Os Mistérios do Amor escrita por AmanteSolitária


Capítulo 16
Boa noite, minha amiga (Cam)


Notas iniciais do capítulo

Queria dizer que vocês não sabem como eu fiquei feliz por terem conseguido cumprir o desafio dos 3 comentários!! Além dos comentários de: Um Cara Legal, Read Writer e Isa Dias terem sido maravilhosos, ainda consigo compartilhar com vocês um pouco mais dessa história que estou amando escrever.
Sem mais delongas, bom capítulo para vocês!



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P.O.V. Cameron

 Na segunda-feira seguinte a minha briga com Nathan, estava decidido. Eu iria desmascarar ele e Jason antes que fosse tarde demais. Eu até poderia falar com Emma e Samantha sobre o que eu sabia, mas elas nunca acreditariam em mim sem provas. Samantha estava sob o feitiço do namorado e não tínhamos um histórico baseado em confiança.

Para isso, eu precisaria me encontrar com uma pessoa logo após a aula. Assim que marquei o encontro, fui avisar as garotas que não as levaria para casa:

—Meninas, não vou voltar tão cedo hoje para casa, tenho algumas coisas para resolver na rua. Tudo bem se vocês voltarem a pé hoje? - Disse me aproximando da mesa delas no almoço.

—Não se preocupe, Cameron. - Nate me olhava com soberba.- Eu levarei com prazer a minha namorada até a casa dela. - Ele disse, dando ênfase em “minha namorada” e arqueando uma sobrancelha.- Assim posso passar mais tempo aproveitando a companhia… E os beijos.- Aquele cara queria me tirar do sério. Não podia deixar que seu plano se concretizasse.

—Ok,- Disse a contragosto - mas minha irmã não entra no seu carro. - Eu sabia que, se Em fosse a pé, Sam iria com ela e as duas estariam seguras.

—Já chega, vocês dois, por favor. - Emma se pronunciou irritada. Enfim tirei meus olhos de Nathan..- Eu e Sam voltaremos de carona com os meninos como sempre, maninho. - Ela me retrucou séria.

—Em, você não entende. - Disse a ela em súplica, logo antes de me apoiar na mesa. Ela não sabia o que estava em jogo.

—Cam, - Foi a vez de Sam replicar. Ela encostou na minha mão quando o fez, o que causou uma onda de calor no meu corpo, me acalmando. Olhei para ela. Ela me olhava de volta com doçura.- Está tudo bem. Confie na Em pelo menos para isso. - Eu olhei para Emma e para Sam repetidas vezes, pensando.

—Não é em vocês que eu não confio.- Bufei e foquei em Em. - Só me avise quando chegarem em casa, ok?- Ela assentiu e eu tirei minha mão da de Sam decidido, logo antes de me afastar.

 

***

Logo depois do almoço, tive uma supresa na aula de biologia: Sammy seria a minha nova parceira. Isso era ótimo para mim por muitos motivos: Em primeiro lugar, isso ajudaria, e muito, em minhas notas nessa matéria, algo que eu precisava desesperadamente. Em segundo lugar, Sam passaria menos tempo com Nathan, o que daria menos oportunidades para que ele pudesse concretizar seu plano.

Eu só não fiquei mais feliz do que quando a professora pediu que ela me ajudasse na matéria, sendo minha tutora, e ela topou na hora. 2x1 para Cam.

 

***

Depois da aula, levei um bolo da pessoa que me ajudaria, mas nem tudo estava perdido, eu teria aula com Sammy em algumas horas.

Ela era extremamente inteligente e me explicava tudo com uma destreza inexplicável. Eu finalmente estava entendendo uma matéria. Mais ou menos na metade da matéria, ela me perguntou se eu queria água e fomos até a cozinha para uma pausa. Ela pulou na bancada e olhou para mim. Estava descalça e com um coque na cabeça segurado por um lápis, o que a deixava com um ar despojado. Decidi terminar de uma vez por todas com as nossas brigas:

—Eu estava pensando.- Pensei nas palavras certas por um minuto - Desde que decidimos instaurar a nossa trégua, as coisas tem ficado muito mais leves na minha vida.

—Concordo. - Ela sorriu - É tão melhor a vida em que eu não tenho que pensar em como desviar de você. - Desviar? Ela pretendia desviar de mim?

—Por isso que eu tenho uma proposta pra você. - Ela me olhou de volta, seus olhos expressavam uma curiosidade quase infantil, o que me deixou vidrado.- O que acha de tentarmos ser amigos?

Ela pensou. Porque ela estava pensando? No que ela estava pensando? Ela mordeu a maça que estava em suas mãos. Foquei em seus lábios. A maça liberou um líquido, que desceu até seu queixo. O que eu não daria para percorrer aquela pele com meus lábios novamente? Não, Cam. Foco. Vocês precisam ser amigos. Apenas amigos. Ela pegou o guardanapo e limpou a boca, tirando minha atenção desta, antes de responder:

—Eu gosto da sua proposta.- Ela disse, dando de ombros- Ainda mais, considerando que, para que eu consiga minha carta de recomendação, teremos que passar muito tempo juntos.

Tempo. Era exatamente isso que eu precisava com ela. Quanto mais tempo ela passasse comigo, menos tempo passaria com Nathan. Ela pulou da bancada, mas algo a desequilibrou e ela apoiou seu peso contra mim. Olhei em seus olhos. Seu cheiro e seu toque me inebriaram, e eu, sem pensar, inverti nossas posições, a segurando contra a pia:

—E de quebra, você para de desviar de mim. - Não queria que ela desviasse de mim. Não queria nem que ela sequer pensasse nisso. Nossos olhares se cruzavam. Ficamos ali, apenas nós, perdidos no olhar um do outro durante um tempo, antes que ela limpasse a garganta e falasse:

—Agora vamos, meu amigo. - Essa última palavra me despertou. Amigos. Apenas amigos. - Precisamos terminar a matéria que combinamos de falar hoje. Temos uma prova em duas semanas.

