All Star Philosophy escrita por Millis


Capítulo 5
Blue


Notas iniciais do capítulo

hello my angels, msc do capitulo é adore you do harry styles



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                                                       just let me

                                                                                                                                                                             adore you

Separei meu corpo do de Percy quase que por instinto, aquela altura eu devia estar vermelha feito pimentão, tanto pelo constrangimento de ter quase beijado Percy, quanto pela raiva de Rachel ter atrapalhado nossa possível troca de saliva, eu estava chocada o suficiente para apenas ficar ali parada feito uma planta murcha, não consegui ter nenhum tipo de reação, -você deve estar se perguntando: como Rachel entrou? A porta não estava trancada?bom...Eu também gostaria de saber-

Rachel caminhou a passos furiosos até a bancada e começou a bater as unhas vermelhas contra a madeira impaciente.

—E então—Ela dirigiu um olhar mortal para mim—Não vai responder minha pergunta, Percy?

Agora o olhar dela se voltava para Percy, ele parecia tão em choque quanto eu, os olhos estreitos, as sobrancelhas se curvavam, sua boca formava um “o” perfeito, em circunstâncias diferentes eu teria achado a sua expressão engraçada, talvez ele também não soubesse como ela havia entrado ali.

—Como você entrou aqui?—Ele recuperou a postura e cruzou os braços com a voz carregada de ironia.

Rachel corou e ficou alguns poucos segundos em silêncio, parecia pensar em alguma desculpa.

—Isso não vem ao caso—Ela endureceu as expressões faciais parecendo ainda mais irritada—Eu te fiz uma pergunta, Percy!

Ela fechou as mãos e deu um soquinho irritado sobre a bancada.

—Olha Rachel—Percy revirou os olhos—Eu lamento informar, mas isso não é da sua conta

Rachel o olhou como se quisesse decapitar seu pescoço, ela deu uma risada cínica.

—Ela Percy?—Ela apontou o dedo vermelho para mim—Jura que é por isso que você vai me trocar?

Rachel cravou seus olhos verdes em mim e senti que a qualquer momento ela fosse decapitar o MEU pescoço.

—Rachel—Percy suspirou irritado—Você nem devia estar aqui

—Vai defender ela agora?—Ela parecia prestes a chorar como uma criança birrenta

—Acho que você devia ir embora—Ele olhou para Rachel com deboche

Rachel soltou uma risada irritada pelo nariz, ela mordeu o canto interno da boca e virou seu rosto para mim novamente—Ok—Foram suas ultimas palavras antes de sair pela porta, não sem antes bate-la com tanta força que me surpreendeu não ter derrubado todo o prédio.

Eu só conseguia ficar ali, plantada feito vegetal, sem falar nada, ainda estava analisando se aquilo realmente havia acontecido ou se foi apenas um delírio da minha cabeça. Percy passou as mãos pelo cabelo três vezes, ele suspirava varias vezes irritado, fiquei até com receio de falar algo, ele parecia pensar e a cada minuto que se passava ele ficava mais estressado.

—Hey—eu me aproximei dele—Ta tudo bem?

Percy parecia ter notado minha presença só agora, ele me olhou tão irritado que tive vontade de sair correndo.

—É melhor você ir embora—Percy passou por mim

Ele caminhou a passos estressados até sumir no corredor, ouvi a porta bater contra a parede me surpreendendo mais uma vez de a batida não ter derrubado todo o prédio, fiquei ali, parada, sem saber o que fazer, sem saber o que dizer, sem saber o que pensar, meu sangue fervia e aos poucos a confusão foi dando lugar a raiva, de novo Percy me afastava, de novo ele dirigia palavras rudes a mim, de novo eu e ele nos desentendíamos por conta de Rachel Dare, cerrei os punhos numa vontade imensa de ir até seu quarto e jogar umas verdades na sua cara.

Respira

Inspira

Me limitei a suspirar várias vezes e caminhei até o quarto de Percy.

—Eu preciso pegar meu tênis—Dei duas batidinhas sobre a porta de madeira, minha voz soava quase como um sussurro

Não ouvi nada, a porta se manteve fechada por pelo menos 30 segundos antes de Percy abri-la com brutalidade, eu estava pouco escorada então quase cai com a cabeça sobre o peito dele, mas Percy  segurou meus ombros antes que isso pudesse acontecer, ele tinha a expressão tão (ou quase mais) irritada que quando saiu da cozinha.

—Toma—Ele jogou meu all star no chão de madeira com descaso e fechou a porta na minha cara antes que eu tivesse a chance de expressar alguma reação

Peguei os tênis no chão, meu sangue fervia tanto que se visse Percy novamente poderia quebrar cada um de seus dentinhos perfeitos (ok, eu estou exagerando), meu ódio por ele só crescia a cada segundo que eu encarava o chão de seu apartamento, calcei meu all star e enquanto amarrava os cadarços ouvi a porta do quarto no fim do corredor se abrir.

—Bom dia, Annabeth—Luke caminhava até mim, ele usava uma calça de pijama do ursinho pooh e tinha voz e olhar sonolentos, seu pijama ridículo diminuiu a onda de raiva que estava em meu peito, quis até rir.

—Bom dia—Eu dei um sorriso pouco forçado a ele, a onda de raiva voltando como um avalanche

Andei até a sala, Luke caminhava a passos preguiçosos atrás de mim, o celular de Percy ainda estava plugado na tomada, tirei antes que sua bateria explodisse, vesti meu moletom que estava jogado sobre o sofá por cima da blusa e caminhei até a porta, abri com a chave que estava pendurada na fechadura saindo do apartamento.

