Space escrita por Saturn


Capítulo 6
Venus


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Como sempre, uma nova songfic chegando quentinha toda quarta-feira!
Essa foi a segunda songfic que eu escrevi para a coletânea e ela é disparadamente uma das minhas favoritas.

A música, para quem quiser ouvir enquanto lê (O que eu sugiro que façam), é essa: https://www.youtube.com/watch?v=CSsBJsN9pDc&list=OLAK5uy_mFXw1IULuTu6mgaaKYyF01fibXjDZow-8&index=3
Capa, como sempre, feita pela Baby Blackburn
Leiam as notas finais, temos recadinhos!

Enjoy It!



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The night sky once ruled my imagination

Now I turn the dials with careful calculation

After a while, I thought I’d never find you

I convinced myself that I would never find you

When suddenly I saw you

 

Eu gostava de observar as estrelas desde sempre, um dos programas favoritos com meu pai era estender cobertores no quintal durante as noites quentes de verão ou subir no telhado com uma manta grossa no inverno, apenas para observar as estrelas brilhando no céu de veludo azul-escuro. E quando eu descobri que a Torre de Astronomia tinha uma visão clara e limpa do céu na sua sacada, eu ia pra lá tantas vezes quanto pudesse, para lembrar do meu pai. 

Meu passatempo favorito era tentar encontrar desenhos nas estrelas e reproduzi-los em um caderno amarelado que eu carregava comigo desde a primeira noite observando o céu na grama fofa do quintal da minha casa. As primeiras páginas continham desenhos de dragões, centauros e toda uma sorte de criaturas mágicas, nas páginas mais recentes, havia vários desenhos de uma mulher em diferentes poses, a mulher era estranhamente familiar, e era apenas ela que eu conseguia enxergar quando olhava o céu repleto de brilhantes pontinhos. Era minha musa das estrelas. 

Naquela noite, eu já estava a um considerável tempo sem encontrar nada nas estrelas que eu pudesse desenhar, suportando o ar frio de inverno que me atingia e estava conformado que não encontraria minha musa das estrelas e nem qualquer outra coisa desenhável aquela noite. Suspiro, um pouco aborrecido, estendendo a mão para fechar o caderno, convencido que pela primeira vez em anos, voltaria para o quarto sem uma página a mais rabiscada no caderno, quando eu dou uma última olhada para o céu, com os olhos semicerrados. 

E eu a vejo, a minha musa das estrelas, novamente com uma pose diferente. As estrelas retratavam apenas o seu rosto, virado de lado e com os seus cabelos caindo em ondas. 



At first I thought you were a constellation

I made a map of your stars, then I had a revelation

You’re as beautiful as endless

You’re the universe I’m helpless in

An astronomer at my best

When I throw away the measurements

 

Enquanto desenhava, animado, pensava na primeira vez que a tinha visto. No quarto ano em Hogwarts, eu tinha recém descoberto que a vista da torre de astronomia era muito melhor do que a do meu dormitório, subi para a torre com a capa da invisibilidade tarde da noite e a vi, aparentemente correndo pelo céu. 

Pensei que era uma constelação da qual meu pai comentava muito, A Caçadora, e me pus a desenhar, a pena rabiscando a folha amarelada e grossa com destreza, mas então, noite após noite, eu percebia que eu a via em lugares diferentes, em posições diferentes, como se pedisse para ser desenhada. 

Eu mapeava os pontos e desenhava todas as vezes que ia para a torre, para descobrir que eram infinitos os desenhos que eu via no céu com a mesma mulher, e cada um deles, era mais lindo do que o outro, como se ela realmente vivesse e fosse uma mulher forte e inteligente, cujas conversas não teriam fim e nem perderiam a graça jamais, e foi nessa época que eu a apelidei de Musa das Estrelas. 

Talvez eu fosse apenas louco, mas eu conversava com a moça como se ela pudesse me responder, abria meu coração e falava do meu amor que jamais seria correspondido enquanto mapeava os pontos brilhantes no caderno e os transformava em obras de arte. Meu pai teria inveja da beleza das pinturas, ele dizia que ver meus desenhos o fazia sentir-se como um astrônomo que descobrira um novo planeta, uma nova estrela, uma nova galáxia muito, muito distante. 

 

Like a telescope

I will pull you so close

’Til no space lies in between

 

Queria que aquela garota existisse, quem sabe eu me apaixonasse por ela e ela por mim, me fazendo esquecer a mulher real que não correspondia meus sentimentos, queria puxá-la para perto até não sobrar mais nenhum espaço entre nós. 

Levantando-me do chão e fechando o caderno, me despeço da minha Musa das Estrelas e tomo rumo para a Torre da Grifinória, sem me importar em ser pego nos corredores, haviam certas vantagens em ser monitor-chefe. No meio do caminho, me esbarro com Lily, que patrulha o corredor do sexto andar, agarrando sua varinha com firmeza. No nosso encontrão, deixo meu caderno grosso cair no chão e ele acidentalmente se abre em um dos meus desenhos favoritos, onde a Musa das Estrelas está sentada, de pernas cruzadas enquanto segura um livro no colo, era um dos poucos desenhos que eu me arriscara a pintar, mas só pela metade. A fiz sentada no céu, de blusa branca e calças, com várias estrelas voando ao seu redor, seu rosto, pele e cabelos não possuíam tom algum, eu não poderia supor o tom de pele de alguém que vivia entre os corpos celestes. 

