Skinny Love escrita por Baby Boomer


Capítulo 5
We Remain


Notas iniciais do capítulo

Gale aparece pela primeira vez depois da Revolução! E agora?
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Vejo vocês nas Notas Finais! ♥



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POV Peeta

Greasy Sae já deve ter aberto a padaria a esta hora, mas Katniss, por outro lado, ainda dorme em meus braços aqui na cama. Tão linda. Tão serena. Não ouso me mover, para não a acordar. É uma imensa honra tê-la viva perto de mim, depois de tudo o que passamos para permanecermos vivos. Duas arenas. Uma Revolução. Uma bala nas costelas. Tortura. Telessequestro. Queimaduras no corpo inteiro… tanta coisa, tanta, tanta coisa… somos dois sortudos.

Ela se remexe em meus braços, suspirando, e abre os olhos lentamente.

— Bom dia, Katniss.

— Bom dia – ela responde, espreguiçando-se. – Por que não me acordou?

— Você estava tão serena… e eu gosto de ver você dormindo. Não tem carranca quando você dorme.

Ela fez uma carranca e olhou para mim, fazendo-me rir. Eu puxo seu rosto pelas bochechas e dou um sereno beijo em seus lábios.

— Não posso começar o dia sem isso – murmuro, beijando-a novamente. – Nem quero ir trabalhar hoje. Queria ficar só com você.

— Mas você vai – ela retruca. – Não pode deixar a Greasy sozinha lá. Anda. Levanta e se arruma. Vou fazer um chá pra você comer com pão.

Foi o que fiz depois de me arrumar. Meu coração ficou apertado quando deixei Katniss sozinha em casa, mas eu sabia que ela passaria um tempo tentando acordar Haymitch e indo caçar. A vida se tornou meio monótona desde a Revolução. Nós, os vitoriosos, estamos sem nada para fazer. Antes, tínhamos que batalhar pelas nossas vidas. Agora, temos paz. E, sinceramente, eu não sei muito bem o que fazer com ela, com a paz.

O dia na padaria foi tranquilo. Sobraram 2 tortas, mas foi só. Eu as mantive no refrigerador para o dia de amanhã. O problema é que, quando chego em casa…:

— Eu não me importo se foi a Coin! Não me importo! – grita Katniss, e imediatamente eu olho para o outro lado da sala. – FODA-SE, GALE! O plano foi seu! A culpa é sua!

Haymitch está entre os dois, impedindo Katniss de atacar Gale.

— Calma aí, queridinha – murmura Haymitch. – Que tal termos uma conversa civilizada, pra variar? Por que não se senta?

— Não vou me sentar! ELE MATOU A PRIM!

— Katniss – chamo, indo até ela e Haymitch. Passo a segurá-la. – Katniss, calma. Por favor, tenha calma.

— Peeta, ele… ele matou a Prim – ela chora para mim. – Ele matou minha irmã.

— O plano foi dele, mas quem executou foi a Coin – digo. – Katniss, olha pra mim.

Ela olha, ofegante e de olhos marejados.

— Fica comigo – murmuro, colando sua testa na minha. – Que tal você ir pra Capital comigo, amanhã? Pro meu tratamento? Podemos rever a Effie e a Paylor.

— E deixar Haymitch sozinho?

— Eu não sou um bebê – diz ele.

— É quase como se fosse – retruca Katniss. É aí que reparo que ela está voltando ao normal. Ela olha para Gale. – Vá embora.

— Katniss, vamos conversar…

— NÃO TEM O QUE CONVERSAR! SAI DAQUI!

Gale permanece imóvel. Katniss suspira.

— Se não vai sair, saio eu. – Ela se livra de mim e de Haymitch e sai pela porta.

— Gale – eu digo –, eu acho que ela não está pronta pra te perdoar.

— Perdoar? Eu não fiz nada!

— Pera aí, vocês dois – Haymitch se coloca entre nós. – Vamos resolver isso na paz. Gale fez o plano, mas não sabia que Coin ia executá-lo. Katniss sabe disso, mas ainda assim prefere ficar com raiva de Gale. Vamos parar para pensar… talvez ela esteja com raiva de todo mundo por causa da morte de Prim, e a raiva só aumenta quando ela lembra que o plano era seu, Gale.