—Hey—Luke gritou quando eu já estava do lado de fora, apertando o botão que chamava o elevador, seu grito foi tão alto que provavelmente havia acordado toda a vizinhança daquele andar—Você já esta indo Annabeth?

Luke apareceu na porta.

—Ah—Eu enterrei as mãos nos bolsos de meu moletom tentando não sucumbir ao ódio—Estou sim...Meu pai precisa de ajuda com o almoço.

Eu tirei aquela desculpa das profundezas do meu orifício anal, se fosse Percy ali, ele provavelmente saberia que eu estava blefando, mas como Luke não me conhecia muito bem (e também não parecia muito interessado de qualquer forma) ele simplesmente deu de ombros.

—Ok—a sua voz ia sumindo conforme ele ia se afastando, ele voltou a aparecer na porta—E alias, espero que tenha se divertido essa noite

Luke me lançou um sorriso malicioso e fechou a porta antes de me ver revirar os olhos.

Bobão

Depois de descer por 8 andares num elevador com uma senhora idosa falando sobre seus netos, eu finalmente havia chegado ao terro, sai do prédio sentindo aquele mesmo sentimento de todas as vezes que eu Percy nos desentendíamos, um nó gigantesco se amarrando na minha garganta e a sensação de estar de volta ao fundo do poço, todas as vezes que subíamos um degrau, nos despencávamos dois, era quase como se eu estivesse correndo sobre uma esteira. Centro de Londres, era a única coisa que eu sabia sobre minha localização, mesmo eu morando naquela cidade desde os 4 anos, eu só conhecia meu bairro, estava mais perdida que filho da puta em dia dos pais, rodei por entre quadras e quadras tentando chegar a um lugar conhecido, perguntando a pessoas e mais pessoas onde estava, a pior parte de estar em lugar onde você não conhece nada é a interação social, celular descarregado e apenas 7 dolares no bolso, seria o suficiente para pagar uma passagem de metrô, se eu soubesse que metrô pegar.

Duas horas, ou talvez um pouco mais, esse foi o tempo que eu passei dando voltas e mais voltas pelas ruas do centro, acabei por me localizar (na verdade um cara super bacana me localizou e me ajudou a chegar na estação de metrô, mas vamos fingir que eu ainda tenho um pouco de dignidade), a estação estava pouco cheia, vendedores ambulantes oferecendo suas mercadorias, crianças correndo, pesoas no celular, adolescentes trocando saliva...O de sempre.

Entrei no metrô que o cara bacana havia dito para eu pegar, linha 6, sentei no fundo, onde tinham apenas três idosos e um casal se pegando, controlei minha risada, beijo era uma coisa até engraçada, coloquei meus fones agora que não tinha perigo de ser assaltada (mentira, tinha sim, mas...Quem consegue andar de metrô sem fones? Eu não), enterrei minhas mãos nos bolsos de meu moletom e fechei os olhos relaxando a postura, estava tocando scrawny do wallows, uma das musicas que Percy compartilhou comigo no dia do cinema, o nó voltou a se embolar na minha garganta, Percy se aproximava e se afastava constantemente de mim, e quem se ferrava todas as vezes? Isso mesmo, eu  -UHHUUUUUU que delicia!-  Não era nem um pouco justo, Rachel invade seu apartamento, me xinga e eu que sou mandada embora (ok, ela também foi, mas me deixa fazer drama).Eu estava tão entretida com meus próprios delírios mentais que quando senti algo- algo não, alguém- me cutucando eu dei um pulo automaticamente.

—Hey—Léo riu sem graça—Não queria assustar você

Ele estava sentado ao meu lado em um dos bancos do metrô, seu cabelo estava pouco bagunçado e os cachinhos se embolavam uns nos outros, Léo usava um moletom vinho e botas estilo coturno, tinha um sorriso gentil nos lábios.

—Ah—Eu sorri mais sem graça ainda—Tudo bem, eu estava meio distraída

Eu dei uma risada tão sem graça que mais pareceu um pedido de socorro, Léo me olhou de relance e seu sorriso aumentou, ele passou um dos braços pelo meu ombro e me puxou para perto do seu corpo, que, modéstia a parte, estava estranhamente aconchegante.

—Você ta bem?—Ele baixou um pouco o rosto para olhar nos meus olhos

—Estou sim—Sorri—E você? Ta bem?

—Tou legal—Léo ergueu o rosto

A conversa acabou por ai, mas ao contrario do que eu esperava, a falta de palavras estava bastante confortável.

—Quer ouvir?—Apontei para o fone

—Quero sim—Ele pegou um dos fones e encaixou sobre o ouvido

A musica preencheu todo o momento, o trem começou a se mover e nós dois observávamos a paisagem juntos, em alguns momentos Léo fazia piadas com o nome dos estabelecimentos, e nós dois riamos da piada tão sem graça que chegava a fazer graça, ele deitou sua cabeça sobre o topo da minha e eu aproximei mais meu corpo do seu, Léo havia chegado na minha vida há tão pouco tempo, e ainda assim já era uma das pessoas com quem eu mais me sentia bem, nós passamos todo o trajeto abraçados.

(...)

Cheguei em casa e já passava das 16h, meu pai provavelmente estaria trabalhando, já que trabalhava aos sábados também, andei até o meu quarto e tomei um banho nada rápido, a única coisa ruim do inverno era que entrar no banho era um desafio gigantesco, sair era um desafio maior ainda, coloquei meu pijama confortavelmente ridículo e fui até a cozinha, peguei um porte de sorvete de chocolate e um pacote de balas fini ursinho, fui até meu quarto novamente e liguei a TV, meu plano para o fim de semana se resumia a ficar ele todo enfiada no meu quarto empanturrando minha barriga com porcarias e assistindo séries, uma maravilha de programa não? Senhor bigode pulou na cama me dando um baita susto, ele se aconchegou no meu colo e em menos de 10 segundos estava dormindo.