 

And suddenly I see you

Suddenly I see you

 

A ruiva se abaixa, pegando o caderno ainda aberto para me entregar e para os olhos por um momento no desenho, passando os dedos levemente sobre os riscos que preenchiam o papel, os lábios entreabertos soltando um pequeno suspiro. Estende o objeto para mim, me olhando com olhos brilhantes e um pequeno sorriso no canto da boca, me fazendo questionar o porquê do sorriso tomar seu rosto quando apenas um minuto antes, ela estava de cara fechada. Pego o livreto na mão, observando a imagem que ocupa toda a página. 

E então eu vejo.

A Musa das Estrelas parecia familiar porque eu a conhecia, a musa era Lily. Era ela quem eu desenhava sem parar por três anos, sem nem reparar nisso, as estrelas eram apenas pontos no céu o que me fazia ver uma mulher estampada no céu eram meus sentimentos pela ruiva. 

A minha musa estava bem na minha frente, olhando agraciada para o desenho com um sorriso leve no rosto, que fazia seus lindos olhos verdes brilharem, enquanto eu estava um tanto quanto chocado, sem acreditar que a garota por quem eu era profundamente apaixonado era registrada no meu caderno, dia após dia sem eu perceber. 

 

I was a billion little pieces

’Til you pulled me into focus

Astronomy in reverse

It was me who was discovered

 

Fico mais chocado ainda quando os braços da ruiva se enrolam ao redor de mim, me abraçando forte e reunindo os milhares de pedacinhos de ideias e sentimentos que eu havia me tornado, todos eles voltados para a mesma coisa. 

As duas mulheres que eu havia aprendido a amar, eram a mesma pessoa. Quando me dou conta disso, minha vida toda retoma um foco completamente diferente, eu havia encontrado as estrelas na terra e elas estavam me abraçando com bracinhos magros e surpreendentemente fortes. 

Talvez a minha Musa das Estrelas tivesse me descoberto, sabendo que eu eventualmente descobriria a verdade. Abraço Lily de volta, impressionado com a sensação que isso me causa, como se os astros que eu passara anos desenhando, do nada flutuassem no meu peito, enchendo-me de alegria e calor. 

 

(I thought I’d never find you

When suddenly I saw you)

 

Eu, que estava convencido de que jamais encontraria o amor, tinha esbarrado com ele no meio de um corredor mal iluminado banhado pela luz do luar. Quando achei que eu jamais te encontraria, eu abri meus olhos e te vi, verdadeiramente, pela primeira vez. 

 

Like a telescope

I will pull you so close

’Til no space lies in between

 

Acabando com todo o pouco espaço que restava entre nossos corpos, eu seguro a cintura da ruiva e a puxo para mais perto, abraçando-a forte e escondendo meu rosto no seu cabelo com cheiro de primavera. Então era assim que estrelas cheiravam. 

Desconcertando-me ainda mais, Lily fica na ponta dos pés e levanta seu rosto do meu peito e aproxima seus lábios dos meus, mal roçando os dois, como uma leve pluma fazendo cócegas na minha boca. Mas eu jamais deixaria afastar-se de mim novamente, com uma das mãos em suas costas, a trago para mais perto, fazendo nossos lábios gelados se unirem em um beijo desesperado e cheio de sentimentos, sedento, como esperassem por isso a vida toda. 

Quando o ar se faz necessário, lhe estendo o caderno, ainda segurando-a pela cintura, como se tivesse medo que aquilo fora nada além da minha imaginação, e que tudo se apagaria assim que eu a soltasse. 

A garota, que fora minha inspiração por tanto tempo sem nem eu mesmo saber, aceita o caderno com capa de couro e me arrasta até o Salão Comunal da Grifinória pela mão e eu a sigo, embasbacado. Chegando ao cômodo vermelho aquecido, eu percebo quão gelado meu corpo está e me sento em uma poltrona perto da lareira, com a ruiva empoleirada no apoio do braço folheando as páginas desenhadas do livro, com um sorriso enorme no rosto. 

Assim que termina, estende os braços e me devolve o livro, mas eu insisto para que ela fique com ele. Agora que eu tinha uma musa mais próxima do que no céu e feita de estrelas, eu pretendia encher mais vários cadernos com ilustrações dela. 

 

Then, suddenly, I see you

 

E assim, graças a um antigo hábito e um hobby, eu tinha visto que o amor estava bem na minha frente, muito mais próximo do que os corpos celestes que eu passara tantos anos desenhando em um papel amarelado. 




 


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?

Eu sou completamente apaixonada por essa songfic, espero que você gostem tanto quanto eu!

Agora, aos recados paroquiais:

Primeiramente, gostaria de agradecer a Baby Blackburn e a Day por serem presenças constantes nos comentários, me apoiando sempre e me motivando a escrever.

Em segundo lugar, gostaria de divulgar aqui minha outra fanfic, uma long-fic Jily com várias e várias tretas e ao mesmo tempo, bem fofinha.
O link dela é esse aqui: https://fanfiction.com.br/historia/545755/How_it_all_began/

Sai capítulo (de certeza) toda terça-feira e volta e meia saem alguns esporádicos na semana, deem uma passadinha lá!

Em terceiro e último, mas não menos importante, todo mundo já deve ter percebido que a Baby Blackburn é a maior presença nessa fanfic, tanto com as imagens iniciais de cada capítulo como nos comentários, e ela é uma das maiores razões pela qual eu escrevo. E, ela tem uma fanfic MARAVILHOSA da terceira geração de Harry Potter, indico demais vocês lerem ela também! O link está aqui: https://fanfiction.com.br/historia/728203/If_I_die_Young_REESCREVENDO/
Comentem lá também e digam que fui eu que indiquei, rs.

Recadinhos à parte, comentem, favoritem, recomendem e acompanhem para não perder nenhum capítulo!

Cuidem-se, pessoal e até quarta que vem!



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