Too Late escrita por ro_dollores


Capítulo 10
Capitulo 10




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Calebe estacionou o carro, rindo de uma piada de Gerard. 

Susan também estava em companhia dele que haviam combinado uma noite de jogos de carta no apartamento de Sara.

A cada dia ele se via mais apaixonado por ela, se surpreendendo em como era fácil lidar com o relacionamento deles. Ter uma mulher inteligente feito ela em sua vida, era sensacional, apesar dos horários serem diferentes. Ele estava delegando mais responsabilidades ao seu gerente, tinha contratado outros funcionários para o trabalho pesado e regia seu estabelecimento através de um bem planejado monitoramento de câmeras de última geração, conseguindo assim algumas noites para ficarem juntos.

Sara estava se dando bem em seu turno do dia, seus amigos mais próximos estavam sempre lhe fazendo companhia nas trocas de turnos, ou em seu apartamento. Ela amava aqueles momentos e ele sentia o quanto ela ficava feliz quando recebia a visita deles.

Ele abriu a porta com cuidado com a chave que ela havia lhe dado.

“Querida, nós chegamos!”

Eles não ouviram a resposta dela, com certeza estava no banho.

Calebe depositou as caixas de pizza sobre o balcão da cozinha e pediu à sua mãe e padrasto para se acomodarem na sala.

“Sara?” - Ele chegou ao quarto e ouviu o chuveiro, bateu na porta e entrou no banheiro. - “Oi … meu amor, nós já chegamos … está tudo bem?”

“Oi … tudo bem … já estou saindo, você pode começar a ajeitar a mesa, por favor?”

Ele olhou através do vidro embaçado e sentiu vontade de estar com ela. 

“Sim … claro!”

Pouco tempo depois, ela estava interagindo com seus convidados, agradecendo aos céus por ocupar sua mente com algo que não fosse os acontecimentos do final daquele dia.

“Calebe nos disse que está se adaptando bem em seu novo turno!”

“Sim … bem, já tive ótimas oportunidades de supervisão compartilhada e, isso me deixa muito feliz!”

“Tenho que te dizer que você fez um ótimo trabalho com seu apartamento, adorei!”

“Obrigada Susan eu tive muita ajuda de Caleb!”

“Esse menino puxou a mim, tem bom gosto!”

Gerard estava prestando atenção nas jogadas e bateu a rodada em poucos movimentos!

“Hey … de novo!”

“Fazer o que, sou imbatível!”

A noite tinha sido muito agradável, o ponto negativo, foi que Calebe recebeu uma chamada para resolver um problema com uma turma da pesada que estava festejando a vitória de um jogo de basquete. Pelo monitoramento os ânimos estavam exaltados!

“Eu sinto muito, meu amor!”

“Eu não sei se consigo te esperar acordada … estou muito cansada …”

“Tudo bem … tenha bons sonhos!”

Eles se despediram na porta do apartamento sob os olhares curiosos de Gerard e Susan.

Sara deitou a cabeça em seu travesseiro, mas não conseguia parar de pensar em Grissom.

Ela havia o visto falando com a nova CSI que fora contratada para seu lugar, Sofia.

A maneira com que ela parecia íntima dele, a incomodou demais. Greg e Nick, já havia comentado que ela havia sido indicada por Brass. A mãe dela também era policial.

O que na verdade a irritou foi que ele não parecia se importar com a proximidade dela, não havia a preocupação em deixar que as pessoas notassem, aquilo doeu e lhe trouxe a certeza de que ele não a queria mesmo. Foi triste ter a certeza jogada em sua cara daquela maneira.

Ela havia extrapolado seu horário, ao ajudar Ross em um caso fora de Vegas e pela primeira vez, depois de todos aqueles dias sem vê -lo, ou conseguido evitar, ela não teve como desviar o encontro.

Grissom estava visivelmente mais magro e ela soube pelos meninos que as crises de enxaqueca estavam cada vez mais frequentes. Quando ela ficou sabendo do dia em que pediu sua transferência, ela teve um desejo forte de falar com ele, apenas para saber se havia ficado bem!

A imagem dele olhando para ela através das paredes de vidro não lhe saía da cabeça, gostaria de não tê  lo visto, com certeza estaria bem melhor, com ele apenas em seus sonhos!

A imagem dele parecia tão nítida diante de seus olhos, abertos ou fechados. 

Não era bom para sua saúde emocional se importar tanto com alguém que não valia a pena!

Todas aquelas semanas longe dele apenas mascararam seus sentimentos, ela estava bem, tranquila, feliz com as oportunidades, mas bastou vê-lo para seu mundo estremecer.

Calebe estava sendo um homem maravilhoso, estava se mostrando cordial, sempre bem disposto, bem humorado e tão apaixonado.

Esse era o problema, apaixonado!

Ela se sentou na cama e segurou a cabeça, seu coração dolorido, ele estava ainda tão bonito, mesmo com suas camisas ainda mais largas e aqueles olhos que ela amou desde o princípio parecerem tão apagados.