Depois de 14 episódios de Brooklyn Nine-Nine a campainha da casa tocou.

Inferno!

Eu ia ter que interromper minha serie para atender pessoas? Pelo amor dos deuses, ignorei, a maldita campainha tocou de novo, ignorei novamente, o ser humano espurco continuou a tocar a campainha repetidas vezes, revirei os olhos e calcei minhas pantufas de ursinhos andando a passos estressados para atender aquela droga. Abri a porta com uma brutalidade desnecessária.

Merda

Ali estava ele, Percy, vestindo sua habitual jaqueta de couro preta, tênis e calças também pretas, a sua camiseta era a única coisa não preta que ele usava, ele coçava a nuca e parecia pensativo, Percy cravou os olhos em mim no instante que a porta se abriu, eu não conseguia esboçar nenhuma reação.

—O que você ta fazendo aqui?—Baxei a cabeça e tentei parecer firme na voz

—Eu...—Percy coçou a nuca— Posso entrar?

Ele apontou para dentro da minha casa, eu ponderei por alguns segundos – O que diabos ele queria de mim agora?-

—Ok—Cedi finalmente e abri passagem para ele

Percy entrou e analisou a casa, olhava para a cozinha, para o sofá, as paredes, por toda a extensão do interior do local, parando seu olhar em mim depois de alguns minutos, eu me sentia péssima, quer dizer, eu estava péssima, meu cabelo estava embaraçado por conta das três horas deitada, meu pijama era ridículo e minha cara estava limpa, Percy já havia me visto assim, mas isso não diminuiu a vergonha que eu sentia, eu não devia ligar para Percy, não devia querer estar com ele, mas eu ligava e eu queria.

—Eu queria...—Percy se aproximou de mim com um passo

—Queria...?—Arqueei uma das sobrancelhas dando um passo para trás

—Pedir desculpa—Percy deu mais um passo—eu não devia ter te tratado daquela forma hoje de manhã

Outro passo

—Eu estava estressado e descontei em você—Percy agora estava perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração contra meu cabelo—A culpa não foi sua

Ele ergueu meu rosto com o indicador e olhou nos meus olhos.

—Serio—Ele acariciou minha bochecha com o polegar—Me perdoa

—Ok—Afastei meu rosto de sua mão

Acharam que eu iria cair nessa de novo? Hoje não.

Percy suspirou.

—Annabeth—Ele se aproximou novamente—Eu to tentando pedir desculpas, você pode por favor colaborar?

Percy revirou os olhos.

—Ok—Eu falei com a voz carregada de descaso—Já pediu e eu já aceitei, certo?

Ele suspirou novamente.

—Certo—Agora sua voz tinha um tom irritado

Percy caminhou até a porta e saiu parecendo estressado (como sempre parecia).

(...)

Tirei meus fones assim que a aula começou, já era segunda-feira para minha infelicidade, primeira aula de história e eu tinha essa matéria com Percy, suspirei ao ve-lo passar pela porta, Rachel veio logo atrás, os dois sentaram-se...juntos?? Fala serio, eles já estavam grudados novamente? E o que tinha acontecido no sábado? Bufei não conseguindo controlar meus nervos, Percy correu os olhos pela sala e parou em mim, ele continuou conversando com Rachel tendo seus olhos cravados na minha pessoa, desviei o olhar tentando não revirar os olhos e mostrar-lhe o dedo do meio.

Larguei o lápis sobre a mesa frustrada, 15 questões para serem respondidas e eu ainda estava na oitava, minha concentração simplesmente não se fixava no caderno a minha frente, não com as risadinhas de Rachel e cochichos de Percy, que, por mais baixos que fossem, tiravam toda a minha concentração e paciência, tudo aquilo não era nada justo, ok, eu que decidi agir no modo descaso eu sei, mas eu meio que esperava que ele insistisse um pouco mais (Egoísta? Talvez...)  mordi a tampa da caneta  e juntei as sobrancelhas tentando pensar, Percy estava me deixando maluca e tudo o que eu queria era sair daquele inferno.

 A aula acabou para minha felicidade, e eu consegui responder as questões na base do ódio graças aos deuses, Rachel e Percy estavam conversando na porta, o que era péssimo já que eu teria que pegar meus livros para próxima aula no armário, respirei fundo juntando coragem para passar pelos dois, levantei da cadeira sem nenhum pingo de pressa, andei a passos lentos até a porta, já podia sentir o perfume enjoativo de Rachel ainda há 5 passos dos dois, quando cheguei na porta Percy me olhou como se eu fosse o mosquito da bosta do cachorro do vizinho e eu me senti como se realmente fosse, Rachel revirou os olhos.

—Licença?—Pedi

Rachel me encarou por 5 segundos antes de abrir passagem para que eu passasse, suspirei quando cheguei ao meu armário agradecendo aos deuses por não ter desmaiado, abri a porta e soquei meus livros didáticos armário dentro sem um pingo de dó, suspirei e olhei com o canto dos olhos para os dois na porta, Percy me olhava de relance enquanto tinha seus braços grudados a cintura de Rachel, ele percebeu que eu o olhava e deu um sorriso cínico colando sua testa na da de Rachel, virei a cabeça imediatamente e suspirei mais uma vez, eu não ia deixar Percy tirar minha paciência, não hoje. Peguei os livros para as duas próximas aulas e me dirigi a porta novamente, os dois estavam agarrados trancando a passagem, Rachel passava os dedos sobre o peito de Percy enquanto cochichava algo em seu ouvido ficando na ponta dos pés, Percy sorria e apertava sua cintura ainda mais, revirei os olhos não controlando meus nervos, passei pelos dois como se não fossem nada e me sentei em minha cadeira sentindo que podia explodir a qualquer momento.

