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{i know all your secrets, i know all your lies}

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— Eu aprendi a me tornar uma animaga. — Rita sussurrou para Narcisa, enquanto a moça lhe servia uma xícara de chá.

Ela estava bem ciente de que aquilo não era o tipo de informação que deveria sair espalhando por aí, especialmente quando não tinha qualquer intenção de comunicar o Ministério da Magia de seu novo status. Sabia muito bem também que segredos eram coisas preciosas, a base sobre a qual ela construíra toda a sua vida. Algo que deveria procurar, escavar, coletar e depois vender – da mesma forma que seu pai coletara e vendera qualquer objeto de valor que encontrara em seu caminho –, porém nunca dividir voluntária e gratuitamente. Especialmente se o segredo em questão fosse dela.

Dar aquilo de forma tão natural, honesta e sem impostos à Black era entregar nas mãos da mulher algo que poderia destruí-la. E, ainda assim, ali estava Skeeter fazendo justamente isso. Aquilo era confiança, ela supunha, e era algo novo na história de uma jovem que nunca pudera confiar em ninguém além de si mesma. Narcisa, no entanto, sempre seria a sua exceção. Era a única a quem ela se permitia contar tudo. Entregar toda a verdade, sem nenhuma edição, sem nenhuma distorção. E era a única de quem sempre guardaria os segredos, os protegendo como se fossem seu bem mais precioso.  

Aquela era uma via de mão dupla. Narcisa sabia o suficiente para destruir a vida inteira de Rita. E Rita sabia o suficiente para destruir a vida inteira de Narcisa. Contrariando todas as possibilidade e tudo de horrível, egoísta e mesquinho que havia em suas personalidades, as duas moças escolheram não se destruir mutuamente. Talvez aquilo fosse o que amar alguém significasse. Conter o que havia de mais feio em você, para não machucar a outra pessoa. Colocar a mais afiada das espadas nas mãos da amada e dormir ao seu lado, acreditando que ela não usaria a arma para lhe despedaçar em um momento de vulnerabilidade.  

E era aquilo que assustava Skeeter. Ela amava Narcisa, ainda assim, as duas eram inteligentes o suficiente para saber que aquilo não podia durar. Estavam fadadas ao término e aquele fim, de algo que nem deveria ter começado, se aproximava. Rita sabia disso, da mesma forma que sabia que não havia nada que pudesse fazer além de aceitar o doloroso desfecho iminente.