Naquela noite achei que só tinha tido aquele sonho esquisito por causa do que houve com Hans. Mas algo me fez pensa num breve momento que era mais do que isso. Mal sabia eu que estava correta.

-Capitulo dois - Fogo 

No dia seguinte acordei com uma enorme dor de cabeça, mesmo assim me vestir e desci as escadas procurando meu pai.

-Senhorita, o Dr. Jhon já foi trabalha. –Ellen me informou percebendo minha procura.

-Já disse para me chama apenas de Alice não precisa de formalidade comigo. –Disse sorrindo a ela, Ellen me conhece dês que nasci e dês de então sempre esteve comigo.

-Me perdoe Alice, quem sabe um dia não me acostume? Enquanto isso sua mãe me pediu para dar um recado, ela disse para voce ir ao mercado e compra um vestido novo para outra ocasião com seu noivo.

-Onde ela esta? –Perguntei já imaginado quando teria que ver aquele importuno de novo.

-Foi visita alguma comadre. Diga-me Alice voce gostou do seu noivo?

-Claro que sim, ele é maravilhoso. –Respondi tentando ser convincente e como sempre me sai muito bem se não fosse por um detalhe: Ellen esta na lista das pessoas que não consigo mentir. A outra pessoa é meu pai.

-Não minta para mim, posso ver em seus olhos que não quer se casar.

-E não quero, nunca quis mais isso não envolve só a mim, tenho que fazer o que é certo. –Disse confessando minha opinião sobre o casamento.

-Seus pais não sabem o que tem você não os merece... –Ela sussurrou bem baixo.

-O que disse?

-Nada, tenho serviços a fazer, é melhor se aprontar a carruagem já esta lhe esperando lá fora. - Apesar do estranho comentário de Ellen resolvi me aprontar mesmo de ma vontade.

Ellen sempre trabalhou com minha família e dês que nasci a conheço, ela sempre estava ao meu lado me ajudando em tudo que eu precisava e ate mesmo hoje quando preciso de alguém vou a sua direção.

Ela me disse que tinha uma família em uma cidade muito distante e que veio para cá com minha idade na esperança de melhora a vida, meu pai a abrigou em casa e lhe deu um emprego. Uma vez minha mãe a ofereceu dinheiro para voltar a sua família a sustentar mais ela recusou, disse que gostava muito da vida por aqui e não queria ir embora. Essa proposta foi feita uma semana depois de eu quase ter morrido...

Lembro-me muito bem do que aconteceu, eu tinha sete anos na época estava muito doente, minha mãe estava desesperada e meu pai já havia consultado todos os médicos na cidade e todos eles disseram que já era tarde. Havia boatos que a doença que eu pegara fora causada por bruxarias.

Era noite e eu ardia em febre, queria grita e chama por alguém mais não sai mais nada de minha boca, tentei levanta mais as forças sumiram. Eu estava desesperada e o calor dentro de mim só aumentava, a única coisa que consegui foi chorar, quando achei que era o fim Ellen entrou no quarto com algum liquido alaranjado em uma garrafa, ela me pediu para beber mais eu neguei.

“- Por favor Alice beba, é um remedio ele vai te curar.” – Eu então a obedeci e deixei que o liquido amargo descesse  pela minha garganta.

“Vai fica tudo bem amor, voce tem que prometer que não ira contar a ninguém, por favor Alice prometa.” – Não tive nem tempo de responder, não antes de adormece vencida pela fraqueza, mais no dia seguinte quando acordei bem melhor não disse nada a ninguém mesmo me lembrando de tudo.

Ate hoje nunca tocamos nesse assunto, se alguém nos ouvisse duas iríamos para a fogueira. Não tenho certeza se ela é ou não uma bruxa, só sei que ela conseguiu me salvar da morte marcada.

Já vestida e na carruagem me pos a olhar as ruas que passávamos em direção ao mercado, não sei por que mais mantive meus olhares em casais que passavam por nos, a maioria deles sorria e andavam de mãos dadas e me pareciam bem felizes juntos. Durante todo o percurso me perguntei se era possível ser feliz com alguém sem amá-la só não conseguir obter a resposta.

-A senhorita quer que eu a acompanhe? – Renan o cocheiro me perguntou quando desci da carruagem.

-Não precise irei sozinha.

-É arriscado uma dama andar sozinha pela rua.

-Agradeço a preocupação Renan mais esta tudo bem só preciso que me pega antes do almoço.

-O que quiser senhorita.

 Andei pelas ruas olhando modelos de vestidos, achei vários bastante bonitos, mas não queria comprar nenhum, não para a ocasião. Continuei assim por uma hora ate que me aproximei da praça principal onde havia uma pequena multidão de pessoas.

 Era a guarda do estado, eles arrastavam uma mulher que recusava a andar pela rua sem um pingo de pena.

-Ande logo sua bruxa maldita! –Ao ouvir essas palavras congelei, já sabia que o governo procurava as bruxas mais essa idéia me incomodada de alguma forma. Olhei nova mente para a mulher que conseguira se solta mais foi derrubada sendo jogada contra o chão. Vi uma linha vermelha escorrer seu rosto, ela se machucara na queda e ninguém levantava nem um dedo para ajudá-la e por mais que quisesse fazer alguma coisa permaneci parada.

-Vocês vão se arrepender do que estão fazendo! Eles vão nos vingar e não poderão lutar! Irão morrer, todos vocês!!! – A mulher gritava para a pequena platéia enquanto os soldados a amarravam em uma torre de madeira para queimá-la. De repente ela parou de grita e fixou seu olhar onde eu me encontrava e disse:

-Voce pode se salvar com o beijo da morte mais não vai querer, por quê? Porque fugir?

 Todos então passaram a me olhar, eu devia ter saindo de lá antes que pensassem que eu era uma bruxa mais novamente não me move tentando decifra as palavras jogadas em minha direção e por um momento vi que nos duas enxergamos a mesmo coisa: Apenas o fogo queimando.