Future Looks Good escrita por Love Rosie


Capítulo 10
Epílogo - I swear that you are the future


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Oficialmente última vez que venho aqui e por isso essas notas iniciais ficarão mais longas do que as outras.
Não imaginam o quão importante para mim foi, depois de anos sem escrever, conseguir concluir essa fic e ver que felizmente ela está ganhando o coração de muitas pessoas. A todas vocês que comentaram, favoritaram e acompanharam Future Looks Good, muito obrigada. Sem o seu incentivo não seria possível.
Também preciso agradecer às meninas do Junho Scorose que, além de nos presentearem com uma história mais incrível do que a outra, conseguiram me divertir e incentivar nesse mês. Espero não perder essa conexão com vocês porque ela foi extremamente valiosa. Vocês estão guardadas no meu coração.
Por último, devo agradecer ao universo por ter me dado a oportunidade de participar desse projeto lindo que foi o Junho Scorose que só me rendeu coisas boas.
E no meio de tanta gratidão, vamos ao último capítulo



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21 de dezembro de 2037 - Casa dos Weasley-Malfoy

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S C O R P I U S   M A L F O Y

Na cozinha de casa preparava uma bandeja com biscoitos e bolinhos para a hora do chá. Nos últimos anos era raro estarmos por muito tempo em casa, portanto receber visitas pela tarde não era algo muito recorrente e gostaria de me sair bem nesta nova tarefa. Depositei as xícaras junto do bule numa bandeja e os lanches em outro, logo fazendo-os flutuar me acompanhando até a sala.

Chegando ao cômodo me deparei com Albus e Alice Potter, o casal de amigos que nos alegrava com sua presença naquela tarde nevada e fria, sendo esta última sensação sequer sentida por nós devido aos vastos feitiços térmicos que envolviam toda a casa.

— ...Eu já disse que não posso falar sobre, mas se pudesse vocês veriam que é a coisa mais fantástica que investigamos em anos. – o homem de cabelos negros um tanto espetados e barba espessa comentava.

— Inventando mentiras sobre seu trabalho imaginário novamente, Potter? – brinquei enquanto depositava as bandejas na mesa de centro.

Desde que se tornara um funcionário efetivado do Departamento de Mistérios, Albus tinha de lidar com sua própria natureza de fofoqueiro. Ser um inominável o permitia saber mais sobre o que acontecia no mundo da magia do que qualquer um de nós, porém teve de prometer, sob pena de perder a própria vida, de que o que quer que fizesse em seu trabalho, não seria divulgado em nenhuma hipótese. Óbvio que compreendíamos completamente os pesares de sua profissão, contudo não deixávamos de fazer piada sempre que podíamos.

— Malfoy, por que não vai catar coquinhos? – rebateu.

— Também desaprendeu a xingar devidamente? – provoquei em meio a risadas, me sentando ao lado de Rose no sofá oposto ao que se encontravam os Potter.

— Nem dê ideia, Scorpius. – Alice repreendeu – Não sabe o esforço que tenho de fazer para que ele não fale nada inapropriado na frente de Megan.

— Ela aprendeu a falar “merda” outro dia e ficou repetindo o dia todo. – Albus contava orgulhoso, mesmo com o olhar reprovador da esposa sobre si.

Rose gargalhava ao meu lado, um riso que acabou contagiando a todos, inclusive a mamãe rabugenta.

— Bom, se vocês não ensinarem palavrões, uma hora nós vamos. – a ruiva ameaçou.

Rose e eu éramos padrinhos da menininha de três anos, fruto do amor entre nossos amigos. Megan possuía os olhos da mãe e, para o pesadelo de Alice, os cabelos e o temperamento de Albus. Nunca pensei que alguém além de mim seria capaz de acompanhá-lo em suas ideias malucas, porém Meg havia se revelado uma ótima cúmplice, mesmo tão novinha, acobertando as loucuras do pai. Não que Albus fosse um pai ruim, muito pelo contrário. Era responsável e dedicado em fazer o melhor pela filha, corrigia quando necessário, no entanto estava claro que seu verdadeiro empenho estava em fazer a menininha rir, garantindo que fosse feliz. E ele se saía muito bem nisso.

— Então, Rose. – Alice começou se servindo com um pouco de chá – Sei que está no Ministério agora e provavelmente organizar a próxima Copa Mundial de Quadribol ocupará muito o seu tempo, mas não pensa em competir pela seleção da Inglaterra uma última vez?

Rose sorriu carinhosamente para ela.

— Muito tempo se passou, Ali. Acredito que não estarei em forma até a próxima copa. E também estou um pouco enferrujada.

— Bobagem! Será no próximo ano e você acabou de se aposentar dos Cannons, ainda está super em forma.

Alice era medibruxa esportiva, portanto grande entusiasta de quadribol para o azar de Albus. Ela acompanhara Rose de perto na última temporada em que minha esposa havia sofrido uma lesão grave na perna esquerda e sofria de constantes dores. Após tanto remendar e reconstruir ossos, ainda que utilizando de métodos mágicos, o corpo já não respondia como antes. Também há de se considerar que depois dos trinta anos os estímulos demoram mais para fazer efeito. Com a ajuda da amiga, Rose conseguiu chegar com glórias ao fim da temporada que findou em agosto e decidiu se aposentar enquanto seus feitos ainda eram aplaudidos. Morria de medo de se sentir um peso para o time que levara de volta à glória. Contudo estranhei a resposta que deu a Alice. Mesmo tendo se desligado dos Cannons, Rose ainda se mostrava entusiasmada em defender o a seleção nacional pela quarta vez numa copa da última vez que conversamos sobre.

