New romantics. escrita por Jones


Capítulo 6
We're on the way to ruin.




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Albus achava que Scorpius estava mais rabugento que o normal.

— Você está mais rabugento que o normal. - Al murmurou para Scorpius.

— Ok. - Scorpius girou os olhos.

— Por que você está todo monossilábico comigo? - Inquiriu com uma sobrancelha erguida.

— Porque não tenho nada a dizer. - Malfoy deu de ombros.

— Você sabe que eu sou primo da Rose mas não tenho nada a ver com o lance de vocês, não é? - Albus murmurou cautelosamente.

— Não me diga. - Malfoy girou os olhos. - Faz semanas desde a última vez que fomos interrompidos por você, estou bem.

— Então é isso? - Potter se sentou na ponta da cama. - Você ainda está bravo porque há quase um mês eu sem querer interrompi você e Rose tendo mais uma recaída?

— Minha nossa, Albus. - Scorpius cruzou as pernas sobre cama. - Você realmente acha que o mundo gira a sua volta, não é?

— Se você não está falando comigo direito, aparentemente é sobre mim sim. - Albus franziu o cenho magoado. Não era a primeira vez que era acusado de ser egocêntrico.

— Você já parou para pensar que eu não estou falando com você direito porque você nunca está disponível? - Scorpius riu com escárnio. - Você e seu amiguinho americano vivem grudados agora, está me parecendo um milagre que você está sem sua sombra, o que houve? Ele não precisa que você o ensaboe nas costas durante o banho?

— Então é isso? Você está com ciúmes de Elliot? - Ele semicerrou os olhos e sorriu. - Isso é até fofo, Scorpius, mas você sabe que você é meu melhor amigo e Elliot é...

— Seu possível interesse amoroso. - Scorpius colocou o travesseiro em frente ao rosto. - Você sabe que o natal é semana que vem, não sabe?

— Sei. - Albus colocou o próprio travesseiro em cima de seu rosto. - Que droga, tinha me esquecido.

— Tudo bem. - Ele encolheu os ombros. - Eu sei que você anda ocupado.

— Não o suficiente. - Albus se deitou na cama de Scorpius, do lado contrário ao dele, de modo que os pés de Malfoy estavam rentes a sua cabeça e vice-versa. - Você sabe que você sempre pode aparatar lá em casa.

— Draco me mataria. - Ele girou os olhos. - Você deveria usar alguma poção pra esse cheiro insuportável no seu pé.

— Você já é maior de idade, oras. Pode ir onde quiser. - Al tentou argumentar. - Os meus pés cheiram melhor que os seus.

— Sem chance. - Ele respondeu numa voz nasalada, como se tivesse tapando o nariz. - Desde que minha mãe... Enfim, não é fácil deixar Draco infeliz e sozinho.

— Mas se tudo lá te lembra... - Albus não se sentia confortável em falar sobre a morte de Astoria Malfoy, mesmo que já fizesse três anos. - Sem contar que é o seu aniversário.

— Quantas pessoas tem essa sorte, não é? - Scorpius riu triste. - Scorpius Malfoy, filho de um ex-comensal da morte, primeiro de seu nome, nascido na manhã de natal, órfão de mãe na adolescência. Bonito. Rico.

— Namorado da Barbie. - Albus completou acompanhando-o na risada autodepreciativa. - Melhor amigo de Albus Potter, filho do escolhido, primeiro Potter ou Weasley da sonserina. Com zero pretensões de seguir a carreira dos pais. Cruelmente chutado pela ex-namorada Isobel Dawson.

— A minha história é tipo mil e uma vezes pior do que a sua, você sabe, não é? - Scorpius o acertou com o travesseiro. - Talvez eu passe o dia de Natal, após a ceia, no clã dos Potter. Alguma chance de certa Weasley aparecer por lá?

— Há quanto tempo você nos conhece? - Albus riu. - Você sabe que comemoração Weasley não é Weasley se não tiver pelo menos vinte e sete pessoas.

— Alguma chance da minha não-sogra não por falta de tentativas, fazer aquele bolo de chocolate incrível?

— Você quer dizer o único que ela sabe fazer? - Albus sorriu. - Posso arranjar isso.

— Você é um amigo de merda, Albus. - Scorpius falou sério.

— Mas?

— Não tem mas. - Scorpius sorriu.

— Idiota. - Girou os olhos e fez uma careta.

— Você acha que James sente minha falta? - Scorpius riu assistindo os olhos de Albus darem outro giro completo. - Já que agora você só anda com Elliot, estou com um espaço aberto para vaga de melhor amigo.

— Você é ridículo. - Albus disse, chutando-o.

Em outro canto do castelo, outra pessoa também se sentia ridícula. Pedira a alguém para entregar um bilhete para Isobel Dawson em sua sala comunal da Corvinal. Sabia que estava tarde e que Izzie era uma boa seguidora das regras, mas não conseguia deixar passar o seu rompante de coragem.