— O que eu faço, então? Espero até a gente ficar velhinho pra ver se tenho alguma chance de ela me perdoar?

— É, isso mesmo – Haymitch concorda. – Se conhece mesmo a Katniss, sabe que tem de dar um tempo a ela. Um tempo maior do que esse.

— Eu fiz tanta coisa por ela… – murmura Gale, e olha para mim. – Mas acho que você fez bem mais do que eu. É por isso que ela te escolheu.

— Não, Gale, ela não em escolheu por isso – digo com firmeza. – Katniss me escolheu por…

— Porque ela não pode viver sem você.

Nós nos olhamos por um momento. Nós dois sabemos que é verdade.

— Gale – diz Haymitch –, acho melhor você ir embora.

— Vou procurar Katniss – teima ele. – Ela deve ter ido caçar.

Não há anda que possamos fazer para impedi-lo.

Haymitch e eu começamos a ficar preocupados quando passa das 18h e Katniss não volta. Eu estava para começar a procurar pela floresta em busca dela quando a porta se abre e se fecha com força.

— Acho que nunca ouvi tantas desculpas na minha vida – diz ela a nós. – Ele não me deixou em paz. Tive que apontar uma flecha pra ele, pra conseguir com que ele fosse embora.

— Bem, eu já jantei – Haymitch se levanta –, e você já voltou. Então, tchau pra vocês.

Ele sai, e ficamos só eu e Katniss.

— Quer mesmo que eu vá pra Capital com você? – pergunta. Eu assinto. – Tudo bem. Preciso de um banho.

— Eu banho você – digo. – Vamos.

Estendo minha mão e, hesitante, Katniss a pega.

Subimos juntos e ela começa a tirar as roupas enquanto eu encho a banheira. Katniss fica apenas com a roupa de baixo e entra no banheiro.

— Morna ou quente? – pergunto.

— Morna.

Ajusto a temperatura da água e me viro para ela. Acaricio sua bochecha com o nó dos dedos, e ela pega na minha mão, suspirando.

— A padaria vai ficar fechada enquanto estaremos na Capital?

Eu assinto.

— Katniss…

— Lá vem sermão – ela revira os olhos.

— Você não devia ficar com…

— Peeta, imagina só… alguém faz a massa do pão, e outra pessoa faz as bolinhas e as assa. Quando disserem que está gostoso, quem seria o responsável pela gostosura deles?

— Quem fez a massa.

— Exato. Mas todo mundo ia dizer que foi quem assou, porque é uma questão mais visual.

— Entendi – assinto. – Entendo…

— Então não me pede mais pra perdoar o Gale. Ele que fez a massa do pão.

— Tudo bem – digo, abraçando seu corpo seminu. – Venha, vamos pro banho.

Ela entra na banheira e eu desligo a torneira que a enche. Em seguida, pego a tigela em cima da bancada, encho de água e despejo sobre a cabeça de Katniss. Lavo seus cabelos com todo o cuidado e os enxáguo. Porém, quando chega a hora de esfregar seu corpo com a esponja, eu e ela nos retesamos. Dessa vez, ela está com um sutiã rendado, provavelmente vindo da Capital. E sua calcinha combina.

— Céus, Katniss, você quer me deixar louco…

Ela olha para mim com certa dúvida, como se não soubesse do que eu estou falando, mas depois me olha com compaixão. Não dizemos nada. Eu apenas continuo a lavá-la. Quando termino, estendo a toalha para enrolá-la nela, mas ela pega a toalha e a joga para o lado. Há fogo em seus olhos, e sua boca vem direto ao encontro da minha.

Esse beijo é molhado, mas mesmo assim, perfeito. Eu a puxo para mim e sinto seu corpo molhar minhas roupas, mas não ligo.

— Você é minha? – pergunto.

— Toda sua.

Nós saímos do banheiro e eu dou privacidade para Katniss trocar a roupa de baixo e se vestir com o pijama. Enquanto isso, eu vou jantar e, depois de um tempo, Katniss se junta a mim.

Amanhã vamos para a Capital.

Rever Effie.

Rever Paylor.

Rever a mãe de Katniss.

Rever uma de nossas piores lembranças.


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Notas finais do capítulo

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