Ela olhou para a família de Calebe, reparando em cada um, ele estava abraçado à irmã, ouvindo sobre um tempo em que acharam que ela estava com uma doença muito grave, mas havia sido apenas um susto.

As crianças estavam à sua volta no tapete, Zoe com a cabeça em seu colo, perdendo a batalha para o sono e Debby começando a falar mole.

Ela acariciou a cabecinha ruiva e beijou a outra na testa.

“O que acham de escovar os dentes, eu coloco vocês na cama.”

As garotas queriam subir ao mesmo tempo em seu colo, Calebe a socorreu, os dois subiram as escadas, lado a lado, cada um com uma garotinha no colo. 

Era uma imagem interessante, Susan tocou no braço de Gerard e apontou em direção a eles.

“Estou achando a Sara um tanto triste, ela está tentando disfarçar, mas não está conseguindo.”

“Ela tem um trabalho muito pesado, meu amor! Deve estar esgotada.”

Seu coração de mãe não se enganava com tanta facilidade. Assim foi com a ex de Calebe, com seu genro e com ele próprio. Em todas as situações, ela havia acertado em cheio. Calebe era tão apaixonado por ela, e sua intuição adoecia seu coração. 

“Acho que o Gerard tem razão, mamãe. A Sara é uma mulher forte, eu não aguentaria metade do que ela vive com toda essa coisa de CSI.”

“Talvez.”

“Tia Sara, você pode fazer rodeios em mim?”

Ela e Calebe começaram a rir.

“Oi?”

“Ela gosta que faça massagens em suas costas, em círculos.”

“Ah sim, querida, vamos lá, vire-se!”

Enquanto ela deslizava a mão em círculos, Calebe terminava de cobrir Zoe, que mal conseguiu escovar os dentes.

Seu namorado ligou o abajur de estrelas e o teto foi tomado com um universo delas. 

Alguns minutos depois, eles estavam fechando a porta com todo cuidado possível.

“Elas te amam!”

Aquilo pesou em seu coração muito mais do que gostaria, era maravilhoso lidar com elas, um amor puro, incondicional, mas era muita responsabilidade.

Os dias estavam passando e os corredores do laboratório estavam sendo invadidos por muitas fofocas de Grissom e Sofia. Conversas ao pé do ouvido, a maneira como a loira não tirava os olhos dele, e tudo muito facilitado por Brass ser o chefe direto dela. 

Aquilo a abalava de uma forma muito direta. 

Deus, ela queria tanto que ele saísse de seu coração, de sua mente, queria tanto amar Calebe da mesma maneira. O tempo que estavam juntos era tão bom, desde que sua cabeça estivesse voltada inteiramente nele e sua família. Ela queria, mas não estava conseguindo.

“Você tem certeza?”

“Tenho, eu gosto de sua amizade, Sofia, eu não sou uma companhia agradável para …”

“Romance?”

Ele não respondeu.

Ela tocou sua mão por cima da mesa e olhou em seus olhos, aproximando o rosto, pouco se importando o que aquilo iria parecer, ela queria confrontá-lo para saber porque ele sempre se negava aos convites para um encontro.

“O que há com você? Quem mora aí dentro que não consegue abrir possibilidades?”

Ela levou um dedo até seu coração e ele abaixou a cabeça.

“Depois daquele jantar …”

“Não foi exatamente um jantar, foi apenas uma refeição no meio do turno, sinto muito se dei outra impressão.”

“Grissom … você é um dos homens mais interessantes que conheci, e confesso que ás vezes, me parece tão receptivo, mas outras tantas tão arredio … eu não entendo …”

“Grissom!”

Eles olharam para a porta e encontrou Catherine os encarando com faíscas nos olhos.

Sofia tinha ligação direta com Ecklie, não seria uma boa ideia eles se envolverem, como se não bastasse a enxurrada de fofocas que estavam circulando por ali.

“Você pode nos dar licença, eu preciso falar com ele.”

A CSI mais jovem passou por Catherine a encarando também, imaginando o que acontecia ali com tanto escudo em torno daquele homem. Ninguém parecia aprovar um possível relacionamento, e ela queria tanto.

“O que foi?”

“O que está havendo aqui, você tem noção do que estão falando por aí?”

Ele ficou olhando para ela com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

“Não!”

“Ora Gil, não é possível que seja cego ou surdo …” - ela fez uma pequena pausa, não tinha sido de bom tom, ele havia passado por uma cirurgia muito secreta para a correção de sua audição. - “Desculpe, não tive a intenção … enfim, o que realmente está acontecendo?”

“Você não acha que eu não tenho que dar satisfações da minha vida … a ninguém?”

Ela ignorou.

“Vocês estão juntos?”

“Não!”

Ecklie ligou para ele o salvando daquela conversa maluca.

Catherine sorriu, era só o que precisava saber para colocar a loira em seu devido lugar. Não gostava dela e ele era seu amigo, mesmo que não parecesse. Ela sabia quem habitava seu coração e esperava que um dia, as coisas entrariam nos eixos.

