Hermione, Luna e Ginny entraram no Salão Principal conversando trivialidades. Era um ano diferente, após a queda de você-sabe-quem no Torneio Tribruxo, Harry Potter finalmente podia respirar em paz e os alunos de Hogwarts eram somente adolescentes sem grandes pressões de guerra ao horizonte.

George observava Luna sentar-se à mesa de sua casa, um sorriso bobo nasceu em seus lábios. Fred bateu em sua cabeça e riu escandalosamente, o grifinório reparou então que estava com copo a meio caminho da boca.

— Gred está de quatro pela Di-Lua. – O gêmeo provocou baixinho, não queria que ninguém além do outro escutasse.

— Culpado! – Disse com um sorriso jocoso. - E não a chame assim. – Advertiu.

— Você não a acha um tanto nova demais? Afinal ela está no mesmo ano que nossa irmãzinha...

— Ela não é Ginny, só a melhor amiga igual certa morena. – Rebateu impassível. - E Gin está longe de ser a menininha inocente que imaginamos.

— Infelizmente. – Fred reclamou. - Então quando vai fazer algo a respeito de sua garota?

— Logo. – Trocaram um sorriso cúmplice. - É impressão minha ou sua querida monitora sequer te deu um “oi” hoje?

— Ela está brava por causa dos testes nos pirralhos. – Revirou os olhos. - Eu vou lá acalmar a fera.

Fred levantou com um pãozinho na boca e sentou ao lado da namorada que continuou a ignora-lo, porém um gêmeo Weasley não é nada menos do que irritantemente insistente. Ele soprou os cachos dela, roubou seu suco de abóbora, não a deixou conversar com os amigos, agarrou-lhe pela cintura e beijou o pescoço cheiroso.

— Pare com isso! – Hermione mandou zangada.

— Finalmente, Leãozinho! – Fred exclamou satisfeito e a puxou para um beijo apaixonado de meio segundo.

Ela mordeu seus lábios e o empurrou.  - Você é impossível! – Afirmou e saiu.

— Como você consegue irritar tanto a Mione? – Ron questionou com a boca cheia de comida. - Ela vai desistir de você qualquer dia desses...

— Você adoraria isso, não é, Roniquinho? – Interrogou com um sorriso insolente, a expressão levemente enciumada.

— Forge, companheiro, pare de encher nosso irmão e vá atrás daquela monitora louca. – George aproximou-se. - Ela precisa parar com as detenções e ameaças de enviar cartas à mamãe.

— Nunca vi um casal tão louco um pelo outro e que brigue tanto. – Ginny comentou enquanto terminava seu café-da-manhã. - Além do fato que o indomável Fred Weasley virou um escravo dos caprichos da Mione.

O ruivo fez uma careta para irmã. - Não tenho culpa se eu tenho gosto pelo perigo.

Então correu atrás de Hermione, afinal sabia exatamente onde ela estaria. Não conseguia evitar mesmo sendo alucinado pela namorada era tão divertido irrita-la, ela ficava tão incrivelmente linda. Entrou na biblioteca e procurou entre os corredores, encontrando-a num dos últimos, bastante distraída. Fred caminhou silenciosamente até atrás da morena e antes que ela gritasse ele tampou sua boca.

— Você é uma bruxa má, amor. – Sussurrou rente ao seu ouvido, o arrepio atravessou a espinha dela. - Eu exijo um beijo decente de bom dia.

Sem tempo de reação, o ruivo a girou em seus braços e a beijou com vontade, passou sua mão pelos cabelos e a segurou firme pela nuca, a outra mão apertou sua cintura delgada. Hermione se perdeu no sabor apimentado dos lábios dele, suas mãos passeavam pelo tórax do bruxo e pelos fios vermelhos o puxando para mais perto.

— Bom dia, idiota. – Hermione cumprimentou sarcástica, assim que ele a soltou.

— Não vamos mais testar sem autorização. – O grifinório prometeu com um sorriso, completamente, rendido. - Não quero brigar de verdade contigo, Mione. – Confessou a olhando e derretendo no castanho daqueles olhos. 

