Café, donuts e borboletas no estômago - Spideypool escrita por Daroon


Capítulo 3
Mercado




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E o restante do mês, para Wade, passou-se da maneira mais lenta possível. Sem dinheiro para poder comprar o café matinal, não que ele precisasse comprar pois poderia fazer em casa, mas ainda assim não tinha mais dinheiro nem para comprar um mísero café instantâneo, era um caos. Seu mal humor apenas piorou. E pela primeira vez, notou o quão mal administrava seu próprio dinheiro; comprando comidas prontas, enlatada, congelada e, agora, querendo comprar o café da manhã, céus, estava perdido.

O bom disso tudo — como se tivesse —, Wade não viu mais o atendente, o que era bom em sua opinião, porque ainda não conseguia acreditar que teve uma atração por ele — não que tivesse problema por ser um homem, mas… Wade não sabia explicar, mal falou com o outro e sentia seu estômago revirar, como se tivesse várias borboletas voando dentro de si.

Quando seu chefe lhe entregou naquela manhã o seu salário, todo o estresse acumulado, sumiu, como num passe de mágica. Seu estômago até resmungou e sua boca salivou, no fim, não passou fome no almoço, já que, novamente, esqueceu de preparar um sanduíche. Wade apenas não esquece a cabeça porque ela grudada.

Estalou as suas costas assim que sua aula terminou. Amava quando as aulas acabavam mais cedo, conseguia descansar um pouco mais, apesar que teria que estudar para uma prova. Suspirou de cansaço, pondo sua mão sobre seu ombro direito que protestava de dor, devido outra noite mal dormida. Talvez devesse parar de dormir no sofá ou em cima de seus livros sobre a mesinha de centro da sua sala.

Com certos resmungos voltou para casa. Amanhã seria sábado, em outras palavras, dia de compras — talvez devesse fazer uma lista —, era o que pensava. Voltar para casa sempre parecia ser uma tortura em sua opinião, tinha que caminhar, o que lhe fazia pensar que acabava perdendo vários minutos de sua vida, ou até horas se for contar o caminho que faz para ir ao trabalho e depois para a universidade para no fim, voltar para casa, normalmente sua mente se volta para: e se tivesse um carro ou até mesmo uma moto? Seria mais fácil se locomover, economizaria tempo. Mas então sua consciência e seu bolso lhe fazem lembrar que, não tinha dinheiro para manter um automóvel e, pior, não tinha nem sequer, no mínimo, a habilitação. Wade estava perdido.

Passando por uma loja de bicicletas lhe fez perceber que aquilo poderia ser a sua solução, claro, se conseguisse guardar dinheiro… Talvez devesse comprar um porquinho, assim não corria o risco de mexer no dinheiro guardado. É… Está aí a solução; um porquinho. Com um largo sorriso como se tivesse resolvido todos os seus problemas, voltou para casa o mais rápido possível, praticamente correu. 

Okay… Era muito provável que correr até em casa, não tinha sido uma boa ideia, na verdade foi uma péssima ideia, precisava fazer uma anotação mental de jamais fazer algo do gênero. Agradecia por ter investido dinheiro em um filtro de água, ficou endividado por meses, mas valeu a pena. A água gelada descendo por sua garganta era extremamente revigorante, sentia-se no paraíso.

Após os três copos de água, torceu o nariz ao notar o quão fedido e grudento estava. Ugh! Definitivamente, péssima ideia. Resolvido, tomou um banho rápido, pegou a sua roupa suja e a levou até a máquina de roupa de segunda mão que tinha na área de serviço, ao lado da cozinha. Configurou ela e a deixou fazer o seu trabalho, notando logo em seguida que sua casa estava… suja por assim dizer. Não limpava o quê? Duas, três semanas? Não sabia dizer, estava tão focado em outras coisas que o mero pensamento de limpar uma casa parecia tão efêmero.

"Ok, eu limpo essa merda amanhã", disse, estalando os dedos logo em seguida. Pegou seu material de estudo e tratou de ajeitar o canto na sala, passando a estudar até o momento que a máquina parou de trabalhar. Estendeu a roupa em seu varal de chão, outro bom investimento em sua opinião, e retornou para a sala, mas dessa vez resolveu fazer a lista de compra para poder ir dormir, até porque amanhã seria um longo dia. 

—x-

Quando Wade pensa que esqueceu os olhos castanhos de Peter, o seu sorriso gracioso e sua voz que fazia o seu peito se aquecer, estava redondamente enganado. Acordar no meio da madrugada devido ao susto por ter sonhado com o atendente da cafeteria, não estava em seus planos. E, não, não foi um sonho erótico, céus, foi um sonho agradável, extremamente bobo; como se fosse um dia normal, ambos convivendo juntos. 

Então passar o restante da madrugada acordado, fazendo qualquer coisa que não fosse dormir, deveria ter lhe deixado com uma aparência horrível, já que as pessoas do supermercado o olhavam com uma careta. Wade não os culpava, ele estava deplorável mesmo. 

Nunca imaginou que estaria um dia comprando verduras, frutas para si, talvez mais tarde quando estivesse estabilizado, mas parece que esse dia veio antes; tudo por causa de uma cafeteria, era o que gostava de pensar.

Entre murmúrios sobre o quão estranho aquilo estava sendo, depositou o saquinho da abobrinha em seu carrinho, empurrando-o logo em seguida. Mas o que o Wade não contava, era esbarrar em outro carrinho.

"Puta que pariu", sussurrou num modo inaudível para outros. E quando estava prestes a pedir desculpas, travou. Amaldiçoando qualquer coisa existente da face da Terra, porque ali, diante de si, estava Peter, o qual lhe fez ter um sonho extremamente comum — algo que nunca chegou de sonhar.

“Desculpe-me” Quem pediu fôra Peter, pois como sempre em sua presença, Wade paralisou. 

Limpando a garganta, disse: “Tudo bem, eu também devo desculpas” E crispou os lábios. Seria mentira se dissesse que não estava preocupado se o outro recordava de si. Em vez de Wade simplesmente sair do caminho do acastanhado, solidou-se no chão, como uma raiz, ficando sob o olhar atento e o rosto franzido do menor.

“Com licença?”, indagou, inclinando a cabeça, confuso. Foi o suficiente para o maior acordar para a vida.

“Ah, sim, claro. Desculpa, Peter.”, disse, afastando-se para dar espaço ao outro.

Peter até teria continuado o seu trajeto se não fosse por aquele estranho saber o seu nome. Paralisado no lugar tentando saber de onde o sujeito lhe conhecia, acabou questionando: “Hum, como sabe o meu nome?”

Aquilo foi como um balde de água fria para o mais velho. Desviou o olhar, sentindo seu rosto inteiro queimar devido a vergonha que estava sentido. ‘Céus’, pensava.

“Da cafeteria”, murmurou.

“Ah!” Peter piscou algumas vezes tentando se lembrar, sorrindo logo em seguida quando aquela ação lhe fez recordar. “Claro, o cliente envergonhado.”

“O quê?!”, questionou, arregalando os olhos. Quando finalmente ele se lembra de Wade, é por algo vergonhoso. Uma sútil risada escapou dos lábios do mais jovem.

“Perdão, mas foi essa impressão que você deixou.” E riu, balançando a cabeça. “Enfim, preciso ir, até” Acenou, seguindo em frente.

Após um longo tempo plantando, Wade murmurou: “Porra!” Definitivamente não esperava por essa. Peter certamente iria lhe assombrar ainda mais.


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