Diversus - Sede de Vingança escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 3
Capítulo 3 - Surpresa...


Notas iniciais do capítulo

Se alguém aqui tinha curiosidade em saber o que houve com aquela garota que o Evan salvou no início da outra história e o nome dela, aqui está a resposta. Boa leitura!



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Na manhã seguinte, a morte de Guilherme foi confirmada pelos médicos, deixando a família e a polícia arrasados.

— Uma pena o que aconteceu, ele tinha uma vida e tanto pela frente. - lamentou um.

— E nós também podíamos tirar algumas informações dele. - disse outro.

— Não temos escolha, precisamos agir vinte e quatro horas por dia, trocando de turno. Tropa por tropa. - disse o delegado.

— Doutor Augusto, se o senhor me permitir interromper, acabamos de receber uma denúncia de roubo. - afirmou um deles, entrando na sala do delegado.

— Roubo? Aonde? - o delegado Augusto se levantou.

— No centro da cidade, precisamos investigar isso. 

Então, todos os quatro foram na viatura até o local onde o roubo foi anunciado. Ao chegarem, perceberam que se tratava de um sobrado, com dois andares e janelas, um portão de ferro. Ao descerem, tocaram a campainha.

— Quem é? - perguntou uma voz conhecida por eles.

— É a polícia doutor Alfredo. - respondeu Augusto.

Então, a porta se abriu e ele os chamou pra entrar.

— Qual o problema senhor? - perguntou o motorista.

— Lembra daquela amostra de sangue que vocês me mandaram para estudar? 

— Sim, para ver se você encontrava algum composto químico ou o que quer que fosse que deu poderes àquele garoto. Por quê? Foi isso que foi roubado? - o delegado torceu o nariz.

— Sim, exatamente. Quando vocês me enviaram aquela amostra do sangue, eu consegui dividi-lo e aplicar em vários frascos diferentes para estudar. E bem, eu não encontrei nada, realmente era só um sangue comum B positivo.

— E então?

— Eles estavam bem aqui, todos os frascos. Eu estava dormindo quando ouvi um barulho de um frasco quebrando. E olha só, esse frasco tinha uma amostra do sangue, ele quebrou e eu não consegui recuperá-lo. - finalizou ele.

— E quando foi que ele foi roubado? - perguntou novamente Augusto.

— Há dois dias atrás, eu vi quando o ladrão quebrou o vidro e tentou fugir. Eu consegui segurá-lo pela perna, mas ele tinha uma arma e me atingiu na perna. - ele mostrou a perna enfaixada - Então eu fiquei caído aqui no chão. E como meu celular e meu telefone estavam no meu quarto, não consegui levantar pra telefonar para vocês, só me arrastar pra fazer o curativo.

— E você viu o rosto do ladrão? - perguntou o sargento.

— Não, mas pelo que pude perceber, era um garoto. Ele devia ter uns dezoito anos, era muito magro, de olhos castanhos, cabelos bem rebeldes, tinha uma máscara preta que cobria o nariz e a boca... - ele ia dizendo, mas Augusto o interrompeu.

— Espera aí, ele tinha olho castanho e cabelos rebeldes? 

— Sim, exatamente. Foi só o que deu para ver antes de desmaiar.

Naquele instante, o delegado Augusto parou para pensar. Diversus não tinha olhos castanhos, pelo contrário, quando ele não entrava em ação, eram azuis. Bem azuis. E os cabelos dele eram pretos, que só desarrumavam no campo de batalha. Ou seja, não eram compatíveis as descrições dos dois, realmente não fora ele quem roubou os frascos de sangue. 

— Ok Seu Alfredo, muito obrigado. Vamos fazer o que puder para achar o ladrão. - garantiu ele.

— Obrigado doutor.

Então, eles saíram do sobrado e foram de volta para a delegacia. Durante a volta, realmente daquela o Diversus escapou. Até porque né, por qual motivo ele ia roubar o próprio sangue? Mas e dos assassinatos ocorridos nos últimos dias? Era ainda suspeito, não haviam provas de que não havia sido ele.

— Isso prejudicará nossa equipe, teremos que nos dividir em dois agora, uma para pegar o ladrão desse sangue e o outro para prender o garoto. - afirmou ele.

— Mas a gente nem tem certeza se foi ele quem matou esses dois garotos.

— Eu tenho! Já disse que tenho! Se não quer prender ele, pode deixar que eu prendo! - enfureceu-se ele.

— E ter o mesmo destino do Robert? Vamos com calma doutor!

Augusto suspirou, era verdade. De tanto Robert forçar para cima de Diversus mesmo sabendo que ele não tinha nenhuma chance de vencer, ele persistia. Tudo bem que no momento de sua morte, na batalha final, ele chegou perto, mas estava apelando demais. Então, era melhor não arriscar e ir com calma. 