Não imaginava que ela de fato a encontraria ali num corredor desértico do sétimo andar mal iluminado por castiçais.

— Lily, está tudo bem? - Izzie perguntou assim que a encontrou sentada no chão do corredor. - Vim assim que consegui.

— Está tudo bem sim. - Lily mordeu o lábio sentindo-se culpada pelo tom preocupado de Dawson. - Me desculpe se fiz parecer mais urgente do que era.

— Ah. Pelo horário e pelo fato de não andarmos muito juntas eu pensei que...

— Eu sinto muito. - A voz de Lily era quase um sussurro. - Eu só queria te dar isso.

— O que é isso? - Izzie olhou para o embrulho bonito azul ciano com um belo laço prateado.

— Como já vamos sair para as férias de natal, queria te entregar logo o seu presente de natal. - Lily a olhou com expectativa.

— Lily eu não te comprei...

— Eu sei. - Ela sorriu com suavidade. - É apenas uma lembrança.

Isobel abriu a embalagem com cuidado, pois parecia que Lily tinha colocado muito tempo e atenção no embrulho. Notou que tinha um cartão preso a fita.

— Por favor, leia depois. - Pediu, grata que a pouca luz não mostrasse seu constrangimento, ao mesmo tempo em que se perguntava porque não tinha feito como toda pessoa normal e simplesmente mandado por coruja.

Izzie aquiesceu, sorrindo timidamente. Não conseguiu evitar que seus olhos brilhassem ao finalmente terminar de abrir a embalagem. Se tratava um conjunto de vinis de um de seus artistas trouxas favoritos, Bowie.

— Quando você... - Lily começou e resolveu recomeçar para não mencionar o irmão em um momento que era dela. - Quando você ia lá em casa, eu te ouvi dizer certa vez que você nunca encontrava vinis dele com boa qualidade. Então eu encontrei alguns no verão e restaurei para você.

— Lily, isso é demais. Não posso aceitar. - Isobel soava exasperada. - Isso foi muito delicado de sua parte, mas...

— Por favor. - Lily empurrou delicadamente os vinis de volta para Izzie. - Só aceite.

— Ninguém nunca me deu um presente tão a ver comigo. - Ela murmurou quase para si mesma. - Nem mesmo o seu irmão.

Lily não queria falar sobre Albus. Não saberia o que falar na verdade, então só encolheu os ombros. Talvez quisesse dizer que ele devia ser um idiota por tê-la deixado partir. Entretanto, quem se sentira idiota fora Lily alguns segundos depois:

— Não foi ele que te pediu para fazer isso, foi? - A voz de Izzie era apenas um sussurro. Lily não queria admitir, mas ouvira um traço de esperança em sua voz.

— Não. - Ela não queria soar tão ríspida. Mas droga, tinha preparado aquilo por meses!

Izzie a observou tentando entender o que levara Lily a fazer um gesto tão bacana por alguém que era apenas sua ex-cunhada, com quem ela tinha apenas um contato superficial e cordial. Pensou que talvez Lily tivesse algum tipo de sentimento por ela, mas tratou logo de dissipar esses pensamentos. Ela só está sendo legal com você, Isobel.

Não que ela não fosse atraente com o corpo atlético de apanhadora - por mais que ela não acompanhasse quadribol, não era como se ela morasse sob uma rocha para não conhecer os grandes feitos de Lily. Além disso, ela gostava dos olhos castanhos cor de outono e a pele clara cheia de pequenas sardas. Gostava também de como seu cabelo ruivo caía sobre seus ombros e seios como um véu alaranjado e atraente. Sim. Ela era linda, meiga e atenciosa, mas só estava sendo legal. E de qualquer maneira, seria extremamente complicado se envolver com a irmã de seu ex-namorado.

— Me desculpe. - Izzie disse por fim. - Acho que só não estou acostumada com pessoas fazendo coisas legais por mim.

— Tudo bem. - Lily colocou os cabelos atrás das orelhas.

— Eu quero te retribuir. - Izzie sorriu, encolhendo os ombros. - Posso te levar para tomar um café quando voltarmos de férias?

— Não precisa me retribuir. - Lily abriu um largo sorriso. - Mas adoraria tomar um café com você.

Izzie assentiu e se levantou, ajudando Lily a se levantar também.

— Muito obrigada pelo presente, Lily. - Ela sorriu e a abraçou, murmurando em seu ouvido completou: - Mesmo.

— Não há de quê. - Lily tentou esconder os arrepios e a batida acelerada de seu coração. Por sorte Izzie não perceberia o formigamento que sentia em todos os lugares.

Com um beijo no rosto, ela se despediu e Lily sentiu aquela parte de sua bochecha ficar dormente. Com os dedos na face suspirou e sorriu de novo: de repente aquele seria o início de algo especial ou o caminho para sua ruína.


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