—Hey—Léo se aproximou de mim—Você parece irritadinha, aconteceu algo?

Ele passou a mão pelo meu cabelo bagunçando-o e eu não pude deixar de sorrir, já estávamos no intervalo pela graça dos deuses, e eu já não aguentava mais aquele dia, Thalia, Luke, Nico, Rachel e Percy estavam sentados na mesinha em que habitualmente sentávamos, eu me ofereci para fazer os pedidos e Léo se ofereceu para me ajudar, a verdade era que eu não queria fazer os pedidos realmente, mas era uma boa desculpa para não ter que encarar os dois pombinhos se lambendo pra la e pra ca, eu estava com ciúmes e sabia disso, eu não ligava quando percy conversava com Thalia, ou com Silena, mas por que quando ele estava com Rachel meu sangue fervia tanto? Eu não sei e nem pretendo descobrir, tudo o que eu queria no momento era estar em coma, sem saber de nada, sem ver nada, sem pensar em nada. Léo estalou os dedos no meu rosto.

—Hey—Ele sorriu

—Hm?—Levantei meu rosto na sua direção

—Você vai querer comer alguma coisa?—Ele apontou para a idosa de cabelos brancos anotando os pedidos em um bloquinho em suas mãos

—Ah—Corei ao perceber que estava boiando feito coco na água— Só um cappuccino com canela mesmo, estou sem fome

—Ok—Léo deu de ombros

Pela primeira vez na vida eu estava sem fome, o que era de se surpreender porque comer era uma das minhas coisas favoritas no mundo, Percy Jackson estava mesmo desgraçando minha cabeça. A senhorinha-cabelos-brancos saiu com nossos pedidos anotados, Léo passou um dos braços por volta de meus ombros e me puxou para perto dele.

—Vai me contar o que ta acontecendo?—Ele me encarou nos olhos

—Não ta acontecendo nada—Me encolhi nos seus braços tentando não transparecer que eu estava blefando

Léo pendeu a cabeça para trás em uma gargalhada

—Você não sabe mentir—Ele apertou minha barriga de leve

—É porque eu não estou mentindo—Dei uma cotovelada de leve em suas costelas e sorri

Ele riu e me puxou para ainda mais perto do seu corpo.

—Falando sério agora—Sua cara se fechou em uma expressão séria, ele ficava engraçado daquela forma—Você ta bem mesmo?

—Eu tou legal—Passei a mão por um dos seus cachinhos tirando-o do olho de Léo

—Se aconteceu alguma coisa—Ele tocou a ponta do meu nariz—Sabe que pode contar comigo sim?

—Eu sei—Abracei Léo me sentindo grata pela sua existência

Ele retribuiu.

—Alias—Ele se afastou um pouco—Eu nem ia falar nada não, mas seu namorado ta se mordendo ali atrás

Léo apontou discretamente com a cabeça para a mesa.

—Calma...Quem?—Olhei para a mesa quase que imediatamente

Percy nos encarava com Rachel grudada em seus braços, ele parecia querer quebrar meu pescoço e eu senti um nó se embolar na minha garganta- Eu e Percy não temos nada, sem contar que ele vive grudado na Rachel, eu não devia me sentir mal por abraçar Léo devia? Não, eu não devia- Eu estava me sentindo mal por abraçar Léo? Talvez um pouco. Virei meu rosto na direção de Léo novamente sentindo meu rosto fever.

—Ele não é meu namorado—Baixei a cabeça, minha voz soava como um sussurro

—E ele sabe disso?—Léo contorceu o rosto numa expressão irônica

—Ah ele sabe—Meu tom de voz saiu mais sarcástico do que gostaria—Oh se sabe!

—É por causa dele que você ta mal né?—Léo segurou minha mão

Baixei a cabeça.

Eu era tão decifrável assim? Pelos deuses

—Hey—Léo levantou meu rosto com o polegar—Relaxa, se não quiser falar sobre isso, a gente só finge que essa conversa nunca aconteceu

Assenti e abracei Léo novamente, ele era tão incrível e me fazia tão bem quanto Nico.

—Aqui estão seus pedidos—A velhinha colocou varias xicaras sobre o balcão falando em um tom desnecessariamente alto

Léo e eu nos separamos e ele riu pegando várias xicaras de uma vez, peguei o resto e andamos em direção a mesa tentando não derrubar as bebidas quentes, coloquei sobre a mesa minhas xicaras e Léo fez o mesmo, uma de cada vez. Sentei em um banco no canto esquerdo ao lado de Nico e Léo se sentou ao meu lado me deixando entre os dois, peguei meu cappuccino e tomei 3 goles de uma vez.

—Bom dia, loirinha—Nico passou um dos braços pelo meu ombro

—Bom dia Nico—Sorri para ele

A mesa estava lotada como sempre e todos conversavam animados, Luke e Thalia estavam agarrados e Percy e Rachel também, se não fosse por Nico e Léo ao meu lado, eu sentiria que estava segurando uma bela de uma vela.

Mais três goles de Cappuccino.