Todo aquele tempo o observando, a maneira como ele parecia esperar o turno de Sara começar, ele se esgueirando pelas paredes quando o assunto era ela, sem contar sua aparência, ele estava tão magro depois que ela havia se demitido!

“Hey garotos, vocês tem visto a Sara?”

“Não, Cath! Ela foi para Reno, Ross a enviou para ajudar sobre um assassino, tem umas duas semanas.”

“Ela … ainda está com aquele cara?”

“Calebe … sim … tivemos uma noite de pôquer na casa dela, há algumas semanas, mas por que tantas perguntas?”

“Por nada!”

Calebe acordou no meio da noite, ele estava observando Sara dormir longe dele. Ela tinha a estranha mania de usar uma pequena parte da cama. Toda encolhida, mais parecia um bicho acuado do que a mulher esguia e ágil que caçava bandidos com sua mente muito acima da média. Talvez fosse pelo seu passado horrível ou talvez …. 

Ele não queria pensar no quanto ela estava se esforçando para ser feliz ao lado dele, ela era tão incrível.

Muitas vezes havia pego sua mãe com comentários em relação à ela, ele tinha certeza que em algum momento ela o acuaria, Susan não era mulher de guardar impressões.

E ele estava apavorado!

Se não fosse um bom observador, talvez passasse batido os olhos tristes que ela tentava esconder naqueles últimos dias. 

Seu trabalho estava indo muito bem, ela falava dele com tanto entusiasmo e aquele caso estava quase sendo solucionado. Havia decidido ir até Reno para ter algum tempo com ela, sentia tanto sua falta!

Ela havia o recebido com uma alegria impressionante, ele sabia que era verdadeiro, que ele estava fazendo um bom trabalho com aquele relacionamento, mas não tinha tanta certeza quanto a ser recíproco.

Ela se mexeu e virou para o lado dele, esticando o braço e o encontrando imediatamente. 

Logo, ela se virou novamente à sua posição encolhida.

Ele precisava ter uma conversa com ela. Precisar não significava que queria.

“O que você está fazendo aqui?”

“Obrigada por me dar uma carona.”

Catherine pulou imediatamente no banco do passageiro.

“Está sem carro?”

“Não!” - Ele olhou rapidamente para ela. - “Preciso falar com você!”

Ele ligou a ignição e saiu do estacionamento, ganhando as ruas.

“Já pode me dizer …”

“Estou pensando na festa do departamento, nossos prêmios pelos fechamentos dos casos também pertencem a Sara, pelo menos grande parte deles!” - Ele engoliu em seco.

“E o que tenho com isso?”

“Muita coisa!”

“Como assim?”

“Você acha que sou cega, Gil? Tenho certeza que você tem uma foto dela em sua carteira.”

“Enlouqueceu?”

“Me dê sua carteira, onde ela está?”

Ela apertou o botão para abrir o porta luvas, ele parou o carro imediatamente.

“Pare com isso … eu não sei do que está falando e não me interessa. Eu não irei na festa do departamento.”

Ele havia decidido, o risco de ver Sara com Calebe era enorme, ele sabia que ela estaria lá. Ainda iria receber o convite, Ecklie e o xerife já haviam falado com ele.

“Ah vai  sim ….”

Ele não iria discutir com ela, já não bastasse seus nervos em frangalhos, ele não precisava daquilo. Ele estacionou em frente à casa dela, mas não desligou o carro.

“Em casa … sã e salva.”

Ela desceu batendo a porta, aquela batalha não havia sequer chegado próxima do fim.

“O que?”

Ross olhou para ela não entendendo sua indignação, depois ele percebeu que ela estava se esforçando para tratar a notícia com normalidade.

“Temos que agilizar este caso, é o mesmo assassino, ou os mesmos, Sara … nós já fizemos isso tantas vezes!”

“Claro …. quando nos reuniremos?”

“Esta tarde!”

Ela saiu da sala de Ross tremendo absurdamente.

“Eu vou conseguir … eu tenho que conseguir!”

Seu telefone tocou assim que pisou na sala de descanso.

“Oi Calebe!”

“Você pode falar?”

“Sim … estou na sala de descanso, tenho uma reunião daqui uma hora, o que foi?”

“Esta noite tenho uma festa do colégio onde lecionei, você gostaria de me acompanhar?”

Ela estranhou que tinha sido um convite e não uma afirmação. Afinal eram um casal.

“Eu não posso … me perdoe, eu … vou me reunir com a equipe da noite e não sei realmente que horas vamos terminar.”

“Por que?”

“Estamos no mesmo caso!”

O alerta foi ligado, ele não tinha intenção de insistir para levar Sara para o encontro anual, ela ficaria totalmente desconfortável, ele tivera alguns casos, como havia dito a ela, um de cada vez, talvez não se sentisse à vontade. Como seria ela trabalhar novamente com Grissom? Ele precisava monitorar suas reações, ele deveria confiar nela. Na verdade não era bem desconfiança, era o medo da constatação!


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