New York, dia 27 de Novembro, 20:00

Haviam se passado 4 meses desde que a guerra de Volterra acabou, onde todos os Volturi acabaram morrendo pelas mãos dos demônios, aqueles que restaram foram encontrados pelos caçadores e mortos após a sentença da Clave deixando a vaga de liderança vazia.

A consulesa Penhallow gostava da ideia de que Carlisle Cullen ocupasse essa vaga já que ela viu que ele seria honesto e condizente com as clausulas dos Acordos, mas a oferta ainda não foi feita. 

Contudo, nem tudo se encaixou, para o desespero de Charlie e Renée sua filha, Isabella, não havia despertado de seu sono profundo. Os irmãos do silencio passavam dia e noite em volta dela restaurando a sua vida, já que ela foi esfaqueada no coração por uma arma demoníaca pela própria criadora da arma... Lilith

Segundo os irmãos, Lilith fez aquela arma especificamente para a Isabella apenas para mata-la e levar a sua alma para o inferno o que eles não sabiam era qual o propósito daquilo.

Os Cullen e os outros clãs foram convidados para a ascensão de Simon que aconteceria naquela noite em Alicante, eles aceitaram o convite curiosos para saber como funcionaria aquela cerimonia.

O único que não se animava era Edward, ele sofria cada vez mais com a ausência de Bella, mesmo que eles não tivessem reatado apenas a presença dela melhorava o dia do vampiro. Além dele, Isabelle passava noites em claro vendo o álbum de fotos com as fotos mais marcantes dos longos cinco anos em que estiveram juntas como irmãs.

Tessa passava as informações da situação de Isabella a todos que ficavam cada vez mais desacreditados de que ela iria voltar a vida, mas algo os fazia manter a fé.

— Estou nervoso – confessou Simon ajeitando a sua jaqueta de couro em seu corpo completando o visual com a tradicional roupa dos caçadores

— Você vai passar pela ascensão perfeitamente – murmurou Isabelle rodeando o pescoço dele com os braços – Assim poderá ser o parabatai da Clary... Além de ser todinho meu.

— Ah é? Todinho seu?- perguntou Simon se inclinando 

— Uhum - concordou a caçadora 

Simon puxou a namorada para si e a beijou apaixonadamente 

— PUTA MERDA, MEUS OLHOS! – Berrou Alec quando entrou na sala – TODA VEZ, TODA!

— Procurem um quarto – comentou Jace parando ao lado de Alec segurando a risada

Isabelle deu o dedo do meio para os dois e continuou aproveitando o beijo, Simon era o único que tirava um pouco da tristeza dela.

— Vamos pombinhos, temos que ir para Alicante – Clary anunciou mexendo no cabelo – Todos já devem estar lá.

Os dois se soltaram de forma relutante e deram as mãos, entrelaçando os dedos. 

— Queria que Bella estivesse presente – falou Simon apertando a mão de Izzy – O instituto fica vazio sem ela e na cerimonia sentirei ainda mais a falta dela.

— Mas ela está presente – Alec apontou para o peito, cabeça e girou o dedo no ar – Em nossos corações, pensamentos e a nossa volta.

Alicante – Idris, 21:00

Para os vampiros que nunca tinham ouvido falar sobre os caçadores, ir a cidade natal deles era algo que parecia irreal, mas lá estavam eles em frente aos enormes portões da imponente Alicante com as suas enormes torres demoníacas feitas de adamas que mais pareciam vidro do que rochas como era imaginado por eles.

— Bem vindos a cidade de vidro – Lily se virou para eles sorrindo

A vampira fora convidada para a cerimonia já que ela acabou virando uma amiga para os caçadores e a líder do clã de Nova Iorque se ofereceu para guiar os outros até Idris.

— Ela é... É... – Kate abria e fechava a boca impressionada

— Magnifica – respondeu Zafrina olhando todos os detalhes

— Vamos? – Lily deu uns pulinhos antes de voltar a andar

Alguns vampiros prenderam a risada e escancararam as bocas quando passaram pelos portões após Lily entregar um documento a um caçador que os tratou muito bem.

— Esse é o lago Lyn, recomendo que não entre nele – Lily olhou para os outros por cima do ombro – Mais ao fundo perto das montanhas fica a floresta Brocelind, ela abriga alguns clãs ou matilhas além de algumas mansões de caçadores.

Lily foi apontando todos os lugares de Alicante e ria secretamente das caras e bocas dos vampiros ingênuos.