—Hey—Ele afastou a xicara da minha boca antes que eu pudesse acabar com toda a bebida em um gole só—Você vai acabar se engasgando

Nico riu.

—Ah—Me encolhi no meu casaco—Desculpe

Ok, talvez eu estivesse um pouco nervosa, isso por dois fatos:

1º: Percy estava a minha frente com Rachel em seu encalce e não tirava os olhos de mim.

2º: Léo estava ao meu lado e depois do nosso abraço que supostamente tinha deixado Percy virado, eu não queria mais dor de cabeça e nem meter ele em confusão, principalmente se a confusão envolvia Percy Jackson.

Enterrei minhas mãos no bolso de meu casaco e deitei a cabeça no ombro de Nico, ele passou os braços envolta de minha cintura e beijou minha testa.

Percy levantou da cadeira com brutalidade, derrubando sobre a mesa uma xicara que pela graça dos deuses estava vazia e afastando Rachel de seu encalce, sem dizer uma palavra ele caminhou pra fora da cafeteria bufando de nervos.

—Que que deu nele?—Thalia perguntou

—Não sei—Luke deu de ombros —As vezes ele é assim mesmo

—Bom...—Rachel se levantou da cadeira tentando disfarçar os nervos com um sorriso doce—Eu vou falar com ele

E saiu da cafeteria, Thalia e Luke voltaram a conversar sobre filmes de terror e logo Nico se introduziu a conversa, visto que era seu gênero favorito, me afastei de seu abraço para poder conversar com Léo.

—E então...—Me arrastei pelo banco até ele—Ta gostando de estudar aqui?

—Ah—Ele deu de ombros—São só os primeiros dias, mas to achando legal

—Que bom—Sorri—Já conheceu a senhora Dodds?

Léo riu

—Conheci—Ele continuou a rir—Aquela com a calcinha vermelha né?

—Ela mesma—Meu sorriso aumentou—Nem pra usar uma legging preta, ela só vem com a branca

Léo riu ainda mais

—E quando ela abaixa pra pegar o giz?—Léo contorceu o rosto em uma careta

“nossa” Nós falamos juntos e rimos, Léo me puxou para um abraço e deu um peteleco no meu nariz.

(...)

Apertei a alça da minha mochila até os nós dos meus dedos ficarem brancos, Thalia me encarava com um sorriso malicioso nos lábios.

—Não—Disse balançado a cabeça negativamente

Estávamos voltando para a casa depois da aula e Thalia estava tentando me convencer a brincar de “chamar cachorrinho”, o que era só uma desculpa para gritarmos a palavra “pênis” pela vizinhança fingindo ser o nome de nosso cachorro perdido.

—Sim—Thalia bateu o pé

—Não—Falei novamente

—Por favor, Annie—Ela juntou as mãos e fez biquinho

Olhei para seu rosto bonito, que apesar de ter uma expressão durona, Thalia conseguia ser extremamente fofa quando queria.

—Thalia...

—Por favor...—Ela segurou minha mão

—Ai—Virei o rosto para não encarar sua expressão irritantemente fofa—Tabom

Cedi ainda não convicta,Thalia sorriu e me puxou pela mão correndo feito uma gazela, chegamos a uma praça que ficava perto de sua casa, tinham várias crianças brincando na areia, cachorros correndo pela grama, casais se amassando nos bancos e alguns idosos jogando milho para os pássaros.

—Pênis!—Thalia gritou—Vem cá garoto, vem

Isso bastou para que várias pessoas nos olhassem com reprovação, segurei minha risada.

—Pênis!—Gritei também andando fingindo procurar o tal “cachorro”—Venha garoto venha!

—Pênis!—Thalia gritou olhando atrás de uma arvore—Onde você ta?

Os casais que a pouco estavam se amassando estavam rindo, não controlei minha risada quando vi crianças repetindo a palavra.

—Pênis!—Gritei mais alto ainda

—Pênis!—Thalia berrou

Nós duas rimos e saímos correndo antes que algum guardinha nos expulsasse da praça como já havia acontecido tantas vezes.

Thalia se apoiou no muro de um mercadinho enquanto gargalhava, ela tinha lagrimas nos olhos de tanto rir e suor na testa, e eu não estava muito diferente, me escorei no muro e escorreguei até o chão, nos nem havíamos corrido muito, mas como a atleta excelentissima que sou, eu não aguentava correr mais de duzentos metros sem parar para recupera o ar, e Thalia era uma atleta tão boa quanto eu. Minha barriga estava doendo por conta da corrida e da crise de risos, meu rosto se contorcia em uma careta enquanto eu ria, a dor já estava ficando forte, mas eu não conseguia parar de rir, me forcei a faze-lo antes que eu entrasse em colapso, Thalia fez o mesmo.

Silêncio.

Nos encaramos e voltamos a rir.

Depois de passar 5 minutos rindo igual duas desgraçadas, eu me levantei e estendi a mão para Thalia, ela segurou minha mão e a usou de apoio para se levantar, pegamos nossas mochilas e caminhamos lado a lado sem falar nada por uns instantes, nos recuperando do surto de gargalhas que a pouco tivemos.

—Como vai você e o Percy?—Thalia quebrou o silêncio que (por conta de anos de amizade) não era nada constrangedor.

—Ah...—Baixei o rosto, só a lembrança de Percy já me fazia perder toda a disposição mental

—Hey—Ela parou de andar colocando a mão no meu ombro—Eu vi ele com Rachel, sei que isso deve estar afetando você

Thalia ergueu meu rosto com o polegar.

—Olha—Ela passou a mão pelo meu cabelo—Não é por nada não, mas você é muito mais gata que aquela cenoura

Thalia contorceu a expressão numa careta engraçada.