— Eu também não. – Cedeu. - Você sabe que eu apoio os planos para loja, tenho muito orgulho do seu talento e de George, porém eu não vou facilitar quando vocês estão sendo abusivos como Ronald faz. – Ela foi firme. - Você não sabe o quanto é difícil manter a autoridade de monitora com os outros sendo que eu namoro o maior pregador de peças da escola. – Reclamou aproximando seus corpos e nas pontas dos pés mordiscou o queixo dele.

— Acho que está fazendo um excelente serviço. – Fred beijou o topo da cabeça dela. - Ah, admita que adora aplicar detenções na minha amada pessoa, você pega mais leve com George. – Retrucou presunçoso.

— Você não reclama de nossas longas detenções juntos. – Insinuou com malícia. - Apenas eu e você numa sala vazia...

— Jamais. – Beijou-lhe novamente.

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George caminhou calmamente até as estufas, precisava de algumas plantas para inventos e orientações da professora de Herbologia e, com sorte, encontraria uma loira com lindos olhos azuis. Luna Lovegood. Um sorriso surgiu apenas em pensar nela. E, como mágica, a garota dos seus sonhos surgiu com várias folhas presas em seus cabelos longos.

— Estava pensando em você. – O ruivo soltou parando e oferecendo seu melhor sorriso.

— George Weasley. – Ela pronunciou seu nome como se experimentasse cada sílaba e o sabor a agradasse.

— Por que está com o cabelo tão bagunçado? – Questionou tocando uma folha perto da testa dela.

— Estava subindo em árvores. – Sorriu singelamente. - É uma ótima forma de apreciar os jardins de Hogwarts.

— Devia ter me chamado. – Reclamou ainda sorrindo.

— Onde está indo? – Luna perguntou enquanto analisava as sardas do nariz do ruivo, pois gostava de descobrir novos detalhes sobre ele.

— Quero trocar umas palavras com a professora Sprout, me acompanha?

— Não posso, tenho aula e ainda quero comer pudim. – A loira respondeu realmente chateada de não ter mais tempo com o grifinório.

— Então eu faço isso depois, vamos à cozinha buscar seu precioso pudim e depois eu a levo para aula. – O estudante disse bem humorado e esperançoso.

— Por que mudar seu destino por mim? – A corvinal franziu as sobrancelhas loiras.

— Porque eu quero. – Ele aprendeu ao longo do tempo que a melhor forma de lidar com a garota era sempre ser sincero e direto em sua resposta.

— Então vamos, George. – Eles sorriram.

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Lee estava terrivelmente irritado com os melhores amigos, Fred e George, a aula havia terminado e nada deles aparecerem. Provavelmente um ruivo estava com a monitora nervosinha e o outro com a loira lunática... Não tinha nada contra as garotas, eram suas amigas, no entanto ele sentia falta do vermelho em sua vida e das confusões que traziam consigo.

— Sentindo-se abandonado, Jordan? – Ginny chegou agarrando seu braço com um sorriso cheio de segundas intenções.

— Seus irmãos não me amam mais. – Dramatizou arrancando uma gostosa gargalhada da ruiva. - Acho que preciso roubar algo valioso deles para ter a atenção de volta. – Flertou, como era seu novo hobby com a amiga.

— Tipo o quê? – A grifinória cessou os passos e obrigou o negro a parar também.

— Tipo a princesinha deles. – Ele se aproximou perigosamente, sussurrando em seu ouvido, ninguém podia o julgar por tentar, afinal a garota era linda.

— A princesinha deles também foi abandonada por causa de bruxas más que se dizem suas melhores amigas. – Objetou com um brilho travesso no olhar.

— Eu reconheço esse sentimento, podemos fazer companhia um ao outro? – Se ela respondesse sim, beijá-la-ia, estava decidido. Que se dane os seis irmãos dela!

Lee sempre soube que a irmãzinha dos gêmeos viraria uma mulher incrível, ter tantos irmãos contribuiu para a personalidade forte, um ar arteiro e muita força de vontade. Não sabia exatamente quando passou a nota-la de forma romântica. Ginny passou de moleca para uma garota extremamente atraente. Não ficou verdadeiramente surpreso quando não obteve nenhuma resposta, além dos lábios quentes e macios da bruxa.