Papeamos um pouco mais. Al contou sobre como seu pai estava estranhando a aposentadoria, mas feliz por eu estar ocupando seu antigo cargo. Respeito e gosto muito de Harry Potter, porém confesso que nos últimos três anos estava contando as horas para sua aposentadoria. É algo feio de se pensar, eu sei, todavia conquistar finalmente o cargo de chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia estava me deixando ansioso de uma forma que só me lembrei estar no meu casamento. Não, era impossível alcançar níveis de ansiedade e nervosismo mais altos do que aqueles, afinal eu estava me casando com Rose, ela estava se tornando oficialmente uma Malfoy e nada poderia me preparar para aquilo.

— Falando nele, tenho que passar lá para pegar Megan antes que mamãe a entupa de doces. – Albus anunciou – Francamente, ela sequer deixava que os filhos ingerissem açúcar e agora fica assim.

— Poderia pelo menos disfarçar e fingir que está preocupado com a sua filha e não sentindo inveja, Al. – não pude deixar de destacar.

O moreno apenas fez uma careta muito infantil, diga-se de passagem, e se levantou, deixando a xícara sobre a mesa de centro.

— Vamos, Alice?

A esposa assentiu, acompanhando seus gestos.

Levamos nossos amigos até a porta e os acompanhamos com o olhar até que desaparatassem no jardim, tomando o cuidado de conferir se não havia nenhum vizinho bisbilhoteiro por perto. Morar na Londres trouxa era mais confortável e seguro para um casal formado por uma celebridade do quadribol e um cara cuja família possui um histórico um tanto indesejável.

Rose voltou para dentro e percebi que ela estava um pouco abatida, o que era de se esperar devido à nova rotina de trabalho. Ela havia começado em setembro no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos e estava descobrindo o quão diferente era jogar as partidas de realizá-las. O ritmo estava frenético, contudo a ruiva estava se saindo muito bem no novo cargo que fora especialmente oferecido a ela, visto que sempre fora criativa e cuidadosa em sua carreira e o Ministério necessitava de alguém que fosse capaz de organizar eventos grandes sem níveis exacerbados de exposição do mundo bruxo como acontecera na última copa. Me dá dor de cabeça só de lembrar quanto trabalho deu para obliviar todos aqueles trouxas.

 – O que está afligindo seu coração, meu amor? – perguntei quando ela se encostou em mim no mesmo sofá que estávamos antes.

— Estou pensando sobre a copa.

— Decidindo se vai jogar ou não?

Ela se endireitou e se virou para mim, me encarando profundamente.

— Eu não vou estar em forma, já disse. – respondeu como se aquilo explicasse tudo.

Ri com sua teimosia.

— Se Alice, que foi sua preparadora física até o último jogo disse que você consegue, não vejo o porquê de você não conseguir entrar em forma até lá. A Copa é só daqui seis meses. – argumentei. Não era possível que a essa altura do campeonato Rose estivesse com medo de jogar – Tenho certeza que a Inglaterra vai amar ter você em campo mais uma vez. E nem venha me dizer que com 32 anos estará velha demais para isso. Viktor Krum jogou até os 42.

— Você tem razão, a Inglaterra me quer. – um sorriso travesso surgiu nos lábios dela – E também tem razão sobre Krum. – aquele sorriso apenas crescia e franzi o cenho tentando entender onde havia graça naquilo. Rose normalmente faria uma cara de brava indicando que aquela era sua decisão final e assunto encerrado – Mas Alice está errada, eu não vou estar em condições porque como você disse, a Copa é daqui seis meses.

— Não é tempo suficiente para treinar? – indaguei. Pelo que me lembrava para a Copa de 2030 Rose havia treinado intensamente e estava preparada depois de três meses.

— É tempo mais do que suficiente. – ela segurou minhas mãos, o sorriso ainda ali, se estendendo cada vez que eu olhava – Mas acho que não inventaram ainda uma vassoura segura o bastante para que alguém em estado avançado da gravidez consiga voar com sem sofrer danos.

A compreensão demorou um pouquinho para me atingir completamente, mas quando atingiu vi com dificuldade os olhos de Rose se encherem de lágrimas porque as minhas próprias já haviam transbordado e só percebi a intensidade com a qual sorria quando meu rosto começou a doer.

— Você está... Nós vamos... Eu vou... – tudo saía embargado, não me via capaz de formular uma frase completa.

Então era isso que a paternidade fazia? Me arrependi de ter zoado Albus na época em que ele contou sobre a gravidez de Alice com a maior cara de bobo porque tinha certeza que a minha estava mil vezes pior. E aquela sim era a maior sensação de ansiedade que seria humanamente possível sentir. Meu coração batia tão forte que pensei que iria alçar voo.

— É, Scor – Rose riu com gosto, levando uma das minhas mãos que segurava até sua barriga – Eu estou grávida. – se esticou para dar um beijo na bochecha direita – Nós vamos ter um bebê – outro na bochecha esquerda – Você vai ser pai. – finalmente selou seus lábios nos meus.

E contrariando todas as minhas expectativas, o tempo me surpreendeu, pois nem em meus maiores sonhos poderia esperar um futuro melhor do que esse. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram galeres? Espero que esse epílogo tenha dado um gostinho do que o futuro reservou para Rose e Scorpius depois da formatura e o que ainda reserva para esses dois.
Fico imaginando daqui e apenas desejando que os dois sejam muito felizes, mas to com um pouco de sindrome do ninho vazio porque me apeguei tanto a eles que não sei se estou preparada para de despedir hahaha.
Muito obrigada a quem leu até aqui.
Beijinhos e até uma próxima ♥