A sala do diretor do colégio era clara e até reconfortante dependendo da situação que encontra-se ali, mas no momento aquele ambiente era de tensão e medo. Os pais de Naruto foram convidados para uma reunião, assim como o pai de Hinata. Todos se encaravam perdidamente, pois ainda não entendiam do que se tratava. O diretor de cabelos castanhos e pele bronzeada fechou os olhos e deu uma suspirada: isso significava que estava pronto para começar a reunião. Iruka Umino retirou de sua pasta a tal foto que fora espalhada pelos corredores da escola. Os Uzumaki arregalaram os olhos, como se tivessem visto uma cena de assassinato. Descobrir que a suposta filha que tinham não era tão princesinha assim havia sido um choque para eles.

— O que tem a dizer sobre isso? Um relacionamento homossexual aqui no colégio? Isso é inadmissível. — o diretor começou, segurando firme a fotografia. — Senhor Hyuga, o senhor não esboçou reação, o que tem a dizer sobre isso?

— Façam o que quiser, eu sinceramente não me interesso. — Hiashi Hyuga era um homem de longos cabelos castanhos e olhos perolados que a filha puxou. Ele tinha visíveis rugas de preocupação e velhice estampadas em seu rosto.

— Como pode não se interessar? É sua filha! — Minato, pai de Naruto, rebateu, extremamente irritado com a resposta do pai da garota que havia beijado seu filho.

— Sinceramente, ela faz o que quiser, isso não é da minha conta. — rebateu.

— Deve ser por isso que sua filha sai por ai beijando garotas. — Kushina continuou a série de provocações.

— Pelo menos a minha filha age como uma garota, não é? — a farpa foi bem encravada no coração dos Uzumaki.

Naruto abaixou a cabeça tomado pela vergonha e ficou quieto, isso até ouvir um estrondoso tapa no ambiente: Hinata havia batido em seu pai.

— O Naruto não fez nada de errado! Ele é como ele é e acabou! Não tem nada de errado com ele!

— Naruto? — os pais do Uzumaki repetiram em uníssono, sem entender de onde viria aquele nome que não deram ao filho.

— E você diretor, deve ser triste ter que esconder um relacionamento homoafetivo com esse papel de homofóbico, não é? — a Hyuga continuou a disparar veneno como uma cobra. — Eu e Naruto não estamos em um relacionamento gay, diferente de você, que está todo final de tarde se pegando com o professor Hatake no estacionamento da escola, não é? E não tem nada de errado estar nesse relacionamento, o errado é você não apoiar coisas que você mesmo faz. Você é um hipócrita. Se liberte, terá o meu apoio e o de Naruto.

— Filha, o que ela quer dizer com Naruto? — Kushina perguntou claramente abalada, sem entender muito bem o que acontecia para Naruko ser chamado de Naruto.

Antes que o loiro pudesse responder a sua mãe, Hinata pegou sua mão e o puxou daquele lugar, deixando tudo e todos para trás. Iruka corou com as afirmações que haviam sido feitas antes.

— A reunião está encerrada. — tossiu seco, envergonhado.