Future Looks Good escrita por Love Rosie


Capítulo 3
Capítulo III - Everything that's good and bad about my history


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada!
Como prometido, sabadou e cá estamos nós novamente.
Quero dedicar este capítulo a Yeuxpapillon e à Carol, que favoritaram FLG. Obrigada, lindezas.
Quero agradecer demais também a todes que comentaram, eu fiquei feliz demais porque amo especialmente os comentários enormes, então to me sentindo bastante realizada kkk.
Antes que fique chato e vocês desistam de ler, vamos ao capítulo.



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S C O R P I U S   M A L F O Y

Draco Malfoy estava há dez minutos analisando minuciosamente a carta que lhe entreguei, e olha que seu conteúdo nem ocupava meio pergaminho. Cada vez que parecia que ele diria algo, desistia no meio do caminho, o que estava me deixando tenso.

Era a primeira vez que o via desde que cheguei de Hogwarts. No dia em que cheguei ele estava passando a noite no St Mungus cuidando de um paciente em estado crítico e só retornou para casa quando estava quase amanhecendo. Preferi mostrar-lhe a carta somente após o delicioso almoço que Livy, nossa elfo doméstico devidamente contratada com todos os direitos trabalhistas garantidos, havia preparado.

   – Então... Isso é uma proposta de emprego? – indagou parecendo desconfiado.

— Tecnicamente é uma proposta de estágio, pai.

— Que vai resultar num emprego. – deduziu.

— Não necessariamente. Depende do meu desempenho, se eu me sair bem é provável que me contratem futuramente. – expliquei.

Meu pai coçou o queixo, reparei na barba mais espessa do que da última vez que o vi. Estava bonito daquele jeito.

— E vão te pagar para isso ou será explorado até que decidam se querem te contratar ou não? – foi incisivo.

— Não sei, pai. – redargui um tanto cansado – Tudo o que tenho de informação está nesta carta.

Ele respirou fundo, provavelmente ponderando se havia gostado ou não daquele convite. Desde que mamãe morreu meu pai havia se tornado um tanto superprotetor demais e depois que eu me meti em confusão com Albus, tinha ficado pior. Analisava a fundo até mesmo a comida que eu ingeria, o que era meio exaustivo. Com esta proposta não seria diferente, ele encontraria algum defeito e falaria sobre isso até que eu cedesse e acatasse qual fosse a sua decisão, só que desta vez eu não estava disposto a dar o braço a torcer.

— Vou conversar com Granger sobre isso.

— É serio? – questionei abismado – Pai, não sou mais criança, posso muito bem resolver estes embaraços sozinho. É sobre o pagamento que quer saber? Procurarei saber sobre, mas por favor, não banque o controlador.

— Não tem discussão, Scorpius. Aposto que ela entenderá minha preocupação de pai visto que o marido dela é ainda mais radical neste quesito.

Meu estomago embrulhou um pouco pensando no pai de Rose e sua superproteção. Ronald era um cara legal, engraçado, divertido, um bom pai segundo os filhos, sabia cozinhar bem, todavia era nítido que mexer com suas crias fazia o leão acordar. E, bem, eu estava mexendo com uma de suas crias (a cria mais bonita, diga-se de passagem).

Não estava nada a fim de brigar com meu pai em pleno natal, ainda mais que este seria meu primeiro natal com a família de Albus, já que Draco passaria a noite trabalhando novamente, então sequer teríamos como confraternizar e trocar presentes para aliviar a tensão entre nós, por isso resolvi ceder, no entanto com algumas condições, para que não parecesse um bebê mimado.

— Tudo bem, vamos estabelecer alguns termos para essa sua conversa com a Ministra da Magia. –  papai me encarou resignado, chocado com meu atrevimento. Não dei atenção ao seu evidente drama – Em hipótese alguma me chame de meu pequeno, meu menino, meu tesouro ou qualquer variação disso. É sério, eu sou um homem agora, pai. Tenha em mente que, independente do que Hermione Granger lhe disser, a decisão final é minha e se ela disser que se trata de trabalho escravo e ainda assim eu quiser aceitar, isso deve ser respeitado. E, por último, não conte histórias de quando eu era criança e explodia coisas sem querer, não quero que me envergonhe na frente da...

