Space escrita por Saturn


Capítulo 3
Moon


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal!
Quarta-feira, o dia sagrado do capítulo novo! (Apesar de quase ter esquecido dele)
Essa é uma das músicas inteiramente instrumentais do álbum, o que me permite ter uma abordagem um pouquinho mais ampla da música.
Como o nome dessa é Moon, achei muito justo fazer ela um pouco mais focada no Lupin, nosso professor de DCAT favorito!
O vídeo da música é este, para quem quiser ler ouvindo a fonte da inspiração: https://www.youtube.com/watch?v=W6IuAsyxFSs

Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792726/chapter/3

A lua estava quase cheia, e um grupo de amigos estava jogado no centro do campo de quadribol, na grama, deitados por cima de alguns cobertores velhos que haviam tirado das camas dos dormitórios do segundo ano. Eles tinham descido em duplas e trios debaixo da capa da invisibilidade e estavam parcialmente escondidos pelas arquibancadas e balizas do gol do campo, que refletiam como se fossem feitos de ouro enquanto a lua subia no céu. 

A ideia tinha sido de Sirius, e Lily, incrivelmente, a apoiou. Então, como forma de despedida daquela escola que fora uma casa para todos eles durantes os últimos sete anos, eles escaparam durante a madrugada, roubaram comida das cozinhas e estenderam cobertores no chão de grama fofa e gelada do campo, deitando-se para admirar a lua enquanto comiam tortinhas de geléia de frutas e bebiam cerveja amanteigada em garrafinhas. 

Alice e Frank, enrolados juntos em uma coberta, dividiam uma fatia de torta enquanto um anel faiscava na mão da garota, desafiando todos a não encará-lo. Peter, Mary e Dorcas trocavam figurinhas de sapos de chocolate, enquanto a loira afagava os cabelos de Remus, que estava deitado no seu colo conversando com Sirius sobre a última partida de quadribol da Copa Mundial, onde a Irlanda tinha tido uma vitória apertada sobre a seleção da França, em uma partida que durou cerca de sete horas. Lene, Lily e James confidenciavam fofocas sobre os alunos e professores de Hogwarts enquanto enrolavam-se em uma manta felpuda xadrez verde. 

Uma exclamação de surpresa sai dos lábios de Dorcas, e quando ela aponta para o céu, estrelas cadentes riscam a penumbra, em um verdadeiro show privado para os amigos que suportavam o frio apenas para despedir-se do castelo de forma íntima. 

Assim que as primeiras estrelas fizeram do céu uma tela de pintura e passaram rabiscando de luz o fundo preto, os casais aconchegam-se e James, surpreendendo todos, ajoelha-se perante a namorada. Assim, pede a ruiva em casamento, com o castelo imponente às suas costas e o céu sendo tortuosamente polvilhado por faixas de luz. 

Lily não chega nem a responder, apenas joga-se no pescoço do agora noivo e o beija fervorosamente, fazendo um indelicado Sirius gritar:

Arrumem um quarto! 

A garota, sem desencostar os lábios da boca de James, mostra o dedo para Sirius, fazendo todos gargalharem da expressão do mesmo e uivarem em aprovação, tanto pelo noivado como pela resposta malcriada para o garoto inconveniente. Um grande amontoado de pessoas se forma ao redor do casal para parabenizá-los e, quando toda a aglomeração se desfaz, o silêncio toma conta e os olhares de todos se voltam novamente para o céu de veludo escuro. 

A formatura seria apenas dali a uma semana e meia, mas havia sete dias de lua cheia pela frente para serem encaradas, então todos se decidiram por uma despedida em grande estilo quando todos estavam presentes. 

Durante toda a noite, o grupo de amigos ficou deitada no chão, comendo e rindo de piadas internas, até que, ao raiar do dia, enquanto James cochilava recostado em uma das arquibancadas quando Sirius e Remus, sempre prestativos, o acordaram com jatos de água gelada que saíam das pontas das suas varinhas. As garotas, sentadas calmamente nos bancos de madeira enquanto os rapazes, que corriam atrás dos outros como se tivessem doze anos, jogavam água uns nos outros, como se fosse uma guerra de bolas de neve adaptada para uma época onde a neve estava longe de surgir. 

