeça leve, o frio, e nem os meus braços falhando quando os meus músculos desistiram de exaustão, que me deixaram contente por estar aqui onde eu estava. Eu estava quase feliz por estar tudo acabado. Essa era uma morte mais fácil do que as outras que eu enfrentei. Estranhamente tranquila. Eu pensei brevemente nos clichés, de como você devia ver a sua vida passando na frente dos seus olhos. Eu tinha muito mais sorte. Quem queria ver um replay, afinal? Eu via ele, e eu não tinha vontade de lutar. Era tão claro, quase mais definido do que qualquer memória.

Meu subconsciente havia guardado Edward com perfeição de detalhes, guardando ele para esse momento final. Minha obsessão. Eu podia ver seu rosto perfeito como se ele estivesse realmente lá; o tom exato da sua pele gelada, o formato dos seus lábios, a linha da sua mandíbula, o brilho nos seus furiosos olhos dourados. Ele estava com raiva, naturalmente, por eu ter desistido. Seus dentes estavam trincados e suas narinas estavam infladas de raiva.

— Não! Bella, não! Meus ouvidos estavam cheios da água gelada, mas a voz dele estava mais clara que nunca. Eu ignorei as palavras dele e tentei me concentrar no som da sua voz. Porque eu iria lutar quando estava tão feliz por estar aqui? Mesmo com os meus pulmões queimando por mais ar e com minhas pernas congeladas pela água fria, eu estava feliz. Eu havia me esquecido do que é a verdadeira felicidade. Felicidade. Isso fazia toda a coisa de estar morrendo ser bem suportável.

A corrente ganhou nesse momento, me jogando abruptamente contra alguma coisa dura, uma rocha invisível na escuridão. Ela bateu solidamente no meu peito, me atingindo como uma barra de ferro, e então o ar foi roubado dos meus pulmões, escapando com uma grossa nuvem de bolhas prateadas. A água entrou pela minha garganta, me engasgando e queimando. A barra de aço parecia estar me arrastando, me puxando pra longe de Edward, mais profundamente para a escuridão, para o fundo do oceano. Ou para a superfície. Já não importava mais.

"Adeus, eu te amo" foi meu último pensamento.


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Notas finais do capítulo

Esse nem tem muito o que comentar é basicamente o capitulo 15 de lua nova mesmo, mas era necessário para dar um contexto para vocês!

Agora vamos para o próximo que é onde a coisa fica interessante!

Bjkas e torta de amora!



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