— Mãe da sua namorada? – indagou sugestivamente, o que me fez engasgar com a própria saliva.

— Muito engraçado, estou tentando ter uma conversa séria aqui, Draco Malfoy. Pode me ajudar? – acho que consegui disfarçar bem meu nervosismo.

Para minha surpresa, meu pai soltou uma risada alta, com muito divertimento, mas conseguiu se recompor a ponto de falar sério.

— Está bem, concordo com seus termos. Vou escrever agora mesmo para Granger marcando uma visita ao seu gabinete. Imagino que ela ainda esteja trabalhando. – anunciou e eu anuí – Você fala enquanto dorme, Hyperion – comentou como se fosse casual – E talvez devesse fechar a porta do quarto para quando estiver tendo determinados sonhos.

Meu rosto esquentou e eu sabia que tinha ficado vermelho. Engoli seco lembrando do sonho nada respeitoso que havia tido na noite anterior e me limitei a assentir.

— Vou tomar mais cuidado da próxima vez. – murmurei antes de subir as escadas em direção ao meu quarto, completamente envergonhado.

A mansão Malfoy parecia cada dia maior e mais vazia desde a morte de Astoria Malfoy. Tentei convencer meu pai de que aquele lugar não nos faria bem, que talvez devêssemos nos mudar para um local menor e com uma carga histórica mais leve afinal, dinheiro para isso não faltava. Draco, entretanto, se manteve firme na decisão de continuar morando na enorme casa “é aqui que você nasceu, Scorpius, é aqui que criamos você e é aqui que iremos ficar”, ele justificou quando questionado sobre os motivos que lhe fariam ficar ali.

Respeitava sua decisão por saber que ele conseguia dissociar as lembranças boas das ruins daquele lugar e eu, para ser bem sincero, possuía apenas lembranças boas. O local não era escuro e sombrio como meu pai descrevera ao me contar sobre sua infância, mamãe tinha conseguido transformar em um lar, com paredes claras, lareiras e confortáveis poltronas.

Não era um completo ignorante, qualquer um que estudasse História da Magia básica saberia que a Mansão Malfoy serviu de sede para Voldemort e seu comensais da morte. E qualquer um que estudasse minimamente a história dos três grandes heróis de guerra, saberia que a atual Ministra da Magia havia sido torturada no meio de nossa sala de estar pela minha falecida tia-avó Bellatrix Lestrange, que recebera seu devido fim pelas mãos da matriarca dos Weasley, uma senhora deveras gentil, Molly. Era um assunto particularmente delicado e uma das primeiras regras que Rose estabeleceu no nosso relacionamento (era um relacionamento com muitas regras, como pode-se perceber): ela nunca pisaria na Mansão Malfoy. Por mais que imaginássemos um futuro para nossa relação e Rose demonstrasse completo respeito pela figura do meu pai, entendia que adentrar num local que outrora desencadeou imenso sofrimento para sua mãe seria pesaroso demais.

Ao chegar em meu quarto, revirei a mala que havia trazido de Hogwarts até encontrar o pequeno pedaço de papel que procurava. Era uma fotografia tirada no início do ano letivo nos jardins de Hogwarts, nela estavam escancarados os rostos de Rose, Albus e o meu, entre os dois. O moreno tentava esconder o riso enquanto cruzava os braços e forçava uma expressão irritada sem muito sucesso, Rose sorria tentando ajeitar os cachos que insistiam em serem bagunçados pelo vento e eu gargalhava me curvando um pouco para frente observando os dois primos.

Aquela foto havia sido tirada por Lucy Weasley, que estava empenhada em se aperfeiçoar na arte da fotografia. Estávamos os três andando pelos jardins quando ela apareceu e Albus queria bancar o difícil, alegando que era um enorme favor que estava fazendo à garota aceitando ser seu modelo. Consequentemente, Rose começou a rir do primo que fechou a cara, porém não manteve a postura por tanto tempo já que os cabelos ruivos da Weasley começaram a se revoltar contra ela, entrando em sua boca. Eu só assistia a tudo, com muito humor e tendo a certeza de que gostaria de ter aqueles dois ao meu lado pelo resto da vida.

