Pov Amy:
Tinhamos viajado para a Ilha na Irlanda. Nos separamos em duplas. Eu fiquei com Ian. Fomos para uma biblioteca no último andar. Estavamos vasculhando alguns livros e estava tudo bem até que as luzes se apagam. A porta estava trancada. Procuro na minha bolsa. A esquecida tinha esquecido de pegar e trazer a lanterna. Já fui mais profissional do que isso.

—Ian?

—Amy?

—Que bom ouvir a sua voz. Achei que algo tivesse acontecido com você.

—Eu estou bem. E você?

—Estou bem também...So...Um pouco machucada...E não trouxe a lanterna na bolsa.

—Eu estou com lentes de contato de visão noturna. Posso passar pra você se quiser.

—Nao. Eu acho que nem conseguiria colocar. Tá tudo bem. É só você me guiar.

—Ta legal.

Ele pega na minha mão esquerda e a beija suavemente. Como nos velhos tempos. Quando namoravamos. Lembro que da primeira vez que ele fez isso eu disse:"Ian isso é tão antiquado." "Nossa me ofendeu tá." Ele brincou. "Me desculpa se nos britânicos, o cavalheirismo ainda não morreu."

—Voce beijava a mão de todas as suas ex namoradas também?

—Amy...Fiz muitas coisas com minhas ex-namoradas, mas se comparadas às coisas que fiz com você, o que fiz com elas foi insignificante.

—E a April?

Ele apenas suspira.

—O que foi? Ela não é tão adorável como eu?

O que tá acontecendo? Acho que o escuro está me dando mais coragem pra falar sobre isso porque não preciso olhar no fundo dos olhos dele. Ai fica maia fácil e eu não começo a gaguejar ou corar.

—So você é adorável pra mim...

Acho que eu vou explodir de felicidade.

—Então...Nao gosta da April?

—Amy...Eu...Acho melhor não falarmos sobre isso.

Ele gostava dela. Nao sei se o tanto que gostava de mim mas eu pude perceber algo diferente na voz dele ou falar de mim e ao falar dela. Eu tentei comparar mas não cheguei a nenhuma conclusão.

—Ian..Voce me odeia agora?

—Longe disso.

—Então...O que sente por mim?

—O mesmo que sentia antes.

—E o que sentia antes?

—Amy...Eu não sou bom com sentimentos. E essa conversa está ficando bem desconfortável.

Ok...Talvez eu não devesse pressiona-lo tanto. Apenas aperto a mão que ele estava segurando. Achei que ele fosse soltar mas nada acontece.

—Ian?

—Sim?

—Podemos...Continuar conversando...Quer dizer...Eu não consigo ver nada então pra me sentir mais segura vai ser melhor se eu tiver certeza que você está sempre perto de mim.

—Ok...Sobre o que quer conversar?

—Eu tô gostando de um garoto.

—Quem?-Ele pergunta imediatamente.

Detectei raiva na voz dele? Será que tinha ciúmes também?

—Voce não conhece ele.

—E porque está falando isso pra mim?

—É porque sua irmã disse que homem é tudo igual e eu...Sei lá...Achei que você podia me dar uns conselhos.

—Primeiro:Nunca acredite em algo que minha irmã fala. Segundo:Você vai pedir conselhos sobre um garoto para seu ex namorado?

—Ma ideia?

—Péssima ideia.

—Mas...Agora você é meu amigo. E primo. Achei que poderíamos...

—Mas não podemos, Amy...Só...Vamos mudar de assunto.

Me solto da mão dele. Estava chateada. Entendo o lado dele mas...Eu não sei...Talvez eu devesse desistir do Ian. Quer dizer...Tudo nos Kabra grita "Mortiferamente venenoso. Área de provável morte. Se afaste. Vai embora enquanto você tem tempo." Ou pelo menos era assim. Mas agora...Era como se o Ian tivesse um imã que me atraisse fortemente. Só queria estar perto dele. Mas acho que ele não quer ficar perto de mim a julgar pelo jeito frio que está me tratando...

Lágrimas começam a cair. Tento pegar um livro que estava em uma estante alta que, com o pouco que eu já estava me acostumando ao escuro, parecia mais grosso que os outros. Mas meus olhos estavam embacados. Tento subir na estante mas me desequilibro e caio. Quer dizer, ia cair. Se o Ian não tivesse me segurado.

—Adorável.

Sorrio.

—Ate chorando, toda desarrumada e em uma câmera verde?

—Voce sempre será adorável de qualquer jeito pra mim.

Sinto a respiração dele se aproximar da minha. Meu coração batia a mil. Conseguia sentir no ar, o ritmo da respiração dele, o cheiro bom dele e quase conseguia sentir o olhar dele sobre mim. Já dava para eu ver um pouco das formas dele. Eu não me afasto. Tento imaginar ele ali. Ele parecia com receio de me beijar. Por causa da April? Mas era hesitação. Como se quisesse fazer algo mas estivesse esperando...O que? A minha permissão? Sempre educado. Uma das milhões de coisas que gosto nele. Chego mais perto ainda, como se dissesse "Sim, por favor. E o que eu mais quero no mundo."

Ele coloca as maos sobre minha cintura e eu sobre seu rosto.

Eu não sabia qual era a distância entre nossos lábios. Só sabia que era uma distância muito curta.

Mas ouvimos um barulho, o que atrapalhou totalmente o momento.

Mas a porta estava trancada por fora...

E nao parecia que ia abrir tão cedo...

Pov Ian:
Os barulhos continuaram. Quem era? Já tínhamos desmascarado a Heather. A Sophie ficou triste por causa disso mas viemos para a Irlanda para procurar alguma coisa na casa onde em 2008 todos nós nos odiavamos e lutavamos por um objetivo em comum.

Com mais algumas pessoas novas é claro...

A Isabel não podia estar aqui. Nao podia ser ela. Era muito azar pra uma pessoa só:Sofrer um trauma, no mesmo lugar, duas vezes. E não estava falando de mim...

Batia na porta como um louco...

Se ela ousar tocar na Natalie, não me responsabilizo pelos meus atos depois...<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_201105_212044_386.sdoc-->