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Harry segurou o braço de Ron antes que o amigo voasse no pescoço de Lee Jordan, passavam pelo corredor a caminho da sala comunal quando a viram beijando o aluno do sétimo ano. O menino-que-sobreviveu deu uma risadinha, uma vez que já tinha notado os olhares cobiçosos que a ruiva lançava ao locutor de quadribol.

— Ele está agarrando minha irmã! – Ron gritou inconformado, orelhas vermelhas e olhos arregalados.

— Eu duvido que alguém agarre Ginny Weasley sem o consentimento dela! É mais fácil ela o ter agarrado. – Harry rebateu rindo do escândalo do melhor amigo.

— Não vejo graça. – O menino de cabelos rubros protestou cruzando os braços.

— Esqueça isso. – O moreno amenizou. - Ache os gêmeos e depois, vocês encurralam seu novo cunhado. – Disse com um sorriso maroto imaginando a cena. - Você não ia encontrar com Lilá?

O ruivo sorriu sem muita vontade. - Sim,... Você e Cho? – Ronald perguntou tentando mudar de assunto.

— Ótimos e apaixonados. – Harry sorriu abobalhado.

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Era fim da tarde, o sol já estava se pondo e a maior parte dos alunos estava nos jardins ou no pátio principal. Fred, George e Lee exibiam alguns truques com fogos de artifícios, Ginny assistia próxima de Luna, Hermione, Harry, Dean e Seamus. Do outro lado do pátio um grupo de meninas que incluía Angelina, Alicia e Katie davam risadinhas.

Quando o show terminou o som das palmas alegrou o ambiente, Katie Bell muito empolgada correu em direção a George Weasley. Era agora ou nunca.

— Foi maravilhoso, Georgie! – Ela ia se jogar sobre o ruivo, mas a varinha de Luna já havia petrificado a garota. Um assobio baixo correu pelos estudantes surpresos.

— O que foi isso?! – Fred indagou, alarmado, e buscou o olhar da namorada que segurava a risada.

Luna caminhou calmamente até George Weasley e pacificamente olhou para o rosto petrificado de Katie Bell. Seus grandes olhos azuis não piscavam e seus brincos de rabanetes balançavam enquanto ela escolhia suas palavras.

— Hermione me disse que eu não devia deixar ninguém roubar o que me pertence. – A loira esclareceu. - Esse Weasley é meu!— Afirmou convicta e ofereceu sua mão para o seu ruivo segurar. - Vamos?

George a olhou embasbacado por alguns segundos, então com satisfação obedeceu a corvinal,... eles correram. Fred gargalhou tanto que lágrimas saiam de seus olhos.

— Luna acabou de reclamar a propriedade do meu gêmeo? – Gargalhou ainda mais, largando-se no chão. - Eu sabia que ela era a garota ideal.  – Levantou quando sua barriga começou a doer de rir, então desfez o feitiço sobre Katie Bell. - Eu sinto muito. – Ele encolheu os ombros, ela apenas correu vermelha de vergonha.

— Eu não pensei que meus ensinamentos tinham sido absorvidos tão perfeitamente. – Hermione comentou com um sorriso sabichão, limpando a poeira da roupa do namorado.

— Você é uma péssima influência, amorzinho. – Fred a abraçou. - O que você faria se garotas se atirassem em mim? – Perguntou a provocando.

— Ora, amorzinho, ninguém teria essa coragem. – Sorriu malvada. - Eu conheço mais de cem azarações e sou ótima em feitiços. – Exclamou um pouco mais alto do que o necessário. E o beijou entre risadinhas.

Todos que ouviram concordaram e não duvidaram da capacidade da bruxa. Enquanto isso, George e Luna desabavam sobre a grama... O sorriso cálido dela contrastando com a risada radiante dele.

— Eu sou seu. – Concordou com veemência. - Você é minha?

— Sim. – Respondeu delicadamente corada. - George, somos namorados?

— Com certeza. – Ele sorriu, amorosamente.

Com afabilidade George tocou o rosto bonito da garota, beijou seus lábios. Luna passou as mãos geladas pelos fios ruivos e as deixou na nuca dele. Era gentil, envolvente e gostoso. Simplesmente, perfeito.