Enquanto isso, após chegar em casa e se despedir de Rebekah, Evan abre a porta e encontra sua mãe com um casal.

— Oi filho, que bom que chegou, vem que eles não mordem. - brincou Mikaela, o levando para perto deles.

— Olá Evan. - disse o homem, em inglês - Eu sou Brandon e essa é minha esposa Natalie. Viemos aqui te agradecer e pedir um favor também. 

Apesar de estar falando inglês estando no Brasil, Evan entendia o que ele dizia, claro. E ainda estava aprendendo um pouco do português. 

— Prazer. - ele disse, somente.

— E no que vocês querem que meu filho ajude? - perguntou Mikaela.

— Bom, ele salvou nossa filha uma vez, precisamos que ajude mais. - Natalie respondeu e logo saiu um pouco para o lado, revelando então, a filha deles, que olhava para baixo, mas logo depois, ergueu os olhos o encarando.

— Lembra dele filha? É o Evan, hoje conhecido aqui na cidade com Diversus que todo mundo fala. - disse agora Brandon. 

Evan acabou ficando sem fala quando Natalie mostrou a garota. Era ela, a mesma menina que ele havia salvo de ser estuprada pelo seu pai há um ano atrás. Imediatamente, flashbacks voltaram a aparecer na mente dele, mas dessa vez, ele não gritou ou se ajoelhou no chão com medo de rever as imagens novamente, sua evolução mental permitiu que ele apenas ficasse parado, sem mexer seus olhos.

— O que foi filho? - perguntou Mikaela, preocupada, com medo de ele voltar a ter surtos psicóticos.

— Ele deve estar só lembrando do ocorrido, desculpa. - disse Natalie, levando a garota para outro cômodo. Ela se aproximou dele e, por ser mais baixa, ergueu a cabeça até os olhos dele - A gente veio aqui porque, como você pôde ver, ela tá muito calada, quieta, insegura. Ela nunca foi assim sabe? Desde aquele dia, ou melhor, aquela noite, ela tem pesadelos com frequência sabe? Tipo, toda noite, então tentamos alguns psicólogos que pudessem ajudá-los, mas infelizmente nada deu resultado, tentamos de tudo, mas não adiantava, ela sempre tentava o suicídio para tentar parar os pesadelos. Ela já tentou pular do alto de um prédio, tentou se jogar na frente de um carro numa rodovia, era horrível. Nós tínhamos que dar calmantes fortíssimos para ela dormir sem acordar dos pesadelos, e quando ficamos sabendo no que você se tornou hoje, algo que me deixa orgulhosa, pensamos: por quê não tratá-la lá? - explicou Natalie, segurando as lágrimas.

— Ah sim. Bom, posso indicar o mesmo médico que cuidou do meu filho, apesar dele não impedir o Evan de fugir pra combater o crime, não era culpa dele. - disse Mikaela.

— Tem certeza que ele é de confiança? - perguntou Brandon.

— Tenho sim, era só esse detalhe que o fazia "perder" meu filho de vista, mas ele com pessoas normais, ele consegue sim. 

— Ok então, se vocês precisarem de alguma coisa, conte com a gente também. Vamos ficar numa casa alugada aqui pertinho, podem ir lá se quiserem. - sorriu Natalie.

Em seguida, todos foram pra cozinha, Evan, Brandon, Natalie e sua filha ficaram na mesa enquanto Mikaela fazia o almoço. Ele já havia saído de transe, se recuperado do choque, porém, não sabia o que dizer para eles, então só ficou calado, esperando o que ia acontecer. 

— Então Evan, você anda fazendo o quê ultimamente no tempo livre? - perguntou Brandon.

— Estudo. - respondeu ele.

— Ah, já tá na faculdade né? Faz de quê? - dessa vez Natalie perguntou.

— Letra. 

— E tá indo super bem né - Mikaela o olhou do fogão. 

— Sim.

— Danielle, quer perguntar algo filha? - Brandon o olhou.

Danielle fez que não, mas o olhou séria como sempre e Evan desviou o olhar, sabia muito bem o que a garota estava passando e o que pensava naquele momento. Só esperava poder ajudar. 

Depois de um tempo, acabaram o almoço e os três foram pra casa enquanto Evan ia para o seu quarto pensar no que estava acontecendo, estaria o seu passado voltando para atormentá-lo? Justo agora que sua vida havia entrado nos trilhos outra vez? Ou era só coincidência mesmo? 

E ele ainda não sabia que Guilherme havia morrido, mas era melhor mesmo que não soubesse, pois ia ficar muito mal e se sentir culpado, pois não o salvou a tempo, mas com certeza ia ficar muito triste por mais uma perda. 


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