O casamento escrita por Clara Foster


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É a minha primeira história, espero que gostem!



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Estar noiva aos 18 anos talvez tenha sido o pior erro de minha vida. Mas eu o amava incondicionalmente.

Sabia que éramos feitos um para o outro, amigos e amantes por nove anos, não é uma história fácil para ninguém. Já nos desentendemos, nos separamos uma vez e voltamos. Viajamos e vivemos juntos há dois anos.

Contudo, ultimamente tenho ficado mais na casa de Jessica para acalmar os nervos. Um mês para o casamento e eu não sabia muito bem o que fazer.

As flores estão erradas, o músico não aparece, o bolo não foi decidido e o vestido... Bem, ele é horrível. Longe de mim odiar minha sogra, eu a amava, mas o vestido com o qual ela se casou era horrível.

Infelizmente, Renée era uma mãe pouco ortodoxa e não viu problemas no outro vestido, ela nem tentou brigar pelo uso do vestido dela. Aquele sim era bonito. Eu sonhava, quando pequena, em usar aquele vestido no meu tão esperado dia.

Tudo bem.

Eu estava casando com o amor da minha vida, e apesar da irmã dele ter um ótimo gosto, esse não era bem o caso da mãe na época em que casou. Vai ver era moda na época.

Ainda assim, tudo estava bem, o estresse já estava se tornando meu amigo mais fiel, até mais do que Jessica. Claro que o casamento atrapalhou meus estudos um pouco, sair para resolver o buffet só podia me fazer reprovar em algumas matérias. Agora eu teria que cursar algumas a mais para recuperar uma boa nota e manter a bolsa da Universidade.

Ok. Sem estresse, está tudo bem.

Só que não. A ligação de Renée falando que estava traindo Charlie simplesmente quebrou todo o equilíbrio que eu ainda estava mantendo.

Quem eu queria enganar? O casamento era em um mês e não estava do meu gosto. Os convites já foram enviados e agora eu teria que casar com lírios, flor que eu detesto. Meu noivo nunca está presente, a família dele está me deixando maluca, eu não consigo mais ficar com ele e minha bolsa está por um fio de ser cortada. Agora, a minha família, todo o meu suporte emocional nos últimos tempos, estava desmoronando?

Renée não podia me aparecer com essa agora. Eu amava minha mãe, muito. Não era próxima de meu pai, o Charlie, mas traição não era uma coisa que eu imaginaria a essa altura do relacionamento deles.

Gritei com Renée ao telefone e a desconvidei do casamento. Nessa briga, não poderia ficar ao lado dela. Renée estava passando de todos os limites nos últimos anos, a velhice e a crise dos 40 a deixavam nervosa e ela se recusava a fazer qualquer tratamento para entender o que acontecia.

Claro que por cursar eu Psicologia, ela achava que era exagero meu. Contudo, eu sabia que o que ela estava passando era mais do que um colapso nervoso. Isso era uma coisa que eu poderia deixar para depois... Mais ou menos como tudo.

Ok, então minha vida não é perfeita. E uma ideia matutava em minha mente sem parar. Terminamos uma vez e voltamos, acho que podemos fazer isso novamente... Ao menos, adiar? 

Não, terminar. Estava um pouco infeliz com ele e acho que não poderia levar para frente nossa vida como casal. Eu sabia, no entanto, que não seria tão fácil assim. A aceitação demoraria muito, por parte dele.

Eu, por outro lado, parecia bem decidida. Talvez fosse o telefonema de Renée, mas não queria levar essa vida. Ficar presa em um casamento muito novo e por muito tempo, sem me entender, sem me conhecer. 

Eu não sei quem sou.

Traição era imperdoável e se eu continuasse com essa história de casamento, talvez eu acabasse como minha mãe. Ela era uma ótima pessoa, mas claramente infeliz com a vida que tinha.

Era fácil: pegar o telefone e terminar tudo, sem contato, sem choro. Simples, rápido e cortante. 

Ele ficaria ferido? Não sei, era difícil entender a mente de uma pessoa tão complexa. Eu sei que eu não ficaria ferida, porque era a decisão certa a tomar.

Haveria consequências, claro. E eu estava pronta.

Peguei o telefone devagar, precisava me concentrar somente nisso nos próximos trinta minutos. Depois, liberdade.

Enquanto o telefone tocava, vi uma foto nossa no mural de Jessica e pensei se valia a pena continuar com aquilo. Já era tarde, porém, porque conseguia ouvir do outro lado da linha uma voz muito sonora e conhecida.

— Alô?

Respirei fundo.

— Jacob...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :)



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