Posicionei a foto ao lado de um porta-retratos que guardava um registro de minha mãe e eu numa gangorra que meu havia construído nos jardins da mansão. Eu a empurrava, no auge de meus 9 anos de idade e ela sorria levantando as pernas quando lançada para frente.

Em Hogwarts era mais fácil me distrair e não pensar em sua ausência, mas quando colocava os pés em casa e sentia o cheiro de jasmim, a flor que ela mais gostava, a realidade me atingia em cheio. Viver sem mamãe era difícil demais e ainda que a dor amenizasse um pouco com o tempo, tinha plena certeza de que aquele buraco no peito nunca seria tapado. Por mais amor que recebesse do meu pai, de Albus e de todo o carinho de Rose, ela ainda fazia muita falta. Sua energia que preenchia o ar mesmo quando estava fraca pela doença, seu cuidado cortando meu cabelo toda vez que achava estar grande demais. Sorri recordando de sua voz suave ao alertar: “se continuar com o cabelo grande assim, vou acabar pensando que está se tornando um rebelde e sei bem que isso não combina nada com você”. Suspirei, deixando que meu corpo retesasse no colchão macio da cama, agora forrada por uma cheirosa colcha branca.

Acabaram as discussões sobre as roupas que deveria usar, sobre a possibilidade de ter acesso ou não a tecnologia trouxa, sobre ser propício ou não ingressar no time de quadribol no ano seguinte. Acabaram porque agora eu era um homem formado e mamãe não pôde ver nada além de um garotinho amedrontado pelo bullying que mascarava tudo com humor. Ela não me viu enfrentar medos, angústias, não me viu finalmente conquistar Rose, por quem sabia que eu nutria um forte sentimento. Teria contado a ela, teria perguntado como pedir um beijo sem parecer rude. Ela não estava aqui, então tive que aprender sozinho e gosto de pensar que não fiz errado, gosto de imaginar que ela estaria orgulhosa por eu ter tentado ao máximo ser respeitoso e gentil, como ela me criou para ser. Imaginar o que ela sentiria era até reconfortante, todavia nada poderia substituir sua presença real. E isso era muito doloroso.

Não sei por quanto tempo demorei em minhas divagações, apenas me dei conta da realidade quando ouvi duas batidas na porta do quarto. Sabendo que era meu pai, já que Livy estava de folga por ser véspera de natal, permiti que entrasse. Ele não o fez, encostando-se na soleira da porta para avisar.

— Granger respondeu minha carta, disse que nos receberá em sua residência hoje mesmo, às seis. Não se atrase. – ele ia se afastando, quando o chamei de volta, fazendo-o retornar sua atenção para mim.

— Pai, vai passar a noite no hospital para não se lembrar dela? – perguntei num só fôlego. Aquele era um assunto delicado.

Meu pai suspirou antes de se aproximar, sentando ao meu lado na cama.

— Scorpius – começou com a fala suave – Não existe um só minuto da minha existência em que eu não pense na sua mãe. – declarou com um sorriso triste – Quero que tenha um natal do qual gostará de contar a seus filhos no futuro e acredito que no meio dos Weasleys terá muito mais sucesso nisso do que ao lado de seu velho pai.

— Eu não me importo de passar as festas com você. – contrapus rapidamente.

— Sei que não. Apesar disso, agora que é um homem, está na hora de começar a ter suas próprias experiências e parar de viver em função do que eu resolvo fazer.

— Mas você acabou de...

— É, eu sei. – interrompeu – O estágio é diferente, quero mesmo saber no que está se metendo, contudo prometo que será a última vez. – nos encaramos, eu tentando absorver ao máximo o que significavam aquelas palavras e ele com um olhar um pouco perdido e um pouco admirado – Tenho muito orgulho do homem que se tornou, Scorpius.

E fizemos algo que não era muito do nosso feitio. Nos abraçamos. Não um abraço de lado como os de felicitações, mas sim um abraço demorado, sabendo que dentro dele estavam sentimentos de angústia, dor, felicidade e carinho, tudo misturado e, especialmente muito amor.

Nos separamos e o loiro meio grisalho, que agora guardava pequenas rugas ao lado dos olhos, parecia inseguro em dizer o que estava pensando. Olhei-o em expectativa, tentando transpassar segurança em minha expressão facial, o que de certa maneira pareceu ter lhe dado coragem.