Eu ri e puxei  ela para um abraço.

—Eu te odeio—Falei apertando Thalia com toda minha força

—Eu te odeio mais—Ela apertou de volta

Sorri, a existência de Thalia era uma benção de Zeus para mim.

—Mano—Ela se afastou um pouco—O perfume dela me dá náuseas

Ela fez um gesto com a língua imitando um vomito.

—A mim também—Fiz uma careta—É muito doce

Rimos e ela me puxou para mais um abraço, acariciando meu cabelo como sempre fazia.

—Conta comigo sempre, ta?—Ela alisou uma mecha com os dedos

—Uhum—assenti

—E toma vergonha nessa cara—sua voz tinha o mesmo tom que minha mãe usava para me dar bronca—Não vai ficar jururu por causa de homem não, a crise no país é de dinheiro, homem ainda tem bastante!

Sorri afastando-me de Thalia um pouco.

—E você e o Luke?—meu sorriso aumentou de forma maliciosa

—Ah...—As bochechas de Thalia assumiram um tom rosado, pálida como ela era, não era difícil notar que ela havia corado—A gente ta meio...

—Vocês se pegaram né?—Olhei para ela sorrindo

Thalia me olhou como se quisesse me dar um soco, mas sorriu em seguida.

—Sim...—Ela abriu um sorrisinho com o canto dos lábios—A gente ficou

—Sua safada, eu to tão orgulhosa—Abracei ela

Thalia riu.

—Vamos pra casa, loira—Ela enlaçou nossos dedos e andamos lado a lado

Quando chegamos em sua casa, Thalia se despediu de mim e entrou deixando apenas eu e meus pensamentos de auto sabotagem, suspirei e andei pela rua pouco movimentada sentindo que em poucos minutos minha mente se perderia em pensamentos negativos.

Meus passos ficavam cada vez mais lentos conforme os sentimentos tomavam conta, lembrei de Percy, de como havia sido grosso comigo na sua casa, lembrei do seu toque e de como aquilo me trazia sentimentos estranhamente bons, lembrei do seu rosto maldito de lindo, de seu cabelo bagunçado, das musicas que compartilhamos, e lembrei dele com Rachel, de como eu me sentia quando os via juntos, um nó se enroscou na minha garganta e a sensação de insuficiência apareceu, de como ele devia fazer com Rachel as mesmas coisas que fazia comigo, ou até mais...

Afastei o pensamento da cabeça para não ficar mais desgraçada do que já estava, avistei minha casa na esquina sentindo um alivio imenso por não ter que encarar Percy e Rachel, sabendo que provavelmente passaria a tarde comendo besteiras com a cara enfiada em um livro qualquer, e na verdade a ideia me parecia muito boa. Apertei o passo com pressa de chegar em casa, quanto mais me aproximava, mais podia ter uma visão clara do quintal, havia algo ali- algo não, alguém- diminui a velocidade instantaneamente.

Droga!

Percy estava parado em frente ao meu quintal, sentado no meio-fio, ele passava a mão no cabelo e seus olhos corriam a rua, ele parecia tenso, seus olhos pararam em mim - Pensei em gritar, pensei em sair correndo, pensei em andar até ele e soca-lo até que ficasse inconsciente- O que eu fiz? Bom...nadinha, eu fiquei ali, plantada feito vegetal, sem saber o que fazer- Antes que eu pudesse ter algum tipo de reação, Percy já estava andando em minha direção, minhas mãos gelaram.

—Você demorou—Ele parou na minha frente e cruzou os braços

—Ah—Tentei encontrar minha voz, mas ela saiu baixa quase como se estivesse sussurrando—É né

Olhei para os lados tentando não encarar Percy, poderia voar em seu pescoço se o fizesse.

—Onde você tava?—Percy tinha um tom mandão, quase pirracento

—Ah—Enterrei minhas mãos nos bolsos do casaco tentando aquece-las—Eu só tava...

Calma lá...

—Percy—Suspirei me dando conta do que estava acontecendo—Eu não acho que isso seja da sua conta

Dei de ombros e Percy deu um sorriso irônico.

—Annabeth—Percy se aproximou de mim— Eu só to preocupado

Ele tirou uma das mechas de meu cabelo do meu olho.

—Então você pode ficar tranquilo—Afastei sua mão de meu rosto, eu já estava com raiva demais para permitir que ele fizesse aquele joguinho de novo— Eu só estava na praça

Meu tom soou  rude e Percy arqueou a sobrancelha direita.

—Na praça? Com quem?—Percy meu fuzilou com os olhos

—Olha—Suspirei novamente—Eu to bem não to? Acho que você já pode ir embora

—Annabeth—Percy respirou fundo tentando controlar os nervos—Com quem você tava?

Me afastei de Percy com um passo.

—Eu vou pra casa—Tentei passar por Percy

Ele se colocou na minha frente.

—Você tava com aquele Léo né?—Ele deu uma risada cínica sem um pingo de felicidade

—Por que você quer saber?—Não controlei meus nervos

Olhei em volta, minhas vizinhas abelhudas nos encaravam como se fossemos a novela das 9h, Percy deu uma risada irônica.

—Talvez porque...—Ele aumentou seu tom de voz, o que contribuiu para que mais abelhudas brotassem nas janelas

—Cala a boca!—Falei baixo

—Ah...—Percy riu irônico

—Cala a boca, Percy—Repeti ainda baixo

Puxei o braço de Percy e o arrastei até a minha casa, tirei as chaves da bolsa com pressa e abri a porta, empurrando Percy para dentro mesmo com seus protestos, tranquei a porta novamente, andei pela sala fechando as cortinas.

