Salão de reuniões, Volterra – Itália, 21:00 pm

Estava reunido com a minha família conversando sobre o que tinha acabado de acontecer, os pensamentos de todos pendiam para a tortura interna e lembranças de outra guerra, o horror era palpável principalmente para aqueles que nunca passaram por essa situação.

Olhei para o lado vendo Isabella sentada no chão com as costas encostada na parede com os olhos fechados, seus braços estavam cruzados e seu semblante era sério. Sabia que ela fingia descaçar um pouco em uma situação igual a nossa, qualquer descuido determinava o fim de uma vida.

Me impressionou o jeito que ela lutava, a habilidade que ela manejava aquelas espadas que criaram vida assim que gritou alguns nomes era algo que não via e nunca vi naquela antiga Isabella.

Ela parecia um anjo armado, as runas brilhando fracamente em uma cor prata, o olhar determinado e feroz cada vez em que avançava para matar mais demônios.

— Ela foi demais né? – Alice perguntou

— Sempre foi, Alice – respondi

Acha que com a parceria que vocês fizeram com a runa vai impedir a minha última visão? Alice me olhou esperando uma resposta

Me delimitei da dar um suspiro.

Não sabia como responder aquela pergunta, a única coisa que sabia era que eu deveria protegê-la mesmo sabendo que ela não aprovaria. Devia algo a ela e a sua família e amigos, algo que deveria ter feito a cinco anos atrás, pode até soar repetitivo, mas meu cérebro continuava me torturando com isso o tempo inteiro.

— Queria ter visto a Bellinha em ação – Emmett fez um bico

— Mano, nem a reconheci – falou Jasper levemente impressionado – E aquelas espadas que ganharam vida do nada?

— Eles gritavam nomes estranhos e depois as lâminas brilhavam, acho que aquilo são as lâminas de serafim que tanto falam. – falou Rose

Ficamos em silencio observando a consulesa, nosso pai e uma feiticeira cuidando dos feridos eram poucos para a nossa sorte, mas minha consciência me avisava que iriamos ter muito mais daqui para frente.

Os pensamentos de Marcus eram um acúmulo de ódio, ele descobriu que Aro traiu a confiança dele e escondeu o que fez durante décadas. Em um determinado momento seus pensamentos desenharam a imagem da esposa e eu congelei, senti como se fosse uma risada fria atrás de minha nuca que foi arrepiando até o meu último fio de cabelo.

Olhei para Alice meio alarmado, sabia que ela veria o que eu iria falar, de modo automático a vi retribuindo o meu olhar de modo chocado.

Acha que é ela? A mulher que eu vi na minha última visão? Pensou

Logo a imagem do quadro da biblioteca apareceu em minha mente e realmente a mulher que apareceu atrás de Bella segurando a adaga era a esposa de Marcus.

Mas ela não está morta?

O pensamento de Alice era incrédulo, os meus tinham o mesmo tom que o dela, não se encaixava aquele pensamento de que a esposa dele na verdade estava viva ou de alguma forma voltou do mundo dos... Mortos.

— Lilith – sussurrei

— Oi? – sussurrou Alice – O que ela tem a ver?

— Se a esposa dele está viva, Lilith deve ter revivido ela – respondi

Quarto de Aro Volturi, 00:00

Lilith se escondia nas sombras e olhou para o lado ao ouvir o seu nome sendo dito lá embaixo, ela soube que descobriram sua associação com Didyme o que a irritou.

A senhora do inferno descobriu sobre as visões e queria matar quem tinha feito o descuido de derrubar barreira e revelar tudo, mas agora precisava se focar na loucura de Aro.

Ela abriu um sorriso demoníaco, pois tinha certeza de que estava próxima a deixá-lo louco, ele começava a demonstrar os primeiros indícios da loucura. Aquilo era o parque de diversões dela e aliviava a sua dor de ver seus filhos caírem.

Não vai precisar de sete dias para enlouquecê-lo pensou sorrindo antes de aparecer para aterrorizar o telepata.

Salão de reuniões/enfermaria, ala central, 02:30 am

Bella despertou de seu sono perturbado sentindo uma dor no pescoço e se alongou para ver se melhorava, olhou ao redor vendo a luz vermelha invadindo todo o local, várias macas ao redor do salão com alguns caçadores e seres do submundo feridos e seus amigos estavam em um canto junto com Magnus.

Sua visão foi de encontro com o que Alice que a chamou com a mão, a caçadora se levantou e andou até lá.

— Edward leu um pensamento de Marcus e descobriu quem é ela – murmurou a vampira

— E quem é? – perguntou

— A esposa falecida, ao que parece a pessoa lá de baixo – Alice apontou para baixo – A reviveu.

— Um pacto – Isabella negou com a cabeça – É a única explicação, se Didyme reviveu deve ter feito um pacto com Lilith.

— Para qual finalidade? – Edward se aproximou chamando a atenção das duas

— Vingança – o tom de voz de Isabella ficou sombrio – Aro a matou, a alma dela ficou rondando no inferno e quando teve a primeira oportunidade falou com Lilith que adora uma vingança, fez um pacto e agora quer dar o troco na mesma moeda.

 - Bellinha – a voz do Emmett quebrou o clima sombrio – O Eddie falou que você foi demais e o Jazz concordou

Bella sentiu suas bochechas ficando quentes e Edward segurou um sorriso ao vê-la corar novamente quantas saudades ele sentiu de ver isso bem na sua frente.

Antes que ela falasse algo um caçador apareceu correndo chamando a atenção de todos os seus olhos estavam alarmados.

— Eles estão vindo em uma nova onda – comunicou

Imediatamente os caçadores pegaram suas armas e saíram correndo com os outros logo atrás.

Praça central, 03:00 am

O som do relógio soou por toda Volterra determinando que a hora mais escura chegou, alguns povos acreditavam que a hora do demônio era as três da madrugada fazendo uma zombaria a hora divina que era as três da tarde e ali se provava a mais pura verdade.

A segunda e a terceira visão de Alice estavam se completando os demônios saiam de bueiros, entradas, de vielas e de casas. A praça totalmente tomada pelo vermelho tanto de sangue quanto pelas capas e pela luz da lua, as casas tinham as portas arrombadas, as paredes de pedra bege marcadas com palmas de sangue e escorriam por elas e o chafariz começava a ficar com a coloração avermelhada por causa do sangue.

Todos se prepararam para atacar, mas então coisas velozes apareceram vindas das entradas, Jasper arregalou os olhos vendo os vampiros recém-criados.

— RECÉM-CRIADOS! – gritou antes de olhar para Jace

Os dois avançaram e logo os outros o seguiram.

 Magnus abriu as mãos, delas saíram faíscas de fogo que se multiplicaram e magicamente incendiou alguns recém-criados e demônios que agonizaram, o feiticeiro não perdeu tempo e continuou a lançar feitiços e corria junto com Alec que enfiava as lâminas no peito dos demônios os matando.

Alec dos Volturi abriu as mãos e dela saíram uma fumaça escura que começou a serpentear pelo chão atacando o que ele julgava ser seus inimigos, aqueles que eram atingidos perdiam totalmente os sete sentidos e caiam para a morte.

Do outro lado Isabella finalizava um demônio e um vampiro recém-criado quando ouviu uma gargalhada alta de escarnio, a caçadora se virou e viu uma vampira ruiva parada a alguns metros dela.

— Victória – murmurou Isabella sabendo que a vampira escutaria

A ruiva deu um sorriso irônico e inclinou a cabeça para o lado.

— Olá, Isabella como vai? – Victória aumentou o sorriso.