— Sobre a Weasley... Rose, não é? – ele perguntou e eu assenti – Se não quiser falar sobre isso está tudo bem, porém existe uma conversa que deveríamos ter pois adolescentes da sua idade, especialmente garotos...

— Pai, por favor, não me faça ficar ainda mais constrangido do que já fez hoje – praticamente implorei, completamente envergonhado – Talvez uma outra hora.

— Está bem – concordou se levantando e indo em direção à porta – Seis horas, não se atrase – relembrou finalmente saindo.

A casa dos Granger-Weasley não era grande como a mansão Malfoy, no entanto parecia muito mais aconchegante e calorosa. Isso não deve ser entendido como uma reclamação sobre meu lar, apenas uma observação. Sobre o chão de madeira da sala de estar estava estendido um tapete creme fofinho, com a medida certa para acomodar o espaçoso sofá azul marinho e as três poltronas de mesma cor ao seu lado. A mesa de centro era feita de madeira escura, onde pude notar algumas marcas de copo, o que me recordou as várias vezes em que papai me repreendia por não usar o porta-copos.

A família nos recebeu muito bem, todos fizeram questão de cumprimentar a mim e meu pai e garantir que ficássemos confortáveis. Hugo logo se ocupou em retornar para seu quarto, sua irmã, por sua vez, decidiu ficar conosco na sala e senti aquilo como uma maneira dela me passar confiança, o que foi de grande ajuda. A conversa entre meu pai e a Ministra se iniciou logo em seguida, com ele fazendo algumas perguntas meio bobas como quais exatamente eram as chances do Departamento de Execução das Leis da Magia ser atacado por bruxos das trevas. Bem, eu avisei que ele era protetor. A questão principal, que nos levou até a casa da chefe de governo mais importante do mundo bruxo logo foi esclarecida por ela.

— É claro que não pretendemos explorar o seu filho, Draco – garantiu – Negociaremos um salário que seja satisfatório para Scorpius no tempo em que estiver nessa experiência conosco. Posteriormente, com a contratação oficial que sei que virá – ela me lançou um sorriso ao dizer isso – Estaremos dispostos a pagar a ele o justo pelos serviços que prestará.

— Neste caso, fico mais tranquilo – meu pai declarou – Ainda assim, há alguns pontos que gostaria que fossem levados em conta, e sei que irá me compreender, preocupações de pai, se é que me entende. – terminou lançando um olhar sugestivo para Rose e eu, que ocupávamos o sofá ao lado deles.

Compreendendo a situação, Hermione não demorou a ordenar que Rose me levasse para conhecer a biblioteca, obviamente uma desculpa esfarrapada para deixar os “adultos” a sós. Como se nós também não fôssemos adultos. Mesmo sabendo das intenções reais que fizeram Rose me conduzir até o local, não pude deixar de ficar fascinado com o cômodo extenso, cercado por prateleiras a perder de vista, todas recheadas com os mais variados livros. Num canto, havia uma mesa com cadeira, provavelmente o local reservado para quando a Ministra estivesse trabalhando em casa. A sala inteira era forrada por um carpete cor de mel e percebi também duas poltronas dispostas por ali de frente para a lareira, com uma mesinha entre elas.

— Pensei que tivesse uma biblioteca em casa também. – Rose comentou atrás de mim, despertando-me.

— E temos. – afirmei sem me virar para ela. Estava vidrado – Esta só prece mais especial. Não sei explicar o porquê.

— É um lugar bem impressionante mesmo – concordou e sinti-a se aproximando – Mas sabe o que é mais impressionante? – desta vez sussurra em meu ouvido com sua voz melodiosa e sinto arrepios percorrerem meu corpo. Me provocar dentro da própria casa era covardia.

Me virei para encará-la e encontrei-a com um sorriso travesso brincando nos lábios e um olhar desejoso, que felizmente conhecia muito bem.

— O que é mais impressionante, Rose? – interpelei também num tom de voz mais baixo, pretendendo provocar nela um pouco do que ela estava provocando em mim.