—Por que você fez isso?—Percy bagunçou os cabelos com a mão

—Tinha gente nos observando—Joguei minha mochila no sofá e me sentei suspirando

—Ah—Percy baixou seu tom de voz

Silêncio, isso era tudo, Percy continuava em pé parado em frente a porta, eu continuava sentada respirando fundo, o clima já estava ficando pesado, a tensão crescia entre nós, eu não sabia muito bem o que dizer naquele momento, na verdade, eu nunca sabia o que dizer quando estava com Percy.

—Eu vou embora—Percy coçou a nuca

Olhei para ele, camiseta preta, jaqueta de couro preta, calças pretas, e tênis pretos, as luvas em suas mãos não cobriam seu dedos e as pontas deles estavam pouco avermelhadas por conta do frio, o cabelo bagunçado como sempre. Assenti e caminhei até a porta, passando por Percy, destravei a fechadura e abri a porta, me afastei dando passagem para Percy, ele encarou a rua la fora, e depois de 5 segundos fechou a porta.

—Eu preciso falar com você—Ele se virou para mim

—Ah—Tentei não encarar seus olhos—Ok

Dei de ombros como se não me importasse, mas a verdade era que eu me importava, e muito. Me sentei no sofá e Percy trancou a porta novamente, caminhando até mim e se sentando ao meu lado, ele retirou sua jaqueta e a deixou no braço do sofá.

—Lembra...—Percy olhou nos meus olhos—Do Halloween na sétima série?

E eu lembrava, lembrava do dia em que eu e Percy fomos fantasiados de Harry Potter e Hermione sem combinar, lembrava de como todos haviam  pensado que fomos de casalzinho, naquele dia, de noite, fomos pedir doces em um bairro onde nunca havíamos pedido, e Percy teve a brilhante ideia de jogar ovos na casa de um senhor que não tinha doces, mesmo que, em teoria, isso fosse permitido no Halloween, o velho ficou super bravo e perguntou quem tinha feito aquilo pois ele iria chamar os pais, na época, a mãe de Percy, Sally, era casada com um cara chamado Gabe, eu sabia que Gabe tinha problemas com bebida e batia na mãe e no Percy, também sabia que se eles descobrissem provavelmente Percy seria espancado na rua mesmo, então eu assumi a culpa, disse que tinha sido eu, foi com isso que eu fui proibida de brincar na rua por uma semana e meus pais tiveram que pagar por todo o estrago feito à casa, eu não me arrependia nem um pouco.

—Você salvou minha vida—Percy aproximou seu corpo do meu

—Não exagera—Sorri sentindo meu rosto ferver

—Não, é verdade—Percy aproximou seu rosto do meu—Você salvou minha vida aquele dia, e eu estive pensando, que eu nunca te agradeci devidamente...

Percy deu um beijo na minha bochecha, aquilo estava demorando demais e eu já devia estar vermelha, Percy ergueu as mãos e segurou meu queixo, descendo os lábios até meu pescoço

prendi a respiração

Percy segurou minha nuca massageando meu cabelo e deu mordidinhas no meu pescoço, aprofundando os beijos no mesmo cada vez mais, minha respiração já estava falhando e eu temi que se ele continuasse eu certamente desmaiaria.

—Percy...—Falei com a voz fraca por conta da respiração ofegante

Céus, o que aquele garoto estava fazendo comigo?

—Shiu—Percy falou baixinho e levantou seu rosto para o meu—Não estraga o momento, madame

Assenti tentando controlar minha respiração, Percy aproximou meu rosto do seu até nossos lábios se tocarem, ele não fez nada (o que me deixou bastante decepcionada mas vamos fingir que eu ainda não estou totalmente rendida), então ele sorriu e afastou seu rosto do meu, senti uma pontada de decepção e tentei não transparecer isso no meu rosto.

—Você não me afastou—Percy falou sorrindo

—Oi?—Senti meu rosto enrubecer

—Você não me afastou—Ele repetiu

Percy pegou minhas pernas e colou-as em seu colo me puxando para mais perto de seu corpo, ele colou nossas testas sorrindo.

—Você não me afastou—Percy sorriu ainda mais

Ele puxou a gola de meu moletom e seus lábios encontraram os meus

Seu beijo era doce, seus lábios eram macios e ele me beijava calmamente, Percy subiu a mão pelas minhas costas traçando linhas com os dedos me fazendo arrepiar a cada toque, ele empurrou meu corpo para trás de leve e me deitou no sofá, Percy puxou meu corpo contra o seu me beijando com mais intensidade, corri minhas mãos pelo seu cabelo deixando-os ainda mais bagunçados, Percy baixou os lábios enquanto eu tentava tomar ar, dando mordidas e selinhos por toda a extensão do meu pescoço, ele apertou minha cintura e suas mãos desceram para as minhas coxas, ele traçou linhas com os dedos suaves por cima do jeans, e então apertou com força suficiente para deixar marcas vermelhas, Percy mordeu meu pescoço e subiu dando beijinhos até chegar em minha orelha, ele me olhou com as pupilas dilatando e minha respiração já estava fraca ao ponto de eu precisar de uma bombinha de asma, Percy sorriu e me deu um selinho, ele subiu suas mãos e passou  o polegar pela minha bochecha, me beijando novamente, dessa vez sem nenhum pouco de delicadeza, ele me puxava com força e suas mãos desciam e subiam pelas minhas coxas.