 

***

 

Durante o restante da semana eu havia tido sessões com Sammy, o que era ótimo. As coisas fluíam melhor quando ela estava em algo, o que me fez aprender muito em um pequeno espaço de tempo.

Era muito bom conhece-la melhor também. Ela se revelou diferente do que eu pensava, ainda mais astuta, esperta, divertida…

Na sexta-feira a noite, quando acabei de lavar a louça do jantar e entrei no meu quarto, avistei Sam sentada no parapeito da janela. A luz da lua refletia em sua face levemente, dando a ela um ar quase angelical. Olhei cada detalhe de seu rosto antes que pudesse iniciar a conversa:

—É linda, não é? - Disse olhando para ela e sorrindo, já sentado no parapeito. Não sabia se ainda era possível não sorrir quando a via, mas lutava contra isso diariamente.

—Não só a lua como as estrelas.- Ela retrucou sonhadora.

—Não estava falando do céu. - As palavras simplesmente pularam de minha boca. Minha sorte foi que, na distância que estávamos, ela não poderia ter ouvido.

—Como é?- Ela questionou, deixando implícito o pedido para que eu repetisse minha fala anterior.

—Nada não, Sam. Só estava pensando alto.- Retruquei, desconversando. Algum tempo se passou antes que eu soltasse outra frase involuntária, dessa vez mais alto.- Eu gosto de passar um tempo com você.- Ela me olhou e sorriu. Aquele sorriso…

—Nunca entendi o motivo para você não me suportar para começo de conversa. - Ela me encarava, esperando que eu entendesse a pergunta que ela não havia feito.

—É complicado. - Disse apenas, olhando para cima.

—As coisas só ficam complicadas quando queremos que elas sejam assim. - Ponderei um tempo antes de ser sincero com ela.

—A verdade?- Ela assentiu.- Em

—Emma?- Aqueles olhos, que tanto me distraíam, me encaravam nesse momento.- O que ela tem a ver com isso?

—Desde que nos mudamos e ela te conheceu, eu senti que perdi minha irmã.- Eu sabia que era um motivo bobo e por isso não conseguia encará-la.- Antes de chegarmos aqui éramos eu e Em contra o mundo, mas assim que a gente se mudou e ela te conheceu, ela foi me deixando de lado cada vez mais. Você sugava ela cada vez mais.

—Agora entendo de onde veio o “encosto”. - Disse ela fazendo aspas com as mãos. Eu sabia que o apelido a machucava e mesmo assim continuara a utilizá-lo.

—É.- Respondi com um bico. - Me desculpe por isso. Eu não consigo imaginar como deve ter sido difícil depois que sua mãe morreu.- Ela riu sem humor o que me fez prestar muita atenção nas palavras que ela proferiu a seguir.

—E seu comentário só mostra o quão pouco você se preocupou em saber sobre mim durante esses anos.- Seu tom era de ironia. Owch, aquilo doeu, mas era verdade. - Minha mãe não morreu, Cam. - Como assim? A olhei surpreso.

—Desculpe a pergunta.- Retruquei por fim, buscando as palavras certas.- Mas onde ela está?

—Minessota.

Ela me contou a história toda e parecia extremamente fragilizada enquanto o fazia. Em um certo ponto, ela começou a chorar e limpar as lágrimas discretamente. Quando ela terminou, não sabia como reagir:

—Sam, eu sinto muito. -  Ela me olhou novamente depois de bastante tempo. Eu não sabia o que dizer- Se eu soubesse…

—Está tudo bem, Cam. -Ela forçou um sorriso.- No final das contas, você foi o mais próximo que eu tive de um irmão chato e implicante.- Irmão era o último adjetivo que eu gostaria que ela me definisse, mas, se eu estava perto dela o bastante, valia a pena.

—Você sabe que pode contar comigo para o que precisar, não é, Sam? - Disse a ela, oferecendo suporte.

—Claro que sei. -Ela sorriu de lado, o que me fez querer pular a janela para abraça-la. — A verdade é que sempre pude, mas agora você não vai reclamar no processo. - Disse piscando para mim.

Era verdade. Por causa de minha mãe e Em, eu sempre ajudaria Sam, mas agora não faria mais pela minha família e sim por ela.

Ela olhou para dentro do quarto e logo o senhor Vermond apareceu na janela. Ele olhou para mim e nos cumprimentamos através desta antes que ele saísse do quarto de Sammy. Sem dúvidas esse cara havia ganhado ainda mais meu respeito, depois de saber pelo que tinha passado:

—E no final do dia, fico muito mais feliz de ter ficado aqui com ele do que se tivesse ido com ela.- Ela disse, concluindo a nossa conversa. - Boa noite, Cameron, durma bem. - Owch, mais uma vez. Não gostava quando ela me chamava pelo nome.

—Ei. - Chamei sua atenção. - O que combinamos sobre meu nome?- Disse, recordando-a da conversa que tivemos no dia em que quase nos beijamos.

—Tudo bem, Cam. Boa noite. - Bem melhor assim. Sorri.

—Boa noite, Sammy. Durma bem.

 


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Notas finais do capítulo

Vocês tem me dito que gostam de ver os P.O.Vs do Cam, então aí foi mais um! Espero que tenham gostado!
Sem dar spoiler, mas instigando vocês: O capítulo de quarta-feira vem com TUDO! Tenho certeza que vocês vão amar!



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