— Ser disputada por três times profissionais de quadribol – respondeu numa falsa despretensão. Fiquei um pouco confuso por alguns segundos, até que a compreensão clareou em minha mente, colocando um sorriso enorme em meu rosto – Harpias, Puddlemore e Cannons me querem na próxima temporada.

Sem conter meu impulso, tomei-a num abraço que foi retribuído de imediato.

— Eu sabia que você iria receber propostas, isso é fantástico Rose. Aposto que seu pai pirou quando viu a carta dos Cannons. – confesso que também estava pirando um pouco, afinal aquele também era meu time do coração.

— A reação dele foi hilária – comentou rindo.

— E sua mãe? Aposto que está com vontade de sair anunciando em todos os jornais.

Percebi o rosto de Rose se abater um pouco e fiquei preocupado.

— Ela não deu muita bola, na verdade – sorriu tristemente, fazendo meu coração apertar dentro do peito – Meu pai disse que devo dar tempo para que ela digira tudo e é isso que estou fazendo, ou pelo menos tentando fazer.

— Bom, uma hora ela vai perceber o inevitável – minha rosa me encarou inquisidoramente com o olhar ainda triste – Que você é incrível e o mundo é pequeno demais para você! – exclamei demonstrando ao máximo meu entusiasmo e depositando um beijo em sua bochecha. Ela achou graça e por isso continuei dando beijocas por seu rosto inteiro, incluindo alguns na boca enquanto ela ria com gosto.

— Olha, gostaria de dizer que estou surpreso, mas aí estaria mentindo. – a voz do ruivo soou chamando nossa atenção. Nos separamos às pressas e encaramos Hugo Weasley apoiado no batente da porta e parecendo divertir-se muito com a situação.

Rose arregalou os olhos, espantada com a presença do irmão e com o fato de ter sido pega no flagra. Eu não estava muito diferente.

— Hugo, não é nada disso que você está imaginando. – reagiu a garota.

— Eu não estou imaginando nada, apenas vi o que estava acontecendo. – retorquiu. Convenhamos que numa situação daquela não havia muita escapatória – Não se preocupe, Rose, não sou dedo-duro, mas aconselho que tomem mais cuidado.

— Vamos tomar. – garanti, recebendo um olhar de repreensão da ruiva.

— Só não comenta nada com ninguém. – a irmã pediu – Principalmente com a Lily.

— Ah, a Lily não, Rose. Sabe que conto tudo a ela. – soltou num muxoxo.

— Sem discussões. – decretou Rose – Minha vassoura é sua no fim do ano letivo se manter essa boca fechada.

O ruivo deu de ombros.

— Parece justo. – ia saindo quando pareceu se lembrar de algo – Sugiro que voltem para a sala, seu pai parece estar querendo ir embora, Scorpius.

Agradeci pelo recado e o garoto saiu porta afora.

Ficamos calados, absorvendo o susto e tudo o que veio em seguida. Não tive coragem de me manifestar e correr o risco de dizer algo errado, então Rose foi a primeira a falar algo.

— Pelo menos agora estamos quites – era perceptível o esforço que ela fizera para encontrar algo de positivo no meio de tudo aquilo – Quero dizer, Albus é seu amigo e sabe sobre nós. Hugo é meu irmão e sabe também, um de cada lado, empate!

Poderia ficar calado e deixar que ela curtisse toda a solução que havia criado, contudo mentir ou ocultar não fazia bem o meu estilo e uma hora acabaria dando com a língua nos dentes.

— Rose, sobre isso – comecei coçando a nuca e pensando em como contar tudo para minha garota sem causar uma confusão ainda maior –Talvez devesse saber que meu pai meio que descobriu sobre nós dois – cerrei os olhos e prendi a respiração pois tinha pelo menos uma breve noção do ataque de fúria que viria a seguir.

Onze segundos se passaram até que eu ouvisse a voz dela.

— Scorpius Hyperion Malfoy – disse pausadamente entredentes – Eu juro que se isso não fosse estragar meu feriado, matava você agora mesmo.

Soltei o ar e abri os olhos, encarando toda a fúria do olhar daquela mulher esquentada na minha frente. Pelo menos a isso eu sobreviveria.


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Notas finais do capítulo

E isso é tudo, pessoal...
Espero que tenham gostado. Domingo tem mais.
Beijão e até o próximo capítulo! ♥