— Ali é o Campos Eternos... É naquele local que são realizados os rituais funerários, mas voltando para cá essa é a praça do anjo, entre tanto não é aqui que ficaremos e sim no salão dos Acordos.

Edward Cullen olhava a cidade maravilhado com a beleza dela, não podia deixar de olhar cada detalhe apenas para ficar gravado em sua memória. O vampiro seguiu os outros que entraram dentro de um prédio neoclássico com escadarias de mármore e enormes pilares e arcos magníficos.

— Esse é o Salão dos Acordos – Lily abriu as enormes portas revelando um grande salão

O salão era feito com paredes de cor clara e pálida com um teto alto com uma claraboia de vidro permitindo a entrada de sol ou da luz da lua no ambiente e no meio repousava uma fonte em formato de sereia.

— Uau! – exclamou Rosalie

— Ah vocês chegaram – a voz de Jia se fez presente

A consulesa usava uma roupa cerimonial vermelha com os cabelos presos em um coque perfeito e ela sorria caminhando em direção a eles.

— Bem vindos, fizeram uma boa viagem? – questionou

— Sim, nós fizemos uma boa viagem – Carlisle respondeu apertando a mão da consulesa

— Vou pedir que vocês esperem ali no canto junto com os outros, estamos esperando mais algumas pessoas chegarem – Jia sorriu novamente e se afastou

Os clãs seguiram a orientação de Jia e se reuniram com os outros que os cumprimentaram felizes por os verem novamente.

As horas foram passando e mais algumas pessoas chegaram, Edward ficou tenso ao olhar para um casal de caçadores que entrava conversando com uma mulher, o casal parou do outro lado do salão se juntando com mais caçadores.

— Edward – Alice chamou vendo o irmão encarar o outro lado e seguiu o seu olhar – São os pais da Bella, Simon deve tê-los chamados para assistirem a cerimônia.

— Eles vão querer me matar – Edward desviou o olhar se virando para a irmã

— Edward, se coloque no lugar de Charlie o quanto ele deve ter sofrido ao ver a filha com o coração quebrado e agora... – Alice se calou sabendo que engasgaria se continuasse

A culpa é minha, se eu não tivesse mostrado a visão pensou a vidente

— Alice, não pense em algo assim – falou Edward suavemente – Bella está com os irmãos do silencio, lembre-se do que Clary falou.

— Falando dos irmãos

Os olhares de todos se voltaram para a entrada apenas para verem a entrada de alguns dos irmãos do silencio que estavam acompanhados por cinco pessoas, estas cinco pessoas se acomodaram na primeira fila e cumprimentaram os Cullen com a cabeça.

— Com a presença dos irmãos do silencio, vamos começar a cerimônia – anunciou Jia se posicionando no meio

Todos estavam em um completo silencio e ouviram os passos de Simon e dos outros alunos da academia quando eles entraram no enorme recinto, Simon olhava de forma determinada para a consulesa e para os irmãos.

—Simon Lewis – chamou a consulesa

De forma meio magica um círculo feito de runas apareceu em volta de Simon assim que ele se ajoelhou respirando de forma irregular, Jia andou um pouco para frente com uma expressão séria.

— Você jura, Simon Lewis, largar a sua vida mudana e seguir o caminho dos caçadores de sombras? Jura que tomará para si o sangue do anjo Raziel e irá honrar esse sangue? Jura seguir a Clave, seguir a lei, conforme foi estabelecido pelo Pacto e obedecer a palavra do Conselho? Defenderá o que é humano e mortal, tendo consciência de que o seu serviço não trará recompensa, apenas honra?  - Questionou Jia com a voz demonstrando confiança, poder e determinação

Simon olhou para a consulesa torcendo que sua voz não saísse tremida, ele sabia que todos o olhavam com expectativa

— Eu juro! – afirmou

— Você será um escudo para os fracos, uma luz na escuridão, uma verdade entre falsidades, uma fortaleza na inundação, um olho para enxergar enquanto os outros estiverem cegos?

— Eu posso!

Isabelle segurava o seu choro ansioso e apertava a mão de Clary que retribuía o aperto olhando orgulhosa para o seu amigo. Jace e Alec sorriam internamente ao ver com os seus próprios olhos a evolução do mundano.

