Sai daquele lugar o mais rápido que pode, já havia ficado ate tempo demais. As pessoas ainda me seguiam com seus olhares mais não estava nem ai. As palavras da mulher não saiam de minha mente:

“Você pode se salvar com o beijo da morte mais não vai querer, por quê? Porque fugir?”

Não entendia o significado das palavras, não entendia nem mais porque vou me casar, não entendi o porquê de esta aqui. Não entendi mais nada. O mundo em minha volta parecia estar girando, e definitivamente eu não estava bem.

Sentei em um banco no canto da rua, uma gota de suo descia pelo meu rosto, eu tinha que me acalma. Mas como com todos me olhando? Com essa pressão de casamento? Com minha vida de cabeça para baixo? Havia um como e eu o conhecia bem.

Andei devagar pelas ruas me afastando cada vez mais do mercado, sei que com isso irei me atrasa para volta de casa, mas eu precisava ir ate lá.

Demorei uma hora ou mais para chegar, mês pés estavam doendo mais havia conseguido. O lugar era um parque pouco conhecido. Há arvores por todo o lado e uma grama baixa, alem de um pequeno lago mais a frente. Vinha muito aqui com meu pai quando criança, ele dizia que era nosso lugar secreto e ainda é se duvida apenas eu e ele sabemos a existência do lugar.

Tirei meus sapatos os colocando em baixo de uma arvora, há anos não tinha estado ali. A grama ainda era macia ao pisar me fazendo sentir criança de novo. De repente senti saudades deste tempo, quando era inocente e não tinha que me preocupa com nada a não se ser feliz.

Sentei em baixo da arvora na qual colocara os sapatos e fiz o que não fazia há muito tempo. Relaxei. Não foi tão difícil num lugar como aquele. Concentrei-me no canto dos pássaros e no barulho do vento e esqueci de tudo. Do casamento, da bruxa sendo queimada, de meus sonhos de tudo.

-Será que posso me sentar com a senhorita? – Olhei para trás assustada. –Desculpe, não pretendia assusta-la.

-Não me assustou. –Respondi o encarando. Era um homem alto e musculoso, seus cabelos eram cor de meu e ai ate seu queixo, não devia ter seus 19 anos. Era lindo sem duvida. Lembro-me de quando o vi neste dia senti meu coração pulsa mais rápido, senti uma quentura dentro de mim, nunca havia me sentindo daquele jeito antes.

-Então posso me sentar?  -Sai de meu encanto sobre ele e fiz que sim com a cabeça, ele sorriu e se sentou ao meu lado, mas não tão perto como gostaria. Seu sorriso me deixou sem ar, virei o rosto o escondendo com meu cabelo.

-Meu nome é Jasper Whitlock. Posso saber o seu? –Me virei novamente para ele, não podia mais agir como uma criançinha envergonhada.

-Sou Mary Alice Brandon, desculpe meus modos, mas não estou acostumada a encontra pessoas por aqui.

-Sou novo na cidade, estava andando por ai e vim para aqui. Então vi uma jovem linda sozinha e achei que não era seguro.

-Sei me defender. –Disse olhando em seus olhos. Eram escuros assim como os meus, mas algo neles me fez o encanto diminui, como se me metessem medo.

-Não duvido disso, mas o que faz aqui Sra. Brandon?

-Me chame de Alice, aqui é um bom lugar para pensar, sabe longe de tudo e de todos. – Sei que não se deve falar com estranhos, nem falar o que esta fazendo a eles, mais algo em Jasper me fazia me sentir calma apesar de minha desconfiança em seus olhos. Mais era como se perto dele tudo que me preocupava desaparecesse.

-Estou te atrapalhando a pensar? Se quiser posso me retira.

-Não, pode fica. Gosto de sua companhia.

-Digo o mesmo, que dar um passeio?

-Claro. –Me virei para pegar meus sapatos mais desistir assim que o vi tirar os dele e me lançar seu sorriso, dessa vez retribui e achei que meu medo era estúpido.

 Andamos em silencio sentindo a grama em nossos pés era incrível como me sentia tão mais leve e tranqüila ao seu lado. Já não me importava com nada apenas queria permanece ali com uma pessoa que mal conhecia pelo resto do dia.

-De onde você vem? –Perguntei quebrando o silencio.

-De muito longe. – Não era bem a resposta que eu queria, mas preferi não insistir. –E você, que problemas uma jovem como você tem?

-Não disse que tinha problemas.

-Não, mas disse que veio aqui pensar, pessoas costumam parar para pensar apenas quando tem problemas. Quando não tem apenas agem.

-Tem razão tenho um problema. Mais porque parar para pensar quando as coisas estão boas? Só perderam um tempo curto, é melhor viver agindo do que viver pensando e nada aproveitar.

-Boa perceptiva, a realiza?

-Bem que tento. –Disse rindo ele também riu.

-Qual o seu problema? Será que posso te ajudar?

-Infelizmente não, só eu posso. –Ele não insistiu para saber o que era, e eu fiquei agradecida por isso. Não queria falar de casamento com ele, não queria que descobrisse que já estava comprometida.

 Depois da andamos resolvemos volta para baixo da mesma arvore, agora já ventava bastante mesmo sendo quase meio dia. E de alguma forma reparei que ele estava diferente, estava mais rígido, e já não me olhava com a mesma freqüência de antes.

-Tenho que ir. –Ele disse.

-Já?

-Infelizmente sim, será que nos veremos de novo? Seria um prazer passa mais uma manha com esta ao seu lado.

-Não sei. –Queria dizer que sim, queria dizer que queria fica ao seu lado, mais não posso.

-Por favor. –Não consegui responder, apenas abaixei a cabeça e ele entendeu a resposta. Ou parte dela.

-Esta bem, mas agente ainda vai se ver Mary Alice. – Não queria levantar a cabeça, não queria dizer adeus. Mas sentir seus lábios em minhas testa e quando a levantei ele não estava mais lá.

Fique mais um tempo lá antes de ir embora, e por tudo caminho não consegui o tirar da cabeça. Jasper Whitlock. Talvez ele tenha razão, talvez o veja novamente. E com esse pensamento sorri. Com certeza o queria ver novamente.