Colônias Galácticas escrita por Aldneo


Capítulo 49
Para a nave, rápido!




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Na ponte de comando, sentado na que ele próprio havia considerado como sendo a “cadeira do capitão”, Rademaker observava, com clara impaciência, enquanto três de seus oficiais analisavam apressuradamente um mapa holográfico da nave, buscando identificar acessos ao hangar para o qual acreditavam que os três fugitivos estavam se deslocando.

— Olhem para isso aqui. - um deles exclama, enquanto movimentava os dedos sobre uma tela que gerenciava o mapa holográfico, fazendo um zoom em determinada área e destacando uma porta que ali se representava.

— Parece um acesso secundário de manutenção… - um outro completa.

— Verifiquem como se dá o acesso a esta porta! - Rademaker esbravejou imperativamente, levantando-se de seu assento ao ouvir a conclusão de seus oficiais.

Nem o kaptein, nem os seus oficiais sabiam que, naquele exato momento, Marcus, Klás e Karine estavam se aproximando daquela mesma porta, após um apressado, embora ainda assim cauteloso, avanço por diferentes partes da nave, numa volta repleta de desvios e contornos, o que, na situação em que se encontravam, lhes significava o caminho mais seguro. Enquanto Marcus abria cautelosamente o acesso de manutenção e verificava se o hangar estava sendo vigiado, do outro lado da porta que ligava aquela área, através de um longo corredor, ao convés principal, um dos três soldados que estavam de sentinela naquela posição recebia uma mensagem, através de seu comunicador auricular, o capitão o chamava desde a ponte. Após confirmar ter recebido e compreendido a mensagem, o soldado a repassa para seus companheiros:

— Descobriram um outro acesso ao hangar, vamos entrar e comprová-lo.

A porta foi aberta e, ao adentrarem o hangar, os soldados se depararam com Marcus, acompanhado dos outros dois fugitivos, acessando um terminal (aparentemente preparando a liberação da suborbital para sua fuga). A surpresa de ambos os lados foi acompanhada pelo empunhar e engatilhar de armas. Pessoas de ambos os trios se jogaram ao chão, buscando se proteger atrás do quer que fosse, enquanto gatilhos eram pressionados e disparos resvalavam em inúmeros pontos.

— Eles só tem uma arma! - um dos soldados gritou, informando aos companheiros.

— Fogo de supressão e franquear! - aquele que os parecia liderar ordenou, diante da informação.

— Para a nave, rápido! - Marcus gritou a seus companheiros, enquanto tentava, com os disparos de sua arma, manter os soldados suprimidos na posição que tomaram, próximos a porta.

— Os tiros não vão danificar a nave? - Karine lhe questionou, enquanto tentava tomar coragem e firmar as pernas trêmulas para uma última corrida.

— Estas naves foram feitas para aguentar o impacto de micrometeoritos enquanto viajam a dezenas de milhares de quilômetros por hora, estes disparos não podem lhe causar dano!

A discussão, acompanhada de uma troca de tiros como plano de fundo, continuava enquanto Klás tomava coragem. Por fim, ele acenou com a cabeça para Marcus e se lançou na direção da suborbital, correndo o máximo que podia. O movimento atraiu a atenção e a mira dos soldados, porém Marcus conseguiu disparar contra eles, de forma a impedir-lhes de mirar precisamente. Disparos atingiram os derredores de Klás, enquanto este avançava quase que cegamente, tentando ziguezaguear, em um esforço para se tornar um alvo mais difícil. Após o avanço frenético, ele conseguiu alcançar a suborbital, a qual, por sorte, lhe escondeu da visão dos soldados. Ele se posicionou junto a entrada, girou a trava da comporta e a abriu, adentrando a nave e segurando a porta aberta, em um claro convide para que os companheiros o seguissem. Vê-lo chegar ileso à nave, e que a porta desta era mantida convidativamente aberta, concedeu uma dose de coragem a Karine que, de olhos fechados e soltando um grito que não se podia distinguir se era de encorajamento ou de desespero, saiu em disparada na mesma direção. Igual ocorrera com Klás, sua movimentação atraiu os soldados, e, novamente, a destreza de Marcus e sua arma, que cada vez mais se aproximava do estado de descarregada, conseguiu impedir uma mira precisa por parte deles. Um dos soldados tentou sair de seu abrigo e franqueá-la, porém, Marcus o percebeu prontamente, disparando algumas vezes em sua direção e, embora não o tenha conseguido atingir, o obrigou a retornar a sua cobertura. Karine correu o máximo que pôde, de cabeça abaixada e movendo os braços de forma dessincronizada. Seus pés vacilaram algumas vezes, e em mais de uma delas, ela pareceu se desequilibrar (e talvez isso a tenha ajudado a desviar de alguns projeteis disparados contra ela), porém, conseguiu chegar ilesa junto de Klás, ainda que ofegante e com o coração acelerado, de forma que não conseguiu fazer nada além de sentar-se no chão e ali ficar, quase que inerte por um bom tempo, tentando recuperar o fôlego e fazer sua pressão arterial se normalizar (sentindo, por diversas vezes, que estava prestes a regurgitar o café da manhã que havia tomado naquele dia).

Por fim, chegara a vez de Marcus correr também para a suborbital. Ele inspirou fundo, tomando fôlego e coragem, empunhou a arma junto do corpo, e se lançou à corrida. Percebendo-o, dois dos soldados se puseram a lhe disparar, enquanto o terceiro retomou o plano de lhes tentar franquear. Marcus empunhou a arma como pôde e tentou devolver o fogo que lhe era disparado. O recuo da arma, enquanto disparava, desestabilizou alguns de seus passos e fez seus braços doerem, pois tentar compensá-lo lhe exigia um bom esforço. Quando se encontrava bem próximo a nave, a munição da arma acabou, percebendo tal fato, os dois soldados se levantaram de suas coberturas e se puseram a lhe disparar ferrenhamente. Marcus soltou a arma, agora inútil, ao chão e enquanto lançava a perna esquerda a frente, para mais uma passada, ele sentiu um projetil lhe atingir a panturrilha direita. O impacto, embora de raspão, o desequilibrou. Ele, porém, conseguiu se lançar a frente, enquanto novos projeteis cortavam o ar acima dele. Caindo próximo o suficiente da porta, Klás o conseguiu agarrar e puxar para dentro da nave antes que outros disparos o atingissem. Klás buscou fechar a comporta, girando sua trava, o mais rápido que pôde e voltou-se para o companheiro que estava sentado no chão, com uma inegável expressão de dor, a pouca distância de onde estava, também sentada, a ainda ofegante Karine. Com Marcus se apoiando no ombro de Klás os dois foram até a cabine da suborbital, chegando ali, tomaram os acentos de piloto e copiloto.

— Eu nos conectei ao sistema da nave, vamos comandar o hangar desde aqui… Temos que comandar a nave para ignorar protocolos de segurança e abrir as comportas… - Marcus explicou, falando pausadamente devido a dor de seu ferimento, enquanto digitava alguns comandos no painel.


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