A última noite de lua cheia em Hogwarts foi mais arriscada do que o normal, decididos a aproveitar todos os espaços que Hogwarts permitia, os animagos saíam na companhia de um enorme lobisomem para a Floresta Proibida, correndo perigo várias vezes e escapando por pouco de um grande ninho de aranhas gigantes que pareciam prontas para devorá-los. Mas de manhã, com o sol nascendo, enquanto estavam reunidos no Salão Comunal da Grifinória, enquanto Lily dava um jeito de cuidar de todos os ferimentos conseguidos na noite anterior, tudo era uma grande piada, até Remus, normalmente certinho, ansiava pela próxima noite onde sairia explorar com seus amigos. 

Lily ouvia as histórias apreensiva, com os lábios cerrados enquanto pingava uma poção malcheirosa e amarelada em um corte feio nas costas de Sirius, pensando no que aconteceria caso não conseguissem controlar Remus no auge de sua transformação, violento e sedento por sangue. Mas, afora isso, ela admirava em segredo a devoção dos amigos uns para com os outros, todo o trabalho para transformarem-se em animagos sem a supervisão e ajuda do Ministério, simplesmente para ajudar um amigo. A forma como se apoiavam em todas as decisões, embora algumas decididamente bem ruins, era a mais pura e simples forma de amor fraternal. Ela sentiria falta de Hogwarts, das histórias e pegadinhas dos Marotos, de esperar acordada para ajudá-los quando voltassem feridos e sorridentes das noites de lua cheia. 

A amizade de todos eles era a coisa mais pura e verdadeira que se poderia encontrar, mesmo viajando pelos quatro cantos do mundo e atravessando os sete mares, não haveria nada que superasse o amor que aqueles amigos sentiam um pelos outros. 

 

*

 

Muitos anos depois, em uma cadeira na varanda de casa, admirando a lua quase, tomando um chá quente que sua esposa havia lhe trazido, Remus Lupin havia de se recordar aquela noite remota onde haviam se reunido para olhar para o céu. 

Com Tonks sentada no braço da cadeira e o braço do homem a abraçando pela cintura, ele se pôs a pensar. 

A guerra havia tirado tudo dele, Mary fora primeiro, Lene logo em seguida, assassinada por Comensais da Morte juntamente com toda a sua família, Dorcas, morta por Voldemort em pessoa. Alice e Frank foram torturados até a loucura, deixando seu único filho com a mãe de Frank, Augusta Longbottom. E então houve a queda do Lorde das Trevas, que consigo levara James e Lily e deixara em todo o mundo bruxo, a certeza de que tinha sido Sirius que os traíra e assassinara doze trouxas e Peter em um beco, mas isso fora desmentido alguns anos antes, quando Padfoot fez história e se tornou a primeira pessoa da história a escapar de Azkaban enquanto rodeada de centenas de dementadores, e revelou toda a verdade. O traidor era Peter e ele ainda estava vivo, disfarçado como um pequeno rato doméstico de estimação durante anos, e então ele escapara por entre os dedos e levara junto a chance de inocentar Sirius. Dois anos depois, Sirius fora morto por sua prima, e pelas notícias que corriam, Peter também estava morto, fazendo o homem com cicatrizes no rosto ser o único vivo entre todo o grupo que uma vez parara para admirar a lua no campo de quadribol de Hogwarts. 

A lua sempre regera os passos de Remus, e seria assim até o fim de sua vida. 






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
A imagem inicial, como sempre, foi feita pela Baby Blackburn.
Lavem bem as mãos, usem máscara e evitem aglomerações. Se cuidem, pessoal!


Aguardo comentários, favoritos e recomendações!
Acompanhem a fanfic, para os novos capítulos.


Até logo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Space" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.