—Percy...—Afastei meu rosto do seu tentando respirar, quase não tinha voz

—Que foi, madame?—Percy sorriu malicioso

Puxei seu corpo pela gola de sua camisa e beijei-o novamente, Percy se ajoelhou no sofá sem tirar os lábios dos meus, ele passou a mão pelo meu cabelo massageando minha nuca, me levantei do sofá e Percy me puxou ainda sentado, ele apertou as mãos na minha cintura e desceu até minhas coxas, apertando-as levemente, passei uma mãos pelo cabelo de Percy e desci a outra até a barra de sua camisa, puxando-a levemente.

Ok, vocês tem o direito de me julgar, mas lembrem que eu estava totalmente fora de mim quando pedi  indiretamente que Percy tirasse a camisa.

Percy entendeu o recado e o atendeu, tirando a camisa e jogando em algum canto, ele me puxou pela cintura novamente e beijou meu pescoço sem delicadeza, mordendo e dando selinhos, se eu não estivesse tão envolvida, provavelmente estaria vermelha agora, puxei seus cabelos tentando controlar minha respiração quando Percy beijou com voracidade uma área sensível, ele provavelmente percebeu, porque sorriu malicioso e se concentrou ainda mais naquela área, Percy puxava meu cabelo com as mãos e me beijava com tanta urgência que eu sentia que poderia ter um ataque de asma a qualquer momento, não demorou para que eu não conseguisse mais me controlar e soltasse um barulho um tanto...inusitado.

Sim, eu tinha gemido.

Não, vocês não tem o direito de me julgar.

Cala a boca.

Percy me olhou como se tivesse ganhado um troféu.

Não estrague o momento...

—Você geme fácil hein—Percy deu um sorriso malicioso

Droga!

Senti meu rosto ferver em constrangimento.

—Idiota—Empurrei o maldito rosto lindo de Percy

Ele riu e me puxou enlaçando seus braços na minha cintura, passei os dedos pelos seus ombros nus, sua pele queimava.

—Eu poderia fazer você gemer pelo resto da vida—Percy colou sua testa na minha

E eu também, poderia beija-lo até minha vitalidade se esgotar, poderia passar o resto da minha vida ao lado de Percy e ainda assim teria certeza que seria pouco, eu já estava mais do que rendida a ele. Ouvi o barulho da campainha tocar antes que eu pudesse responder Percy.

Merda!

Era meu pai, com certeza era meu pai, afastei Percy bruscamente, ele se assustou e levou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, peguei sua camisa no chão.

—Veste agora—Joguei-a na sua direção

Ele apanhou a camiseta no ar e a vestiu, passei a mão pelos cabelos tentando ajeita-los, peguei a jaqueta de Percy no sofá e puxei ele pelo braço, o arrastando comigo pela escada.

—O que você ta fazendo?—Ele cambaleava um pouco nos degraus

“Annabeth!” Ouvi meu pai gritar do lado de fora, apertei o passo e ainda mais e empurrei Percy para dentro do meu quarto.

—Se esconde no banheiro—Sussurrei para Percy e ele obedeceu, fechei a porta do quarto e desci as escadas correndo.

Peguei a chave na raque ao lado do sofá e abri a porta para meu pai.

—Oi, corujinha—Ele beijou minha testa antes de entrar em casa

—Oi, pai—Suspirei me sentindo aliviada

—Como foi no colégio hoje?—Meu pai afrouxou a gravata em seu pescoço caminhando para a cozinha

—Foi legal—Dei de ombros—Falando nisso, acabei de lembrar que tenho trabalho pra fazer.

—Tudo bem—Meu pai deu de ombros enquanto pegava uma xícara no armário.

Subi as escadas correndo, abri a porta do meu quarto e por pouco Percy não cai em cima de mim, segurei seu corpo com uma das mãos e olhei para baixo para ver se meu pai vira, ele estava mais concentrado em preparar seu café.

Uffa...

Empurrei Percy de volta ao meu quarto e entrei também, trancando a porta atrás de mim.

—Você ta maluco?—Sussurrei—Por que tava espionando a gente?

Percy deu de ombros.

—Corujinha, né?—Ele sorriu malicioso enquanto brincava com o alargador em sua orelha

Meu rosto ferveu.

—Cala a boca—Dei-lhe meu dedo do meio

Percy riu um pouco alto.

—Shiu—Coloquei o indicador sobre a boca pedindo silêncio

—Foi mal—Percy sussurrou

“Annabeth?”  ouvi a voz de meu pai abafada pela distancia e pela porta “Ta tudo bem ai?”

—Você tem que ir embora Percy—Sussurrei de volta

Percy assentiu, caminhei até a janela e a abri, pela graça dos deuses minha janela dava de frente para um sicômoro enorme.

—Você quer que eu desça por ai?—Percy apareceu atrás de mim

“Annabeth?” a voz de meu pai estava cada vez mais próxima.

—Percy—Olhei em seus olhos—Você tem que ir

Percy sorriu, ele se agachou e passou uma das pernas pela janela apoiando o pé em um dos galhos, Percy me puxou pela gola de meu moletom.

—Eu vou te mandar uma mensagem—Percy me deu um selinho

—Pensando bem, vou te mandar duas mensagens—Outro selinho

—Na verdade, vou te mandar cinquenta mensagens—Percy me de um selinho mais demorado

Ouvi duas batidas na porta.

—Percy—Afastei seu rosto do meu—Você tem que ir agora

Percy sorriu e se agachou passando a cabeça e outra perna pela janela, eu o vi descer até o quintal de minha casa, Percy me olhou e sorriu, observei ele correr desaparecendo na rua pouco movimentada.


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