Flores escrita por Miss A


Capítulo 4
Lírios


Notas iniciais do capítulo

Pra mim 1º de setembro sempre vai significar jayrose ♥



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É estranho como algo simples como um sonho pode arruinar a sua vida.

Eu nunca tinha pensado em beijar James Sirius Potter até a madrugada passada.

Mas agora era tudo o que eu pensava enquanto ele passava pela porta da estufa.

Eu não tinha certeza se queria beijá-lo.

Mas a cena do beijo estava sendo uma constante nos meus pensamentos mesmo que eu a reprimisse.

— Você não bate mais em portas?

— Eu bati. 

Franzi o cenho.

— Estava distraída, não ouvi, desculpe.

— Lily pediu para te perguntar sobre as flores. 

— Já cresceram! - Sorri e apontei para os vasos na janela - Não estão as coisas mais lindas?

— Você parece uma orgulhosa mãe de plantas. 

Revirei os olhos enquanto pegava os vasos e os levava até a mesa.

— Claro, do que é que você gostaria que eu tivesse orgulho? Da falta dos seus gols no quadribol?

Ele estreitou os olhos.

— Para isso você teria que assistir aos meus jogos. 

— Acusação injusta. Eu assisti ao seu último jogo. 

— A primeira vez no ano. Sabe quantos jogos eu joguei esse ano?

— Não, mas tenho certeza de que você está prestes a me dizer. 

— Uns dez. 

— E você perdeu em todos?

— Não, esse foi o único jogo da temporada que eu perdi.

— Talvez eu seja o seu amuleto de azar e, portanto, é melhor que não vá aos seus jogos. 

— Estou começando a acreditar nisso... 

— Se é o que vai te fazer dormir à noite... 

— Você está malvada hoje. O que aconteceu? Dormiu mal?

Flashes de beijos piscaram na minha mente.

— Um pouco. Sonhos perturbadores - Menti. Tinha sido só um - Mas vou compensar. Vou ir no seu próximo jogo, ok?

— Não sei se vai ser o suficiente - Ele estava ao meu lado, avaliando os lírios. 

— Você quer flores? 

— Só se eu for seu crush. 

Eu ri. 

Ri porque tinha ficado nervosa. 

Ri porque ele estava próximo demais. 

Ri porque ele estava sendo exageradamente direto.

—Vamos entregar os lírios de Lily. 

— Você gosta de dizer lírios e Lily na mesma frase, não é?

Sorri. James me sacava. 

— Demais. 

Peguei um dos vasos e apontei para a porta.

— Vamos.

— E o outro?

— O outro é meu. 

Ele saiu da estufa resmungando "mãe de flores", ignorei, mas não ligaria se esse fosse o meu apelido, soava bonito. 

— Você sabe onde a garota está?

Parei de andar. 

— Não. Ela deve estar no salão comunal dela, não?

— Ou ela também pode estar em qualquer lugar desse castelo. 

— Não vamos ser pessimistas, James. Vamos ao salão comunal da Sonserina. 

Ele torceu o nariz. 

— Não gosto daquele lugar. 

— As masmorras são frias. 

— Eu estava me referindo às pessoas. 

— Vai ser por pouco tempo. Talvez nem precisemos entrar. E as pessoas de lá são legais. 

— Você dizendo que algum ser humano é legal?

— Eu gosto de seres humanos. 

Ele ergueu uma sobrancelha, desacreditado.

— Eu gosto de você. 

James sorriu. 

— Mas eu não sou um ser humano. Eu sou praticamente um deus grego da antiguidade. 

Coloquei a mão na testa, dramaticamente. 

— Eu não deveria ter te apresentado mitologia grega. 

— Tarde demais. 

Não falei nada, só sorri. Andar por aí com um vaso de flores nos braços me deixava feliz. 

— Volte a falar sobre a parte que você gosta de mim.

Olhei para James, tentando entender o conflito de emoções que ele estava me causando. 

Eu sempre tinha gostado de James. Eu era mais próxima dele do que dos meus pais.

Mas eu nunca tinha pensado nele como outra coisa além de um amigo. 

E agora eu estava pensando nele me beijando.

E me sentindo estranha ao pensar em gostar de James de outro jeito.

Balancei a cabeça. Talvez fosse melhor não pensar em nada. 

— Não gosto. Eu menti.

Ele gargalhou.

— Você mente muito mal.

— Está se referindo a agora ou antes?

— Agora.

— O que te faz dormir à noite...

— Falando nesse assunto, você disse que teve sonhos perturbadores, eu lembrei de um dessa noite.

Parei de andar e o encarei, preocupada. Será que ele tinha tido o mesmo sonho que eu?

— Com o que você sonhou?

— Com plantas atacando-me. Suas plantas.

Gargalhei exageradamente. 

É claro que James não estava sonhando com a gente se beijando.

Eu também não deveria estar sonhando com isso.

— Eu estava brincando no outro dia quando falei sobre deixar o meu arbusto tremulante te atacar.

— Eu sabia que você estava mentindo sobre não ter um arbusto tremulante.

— Culpada – Dei um sorriso amarelo.

— Sobre o que foi o seu sonho?

Empalideci. 

— Sobre nada. 

— Mas não foi algo perturbador?

— Sim, mas não quero falar sobre isso. 

James ficou intrigado. 

— O que pode ser tão ruim que você não possa me contar?

Franzi a testa.

— Muitas coisas.

— Pensei que você me contasse tudo.

— Eu tento, mas você não precisa saber de tudo.

— Mas e se eu quiser saber de tudo?

— Você vai precisar jogar as cartas, ler meu mapa astral ou o meu borrão de chá.

Ele balançou a cabeça.

— Não sou bom em adivinhação.

— Do futuro ou de pessoas? – Brinquei. 

— Os dois – James sorriu – Sou péssimo em ler as pessoas, como já disse antes. 

— Você não se acha observador?

— Acho que sou… mas nunca consigo distinguir se o que estou pensando é a realidade ou se são frutos das vozes da minha cabeça. Um exemplo disso é se alguém está interessado em mim ou não.

Desviei o olhar e fui para um campo seguro: o deboche.

— “O” James Sirius Potter com problemas de insegurança?

— Até deuses possuem defeitos ocasionalmente - Ele brincou - Mas sério, algumas pessoas são muito difíceis de serem lidas.  

Eu não estava gostando de como os olhos dele estavam me cercando. 

— Tem gente que é péssimo leitor também. 

— E tem pessoas que são péssimos livros.

Eu ri, mas parei rapidamente.

— Credo, não fale assim. 

James ergueu uma sobrancelha. Reprimi um sorriso.

— Venenoso. Até parece um sonserino. 

— Você me ofende dizendo algo assim.

— Curiosamente era a intenção. 

Ele fez uma cara feia que eu não levei a sério e ri. 

E enquanto ria percebi duas coisas.

A primeira é que a culpa do que eu estava sentindo era inteiramente de James. 

Se ele não tivesse falado sobre beijos, crushes e flertado com a própria prima, eu não teria tido sonhos com ele e meus sentimentos não estariam confusos. 

Ele podia ter qualquer garota ou garoto de Hogwarts, mas resolveu que seria legal brincar com a amiga e prima dele.

Completamente desumano com a minha saúde mental.

A segunda descoberta era que meus sentimentos não estavam tão confusos assim. Eu sabia o que eu desejava e sabia das problemáticas envolvidas. 

A questão para ser solucionada agora era o que fazer com James Sirius Potter. 

 


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