— E quando morrer, seu corpo será dado para Nephilim para ser queimado, e suas cinzas usadas para construir a Cidade dos Ossos? – Jia fez as questões finais olhando de forma intensa para o homem ajoelhado a sua frente

— Eu serei! – respondeu vendo Jia estender a mão para um dos irmãos

O irmão do silencio se aproximou com um cálice em mãos, aquele era o cálice que continha o sangue do anjo Raziel, o único e verdadeiro... Cálice Mortal, para os que estavam longe ele parecia cheio de luz, mas para os caçadores e para Simon o que brilhava era o sangue do anjo.

— Então beba – ordenou Jia pegando de forma delicada o cálice mortal e o entregando a Simon

Ele pegou o cálice e ficou o olhando pensando que tudo isso só está sendo possível graças aquele primeiro evento que puxou ele e Clary para o mundo das sombras.

— Beba – repetiu Jia em voz baixa

Respirando fundo Simon ergueu o cálice e o levou a boca, bebendo então o sangue do anjo.

Os clãs de vampiros presentes olhavam para aquilo admirados, mas não deixaram a sua preocupação de lado ao verem o homem se curvar para frente, Edward recebeu uma enxurrada de lembranças através dos pensamentos de Simon e ofegou de forma cansada após ver a ultima cena.

Uma sombra de um sorriso passou pelo rosto de Jia que pegou o cálice novamente e com uma voz orgulhosa começou a finalização da cerimônia

— Você é um Nephilim agora, o nomeio Simon Caçador de sombras, do sangue de Jonathan Caçador de sombras, filho dos Nephilim. – Jia se permitiu sorrir – Levante-se.

Simon se levantou sentindo as suas pernas meio bambas dando lugar para o seu amigo George Lovelace, o que ninguém esperava era que aquele menino não passaria pela Ascensão, a cerimônia que até o momento foi alegre acabou terminando de forma trágica.

Fora do Salão dos Acordos, Alicante – Idris, 23:00

Edward estava saindo da redondeza do salão junto com sua família quando ouviu alguém correndo atrás dele.

— VOLTE AQUI SEU FILHO DA PUTA! – Berrou Charlie puxando com força o ombro de Edward e lhe dando um soco

O caçador não acreditou quando viu o vampiro e sua família saindo do salão e dando um apoio aos amigos de sua filha.

— CHARLIE! – gritou Renée que correu junto com Maryse e as duas puxaram Charlie de cima do vampiro tendo ciência de que todos olhavam para aquela cena

— FOI VOCÊ QUE MATOU A MINHA MENINA, A MINHA ÚNICA FILHA! – acusava Charlie aos gritos – Seu desgraçado! Nunca vou te perdoar o que fez com ela, NUNCA!

— Charlie se acalme – pedia Renée – É melhor saírem daqui vampiros.

— Eu a amava também, Charlie – falou Edward se levantando com a ajuda de Emmett – E ainda amo.

— Ama o cacete! – Charlie se debateu- Me soltem, deixem eu encher esse cretino de porrada

A confusão continuou até Jia gritar colocando ordem no local, ela mandou os clãs irem embora e deu uma dura em Charlie pelo incomodo que causou a todos.

Algumas semanas depois

Cidade dos ossos, lugar desconhecido, 05:00

O que está acontecendo? Pensei abrindo os meus olhos

Vi que estava em uma sala enorme feita de pedras e com alguns ossos na parede, tudo com um pouco de poeira que caia do teto e a iluminação feita com tochas.

Me virei olhando para a escuridão e dela veio o som de passos rapidamente me escondi atrás de uma pilastra, bisbilhotando as pessoas que entraram. Reconheci o irmão Enoch e a feiticeira Tessa Gray, os dois andaram até algo parecido com um altar feito de pedra pretas cheia de runas e pararam lá observando algo.

— Acha que ela volta? – perguntou Tessa ao irmão Enoch – Entendo, o ferimento foi profundo ainda mais quando se trata de uma arma demoníaca. A única coisa que não faz sentido é o que aquela vadia queria com a menina, tem alguma ideia?

Sai de trás da pilastra e andei até eles.

— Tessa, irmão Enoch – chamei

Mas nenhum deles se viraram era como se não me escutassem, olhei na direção em que olhavam e dei um grito caindo no chão me arrastando para longe.

— Não, não pode ser – falei colocando as minhas mãos no cabelo

Fechei os meus olhos, mas a minha imagem quer dizer a imagem do meu... Corpo ali deitado com a expressão serena e totalmente pálida com um buraco no peito do lado esquerdo e com uma roupa branca.

Branco para nós significa a morte... Então eu morri?

— Ai! – exclamei colocando uma mão em meu peito que doeu tirando todo o meu folego – Eu preciso voltar, eu preciso.